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Capítulo 19

4709 palavras - Arco casais

- Definitivamente, o senhor era a última pessoa que eu esperava receber hoje tio Marcos. – Edan comenta, vendo o tio parado no portão em plenas 8 da noite. Notou que nas mãos do tio estavam várias pesadas sacolas, e teve a impressão de ter ainda mais no chão.

- Achei que já poderia ter uma ideia, eu te chamei só vinte minutos, e apertei a campainha mais cinco. – Ele responde rindo. Edan abre o portão para Marcos, que alcançando todas as sacolas, entra as pressas – Deixarei isso na cozinha.

- Onde conseguiu tudo isso? – Edan questiona, olhando para as pilhas de sacolas que o tio carregava.

- No mercado a umas quatro quadras daqui, aquele todo azul. – Ele entra, Edan o segue até a cozinha. Largando todas as compras na mesa, Marcos faz um pequeno alongamento antes de desabar em uma cadeira – Se a pergunta for sobre como consegui o dinheiro, não esqueça que eu trabalho igual a um condenado.

- Eu não me referia a isso, eu só...

- Claro, estou apenas brincando – Marcos ri, interrompendo o sobrinho – Alias, aquela sua amiga ruiva não veio dormir aqui hoje?

- Em uma hora dessas, ela está em casa, ou na casa do namorado dela.

- Ué, você não é o namorado dela? – Marcos questionou.

- Não, ela começou um namoro com um cara pré universitário lá do colégio. Isso já tem tempo.

Inconformado, Marcos balança a cabeça – Você foi muito burro, perdeu uma chance gigante Edan... – o rapaz apenas estranha o que seu tio disse – Bem, imaginei que você já estivesse sem nada nos armários.

- É, algumas coisas tinham acabado sim, e outras estão perto da metade. Eu já estava precisando ir no mercado.

- Não precisa mais ir, e também, foi um jeito de escapar da sua tia. Ela quase me bateu quando eu disse que não daria dinheiro para os shampoos caros e outras coisas dela.

- O senhor disse "não" para a velhota? – Questionou, erguendo as sobrancelhas. Vendo o tio apenas dar de ombros, ele teve sua resposta. – E como foi isso?

- Foi estranho e muito difícil. Me senti mal de ter falado não para ela, afinal eu amo ela... – Marcos coça a cabeça – Mas ver aquela cara de surpresa da Clarice, depois de tanto tempo, foi impagável.

- Acho que eu poderia gostar de ter visto isso. Como ela reagiu?

Marcos pensa, como se resgatasse da memória algo que aconteceu a muito tempo. – Primeiro a Clarice fez uma cara estranha, depois começou a berrar que eu sou obrigado a dar tudo que ela quiser, porque sou o marido, tenho que fazer todos os caprichos da esposa. Eu quase cedi nessa hora, mas consegui dizer que não daria nada a ela, que ser quisesse alguma coisa, que pedisse aos vários amantes dela. – Como se tivesse um peso em seus ombros, Marcos demonstra estar inquieto. Seu olhar vai de um lado ao outro.

Estalando os dedos, o rapaz puxa a atenção do seu tio – Você não parece satisfeito com o que fez. – Edan questiona. Seu tio se encolhe.

- É estranho a acusar de traição, e ela sequer se defender... Na verdade ela pareceu só concordar. Naquele momento, por mais que eu já soubesse, acho que perdi o chão.

Edan pensa sobre o que acabou de ouvir. Pensou e pensou, mas não sabia se realmente entendia seu tio, e sequer imaginava o que se passava em sua mente. As dificuldades que poderiam haver em um relacionamento não passavam na mente do garoto, muito menos de um relacionamento tão conturbado. O silêncio, e um erguer de ombros foi a melhor resposta que pensou.

Marcos se levanta, dando uma pesada suspirada – Não sei como estou me sentindo, mas irei ficar bem. Vou para casa e tirar um tempo para pensar.

- Se quiser, pode ficar mais um tempo por aqui. – Edan comenta, começando a guardar as compras nos armários.

- Não, a essa altura já não encontrarei sua tia em casa, posso voltar tranquilo. – Disse, saindo pela cozinha, levando a chave. Edan segue logo atrás. O homem não diz mais nada, ele respirou fundo e partiu pela rua de volta para casa.

Edan retorna para dentro, se jogando no sofá assim que fechou a porta. Sua mente viajou a respeito de seus tios. O que Marcos poderia estar pensando naquele momento? O que Clarice estará pensando? E sua prima Gisele, como se sente vendo seus pais se tornando inimigos a cada dia que passa?

Edan não entende exatamente a situação de seus tios, mais exatamente, acredita que não sabe o que aconteceu para as coisas acabarem assim para eles. O jovem sequer consegue se lembrar qual foi a última vez que viu seus tios sendo um casal de verdade, se é que isso tenha acontecido alguma vez. A mente de Edan começa a apagar, seus olhos pesam, e assim o rapaz adormece.

*****

O celular vibra sobre a mesa ao receber uma mensagem. Edan sequer se da ao trabalho de olhar. Estava ocupado demais olhando a vassoura e uma pá encostados na parede. Não era como se fosse iniciar a tarefa, apenas era um dos seus métodos de se entreter. Seu celular vibra outra vez, e de novo. Intrigado com a quantidade de mensagens, o rapaz se permite olhar.

"Oi criatura estranha. Como está? Tenho novidades, o Fabiano resolveu te chamar. Será as três da tarde, na mesma lanchonete que vi a sua cara feia pela primeira vez. Não falte."

Leu as três mensagem de uma vez. Edan olhou para a foto da pessoa, vendo se tratar de Carol.

- E essa agora... – Ele reclama para si mesmo. Por que Fabiano estaria fazendo esse suposto convite por meio de outra pessoa? Talvez Anne comentaria algo a respeito disso assim que soubesse, mas não foi o caso.

Ignorando isso, respondeu a mensagem e largou o celular de lado. Já que havia sido convidado, então precisava fazer algo para passar o tempo. Saiu do sofá se empurrando, indo para a cozinha, e a primeira vista não havia muito a fazer, além dos armários terem sido reabastecidos pelo seu tio a algumas horas atrás. No seu quarto havia a natural bagunça e coisas espalhadas pela cama, estante e chão, e com uma olhada rápida por cima, os móveis estavam voltando a ser tomados pela poeira. Seguiu para o banheiro, e lá é o lugar que parece ser o mais limpo da casa. Seguiu então para o quarto de seus pais, a sensação de Edan ao entrar foi de estar sendo aspirado a um lugar diferente ao da sua casa. Sua mente rapidamente vagueia sobre quando Anne esteve nesse quarto e a pequena situação ocorrida.

Voltou a sala, pegou o celular e encarou o visor, era 9:03h, e sem mais mensagens. Calculou quanto tempo teria até precisar sair de casa, por volta de seis horas. Esse é o tempo que teria apenas para arrumar a casa. Pegou o que precisava e começou o trabalho.

*****

Olhou rapidamente para a casa, tentando se lembrar se havia faltado algo. Edan contou nos dedos os lugares da casa que havia limpado, chegando a conclusão que fez tudo. Já havia trocado de roupas e, pronto para sair de casa, pegou sua chave e celular e saiu. Deixou a pequena carteira, imaginando que não seria necessária.

Aproximando-se do portão, o rapaz nota algo deitado, pequeno e de pelagem escura. Olhou melhor e reconheceu, era um cão, e o mesmo que o havia atacado dias atrás. O animal ergue a cabeça, olhando em sua direção, parecendo bufar ao ver o rapaz. Imaginando como retirar o animal dali, Edan volta para a cozinha, pega um pão no armário e volta ao portão. Enfiando o braço pela abertura do portão, lançou o alimento, fazendo o cachorro se levantar e ir atrás em uma corrida, dando espaço para Edan poder passar e ir pela outra direção. Imaginou que, se o cachorro estivesse ali quando voltasse, o que precisaria fazer para poder entrar de novo.

Andando pelas ruas, o rapaz tenta se lembrar de onde ficava a tal lanchonete, o que o fez entrar na rua errada algumas vezes. Após alguns minutos andando, encontrou a lanchonete, e em frente estavam Fabiano e Anne.

Olhou em volta para tentar encontrar mais alguém, fosse Raquel ou Leandro, mas não. Estavam apenas os três ali. Edan se aproximou devagar, Fabiano o notou primeiro, em seguida Anne olhou em sua direção. Esperou um olhar de reprovação dos dois, mas não aconteceu.

- Olha só, você veio mesmo! – Anne comentou animada, carregando seu habitual sorriso. A animação natural de Anne parece quase nunca se alterar.

- Eu te falei que ele viria. Só precisávamos chamar – Fabiano disse em um sorriso parecido ao da garota, fazendo Edan erguer a sobrancelha em total estranheza. Ele sabia muito bem que Fabiano não vai tanto assim com sua cara, ignorando sua presença a todo momento quase beirando a agressividade como já ocorreu antes, e do nada ele o está tratando como se não houvesse nenhuma inimizade anterior. Algo ali parecia não estar certo. – Pedi para a Carol te avisar de nos encontrarmos aqui.

- Vi a mensagem dela hoje cedo. Apesar de ter sido em cima da hora, pude vir. – Edan respondeu, levando as mãos aos bolsos. A resposta que teve foi olhares, aparentemente o questionando se ele realmente teria algo o impedindo de ir, mesmo estando em cima da hora. Ignorando, olhou de um lado ao outro, buscando encontrar mais alguém. – Só nós chegamos?

Anne se prontificou em responder, olhando o celular – Por enquanto sim. A Raquel já está bem perto daqui. O Leandro foi buscar a Íris, e só então vem pra cá.

- A Tamires me comentou sobre ter se acertado com o namorado, e irá vir com ele. Talvez se atrase um pouco. – Fabiano completa, abaixando o celular de Anne gentilmente, a fazendo guardar na bolsa. – Podemos entrar e pegar uma mesa se quiserem.

Edan da de ombros levemente, como sendo a única opção viável, enquanto que Anne olhou em volta uma última vez, concordando com o namorado. O casal vai na frente, enquanto que Edan fica onde está por algum tempo, antes de finalmente segui-los.

Assim que entrou, a lanchonete parecia diferente para Edan, e por mais que tudo estivesse exatamente como da última vez, algo ali estava diferente, porém não soube identificar o que causou essa estranheza. Ele seguiu o casal até um pequeno amontoado de mesas ao lado da parede, aparentando até que aquele lugar estava reservado para eles, e tentou se sentar da forma mais contida que pode, evitando contato visual. Fabiano e Anne, que estavam lado a lado, sequer olhavam para Edan ou ao redor, tudo o que faziam era conversar entre eles em voz baixa, o que não incomodava o rapaz. Passaram-se alguns poucos minutos, então Raquel chegou acompanhada de um rapaz alto, logo percebeu que era o namorado da garota cujo nome se forçou em lembrar. Os recém chegados, assim que encontram a mesa certa, logo se sentam sem cerimônias. Mais um tempo se passa, então Leandro chega com sua namorada, e até mesmo Tamires aparece, igualmente acompanhada. Assim que se aproximaram, Tamires fez questão de apresentar seu acompanhante a todos da mesa que ainda não o conheciam, disse que se chama Paulo, e o apresentou como sendo seu namorado. Edan nunca havia visto o namorado de Tamires, ele claramente combina com ela, a começar pelas roupas folgadas, estar completamente largado e a segurando com leve firmeza e cuidado pela cintura, quase que querendo a manter perto de si a todo momento.

No momento que todos estavam sentados, Fabiano se ergueu e olhou para todos presentes, passando seu olhar em cada um, até por fim chegar em Edan, que mantinha seu olhar virado ao lado. Com um pequeno sorriso de canto, ele começa.

- Agora que estamos todos aqui, podemos primeiro pedir algo para comer, porque convenhamos, nenhum de nós tem que ficar com fome – ele soltou um riso para si próprio – Pediremos algo, e então acho que podemos começar.

Edan mal move seu olhar, mas percebe que ninguém ali se preocupou em perguntar o que iria "começar". Guiado pela curiosidade, ele questiona – Começar o que exatamente?

Fabiano aponta o indicador para o rapaz, e então responde – Isso será uma surpresa.

Edan deu de ombros, claramente não tendo alternativa a não ser esperar. Se encostou na cadeira, sentiu uma mão pesando pelo seu ombro, e então alguém cumprimentando um a um todos que já haviam chegado e logo se sentando um pouco afastada, e diferente de todos não estava acompanhada, era Carol.

- Você sendo a última a chegar? – Tamires zomba – Que surpresa, se atrasando desse jeito sempre significa que você não aparece.

Carol ri enquanto olha para a colega – Diferente das outras vezes, eu tinha que vir hoje. Não perderia isso por nada.

Com algumas tosses forçadas, Fabiano reconquista a atenção de todos – Então, hoje vocês podem pedir o que quiserem, eu irei pagar tudo. Vamos aproveitar o dia.

- Comida a vontade e de graça, estou gostando cada vez mais de você Fabiano! – Leandro comenta com uma gargalhada.

- O conheço a um bom tempo, e posso garantir que esse é um cara para ter como amigo. – Paulo diz, já com o cardápio em mãos. Soltou um leve riso e então continuou, como se desse uma aula para todos, observando cada um com olhos frenéticos – Cada coisa que ele já faz, sua namorada pode se considerar uma garota de sorte.

- Eu que devo me considerar alguém de sorte – Fabiano diz de forma sem graça, olhando para Anne que ficou tímida. – Falaremos disso mais tarde, por enquanto, se sirvam a vontade.

Em saques rápidos em cada cardápio, cada um partiu para fazer suas escolhas, cada casal decidia entre combinações do que pegar, Edan sequer olhou e escolheu por um hot-dog completo, e para acompanhar uma garrafa grande de refrigerante sabor guaraná. Aproveitou o tempo livre e passou o olhar por cada um, cada casal mal olhava em volta, todos concentrados em suas escolhas, todos com exceção de uma pessoa, que brincava enrolando uma pequena mecha do cabelo curto no dedo e o olhando com um sorriso de canto, Carol. Perceber o olhar e sorriso da garota o pegou de surpresa. Ela parecia examinar Edan em cada detalhe, cada movimento ela observava atenta, ao ponto de ser maliciosa ao lançar olhares provocantes e passar a língua pelos lábios, mesmo tentando parecer ocupada, com o canto dos olhos ela continuou o observando. Edan imaginou o que ela poderia estar pensando, com a sensação de que ela poderia fazer alguma coisa estranha em muito pouco tempo.

Uma a uma, as escolhas foram sendo feitas, Fabiano foi perguntado e anotando tudo no celular, assim que pegou todos os pedidos, foi pedir no balcão. Edan encostou a cabeça na mão e relaxou, enquanto tentava passar despercebido como podia. Entre risos, toques de celular ou conversas aleatórias, Fabiano retorna a mesa, cochichando algo apenas para Anne, chamou por Leandro para que ajudasse a pegar tudo, então se afastaram da mesa. Ao retornarem a mesa quase 20 minutos depois, trazem consigo uma quantidade imensa de lanches equilibradas em alguns poucos pratos, precisando fazer algumas viagens entre a mesa e o balcão para pegarem todos os lanches e bebidas. Edan ignorou quem estava em volta, agarrou seu lanche e começou a comer, sem sequer notar que Fabiano estava de pé, olhando para todos.

- Agora que estamos aqui, prontos para comer, quero dizer algumas coisas. – Fabiano começou, sendo interrompido por Tamires.

- Todos os lanches estão envenenados e só você tem o remetente!? – Tamires questionou, tão imediatamente que fez quase todos na mesa rirem alto na mesma hora.

- Não, é outra coisa. – Rebateu, mas então semicerrou o olhar, estranhando o comentário de Tamires. – Espera um pouco, você disse "remetente"?

Ela riu, e então respondeu acenando com a cabeça.

- Mas... Por que remetente? De onde tirou isso? – Ele começou a rir.

- Remetente do endereço de quem possui os antídotos para o veneno nos lanches! – Ela responde de imediato apontando o dedo para Fabiano. A garota para, logo pensando melhor no que disse. – Mas... O que foi que eu acabei de falar?

- Acho que nenhum de nós sabe – Anne responde tentando segurar o riso.

- Endereço! Isso! – Tamires estala os dedos, como se acabasse de ter uma ideia – Era isso que eu queria falar!

Tentando conter o riso sem sucesso, Paulo tenta falar – Mas você falou isso, e não fez sentido nenhum.

A garota, olha para cada um na mesa, cada um rindo sem parar – Não fez sentido? Sério? Nossa, achei que tivesse feito, ficou tão bem bolado na minha cabeça.... Então esquece, falei besteira. Fabiano, pode continuar a falar por favor. – Ela diz, ajeitando a postura na cadeira e fazendo uma expressão como se fosse uma dama, mas perde a compostura e cai no riso.

Enquanto tossia de forma mentirosa para se recuperar do que Tamires fez, enquanto pegava uma lata de refrigerante como sendo um brinde – Agora que rimos bastante, posso continuar com isso. – Ele começa a falar, recuperando o tom de voz calmo. – Acho que nesse momento todos aqui ainda não devem ter percebido que temos algo em comum. Sim, todos nós temos algo em comum. Uma pequena coisa aconteceu com todos nós nos últimos tempos.

Fabiano dizia de uma maneira que aparentava estar adorando o som da própria voz. Enquanto todos olhavam atentos com uma única exceção da mesa, ele continuou.

- Todos temos um relacionamento, estamos aqui acompanhados, privilegiados por termos uma namorada, ou um namorado. – Ele soltou um leve riso, olhando para Anne. – Enfim, temos uma companhia, alguém importante ao lado. E todos nós, dos novos relacionamentos, e o recente relacionamento salvo de um término iminente, todos nós fomos influenciados, tivemos a participação muito importante de alguém sentado junto a nós nesta mesa hoje. – Ele bateu com a ponta do dedo de leve na mesa, olhando para cada um – Talvez sem sua importante participação, nenhum de nós estaríamos em um namoro hoje. Então pessoal, quero poder fazer um brinde e agradecer a quem fez isso por mim, me permitindo ter Anne ao meu lado, e por todos vocês. – Cada um da mesa agarrou copos, latas e garrafas, aguardando Fabiano continuar. Fabiano estala os dedos, tentando se lembrar de algo, e quando finalmente se lembra, ele faz questão de encarar Edan, que ainda estava mais interessado em seu lanche. O olhar e sorriso de Fabiano parecem esconder mais do que a gratidão que estava demonstrando – Nome estranho, nome estranho... Ah sim, é claro... Edan, obrigado pelo que fez por nós!

Edan ergue o olhar, se distraindo de seu lanche assim que ouviu seu nome, porém sequer sabia do que estavam falando por não dar nenhuma atenção. Ao mesmo tempo, de um lado ao outro cada casal avaliava se o que Fabiano disse era verdade, então Raquel em concordância com seu namorado começam a puxar coro com o nome do colega, Fabiano os imita, e gradativamente todos começaram a chamar por Edan e bater palmas.

Até o momento Edan não entendeu o que estava acontecendo, até começar a tentar interpretar algo pelas coisas que diziam. Alguns o chamavam de "guru do amor", outros de "santo casamenteiro", e alguns ainda chamavam de "dedo podre" em brincadeira. Começando a entender, e sem saber como reagir, o rapaz acaba constrangido pela bagunça que todos os casais faziam. Ele se levanta, e junto é recebido com um coro que pedia um discurso vindo dele, o que o deixou em uma situação ainda mais difícil. Em um segundo olhou para as mesas ao lado com vários clientes olhando em sua direção, a maioria estava rindo e outros poucos incomodados pelo barulho. No segundo seguinte olhou então para o balcão, onde os atendentes direcionavam olhares nada agradáveis em sua direção aparentemente o culpando pela bagunça. Então volta seu olhar para todos ali pensando em como resolver tudo.

- Por favor parem com isso, nenhum de vocês precisa me agradecer de nada... – Ele tenta acalmar a todos, gesticulando para que parassem com aquilo, e ao mesmo tempo tentando disfarçar o constrangimento pelo que estava acontecendo – Eu... Eu só fiz algo que achei que poderia ser de alguma ajuda a vocês! Não é para me agradecerem! Vocês não devem me agradecer de nada!

- Não adianta tentar pular fora, todo mundo aqui está namorando por sua causa. – Raquel diz, erguendo os ombros com um riso. – Você quem empurrou o Leandro para a Iris por exemplo.

- Fez a mesma coisa com a Raquel, namora graças a você – Leandro completou.

Tamires morde seu lanche, e mesmo com a boca cheia diz – E eu, que estava com vontade de te socar mas também por sua causa que me acertei com esse traste do Paulo.

- Logo você que não liga pra nada, pensou em nos ajudar em nossos problemas. Não tem como sair disso. – Leandro disse, batendo a mão na mesa.

Raquel deu de ombros mostrando que Edan não tinha saída daquela situação e então disse entre alguns risos. – É verdade, você foi responsável por tudo isso.

A vontade que surgia no rapaz era de deixar aquele lugar. Correr para longe, o mais rápido que pudesse. "Não era para vocês estarem me agradecendo... Não façam isso..." Era tudo que passava em sua mente.

- Espera todo mundo! – Alguém falou, batendo uma lata na mesa algumas vezes. O grupo aquieta. Era Carol. Ela está rindo sem parar, tentando se controlar, mas sem conseguir, a garota debruça sobre a mesa, balançando uma mão para todos – Sério, vocês são demais, cada um de vocês. Não sei se isso está sendo cômico ou ridículo!

Todos ali se entreolham confusos. Fabiano torce a boca – Do que está falando?

- Toda essa cena patética, só olhar bem que irá entender. – Carol diz, olhando de um lado ao outro, olhando cada um, se divertindo com a cena – Nossa, quantos olhares só para mim, adorei isso... Mas veja comigo, todos aqui são casais por causa dele, certo?

Fabiano olha de um lado ao outro, e então responde – Está certa, o que tem isso?

Ela ri, claramente zombando do colega – Quando quer, você consegue ser um burrinho bem cego. Então vou desenhar para você, talvez me entenda melhor. – Nesse momento, Carol se levanta e faz um quadro imaginário com as mãos, desenhando com o dedo coisas que somente ela mesmo enxergava. Ela parou, tocou o rosto com o dedo e voltou a desenhar no ar – Temos aqui os casais presentes, todos agradecendo ao estranho deslocado ali o fato de estarem namorando, mas por uma doce e saborosa ironia, ele também é o único nessa mesa que não está namorando. Olha que coisa linda!!! – Carol cai na risada, batendo algumas palmas – Ajuda todo mundo, mas ele mesmo não namora. Que piada!

- Você está pegando pesado Carol! – Tamires comenta.

- É, mas ela ta certa na parte de ser irônico, e até engraçado... – Leandro comenta, recebendo uma cotovelada disfarçada de Iris. Ele ainda tenta se justificar cochichando um "É verdade" para Iris, que todos na mesa ouviram.

- Viu só? Ele ali concorda comigo! – Carol diz, apontando na direção de Leandro, que acaba forçando um sorriso sem jeito. – É engraçado mesmo, não acha?

Anne torce a boca, mas quem se adiantou foi Fabiano, tentando conter a voz. – Pode, por favor, ficar quieta Carol? Você vai estragar o dia de todos...

Edan apenas observou toda a conversa sem se pronunciar, ele sequer sabia o que poderia falar para resolver as coisas, ele duvidava se conseguiria resolver algo se falasse mais. Ele tinha prestado atenção no que Carol disse, notou que tinha verdade em cada uma de suas palavras, e neste momento se sente ainda mais deslocado do que antes, por mais que não quisesse dar atenção a isso, alguma coisa o impedia de conseguir ignorar e deixar de lado como sempre tentava com tudo. A mesma sensação que teve antes no parque agora retornou, de forma igualmente densa.

O rapaz então olha para Carol, a garota seguia caminhando lentamente por volta das mesas, andando e olhando em sua direção com um olhar provocativo, isso faz Edan sentir um calafrio e quase recuar.

Enquanto anda, solta um leve riso e diz – Calma que ainda não cheguei no ponto que eu quero, vocês são muito apressados. É verdade que ele não namora, é um solteiro e solitário completo. Acho que em toda sua vida ninguém nunca olhou pra ele, não deve ter sido notado, e sempre foi ignorado, imagina então se alguém já pensou em te dar uma chance pra esse coitadinho bonitinho... Nunca tiveram coragem de dar uma chance. – Carol para ao lado de Edan, colocando suas mãos nos ombros do rapaz. Lentamente ela o faz se sentar novamente em sua cadeira, e assim Carol deu um último passo, parando bem atrás do rapaz. Isso o faz soltar o ar preso em seu peito, mal tinha notado que prendeu a respiração. Os olhares estão focados nos dois, ela debruça o corpo um pouco para frente, deixando seus braços passarem em volta do pescoço do rapaz e diminuindo a distância de seu rosto – Eu mesma por exemplo, nunca estou desacompanhada, nem solteira, sempre tem alguém comigo servindo de companhia ou de capacho querendo uma chance, correndo atrás de mim... Ai, o preço de ser tão linda e desejada... – Carol se abana algumas vezes com um largo sorriso – Se bem que neste momento tão conveniente, eu mesma estou na mesma situação, também estou solteira, tão... Sozinha no mundo. Tão solitária. Você e eu estamos no mesmo barco "patinho feio"... Sabe, acabei de pensar em algo legal, uma coisa que pode ser boa para nós dois. E tenho coragem o bastante para isso, o que acha de sermos "sozinhos, mas juntos"?

Em um único segundo, Edan passa um olhar rápido pela mesa, sem tempo de dar atenção a quem está em volta, é como se estivesse um silêncio completo o rodeando. Viu que naquele momento ninguém faria nada, ninguém ali tinha qualquer reação. Apenas duas escolhas estavam disponíveis, e a dúvida surgiu. O rapaz afastou a cadeira da mesa, de uma forma que pudesse olhar bem para Carol. Edan olhou para baixo por um momento, mas Carol atraiu seu olhar de volta com um suave aperto em seu ombro, ele pensou em como nunca se importou com nada, como tudo foi sem sentido, e coisas continuavam assim. Se questionou várias vezes, o que diria a seguir? O que escolheria? Edan inspira fundo, soltando o ar pela boca. Sendo as coisas assim só havia uma resposta em sua mente, fez sua escolha.

- Por mim, sim. Eu concordo com sua ideia, e... Acho até que gostei. – Responde dando de ombros, recebendo um largo sorriso de Carol. – E por você?

Carol lança um sorriso malicioso, seus olhos transmitiam uma intensidade que Edan nunca pensou em ver. – Por mim podemos começar agora mesmo! – Ao dizer isso, Carol senta no colo do rapaz, passando um braço por trás do pescoço de Edan e agarrando sua camisa com a mão livre, o pegando completamente de surpresa. Ela olha para todos na mesa – Desculpem por fazer isso na frente de vocês, é que eu não aguento mais esperar. – Dito isso, Carol se vira para Edan, avança e o beija. 

Considerações finais:
Ficamos por aqui, com esse final, esses acontecimentos que eu esperei tanto para que acontecesse. E ai? Curtiram?
Espero que tenham gostado, que continuem a leitura, acompanhando o desenrolar da história. Tem teorias do que irá acontecer? Não hesite em contar. Eu os aguardo no próximo capítulo. Até lá.

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