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Capítulo 1

      O líquido encarnado no seu copo minúsculo escorreu como fogo pela sua garganta abaixo. Se fosse há alguns meses, a bebida alcoólica tê-la-ia feito engasgar-se, visto nunca ter bebido na vida.

     Agora, o Whisky de Fogo era o seu melhor amigo.

     Os olhos âmbar dardejaram o local com descrição. O bar era escuro e frio, parecendo de alguma forma pouco convidativo. Por isso, estava cheio deles.

      Devoradores da Morte.

      Ashley Hufflepuff, a qual abandonara de vez o sobrenome dos Diggory para os proteger, fitou os olhos azuis do dono e empregado do bar "Cabeça do Javali". Quem quer que o observasse, nada teria a dizer sobre o homem, a não ser em relação à sua pouca conversa e dificuldade em olhar alguém nos olhos.

     Mas a morena dos cabelos cacheados não era qualquer pessoa; era uma mulher de histórias, da curiosidade aguçada, do sorriso alegre e acolhedor que outrora exibira sempre no rosto.

- Já não bebeste o suficiente? - questionou Aberforth Dumbledore, com uma cara de poucos amigos que Ley nunca encontraria no irmão dele.

- Estou apenas a manter o disfarce, Aberforth. - respondeu, com calma - Não me atrapalhes.

- A Ordem está a recrutá-los cada vez mais jovens, hein?

     Ashley pestanejou, encolhendo os ombros.

- O sentido de idade desvanece-se quando perdes toda a tua família. Devias saber isso melhor do que ninguém. - fez uma pausa, gesticulando - Traz-me outro, por favor.

     O mais velho assentiu, afastando-se. Quando regressou, pousou-lhe o copo à frente e Ashley torceu de imediato o nariz.

- Eu pedi Whisky...

- Sumo de morango faz o mesmo efeito, moça. Agradece por eu sequer ter isso aqui.

      A Hufflepuff bufou, embora sorrisse.

- Como se não bebesses isso todos os dias ao pequeno-almoço!

      Os dois Devoradores da Morte no canto da sala levantaram-se, passando por Ashley em direção à porta. A morena bebeu o copo de sumo de um trago, puxando o capuz para cima, os cabelos cacheados firmemente atados num coque para evitar que a reconhecesse. Hogsmeade estava mergulhada na escuridão e as suas roupas pretas misturavam-se com o cenário, a pele caramelizada perfeitamente imersa nas sombras.

      O homem da direita ria de qualquer coisa, enquanto o da esquerda permanecia em silêncio. Ashley seguiu-os, sem silêncio; havia uma tensão no ar, uma quietude pouca caraterística de Hogwarts, principalmente àquelas horas. Numa noite normal, Hogsmeade estaria preenchida por velhos, jovens e adultos que regressavam do trabalho e queriam beber um copo com os amigos ou comer em família num lugar diferente da sua casa. Naquele momento em específico, não havia ninguém na rua, a não ser por Ashley e os dois Devoradores da Morte à sua frente.

       Os tempos normais há muito tinham desaparecido, graças a Lord Voldemort.

      Os homens viraram a esquina, sem notarem na mulher que os seguia. Havia uma certa invisibilidade na figura de Ashley, a qual a agradava.

      Por fim, pararam num beco sem saída. Iriam separar-se para Aparatarem em diferentes sítios. Yaxley era um membro do Ministério, um dos responsáveis por, lentamente, envenená-lo e colocar discretamente Voldemort no poder. O outro era-lhe desconhecido; devia ser dos poucos que nunca aparecera nos jornais, possivelmente uma nova aquisição. Era irrelevante; assim que Yaxley Aparatou e abandonou o amigo, Ashley ergueu a varinha, apontando na direção do homem que restara:

- Stupefy!

       O Devorador da Morte caiu ao chão, inconsciente. Ashley olhou em volta, certificando-se que ninguém viria atrapalhá-la. Lentamente, aproximou-se do homem, colocando-lhe as mãos em frente ao corpo e invocando cordas mágicas para as atar. A custo, puxou-o para cima, obrigando-o a sentar-se. A luz do candeeiro mais próximo era fraca o suficiente para Ley não ter receio de ser vista, o seu corpo colocado propositadamente em contra-luz.

      A pequena bolsa à sua cintura tilintou enquanto retirava de lá o frasco que desejava. A poção Veritasserium brilhava com o seu tom prateado, mostrando quão poderosa e bem feita era. Sem pressa, Ashley depositou duas gostas na boca entreaberta do homem, guardando o resto com todo o cuidado de volta ao seu kit de poções. Depois, retirou outro frasco de vidro, deitando o conteúdo que restava na boca do Devorador da Morte, fazendo um trejeito de desaprovação ao notar que já acabara.

       A Poção Revitalizante acordou o homem de imediato, que arregalou os olhos, assustado com a figura negra à sua frente. Parada a alguns metros dele, Ashley sorriu ao ver a sua tentativa de fuga, completamente inútil.

      Fizera aquilo vezes suficientes para saber que era impossível as suas presas escaparem.

- Onde está Laurel Ravenclaw? - questionou, esperando a Poção da Verdade fazer efeito.

      O homem engasgou-se, os olhos revirando-se nas órbitas, algo que acontecia sempre. Não houvera nenhum Devorador da Morte que não tentara resistir à Poção, sem sucesso.

- Não sei. - respondeu, ao fim de uns minutos - Não estamos autorizados a saber essa informação.

      Ashley afastou-se, cerrando os punhos. Era sempre a mesma resposta, uma e outra vez. Por fim, a mesma pergunta:

- Quem sabe?

      Nunca ninguém sabia. No entanto, aquele era diferente. Aquele sabia.

- Os Malfoy. - balbuciou o Devorador da Morte, o rosto adotando um tom arroxeado pelo esforço que fazia para não falar - E as Lovelace. São os únicos que têm informações sobre essa moça...

- As Lovelace...?

      O coração de Ashley apertou-se, não por pensar em Meredith, algo que fazia com frequência mas por outro motivo. O homem falara no plural. A seguir, a confirmação.

- Amanda e Meredith Lovelace. São as Lovelace, muito leais ao Senhor das Trevas...

      Uma tontura assolou o corpo da morena, que cambaleou para trás, apoiando-se na parede atrás de si. Apanhando-a distraída, o homem debateu-se, sentindo as cordas afrouxar à medida que Ashley combatia o medo que a paralisava.

      Amanda Lovelace.

      Ley ergueu os olhos a tempo de se desviar dos braços do homem, que a tentaram agarrar. Antes de o prender, a morena retirara-lhe a varinha, deixando-a caída a vários metros dele para que ele não a alcançasse facilmente.  Ashley ergueu a própria varinha, enquanto o homem lhe virava as costas, os olhos colocados na sua varinha. Pontos pretos encheram a visão da Hufflepuff, impedindo-a de mirar o seu alvo ao proferir:

-Atordoar!

     O homem desviou-se facilmente, o feitiço embatendo no caixote do lixo mais próximo. Quando a visão dela clareou, sentiu o rosto empalidecer ao ver a varinha dele apontada a si, um sorriso cruel espalhando-se pelo rosto do seu inimigo.

- Expelliarmus!

      A varinha de Ashley fugiu-lhe dos dedos. Antes que o próximo feitiço a acertar-se, a jovem atirou-se ao chão, rebolando para se desviar.

     Rangeu os dentes, amaldiçoando-se a si própria. Onde é que a sua varinha tinha ido parar?

- O Lord vai ficar feliz quando te entregar, Ashley Hufflepuff. - disse o homem, aproximando-se dela de varinha em riste - Muito satisfeito mesmo.

     Os olhos âmbar de Ley arregalaram-se, fixos na varinha que a ameaçava, sem a deixar escapar. O capuz caíra-lhe, deixando o seu rosto visível. Qualquer Devorador da Morte e reconheceria; com Draco Malfoy e Severus Snape do lado de Voldemort, todos os aliados de Harry Potter tinham tido o seu rosto mostrado aos restantes Devoradores da Morte, de forma a serem reconhecidos facilmente.

      Quem quer que estivesse do lado de Harry era um alvo e Ashley sabia disso.

     O homem à sua frente engasgou-se, caindo lentamente para o lado. Atrás de si, Remus Lupin encarava a rapariga caída no chão com desaprovação, a varinha em riste ainda apontada ao Devorador da Morte inconsciente perto de si.

- Já chega. - ordenou o seu antigo professor de Defesa Contra as Artes Negras, a voz resoluta.

      Ashley pôs-se de pé, com uma expressão impassível no rosto. Por baixo das suas calças pretas, conseguia sentir os joelhos feridos por ter embatido com força no chão, os seus cotovelos igualmente esfolados. Nalgum momento da luta, mordera o seu próprio lábio e agora sangrava, as gotas sujando o seu casaco preto.

- Obrigada mas eu safava-me sozinha. - conseguiu dizer, piscando os olhos para afastar as dores que sentia no corpo - O que fazes aqui?

     Remus ergueu a sobrancelha e Ley soube a resposta, franzindo o sobrolho quase que de imediato.

- Estavas a seguir-me?!

- Não, mas Aberforth disse-me que estavas aqui de novo. Já lá vão dois meses, Ashley. Não estás a arranjar novas informações...

- Leva-me para casa e eu dou-te as novas informações. - cortou ela, rudemente.

     O lobisomem prensou os lábios, rodeando o seu braço no dela. Exausta, Ashley apoiou-se nele, fechando os olhos.

      Juntos, Desaparataram.

**

      A água quente escorria livremente pelo seu corpo, sem que ela realmente sentisse. Os restos de sangue e terra misturavam-se aos seus pés, as pontas dos seus caracóis molhados fazendo cócegas nos seus ombros.

      Ashley sentia-se cansada.

      Ao sair do chuveiro enrolada na toalha, a morena ouviu a voz animada de Tonks, seguida da voz baixa e calma de Remus. Ambos pareciam alheios ao facto de faltar alguém. Ambos pareciam ter esquecido que nem sempre tinham sido só os dois.

     Nem sequer tinham esperado que Laurel aparecesse para se casarem.

     A Hufflepuff vestiu vagarosamente as roupas que ali deixara quando se mudara para a casa de Remus e Tonks. O nº12 de Grimmauld Place parecera sentir o rapto da sua legítima dona e expulsara Ashley e Remus de lá, as malas de ambos aparecendo magicamente à porta da casa numa mensagem clara e objetiva: só Laurel Ravenclaw e Harry Potter tinham direito a lá viver.

     Sem ter para onde ir e recusando o gentil convite de Molly Weasley para ficar com a sua família, Ashley ficara com Remus na pequena casa que ele partilhava com Tonks. Os dois eram encantadores juntos mas ela não conseguia deixar de se sentir melindrada por se terem casado sem Laurel.

     Afinal de contas, Remus era o pai dela.

- Como te sentes? - perguntou-lhe assim que ela adentrou a sala onde estavam.

- Cansada. - respondeu Ashley, prontamente - E terrivelmente assustada.

      Remus trocou um olhar com Tonks, uma mania que os casais pareciam adotar rapidamente. O estômago de Ashley embrulhou-se.

     Ela fazia exatamente a mesma coisa com Meredith.

- Amanda Lovelace está viva. - sussurrou, sentindo o pânico invadi-la quase que de imediato.

      Lupin levantou-se, o rosto transtornado. A mente quebrada de Ley demorou a processar os braços que a envolviam, o instinto protetor de Remus ativo como se ela fosse sua filha.

- Como é que isso é possível? - questionou Tonks, indignada - Eu própria entreguei-a ao Ministério. Eu estava lá quando os Dementors lhe deram o Beijo. Eu vi!

- Tens a certeza? - perguntou Remus, baixinho.

     Ashley assentiu.

- A Poção da Verdade não mente. Ele disse aquilo com muita convicção, deve tê-la visto nas reuniões... - prensou os lábios, visivelmente perturbada - Os Malfoy e as Lovelace são os únicos com informações sobre a Laurel, os restantes não têm autorização para saber ou se chegar a ela.

- É bom saber qualquer coisa para variar. - comentou Tonks - Andamos há tanto tempo à procura dela...

- Sim mas já chega, Ley. És um alvo a abater e sabes disso. Não quero que corras riscos...

- Eu preciso encontrá-la, Remus. - Ashley abanou a cabeça, sentindo as lágrimas subirem-lhe aos olhos - Eu senti-a. Eu senti a dor dela, ele fez-lhe alguma coisa...

      Aquela dor. Assolara-a por completo e quase que ouvira os gritos de Laurel na sua cabeça, embora tal não fosse possível. Ashley sentira a dor de Laurel como se fosse sua, uma dor tão intensa que não se conseguira levantar por dias.

      Ela tinha de a encontrar.

- Preciso ir. Amanhã vou tentar encontrar o rasto dos Malfoy...

- Não vais a lado nenhum. - negou Remus, afastando-se dela - Não vais continuar a caçar Devoradores da Morte sozinha. Amanhã vamos retirar Harry da casa dos tios...

- E eu vou com vocês, com certeza algum dos Malfoy vai lá estar e eu apanho-o! - exclamou Ashley - Não me vais impedir...

- Podes ter a certeza que vou. - Remus fez uma pausa, o rosto coberto de novas cicatrizes - Ou achas que a Laurel alguma vez me perdoaria se te acontecesse alguma coisa?

      Os dois fitaram-se, os olhos faiscando. Tonks suspirou, passando as mãos pelos cabelos cor de rosa, sentindo-se estranhamente cansada, algo cada vez mais frequente.

- Remus, querido...

- Não és meu pai. - atirou Ashley, irritada - És o pai da Laurel e não estás a fazer nada para a encontrar...

- Nem te atrevas. - rosnou Remus, visivelmente alterado - Todas as noites estou na rua à procura dela. Passei semanas a vigiar as residências de todos os Devoradores da Morte conhecidos, incluíndo os Malfoy e nunca a encontrei. Não me digas que não estou a fazer nada, Ashley Hufflepuff, porque ambos sabemos que isso não é verdade.

- Estás a desistir! Desististe no momento em que casaste com a Tonks sem a presença da tua própria filha! Ela não está morta, sabias?!

      Remus não respondeu, nem Ashley esperou que ele o fizesse. Ambos sabiam que estavam a descarregar as suas frustrações um no outro e nenhum sentia qualquer remorso por isso.

     Viviam tempos de Guerra e nenhum dos dois estava preparado para o que isso acarretava.

- Até amanhã. - despediu-se Ashley, secamente.

      Antes de fechar a porta do quarto de hóspedes onde se encontrava, Ley ouviu o soluçar de Remus, o coração doendo por ele. Fechou os olhos, recordando a dor que sentira e que sabia não lhe pertencer.

     Ela tinha de encontrar Laurel.

     Desse por onde desse.

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