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Epílogo

5320 palavras

Por Edan

Férias de fim de ano, finalmente.

Passei por tantas coisas esse ano, eu poderia jurar que desse ano eu não passaria... Ou no mínimo, eu iria enlouquecer em algum momento. Esse foi, com certeza, o ano mais louco da minha vida.

E pensar que houveram tantas mudanças, tantas coisas acontecendo no decorrer do ano. Dessa vez, as coisas foram diferentes do que eu esperava que fossem, muito mais movimentado do que eu poderia imaginar. Gostaria que as coisas tivessem sido um pouco mais calmas, mas duvido que fosse assim, acho que eles não deixariam que fosse dessa forma.

Nenhum deles deixaria.

Todos, minha irmã Raquel, meu melhor amigo Leandro, e a chata Anne. Além disso, nosso grupo aumentou um pouco, Iris, Tamires e Carol agora costumam ficar próximas de nós. Todos tentaram cuidar de mim por todo esse tempo, da mesma maneira que ao meu jeito, tento cuidar deles. Claro que no começo eles agiam igual um bando de desajustados, tudo que faziam só conseguia me incomodar ainda mais. Mas entendo os motivos deles. Eu sempre entendi, mas nunca quis aceitar que se preocupavam comigo.

Minha vontade era... Ainda é, que todos eles sejam felizes, que tenham um futuro agradável, que possam viver, e antes eu me enxergava apenas como um peso para todos.

Admito que ainda me sinto um pouco dessa forma, apenas um peso. Mas normalmente tentam me fazer pensar o contrário, de que realmente sou necessário a eles, todos me querem por perto, e nesses últimos meses, eles me mostram isso cada vez mais... E quando Anne escuta esses meus pensamentos, ela faz questão de gritar na minha mente que as coisas não são assim, que não sou um fardo.

Continuo sério da mesma forma que antes, minha cara de tédio para tudo não mudou em absolutamente nada. Mas pelo menos, isso é apenas por fora, graças a todos me sinto melhor do que antes. Agradeço a eles por tanto tempo perdido apenas se dedicando a mim.

Não sei como, mas tentarei fazer com que toda essa dedicação deles valha a pena.

Olho para o lado, vendo todos em uma conversa animada, mas não faço a menor ideia do que falam nesse momento. – ... E sabem o que mais? – Raquel diz, abraçando sua própria mochila de maneira bem animada – Só acho que devemos viajar em algum momento. Temos tempo de sobra para isso.

- Mas viajar? – Leandro choraminga – Eu quero é poder dormir até tarde para recuperar todo o meu sono perdido. Fora que meu trabalho não vai dar moleza.

- Não precisa ser dentro da semana. – Raquel se justifica, dando pequenos pulos de animação. Olho em volta, pensando se estamos chamando muita atenção na rua. Por sorte não estamos, o lugar nem está muito cheio. – Podemos ir sexta-feira a noite para uma praia, ou alguma cidade perto com lugares bonitos, e voltamos no domingo de noite.

- Eu apoio a ideia! – Anne diz, envolvendo meu braço com o seu. – Acho que precisamos mesmo de uma viagem para descansar a cabeça. Essas últimas semanas foram pesadas. Eu achei que iria tomar bomba.

Leandro da uma risada – Quem não achou isso com biologia e filosofia. Aquelas provas foram um verdadeiro pesadelo.

- Seu problema foi com filosofia? – Carol diz em um tom cansado. – Espera para ver o que física e biologia do terceiro ano reservam.

Iris da risadas tímidas – É tão ruim assim?

- Se é ruim? – Carol arqueia as sobrancelhas – Imagina ter que entender toda a lógica de DNA e RNA, e ainda ter que decorar, fora umas coisas de genética de vírus... E eu lá sei o que isso significa?

- Sua sorte que não vai ter que cursar isso – Tamires comenta com uma gargalhada, passando um braço em volta dos ombros de Carol – Porque se fosse, menina, teria que ver muito mais do que só isso.

Carol revira os olhos, e balança a mão em desdém – Obrigada, mas eu dispenso.

Vejo Iris dando um suspiro, pendendo o corpo um pouco para frente – Ano que vem sou eu quem passará por tudo isso... Socorro...

Todos, com clara exceção de mim, começam a rir com o que Iris disse. Tamires sacode uma mão como se isso não fosse nada – Ah, relaxa. Não será uma tortura tão grande assim.

- Não? – Iris arqueia uma sobrancelha, enquanto ajeita o fone de Leandro em seu pescoço com uma das mãos – Então por gentileza, pode me explicar por qual motivo a Carol saiu cantando "We are Champions" hoje?

- Porque minha cara, isso definitivamente é uma tortura! – Carol diz convicta. – Eu falo isso tudo, mas nem sei o que a faculdade reserva.

- Entenderam agora? É por isso que todos nós precisamos de um descanso. – Raquel diz em satisfação. Ela da risadas como se acabasse de se consagrar vitoriosa – E para isso, uma viagem é uma boa ideia!

Dou um suspiro de puro tédio, e balanço a cabeça negativamente – Você está interessada demais em uma viagem. Poderíamos ficar descansando por aqui mesmo...

- De jeito nenhum irmãozinho. Pense que passamos um ano inteiro aqui, temos que respirar ares novos, viver. Termos histórias para contar! – Olho para minha irmã, cerrando meu olhar. Esse tom animado de Raquel quase me convence. Quase. – Pode se inspirar na Carol e na Tamires. De histórias para contar, essas duas tem aos montes.

- Isso foi um elogio? – Carol questiona gargalhando.

- Gosto de pensar que sim. – Raquel da de ombros, rindo junto com Carol.

Tamires me olha de canto – Você nos conhece fantasma, acho que da para confiar um pouco.

- Vou pensar nisso. – Digo simplesmente, enquanto Raquel pula para meu lado e me abraça apertado, quase me sacudindo. – E não adianta me adular para mudar minha decisão.

- Eu sei seu mala, só estou sendo carinhosa com você. – Ela diz rindo, me soltando levemente.

- Suspeito você ser carinhosa logo após uma proposta de uma viagem, não acha? – Questiono, erguendo uma sobrancelha para ela.

Leandro e Anne acabam rindo, e minha irmã faz uma expressão de ofendida. As demais apenas nos assistem, se divertindo da minha interação com Raquel – Não diga isso de mim, eu apenas estou demonstrando todo meu afeto por você.

- Sei... – A observo de soslaio, mantendo minha expressão de tédio. Respiro fundo, retribuindo o abraço de Raquel e acarinhando seu cabelo devagar – Como eu disse antes, pensarei nisso. Te darei uma resposta logo.

O rosto da minha irmãzinha se ilumina. – Quando decidir, me avise. Estarei esperando.

Passo o olhar por Leandro, Iris e Anne – Já sei quanto a Carol e a Tamires... E quanto a vocês, pensam em ir?

- Tentarei... Mas não vou prometer antes da hora e acabar furando com vocês. – Leandro diz, dando de ombros. Acredito que é uma desculpa para ficar mais com Iris.

- Com certeza eu vou. – Anne diz rindo, me abraçando forte. Ela me olha com um sorriso de canto em seu rosto – Você pensa em ir, não é? – Ouço sua voz em meus pensamentos.

Acabo dando um pequeno sorriso que somente Anne consegue ver – Penso sim. Apenas estou irritando Raquel ao dizer que "vou pensar".

Vejo que ela me da um sorriso, e então encosta no meu ombro.

Desde muito tempo, essa se tornou a nossa forma de conversarmos em particular. Desde que surgiu esse elo entre Anne e eu, tudo se tornou ainda mais forte a cada novo dia. Neguei muito antes de realmente acreditar na lenda das Rosas Gêmeas, mas... Depois de tudo que aconteceu, tudo que passamos... Os tempos que Anne ficou no hospital, a ligação que tínhamos com cada uma das duas rosas, o cara do casaco, ter morrido e voltado a vida...

Lembrar disso me causa uma sensação estranha no peito.

Olho para todos, estamos nos despedindo já. Pelo que pude pescar das conversas, existe algo marcado para hoje. Saímos e nos encontrarmos mais tarde, depois que Leandro sair de seu trabalho e irmos andar juntos no parque. Parece que vai haver alguma apresentação lá, e estão todos ansiosos para ver.

Eu poderia passar por esse evento totalmente despercebido, mas acho que será melhor eu ir. Pode ser divertido, quem sabe?

Observo atentamente todos do nosso grupo, cada um já se afasta de nós, todos rumando para suas casas. Olho para Anne, ela da um sorriso para mim. – Então, quer que eu passe na sua casa para irmos juntos? – Ela me questiona.

- Acho que sim. Eu pensei em ir até a sua antes... – Digo, passando uma mão pelo queixo, um pouco pensativo. – Talvez dar um oi aos seus pais. Sei lá.

- Você viu eles ontem criatura. – Anne da risadas, e apenas dou de ombros.

- É verdade... – Digo, um pouco sem graça, mas não sei bem o motivo disso – Estou indo bastante a sua casa ultimamente...

Anne me da um sorriso carinhoso – Verdade, eu não reclamo nenhum pouco disso. Meus pais te adoram, e você sabe muito bem disso.

- Que tipo de péssimo namorado eu seria caso eles não gostassem de mim? – Questiono, dando um sorriso de canto, tocando o rosto de Anne e fazendo um leve carinho.

- Não sei, porque péssimo você não é. – Anne me da um sorriso tímido. Ela vira um pouco seu rosto como se estivesse sendo manhosa, mas então me olha de canto por alguns segundos, sem me dizer nada. É algo que ela faz, que eu simplesmente adoro – E aliás, por sempre ir, hoje é minha vez de ir na sua casa.

Assinto com a cabeça. – Está certa... A partir de que horas você estará livre?

Vejo Anne passando uma mão pelo rosto, claramente pensativa – Indo para casa, eu acho que fico livre só depois das duas da tarde.

- Bem, eu... Fico livre sempre, você sabe... – Digo dando de ombros.

Anne abaixa seu olhar. – Sim, eu sei... – Ela chega perto de mim, colocando suas mãos em meus ombros e me dando um suave beijo – Te encontro mais tarde.

Anne se afasta em passos calmos, me dando um pequeno aceno. Ela se vira e segue andando em direção a sua casa em passos lentos.

Antes que eu possa perceber, meus pés se movem – Ei Anne, espera! – Digo, chegando perto dela novamente. Ela me observa por cima do ombro, com um olhar curioso. – Por que não vem direto para casa comigo? Tem bastante coisa sua por lá, se quiser pode tomar um banho e se trocar lá em casa mesmo.

Ela me da um sorriso – Tem certeza? Não quero ser um incomodo.

- Você não é um incomodo... Não mais. – Digo, pegando sua mão. – Claro, apenas se quiser.

Um sorriso surge em seu rosto. – Com certeza, quero e muito. – Anne se aproxima, me abraçando, enquanto nossas mãos se unem, e tomamos o caminho de volta para minha casa.

Por durante todo o percurso, mantenho meus olhos nela. Nos tornamos muito mais próximos desde que Anne deixou o hospital meses atrás, e de lá para cá, ela seguiu melhorando de uma forma impressionante para todos nós. Foi como se a doença dela nunca tivesse existido.

Em menos de uma semana, Anne já estava praticamente igual antes, mas precisou de mais algum tempo para se recuperar totalmente, e o mesmo ocorreu comigo. Eu consegui sentir a mesma vida que existia nela, não... Ainda mais do que antes. Eu não sinto mais nenhum tipo de male dentro de Anne, nem nada que a deixe com medos, eu realmente sinto que Anne está verdadeiramente bem nesse momento, e isso me alegra.

Seguimos nossos passos de volta a minha casa, e a medida que nos aproximamos, sinto um aperto no meu peito. Ele cresce a cada novo passo, e sempre quando chego em frente de casa, essa mesma sensação insiste em querer explodir.

- Ei Edan... – Anne me chama, apertando minha mão bem de leve. Percebo seu olhar preocupado, ela sabe como eu estou me sentindo. – Como você está?

Abaixo meu olhar, com todas as sensações gritando no meu peito e em minha mente. Dou um suspiro entristecido, enquanto saco as chaves do meu bolso – Não sei ao certo. A sensação de estar faltando algo ainda está aqui... Não sei explicar, mas é presente, e muito estranha.

Abro o portão e permito com que Anne entre. Percebo como os olhos dela se perdem pelo chão e um semblante triste surge em seu rosto. Anne consegue sentir tudo que eu sinto, e nesse momento, isso também é compartilhado. Apesar de estranho e eu dizer que não sei explicar, nós dois sabemos o motivo dessa sensação.

A ausência dos meus pais.

- Me desculpe por tudo que te fiz passar... – ela diz em um tom baixo.

- Não precisa se desculpar... Você sabe como as coisas foram... – Digo na mesma altura, fechando o portão atrás de mim e a acompanhando.

- Não importa quantas vezes eu venha aqui, continua sendo estranho... – Anne diz em um sussurro, parando de andar e me abraçando. Sinto o desconforto que ela sente nesse momento, um que eu entendo completamente.

- Sei muito bem como se sente... – Digo dando um suspiro. – Estar aqui sem eles faz com que eu me sinta um pouco mal...

Antes, nós éramos capazes de sentir a presença dos meus pais na casa, porém algo havia acontecido, e logo após Anne ser internada, eu não fui mais capaz de sentir. Eles haviam ido embora, e depois que Anne recebeu alta, continuei sem sentir a presença deles... A ausência dos meus pais causa isso... Não, essa é a consequência.

Consequência da minha escolha.

No primeiro momento que Anne ficou sozinha comigo, conversei com ela sobre o que havia acontecido após sua cirurgia... Contei a ela tudo, os dias que passei esperando por ela, os acontecimentos, a forma como todos esperamos por ela, os encontros com o cara do casaco... Como eu enfraqueci, e até o momento em que eu morri ao seu lado... Que pude reencontrar com meus pais, e por fim a escolha que precisei fazer.

Aquela escolha... Ou permanecer morto e continuar junto com meus pais, ou voltar à vida e continuar com Anne... A escolha que fez meu coração e minha alma doerem de uma maneira que eu jamais imaginei sentir.

Ainda hoje eu sinto o peso dessa escolha, eu não os sinto mais, e nunca mais poderei sentir meus pais perto de mim. Sei que estarei sozinho pelos meus dias.

Eu sinto falta de ambos, lembrar deles é algo que me dói cada vez que lembro. Sinto que é uma ferida em meu coração que nunca irá se curar por completa. A falta deles é uma marca que levarei pela minha vida... O conforto que tenho é que pude encontrá-los pela última vez.

Lembro-me como eu chorei quando contei isso a Anne... E a mesma vontade de chorar me volta nesse momento, mas eu prendo isso dentro de mim.

Anne sabe que eu a escolhi, que uma vida com ela foi o que eu escolhi naquele momento. E em troca dessa escolha, eu precisei sacrificar meus pais.

Sim, me sinto feliz por novamente estar com Anne, por poder continuar vivendo com ela por perto. É uma chata que faz meus dias serem diferentes...

Porém eu não me sinto totalmente feliz... Eu sinto que algo importante não existe mais, uma lacuna em minha vida que não existe um meio para preenchê-lo, esse espaço vago é devido à perda deles... Ao sacrifício que precisei fazer... Isso me causa uma tristeza profunda.

Esse é o peso de minha escolha... E eu devo carrega-la.

- Ei, Edan... – Ela diz, escondendo seu rosto em meu ombro, me abraçando ainda mais forte nesse momento – Eu não sei o quão difícil isso pode ter sido para você quando precisou fazer sua escolha... Mas saiba que eu não vou te decepcionar por me escolher... E você não está mais sozinho, estou aqui para você...

Dou um pequeno sorriso, segurando sua mão e beijando sua testa – Eu sei, da mesma forma que estou aqui para você... E não vou mais sair do seu lado...

Anne me da um pequeno sorriso. Entrego a chave da porta da sala, que ela prontamente abre, e entra em casa, e eu a acompanho um pouco atrás. Ela me olha, me fazendo ficar perdido na cor de seus olhos e me dando um sorriso. – Eu te amo, meu idiota.

Sorrio da mesma forma, olhando para ela. Chego perto, tocando seu cabelo, sentindo ela perto de mim, tendo certeza de que Anne está realmente comigo. – Eu te amo, minha chata.

Ela me abraça forte por mais uma vez, e logo retribuo. – Eu vou lá tomar um banho, o que acha de almoçarmos e vermos um filme antes de sairmos?

- É uma boa ideia. – Digo, mexendo em seu cabelo – Eu preparo o almoço e você acha o filme.

- Pode deixar, depois do banho, é claro. – Ela diz rindo, seguindo ao meu quarto, onde ela deixou uma parte das roupas que trouxe nas várias outras vezes que dormiu aqui.

Fico a observando enquanto ela saí do meu quarto e vai ao banheiro, mantendo um sorriso para mim. Assim que Anne sai do meu campo de visão, vou a cozinha preparar algo para o nosso almoço de hoje. Bem, devo improvisar algo.

Nesse momento que vasculho a geladeira em busca de algo para nosso almoço, eu penso em algo. Anne me disse uma coisa curiosa... Ela me comentou que, apesar de muito fraco, ela conseguia me sentir ao seu lado em alguns momentos. Era como se estivesse descansando em um espaço escuro, adormecida presa dentro de seu próprio corpo. Esse espaço escuro me lembra muito os pesadelos que eu costumava ter, e que nunca mais se repetiram...

E ela me disse mais algo, que antes de despertar novamente, ela acordou nesse mesmo espaço vazio. E o cara do casaco estava ali com ela, ambos trocaram palavras que ela não se recorda. Eu vi em seus pensamentos, e a confusão que esteve aparente em seu rosto era verdadeira. Anne realmente não se lembra do que falaram.

Além disso, existe esse detalhe. Desde aquela última vez, o cara do casaco nunca mais apareceu. Não houveram mais relatos de que ele foi avistado pela cidade, muito menos interagiu com algum de nós. Não senti mais a pressão estranha quando ele está por perto, e o clima nunca mais ficou maluco como nas vezes que ele surgia... Ele simplesmente desapareceu.

Não sei ao certo como opinar sobre isso.

Bem, acho que isso não importa mais. Minha mente vagueia a outras coisas.

Imagino como ficaram as coisas para Leandro. Apesar de brigar muito com todas os novos equipamentos, ele acabou mudando de emprego para uma outra empresa, algo que envolve pagar mais, além de horários mais flexíveis. Ele decidiu por tomar um rumo como um gestor financeiro, e já começou um plano de carreira para seguir com esse futuro... E Iris sempre apoia ele nisso.

Sobre o namoro de Leandro e Iris. Eu não esperava que ele fosse se dedicar tanto ao seu namoro como faz hoje. Ele continua sendo alguém que gosta demais de valorizar seu próprio corpo, até está pensando em entrar em alguma academia, mas pela forma que age, ele se dedica muito a Iris. Em uma das vezes que saímos apenas nós dois, ele disse que é louco por ela, e talvez tenha a ideia de se casar com ela em algum momento. E pelo que vejo em Iris, a vontade parece ser mútua. Particularmente, eles estão muito bem, mas parece que juntos, eles fazem algo maior acontecer. Esses dois se adoram, então, por que não?

Se é isso que os farão felizes, então com toda certeza, irei apoiar eles.

Dou um pequeno sorriso ao pensar nisso, enquanto preparo bistecas picadas para mim e Anne. Quem diria que meu melhor amigo, que antes amava sair para farrear, agora está amarrado. Estou ficando velho.

Penso nesse momento na minha irmã. Raquel continua sendo a doidinha de sempre, e em muitos momentos, apesar de ser meio carrasca como uma irmã mais velha, ela também se demonstrou cada vez mais carinhosa comigo. Já aconteceu de ela me colocar em seu colo apenas para ficar fazendo carinho em mim, sem dizer absolutamente nada. Foi diferente estar assim com ela, e a situação inversa também já aconteceu. Somos realmente irmãos.

Desde que ouve o problema com Fabiano e Raquel soube do meu "desempenho", ela me convidou para voltar a treinar com ela com mais frequência, disse que seria bom que eu voltasse a treinar para não ser sedentário e me defender. Após muita insistência dela... Eu decidi aceitar.

Ela terminou seu namoro com Ricardo, parece que eles tiveram algum desentendimento envolvendo familiares. Não sei ao certo por Raquel não querer falar, mas acho que ele insultou a família da minha irmã, e me incluiu não sei por qual motivo. Revoltada, Raquel terminou com ele, e decidiu seguir sozinha... Acho que ela fez o certo, minha irmã é tão autossuficiente que estar solteira ou namorando não faz diferença a ela.

Minha irmã é assim, apesar de ser sentimental lá no fundo, ela é alguém forte.

Avalio como está ficando o almoço, acho que as carnes estão prontas. Olho pela janela da cozinha, o dia está fazendo um sol quente, e apenas algumas nuvens negras surgindo. Mas faz sentido, desde cedo, apesar do calor, senti uma brisa fria. Acho que vamos precisar de uns agasalhos de noite.

Outra pessoa vem em minha mente, Tamires. Ela passou em um vestibular e ganhou uma bolsa de estudos em psicologia. Eu não esperava que ela tentasse seguir por essa carreira, mas quando sentamos para conversar sobre isso, ela demonstrou saber muito sobre essa área. Ela disse que um dos motivos é ouvir os problemas das pessoas na maior curiosidade, mas que deseja ser uma ajuda para essas mesmas pessoas. Ela também me comentou que quer ajudar pessoas que sofrem de depressão igual eu, e pensa em fazer o que puder para ajudar...

Se bem que, eu senti que havia algo a mais, ela pareceu demonstrar isso em seu tom de voz. Acho que Tamires me escondeu algo. 

Além disso, Tamires também terminou seu relacionamento. Ela disse que seu namorado novamente começou a dar problemas, e como eu fui responsável para que eles voltassem na primeira vez, tentei ver como a situação dos dois estava. Dessa vez não tinha desculpas, ele queria brigar por qualquer motivo, então minha recomendação foi que Tamires terminasse seu namoro, e foi isso que ela fez.

Depois do seu término, ela disse que não se sente pressionada e muito menos colocada para baixo como seu namorado costumava fazer. E é uma verdade, Tamires parece muito mais saudável depois de terminar com Paulo.

Carol por sua vez continua sendo uma figura curiosa de se lidar.

Ela costuma aproveitar as festas que já aproveitava antes, porém ela se tornou mais responsável de alguns tempos para cá, ela já não bebe tanto quanto antes. Mesmo sabendo que irei dar um apoio a ela caso ela tenha algum problema ou algo do tipo, Carol se mantém mais pé no chão que antes, mas ainda aproveitando como pode.

Ela continua solteira por escolha própria. Pelo que me disse, solteira ela pode aproveitar sua vida muito mais do que namorando.

Além disso, por começar sua faculdade de educação física ela disse que irá se dedicar mais. Ela tinha muitas duvidas sobre o que cursar, então eu fiz questão de ajudar ela a escolher.

Depois de conversarmos muito, percebemos que seu real objetivo se tornou virar uma instrutora de academias. E ela me demonstra que vai se esforçar muito por isso.

Todos eles estão bem encaminhados, mas não entendi o motivo de me agradecerem sempre... Na verdade, acho que entendo sim, eu estive ajudando a todos, de uma forma ou de outra, estive ao lado de todos, os apoiei quando precisaram, e eles também seguem me apoiando.

Eu fiz ótimos amigos... São complicados e me dão dor de cabeça, mas são ótimos amigos.

- O almoço está cheirando muito bem. – Escuto a voz de Anne atrás de mim. A observo por cima do ombro, e ela vem em minha direção, me dando um leve abraço. Percebo algo passando pela minha perna, e ouço alguns miados. Kayle veio junto de Anne, essa gata simplesmente adorou Anne e sempre estão juntas. São poucos meses, mas percebo como minha gata cresceu.

- Espero que esteja tão bom quanto parece. – Digo, erguendo uma sobrancelha. – Eu queria fazer uma lasanha, mas iria demorar muito para ficar pronta.

- Não se preocupe. Mais tarde eu te ajudo a fazer. – Anne me diz, dando um beijo no ombro, apoiando seu queixo no meu ombro. – Nossa, o clima lá fora ficou feio...

Viro meus olhos novamente pela janela. O céu está escurecendo devido a muitas nuvens escuras. Além disso, está ventando bastante. – Ficou mesmo, vai ser difícil sai assim... Mas olha ali. O Mítico está se divertindo bastante.

Aponto pela janela, e vemos Mítico correndo pelo quintal, brincando com as folhas voando ao vento. Acabamos rindo com o que vemos – Esse cachorro tem muita energia.

- Eu concordo, mas nesse tempo, é bom colocarmos ele para dentro. – Digo, passando uma mão pelo queixo.

- Deixa comigo. – Anne diz rindo, abrindo a porta da cozinha. – Ei garoto! Vem cá!

Fico olhando para Anne, e logo Mítico entra pela porta, correndo direto para a sala, e Kayle acaba indo atrás dele. Eu e Anne nos entreolhamos e acabamos rindo outra vez. Ela fecha a porta devagar, indo pegar os pratos logo em sequência.

Olho para Anne, refletindo por um momento. Posso ver dentro de sua mente vários vislumbres, mil coisas que ela sonha. Ela deseja viajar pelo mundo, conhecer lugares diferentes, comer coisas diferentes... Ela quer viver, ainda mais do que antes...

E em cada um dos seus pensamentos, Anne me vê ao seu lado.

E também... Desde que me lembrei de tudo, do tanto de coisas que já havíamos passado, algo se tornou diferente. Apesar de sentir que perdi algo, eu também vejo que algo importante de mim retornou, e trouxe de volta muita vida que achei ter perdido para sempre.

Da mesma forma que escolhi ela, Anne também me escolheu.

- Aliás Edan, e sobre seu tio? – Anne pergunta, vejo que ela já serviu nossos pratos, e já esquenta um deles no micro-ondas.

Meu tio Marcos e minha prima Gisele. Outros que, apesar de mil problemas, estão tentando ao máximo fazer com que as coisas deem certo. Gisele está procurando por um emprego de jovem-aprendiz para ela e o pai terem mais conforto em casa.

Infelizmente, Clarice retornou apenas para infernizar ambos, mas parece que meu tio já abriu um pedido de divórcio novamente. – Bem, meu tio está sobrevivendo. Pelo menos parou de beber, e a Gisele não é mais escrota comigo. As coisas estão indo como podem.

Um dos prato apita no micro-ondas, e Anne coloca o segundo, que imagino ser o meu. Ela me olha, dando um sorriso – Imagino que sim... E você?

- Eu? – Ergo as sobrancelhas.

- Sim, você. – Ela diz, chegando perto de mim. Ela encosta uma mão no meu peito, sobre meu coração. Anne me olha nos olhos. – Como você está, de verdade...

- Eu estou bem... Eu sentia muito mais dor antes... – Digo em um sussurro, segurando sua mão, apertando de leve. – As coisas eram difíceis antes, não que hoje não sejam... A falta dos dois ainda me dói muito, mas eu estou aprendendo a conviver.

Anne abaixa um pouco seu olhar. Ela imagina que tem culpa no que eu sinto hoje.

- Eu ainda me entristecido por tudo, pela forma que tudo aconteceu... Ainda sofro por tudo... É uma dor que eu sei que nunca vai passar, mas pude encontrar com eles uma última vez... – Dou um pequeno sorriso, levando os dedos ao queixo de Anne e erguendo seu rosto – Ter visto meus pais, falado com eles, poder abraçar e rir com os dois, matar a saudade que sentia... Vasculhar o os álbuns de fotos no guarda-roupa dos meus pais e confirmar o que minha mãe disse sobre meu pai ter escondido as fotos de cabelo grande... – Digo isso e nós dois sorrimos com a memória que compartilhamos juntos, pouco tempo depois de Anne se recuperar por completo. Fico feliz, ter achado essas fotos é algo que me fazem crer que aquele encontro com meus pais realmente aconteceu – Apesar de doer demais e me deixar triste, ainda é algo que também me deixa um pouco mais feliz, eu reencontrei com eles... Além disso, você está aqui Anne. Você me deixa um mais feliz também.

É verdade, eu não me sinto totalmente feliz vendo o que precisei sacrificar. Em ambos os caminhos, independente da escolha que eu fizesse, eu perderia a outra. Eu sofreria de uma forma ou de outra...

Mas é como minha mãe me disse, eu preciso continuar vivendo, não poderia parar minha vida por eles. E meu pai ainda disse que consigo ser mais forte do que ele era... E ambos continuariam comigo, mesmo que eu não pudesse enxergá-los.

De longe, eles continuam olhando e zelando por mim. Sei disso.

Será difícil, mas preciso continuar seguindo em frente. Meus pais confiam em mim, eles sabem que eu posso conseguir.

- Eu irei ficar bem, te prometo minha chata. – Digo, e Anne me da um sorriso.

- Acredito em você, meu idiota. – Ela sussurra, me abraçando e me dando um beijo. Ouvimos o apitar do micro-ondas, que atrai nossa atenção e interrompe nosso beijo. – Vamos almoçar, depois continuamos.

Dou uma risada, retirando o prato do micro-ondas – Certo, durante o filme nós dois iremos resolver isso. Irei cobrar em. – Me viro, e Anne coloca um talher no meu prato.

- Pode cobrar, se tiver tempo claro. – Ela diz, dando risadas e indo na minha frente.

Acompanho Anne, ouvindo o som da televisão, várias vozes e risadas. – Ué, você já deixou algo passando? Algum stand-up, seriado...?

Anne me olha por cima do ombro, negando com a cabeça – Não, quando vim para a cozinha, a televisão estava desligada. Não acho que o Mítico tenha ligado à televisão.

Cerramos o olhar um para o outro em total estranheza. "Algo está errado". É isso que ambos pensamos em nossas mentes. Nos viramos para a sala e seguimos juntos.

Anne para de andar a minha frente, e logo paro. Anne se vira para mim e me abraça. Nós dois olhamos para o mesmo ponto, o sofá. Mítico e Kayle estão deitados juntos, eles estão sobre o colo de alguém, que nos observa com um sorriso tranquilo no rosto.

- Edan... Anne... Que prazer reencontrar vocês... – O mesmo tom de voz tranquilo que nós já ouvimos antes. O cara do casaco. – Precisamos conversar.

Finalização

E ficamos por aqui, esse é o final de Rosas Gêmeas, a primeira das histórias da saga. O que acharam dela, de cada um dos momentos, dos acontecimentos, andamento, de tudo?

Espero que tenham curtido a história em cada momento, que tenha sido uma leitura agradável, que tenha sentido diversas coisas enquanto seguia a leitura. Seja animação, raiva, felicidade ou tristeza... Espero que tenha sentido e gostado.

E aqui é o fim dessa história. Logo trarei mais a vocês. O cara do casaco os aguarda.

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