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Capítulo 10

       O maior erro de Ashley Hufflepuff foi ter encarado o seu rosto no espelho poucos minutos a seguir ao que tinha acontecido em Godric's Hallow.

      Depois disso, não voltara a ser capaz de o fazer.

     Os cortes eram mais profundos do que esperava e o sangue tinha sido difícil de estancar, mesmo com a Poção de Estancar. Em conjunto com Hermione, desenvolvera outra Poção, esta mais difícil de efectuar, para curar os rasgões que os vidros lhe tinham feito na cara e cicatrizá-los mais depressa.

      Três dias depois, Hermione jurava a pés juntos que tinha apenas cicatrizes ao invés das feridas profundas que exibira antes, algo que não tranquilizou Ashley nem um pouco.

- Ainda dói? - perguntou Hermione, gentilmente.

     Ashley abanou a cabeça, negando. A noite lá fora brilhava com o branco intenso da neve e Harry decidira ficar de vigia, deixando Hermione e Ley a descansar. A Hufflepuff recusara-se a dormir e Hermione decidira fazer-lhe companhia, ambas lendo algum livro que a Granger trouxera na sua mala de missangas. Por momentos, parecia que estavam apenas a acampar com os amigos numa floresta gelada num belo dia de Inverno. Com o fogo a crepitar junto delas, Ley permitiu-se apreciar o silêncio e o momento de leitura.

      Um puxão no seu estômago fê-la arfar, roubando-lhe o oxigénio. A visão de Ashley ficou turva, o livro caindo-lhe aos pés com o susto. Hermione ergueu os olhos, colocando-se imediatamente de joelhos para avaliar o rosto da Hufflepuff, que fitava o vazio com uma estranha expressão no rosto.

- Ley? O que se passa? - perguntou a Grynffindor, preocupada.

- Eu... Eu não sei.

     Lá fora, o primeiro raio de sol inundou a tenda, surpreendendo ambas, que não se tinham apercebido do tempo que passaram a ler. A madrugada adentrou bruscamente na tenda quando Harry entrou, as bochechas rosadas e o cabelo molhado fazendo Ashley erguer as sobrancelhas, como que questionando-o em que sarilhos ele se metera daquela vez.

- Harry! - exclamou Hermione, pondo-se de pé - O que aconteceu? Estás bem?

- Está tudo bem, mais do que bem, estou ótimo. - Harry sorriu, desviando-se para o lado - Está aqui uma pessoa.

      Parado à porta, com uma espada na mão e o cabelo ruivo tão molhado quanto o de Harry, Ronald Weasley sorriu desajeitadamente às duas jovens, que sequer se mexeram. Para surpresa geral, Ashley foi a primeira a mexer-se, atirando-se ao pescoço de Ron com a sua caraterística mas esquecida alegria genuína.

- TU VOLTASTE! - exclamou, apertando-o com toda a força que tinha.

      Ron apertou-a de volta, sem saber o que dizer. A verdade é que sentia alguma vergonha de ter abandonado os amigos mas, com Ashley agarrada a ele como se nada mais importasse no mundo, sentira-se muito melhor. Ele cometera um erro e soubera reconhecê-lo. Para Ley, isso era a única coisa que importava.

- Estou muito feliz que estejas bem. - disse a Hufflepuff, afastando-se - Estávamos todos muito preocupados e...

     Calou-se, afastando-se imediatamente ao ver Hermione aproximar-se de Ron com os lábios entreabertos e os olhos arregalados. O Weasley sorriu debilmente, acenando com o braço disponível.

       Hermione atirou-se a ele e começou aos murros a todos os pedacinhos dele que conseguia alcançar.

     Ashley soltou uma risada, andando para junto de Harry, que observava. Ninguém mais do que a Hufflepuff sabia o quanto Hermione sofrera com a partida de Ron. Chorara todos os dias e abraçara-se a Ley, que muitas das vezes ficara deitada com ela até as duas adormecerem abraçadas. Se dantes tinha algumas dúvidas sobre o sentimento que existia entre Hermione e Ron, deixara completamente de as ter e só passara a ter certezas.

- Onde está a minha varinha! - berrou Hermione, virando-se para Harry, que reagiu instintivamente.

- Protego!

     Um escudo protetor surgiu entre Ron e Hermione, atingindo a morena sem querer e atirando-a de costas no chão. Cuspiu os cabelos que lhe foram parar à boca e levantou-se de um salto, o rosto ruborizado de raiva.

- Hermione, calma... - tentou Harry, em vão.

- Calma uma ova! Devolve-me a varinha! Devolve-a!

      A sorrir, Ley passou por eles, afastando-se em direção à rua. Aquela dinâmica entre os três era apenas deles e ela não tinha nada a ver com isso. Colocando as luvas nas suas mãos frias, ficou de vigia uns instantes, até ouvir Harry a chamar, o rosto ruborizado do Menino-Que-Sobreviveu mostrando a dificuldade que tivera em conseguir acalmar Hermione.

- Ley, Ron destruiu o medalhão. - contou Harry - Com a espada.

      O alívio trespassou Ashley ao ouvir Harry contar como encontrara a espada. Ela era a única que sabia que fora Snape a colocar a espada no lago para que Harry a encontrasse e saber que a lealdade do professor de Poções se mantinha inalterada deixou-a muito mais aliviada. O seu instinto não a enganara quando confiara em Snape, o que só provava que confiar em si mesma dava bons resultados.

    Um pensamento assolou-a, desconcertante.

- Vocês destruíram o medalhão ainda agora?

     Os dois assentiram. Ashley trocou um olhar com Hermione, que entendeu de imediato.

- Tu sentiste. - sussurrou ela, inquieta.

- Sentiu o quê? - perguntou Harry, de sobrolho franzido.

     Ashley deixou-se cair na cadeira mais próxima, pensativa.

- Laurel. Claro! - exclamou, olhando para Harry - Ela sentiu Voldemort enfraquecer, o que refletiu em mim...

- Isso só prova que eles estão mais ligados que pensamos. - comentou Hermione.

     Um silêncio desconfortável pairou entre eles. Sem mais uma palavra, Hermione virou-lhes as costas e subiu para o seu beliche, deitando-se de costas voltadas para eles. Ron e Harry viraram-se um para o outro, conversando entre si e Ashley permaneceu sentada, a mente vagando em busca de Laurel, esbarrando no mesmo vazio de sempre.

     "Eu sei que estás viva...."

**

- Isso não é uma boa ideia. - disse Harry, com convicção.

- Eu sei mas...

- Estamos aqui para saber o que aquele símbolo que o Dumbledore escreveu no livro da Hermione significa. Ele deixou-lhe o livro de propósito e pode ser uma pista...

- Eu sei disso tudo. - interrompeu Ashley, com calma - Essa é a tua missão. A minha é proteger-te e não acho que vás correr perigo ao ires falar com o Xenophilius Lovegood. Vá lá, Harry, eu não demoro nada.

     Harry prensou os lábios e Ashley fez beicinho, embora ambos soubessem que ela não precisava da autorização dele para nada. Era apenas uma atitude cordial da parte da Hufflepuff. Ron, por outro lado, parecia extremamente abatido e Ley apertou-lhe o braço, num gesto de compreensão.

- Desculpa Ron, eu sei que não é justo para ti mas... Eu só vou espreitar a ver se eles estão bem. Posso passar pela Toca se quiseres...

- Obrigada Ley mas não é preciso. - respondeu Ron, com um sorriso triste -Só tem cuidado, está bem?

     Ashley assentiu, procurando os olhos esmeralda de Harry. Este encolheu os ombros, rendendo-se.

- Eu já volto. - despediu-se ela, abraçando Hermione rapidamente.

     A casa dos Diggory era a mais próxima da casa dos Lovegood, seguida pela dos Weasley. A Toca distinguia-se à distância pela sua estrutura invulgar mas Ashley não conseguia desgrudar os olhos da quinta onde vivera a sua infância. O jardim de Cecilia Diggory recebeu-a com o seu habitual perfume, as rosas e malmequeres perfeitamente cuidados. A mãe de Cedric amava todas as plantas e tinha o jardim mais bonito das redondezas, para não falar da belíssima estufa que se encontrava na parte de trás da casa.

     Ashley agachou-se, prendendo o cabelo no coque mais apertado que conseguiu, evitando que alguém visse os seus caracóis esvoaçantes. Com cautela, espreitou pela janela, procurando sinais de vida.

     O seu coração falhou uma batida ao ver a figura de Amos Diggory sentado na sua habitual poltrona.

     A Hufflepuff não podia negar que ver o seu pai adotivo era tudo menos indiferente. Podiam não ser mais uma família, se é que algum dia tinham sido, mas Ashley amara-os e vê-los vivos no meio de uma guerra era um alívio para ela.

     O homem que um dia fora seu pai estava muito mais velho do que ela se recordava; a perda de Cedric destruíra-o, dando a impressão de que Amos era agora apenas uma sombra do que fora nos tempos em que o seu filho era vivo. Para Ley, aquilo era quase um insulto à memória de Ced. O seu irmão iria querer que a sua família seguisse em frente, recordando-o sempre como o rapaz leal e bondoso que era.

     Ley desviou-se para o lado, procurando a figura de Cecilia. Conhecendo a mulher como conhecia, não a esperava encontrar ali, tendo provavelmente mergulhado ainda mais fundo no seu trabalho para evitar encarar Amos e a sua desgraça. Cecilia era uma mulher prática e racional, sabia muito bem como enfrentar os seus problemas: trabalhando.

     Para sua surpresa, Ley ouviu a voz dela no exterior, captando-lhe a atenção. Lentamente e ainda agachada, circundou a casa, escondendo-se atrás do grandioso sobreiro que Cecilia amava, colocado bem ao lado da estufa de vidro.

      Dentro dela, Cecilia cantava, regando tranquilamente os seus frutos e hortaliças.

     O cenário era tão familiar que Ashley esqueceu-se da situação em que se encontrava. Lembrava-se em criança de ficar somente a observar Cecilia a cantar enquanto tomava conta da sua horta, nas raras vezes em que a mulher ficava em casa ao invés de ir trabalhar. Era um momento tão precioso que Ley mal ousava respirar, ficando o mais quietinha possível para a sua mãe adotiva não parar.

     Naquele momento, Ley fazia exatamente o mesmo.

     A única coisa que faltava era ouvir a voz do seu irmão no andar de cima, onde os quartos de ambos ficavam. Cedric tinha a estranha mania de falar sozinho, normalmente sobre as táticas de Quidditch que deveria usar. Ele conseguia passar horas a discutir consigo próprio sobre as equipas que mais gostava, as vassouras mais incríveis do mercado e as estratégias que devia adotar com a sua equipa para terem mais chances de vencerem a Taça de Hogwarts.

      Quantas vezes Ley se metera com ele por causa disso?

      Quantas vezes tinham rido juntos e corrido escada abaixo a ver quem chegava primeiro à mesa?

- Petrificus Totalis!

     Ashley soltou um grito, caindo paralisada no chão. Junto à sua cabeça, a figura de Amos Diggory fitava-a, com uma expressão de surpresa e pesar no rosto.

- Amos, o que se passa? - questionou Cecilia, soltando uma exclamação - Ashley! Por Merlim, Amos, desfaz esse feitiço!

     Sem dizer nada, Amos girou a varinha, obedecendo. Ashley sentou-se vagarosamente, sendo surpreendida por Cecilica, que se ajoelhou perto de si e a abraçou.

- Estava tão preocupada contigo, filha...

- Ela não é nossa filha. - retorquiu Amos, os olhos esgazeados fixos em Ashley.

- Oh Amos, cala-te. Ela viveu connosco nove anos da vida dela, queres chamar-lhe o quê?

      Ley encarou Cecilia, sem compreender o súbito afeto que a Diggory estava a ter com ela. Eles tinham-se afastado dela quando Cedric morrera, sequer a convidaram para o funeral, ela só comparecera para honrar o irmão. Nunca lhe escreveram nem a procuraram.

     Para quê aquilo?

- Senhora Diggory...

     Cecilia olhou para ela, chocada.

- Senhora Diggory? Já não sou mãe?!

     Ultrajada, Ashley pôs-se de pé, os olhos âmbar fitando a mulher com fúria.

- A senhora não quis saber de mim estes anos todos e acha mesmo que eu lhe ia chamar de mãe?!

     Cecilia engoliu em seco, enquanto Amos lhes virava as costas, com uma expressão estranha no rosto. Ley respirava fundo, tentando não perder as estribeiras, algo que deixou de estar em questão quando a mulher se desmanchou em lágrimas, os olhos postos na jovem à sua frente com vergonha e dor.

- Eu lamento imenso, Ashley... Quando Cedric morreu, o mundo desabou para nós. - Cecilia fez uma pausa, escondendo o rosto com as mãos - O mundo de Amos continua destruído, embora eu já tenha seguido em frente. Querida, eu nunca quis te afastar, simplesmente amar-te como uma filha significava que, se te perdesse como perdi Cedric, doeria tanto como doeu quando ele se foi. Eu não sabia se aguentaria isso...

- Então foi mais fácil deixar que Amos me expulsasse de casa? - questionou Ashley, tremendo - Foi mais fácil provar-me que nunca me amou e que sempre teve vergonha de mim por eu ser negra? Sim, eu sei que só me adotaram porque Cedric insistiu. Vocês não queriam uma criança negra. - Ashley suspirou, emotiva - Isso não me interessa mais, sinceramente. Sou grata por me terem dado abrigo e um irmão maravilhoso, por isso vim ver se estão bem. Por Cedric.

- Ashley, eu adoro-te filha. - disse Cecilia, com um sorriso tranquilo no rosto banhado em lágrimas - Tal como és. Têm sido anos muito difíceis e arrependo-me de ter desistido de ti. Acredita em mim, nunca senti tanta vergonha de mim mesma do que sinto ao ver-te agora. Estás linda, minha querida. Uma verdadeira Hufflepuff. - afirmou, surpreendendo Ashley.

- Como...

- Narcisa Malfoy visitou-se um dia, quando Cedric morreu. Nós fomos amigas na escola e quando ela me contou que eras filha de Sarah... - a mulher encolheu os ombros - Eu sabia que o teu rosto me era familiar quando te acolhi. Não é difícil ver a face da tua mãe na tua. Ela ficaria muito orgulhosa de ti... Tal como eu estou.

     Cecilia deu um passo na direção de Ashley, que fez um esforço para não se afastar. A sua mãe adotiva hesitou mas por fim abraçou-a, sem esperar que ela fizesse o mesmo.

- Espero que um dia me possas perdoar, filha. Falhei contigo enquanto mãe e falhei com o teu irmão por não te ter protegido. Cedric amava-te mais do que tudo e sei que ele ficaria muito desiludido comigo. - Cecilia fez uma pausa, sentindo Ley soluçar no seu peito - O Ced era o melhor de todos nós.

     Os braços de Ashley rodearam o corpo magro da sua mãe adotiva. Por anos acreditara que Cecilia não a amava, que sequer gostava dela pela sua cor. Estava claro que se enganara, mesmo que ela tivesse cometido o erro de se afastar dela.

     No abraço da sua mãe adotiva, Ley quase conseguia sentir a presença de Cedric com elas.

     O estrondo de vidros a partirem-se fê-las afastarem-se, assustadas. A estufa de vidro destruiu-se com o impacto de sombras negras a rodearem-nas, a gargalhada histérica de Bellatrix Lestrange a inundar o espaço.

     Ainda assim, foi os olhos negros de Amanda Lovelace que aterrorizaram mais Ashley.

- Ashley, foge.- ordenou Cecilia, colocando-se à frente dela.

- Afasta-te dela, Cecilia. - disse Amanda, com um sorriso cínico no rosto - Não queres problemas, pois não?

- Já perdi um filho, não vou perder outro.

     Ley ergueu a varinha, lançando um Feitiço Protetor à sua volta e à da mãe. Em conjunto, os Devoradores da Morte atacaram-nas, os feitiços fazendo ricochete no escudo protetor, cada vez mais fraco à medida que os embates aumentavam.

      Da janela do quarto de Cedric, Ashley viu Amos Diggory observar a cena, trazendo nas mãos o uniforme de Quidditch do filho.

- Foi Amos.

     Cecilia olhou para ela, sem compreender.

- O quê?

- Foi Amos que os chamou. - explicou Ashley, lançando feitiços a torto e a direito, enquanto a Diggory fazia o mesmo, as costas unidas - Venha comigo. Podemos Desaparatar juntas...

- Não. Não vou deixar a minha casa nem o meu marido, independentemente do que ele tenha feito . - afirmou Cecilia, com firmeza - Quando eu contar até três, baixas-te, ouviste?

     Ashley assentiu.

- Um... Dois... AGORA! - berrou Cecilia - BOMBARDA!

     O poderoso feitiço atingiu o seu amado sobreiro em cheio, o impacto disparando as farpas do seu tronco em todas as direções. A árvore desfez-se em mil pedaços grossos de madeira, atingindo os Devoradores da Morte nos mais variados sítios.

     Um dos pedaços cravou-se no peito de Cecilia, que não tivera tempo de se baixar.

- Cecilia! - gritou Amos, saindo de casa às pressas.

     Ashley lançou novamente um Feitiço Protetor à volta delas, as mãos segurando o corpo de Cecilia. À pressas, retirou-lhe a grossa farpa do seu peito, deitando imediatamente a Poção de Estancar na ferida dela.

- Tens... de... ir...

- Não. - respondeu Ley, prontamente.

     Ergueu a varinha, deixando espaço suficiente na barreira para Amos entrar. Os Devoradores da Morte tinham sido atirados para longe pelo impacto do feitiço poderoso que Cecilia lançara, muitos deles jazendo no chão com a madeira atravessada no seu corpo. Amanda Lovelace, ao contrário dos restantes, não fora atingida mas não se mexia, parecendo até estar a impedir alguns Devoradores da Morte como Bellatrix Lestrange de se erguer.

     Os olhos negros da Lovelace fitavam Cecilia quase com...

     Preocupação.

- Vá com ela para o St. Mungus. - ordenou Ley para Amos, friamente - Agora.

     O homem assentiu. A mão de Cecilia apertou a de Ashley como que em protesto. Com um breve aceno, Amos Desaparatou, levando a mulher consigo.

     Antes que os Devoradores da Morte a pudessem atacar, Ashley fez o mesmo, com o coração nas mãos pela mãe adotiva que acabara de ter de volta.

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