Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 6

Aviso: Este capítulo contém mais de 3k palavras.

Desvendar o que o conto queria dizer, se provou uma tarefa dura, mas muito proveitosa, sempre que eu tinha duvidas, Ani me ajudava com os significados, mas a velha nunca dava a resposta direta, me fazia pensar se estava certo ou errado o que eu tinha traduzido.

Nunca tinha pensado que fosse capaz de realmente aprender uma nova língua, mas Ani estava conseguindo um milagre. Ao fim de três dias, finalmente tinha terminado, o conto falava de uma terra coberta por uma bela floresta de árvores altas e rios cristalinos, onde a paz reinava e a magia era presente.

A história contava como cada pedaço da terra foi formado, alguns por obra de seres mágicos, outros por desastres naturais e outros construídos pelos povos que ali habitavam. Porém no final do conto, mostrava que aquele lugar não existia mais, pois um grande mal se instalou e assolou toda a região.

Ani me parabenizou por ter traduzido o conto, disse-me que ao longo do tempo que eu ficasse na ilha, iria traduzir as outras histórias, e que todo dia de manhã, teríamos aula com sobre aquele idioma, para eu aprender a falar e ler corretamente.

Não fiquei muito animada com a ideia, mas sempre que a questionava, ela me fazia lembrar que era eu quem pedira pra ela me ensinar, mesmo eu não vendo nenhuma utilidade, que aquela língua morta poderia ter para os meus problemas.

Durante uma semana, acordei cedo para ter as aulas da língua antiga, a principio tive muita dificuldade na fala, principalmente por ter sons difíceis de emitir. No terceiro dia, Ani vendo minha dificuldade, me disse para invés de ler, cantar.

Gan deithio drwy'r tiroedd hyn

Viajar por essas terras eu vou,

Y tu hwnt i'r môr, rwy'n mynd

Para além mar eu vou,

Dod o hyd i gariad am amser maith yn cael ei golli.

Encontrar um amor a muito tempo perdido.

Conforme os dias iam passando a dificuldade ia diminuindo, as tardes eu usava para estudar mais os contos do livro, ou então, ajudar Ani em alguma tarefa da casa, mas todo final de tarde acabava indo para o jardim. O por do sol me lembrava a minha casa, uma sensação de paz me preenchia e ali eu ficava até um pouco depois do anoitecer.

Quando Ani finalmente decidiu, que eu já sabia pelo menos me virar na nova língua, me falou que a partir daquele momento, toda a nossa comunicação seria feita naquele idioma, e com isso trocou as aulas de língua por aulas de ervas, onde pelo menos, eu me saia um pouco melhor por ter ajudado minha mãe na cabana com os doentes.

Ani ficou muito satisfeita com meu conhecimento, me deu um caderno com folhas em branco e capa de couro verde escura, onde ela me pedia para anotar todos os tipos de mistura, classificação das ervas, frutas e folhas.

O meu dom de desenhar ajudou muito a descrever os ingredientes, as aulas começaram com o reconhecimento dos produtos, depois seguimos para as funções de cada um, passando para os tipos de misturas básicas e por fim para umas misturas que eu nunca escutei falar.

Numa manhã nublada, Ani veio até meu quarto me acordar, me falou que a aula de hoje seria em outro local, disse que teríamos que fazer uma caminhada e pediu que eu me agasalhasse, pois do lado de fora estava muito frio.

Sozinha no quarto, me levantei da cama muito sonolenta, fui até a janela e esfreguei o rosto, quando olhei para o lado de fora, ainda estava meio escuro e com um pouco de névoa, o que era bem incomum para aquele lugar que quase sempre estava ensolarado. A frustração tomou conta de mim, eu estava cansada e com sono, e não deviam ser nem seis da manhã!

- O que será que ela está aprontando agora.

Me arrastei até a cômoda, lavei o rosto numa bacia que estava lá, peguei uma calça preta e uma blusa branca, junto com minhas botas que estavam ali do lado, quando estava pronta, agarrei o manto de minha mãe que estava dobrado em cima da cadeira e sai para a cozinha. Ani já devia está do lado de fora me esperando, tomei um copo de leite e apanhei uma maçã para comer na caminhada.

Quando sai pela porta da frente, os primeiros raios da manhã estavam querendo começar a aparecer, porém a névoa continuava densa e fria. Ani estava colhendo algumas flores embaixo da janela, assim que me viu, terminou de pegar as flores e veio em minha direção com uma cesta de palha.

Ani disse que hoje iríamos ter uma aula diferente, e que para isso, tínhamos que ir para um lugar grande e aberto, pegamos uma trilha que eu ainda não conhecia.

Não era difícil eu não conhecer os caminhos, a maior parte do tempo que estou na ilha estive ajudando Ani, estudando o livro, ou então, estava muito machucada para explorar os arredores.

As poucas vezes que vi algo além do jardim da casa de Ani, foi quando ela me pedia ajuda para colher alguma planta, ou como da vez que ela me levou na cachoeira.

O caminho era complicado, cheio de subidas íngremes e o chão estava cheio de pedras cobertas por musgos, o que me fazia reduzir a velocidade com medo de escorregar, principalmente que conforme íamos subindo cada vez mais alto, mais densa a névoa ficava.

Andamos durante umas duas horas até que chegarmos ao final da trilha, uma clareira envolta de árvores e pedras altas se encontrava a minha frente, em uma das pedras, um filete de água brotava da rocha e ia caindo além da névoa.

Ani me levou até o centro da clareira, onde estendeu uma toalha e pediu para que eu me sentasse. Enquanto ela retirava da cesta um pouco de pão, água e mais alguns frascos e flores, me dei conta que minha respiração estava pesada, e de quão cansada eu fiquei pelo esforço do caminho.

Peguei o meu manto e me enrolei, pois estava começando a ficar com frio e tonta. Ani me passou o pão e a água, falou para eu comer, pois me ajudaria a melhorar, não me dei conta o quão alto estávamos e como a altitude estava afetando a minha respiração.

Ficamos sentadas comendo e descansando durante algum tempo, que eu não sei dizer quanto, quando me senti melhor, avisei a Ani que já estava bem. Ela se levantou e jogou sua capa vermelha para trás, disse que hoje ela faria um teste comigo, mas que para isso, eram necessárias algumas poções.

Os potes que Ani tinha trago eram misturas de ervas, algumas eu identifiquei, já outras eu não fazia a mínima ideia para o que serviam. Ela pediu para que eu pegasse o meu livro, e anotasse o nome das misturas que eu não conhecia, que depois ela me ensinaria a faze-las.

Ani separou cinco frascos, dizendo que para cada teste, seriam necessários frascos diferentes, cada frasco possuía uma cor de líquido diferente um verde, um vermelho, um azul, um transparente e um roxo.

- Lia você já está aqui a quase dois meses, já te ensinei sobre a velha língua, você está aprendendo histórias através do livro de contos e já possui um conhecimento sobre ervas e misturas muito bom. Infelizmente, devido a alguns eventos, eu vou ter que apressar o seu treinamento, o que faremos hoje é descobrir qual é a sua afinidade.

- Que eventos Ani?

- Eu não sei bem o que é, daqui a duas Luas Cheias, vou me reunir com minhas irmãs no grande salão para debatermos.

- E o que seria a minha afinidade?

- Toda pessoa que possui magia tem afinidade com algum elemento, porém como a sua magia está presa, vamos usar algumas poções para forçar essa ligação.

- Como assim minha magia está presa?

- Acho que sua mãe, para lhe proteger deve tela selado, sei que sua magia está presa pois você não consegue fazer uso dela, se não, não teria tomado susto quando falei que você a possuía.

- Você pode me desselar?

- Infelizmente não, a magia que fez isso é muito forte e tenho um pressentimento que só você pode fazer isso, mas voltando aos elementos...

- Mas espera, que eu saiba só existe quatro elementos, o que é o quinto pote?

- Não existe um nome na sua língua, mas o mais perto de traduzir poderia ser sensibilidade, é a capacidade de sentir o que está a sua volta de uma forma mais intensa. Por exemplo, se uma pessoa está triste ou com dor, você teria a capacidade de sentir tal coisa. É um dom raro entre os humanos, mas muito comum entre as raças mágicas, tanto que eles nem consideram uma aptidão, pois todos possuem essa capacidade, alguns com mais força outros com menos, porém eles ainda vão ter a afinidade com mais algum elemento.

- E como funciona esse teste?

- Nós vamos passar cinco dias aqui, cada dia você...

- Cinco dias? Você está louca Ani, nós não trouxemos comida, agasalho nada para cá!

Ani me lançou um olhar de impaciência, que fez com que eu parasse de questiona-la e escutasse o resto sem interromper.

- Como estava dizendo, a cada dia você testará um elemento diferente, os outros tônicos que eu trouxe serão sua alimentação, e quanto a se aquecer não se preocupe, faremos uma lareira.

- E por onde começo então?

- Mais uma coisa antes de começarmos, as vezes podemos sentir o elemento, mas não conseguir controla-lo completamente, quando eu falo de afinidade é algo que pareça ser natural, que faça parte de você como um só. – ela me olhou esperando eu absorver as informações - Muito bem, vamos lá, o primeiro elemento é o Ar.

Ani mandou eu me levantar, me passou o pote transparente e disse para eu beber, olhei desconfiada para o frasco, coloquei o meu manto ao lado do dela no chão e a obedeci.

Não tinha cheiro e nem gosto, contudo, assim que terminei de tomar o tônico, uma falta de ar imensa me atingiu, parecia que alguém estava me sufocando.

Ani se aproximou de mim e disse para eu respirar, após uns cinco minutos consegui brevemente inspirar, mas a sensação de sufocamento continuava insistente, foi então que Ani falou para eu deixar fluir, mas que diabos aquela mulher estava falando, como iria deixar fluir, quando mal respirava e me aguentava em pé!

A mulher apontou para a névoa que nos envolvia, ela disse para eu tentar espantar a névoa, sim, com toda a certeza a mulher estava louca, com as mãos apoiadas no joelho fiquei encarando o vazio, a sensação de sufocamento não passava. Ela estava sentada me olhando, esperando eu fazer algo, mas o que?

Foi então que uma onda muito forte de falta de ar percorreu todo o meu corpo, me fazendo cair ajoelhada no chão, a mulher nem se mexeu, parecia que não se importava se eu estava respirando ou não, fiquei caída de joelhos no chão, tentando sugar o mais mísero ar.

O dia foi passando, quando consegui me levantar com muita dificuldade e ainda com falta de ar, já era noite. Ani continuava sentada em posição de meditação, quando me viu de pé sorriu e disse, "libere o ar dentro de você, só assim a sensação de sufocamento vai passar".

Que animador, eu estava sufocando por que não tinha ar, e ela queria que eu o liberasse, uma raiva tomou conta de mim, quando tentei andar em direção a mulher cai novamente de joelhos, pois mais uma vez o meu estrangulador invisível resolveu apertar o meu pescoço.

A noite foi passando e virando dia, a névoa continuava presente, e eu estava a essa altura do campeonato deitada de costas no chão, lutando para não desmaiar, ou pior, morrer de falta de ar.

Ani não se mexeu um centímetro e continuava falando para eu liberar o ar, se eu não tivesse sem conseguir respirar, teria esquecido o respeito pelos mais velhos e a mandado para o inferno.

No meio da manhã, eu já estava sem forças quase desistindo de viver, foi então que ao olhar para o céu, vi uma borboleta voando, reparei em como ela dançava no ar, algo dentro de mim mudou, algo se mexeu e como um último sopro o ar saiu.

Tive uma crise de tosse quando comecei a respirar normalmente, parecia que o ar me envolvia toda, nos braços, nas pernas e nos cabelos. Ele brincava e acariciava a minha pele, a falta de ar já não existia mais, a cada respiração eu recuperava as forças.

Finalmente me levantei, uma sensação de flutuar me tomou, a névoa tinha se dissipado e Ani agora estava em pé sorrindo para mim, caminhei até ela, ou pensei que tivesse, pois quando reparei, estava flutuando a uns dois palmos do chão.

- Muito bem Lia, você conseguiu controlar o ar.

- Parece que tudo está leve!

- Sim, o ar tem esse efeito, eu esqueci de mencionar que os elementos têm vontade própria, então temos que ter mais vontade do que eles, se não eles nos vencem.

- O que você quer dizer com vencem? Você quer dizer que eles podem nos matar?

- Sim e não.

- Como assim, sim e não?

- Se você tivesse aprendendo sozinha poderia morrer, mas o seu poder esta dosado, você só terá a magica do elemento, enquanto o elixir fizer efeito no seu corpo, depois a magica some por causa do seu enlaçamento mágico.

- Quer dizer que eu podia ter morrido e você não falou nada?

Nessa hora, eu senti a gravidade me puxando de volta ao chão e cai de bunda na grama, bem aos pés de Ani. O elemento não estava mais comigo, mas a minha raiva transbordava, senti meu rosto se aquecer e minha mão tremer, quem ela pensava que era para me dar um liquido, que poderia me matar, eu quase morri sufocada, e fiquei com a sensação de estrangulamento durante a noite toda.

Eu pedi para ela me treinar e não me matar, me levantei, olhei bem fundo nos olhos de Ani, que me encarava de volta com um rosto inalterável pela minha mudança de humor.

Sai andando para longe dela, me embrenhei nas poucas árvores que tinham ali e sentei numa raiz exposta, fiquei encarando o nada, não vi o tempo passar, ainda respirava pesado, não sabia dizer se era consequência do treinamento maluco ou da raiva. Minha mão pelo menos não tremia mais, aos poucos meus nervos estavam ficando mais calmos.

Estava com fome e com sede, por fim a exaustão venceu, me levantei e caminhei de volta para onde Ani estava, a mulher nem parecia abalada com minha explosão de raiva.

Quando cheguei ela me ofereceu pão, água e um chá de ervas que ela disse que servia para repor as minhas energias. Não trocamos mais nenhuma palavra, após comer, o sono me chamou, me deitei em cima na toalha e dormi um sono sem sonhos.

Quando acordei, o sol já estava alto, indicando que deveria ser próximo ao horário de almoço, Ani estava mexendo em um cozido que apesar da aparência estranha, tinha um cheiro muito agradável.

Ao chegar perto da fogueira, não falei nada com a velha, pois ainda estava com raiva do dia anterior e meu corpo estava todo dolorido, até em lugres que eu não sabia que podiam ficar.

Ani me ofereceu o cozido que estava delicioso, tinha apenas legumes e um tempero que eu acho que era orégano, após o almoço, ela começou a preparar os frascos para o teste do segundo elemento, eu ainda não estava pronta para enfrentar aquilo de novo, mas não falaria uma palavra para aquela mulher maluca.

- Muito bem Lia, está tudo pronto. Acho que depois de ter dormido durante dois dias, você já deve está em condições para o segundo teste.

Meu queixo caiu e eu congelei, eu tinha dormido por dois dias e me sentia atropelada por uma carroça! Como era possível alguém dormir por tanto tempo! Ani devia pensar que eu sou uma fraca, por ter que descansar tanto.

- É normal criança, dormir por tanto tempo, seu corpo precisava repor as energias gastas, tanto físicas como mágicas principalmente.

- Qual o elemento de hoje?

- Terra.

- E o que exatamente vai acontecer comigo?

- Eu não sei, cada pessoa reage de uma forma diferente, está pronta?

Olhei desconfiada para o frasco com liquido verde que Ani segurava, mas por fim, acabei acenando com a cabeça e respirando bem fundo antes de pegar a garrafinha da mão de Ani.

Fiquei encarando o líquido durante um bom tempo, quando decidi beber, um gosto muito amargo explodiu em minha garganta, parecia que eu estava comendo, ou melhor, bebendo terra. Enquanto eu bebia o líquido, uma frase explodia em minha cabeça, no que foi que eu fui me meter!

Estava sentada, pois fiquei meio enjoada por causa do gosto ruim, o efeito demorou a aparecer, mas quando veio me derrubou no chão. Parecia que toda a gravidade estava em cima de mim, fiquei deitada na terra sem conseguir me mexer, as poucas árvores que conseguia ver na clareira, estavam se mexendo.

Sim, as árvores estavam se mexendo, pelo menos as suas raízes, que começaram a se enroscar em meus braços, pernas e cintura. As raízes começaram a se enrolar no meu corpo, apertando cada vez mais forte, parecia que elas iam quebrar os meus ossos. Não sei porque esses testes gostam tanto de infligir dor física, quanto mais eu me mexia, mais apertada as raízes ficavam.

Depois de um tempo desisti de tentar me soltar, as raízes pelo menos pararam de apertar, quando não lutei mais contra elas, porém um barulho de asas começou.

Quando consegui ver o que eram entrei em pânico, vários insetos vinham em minha direção, desde pequena sempre tive horror a insetos, principalmente os que voam e agora um enxame estava vindo em minha direção, onde estavam os bichinhos fofinhos quando precisamos deles para comer essas criaturas.

Fechei os olhos e esperei sentir aquelas patas, asas e corpos nojentos em meu rosto, porém meus pensamentos me levaram para uma lembrança da minha infância.

No jardim da minha casa, minha mãe estava ao meu lado, eu estava sentada em um canto chorando, uma barata tinha voado em cima de mim e minha mãe veio me acalmar, ela dizia que nem todos os bichos da natureza eram maus, que se eu aprendesse a ver com mais bondade e sem medo, coisas lindas iam acontecer.

Nessa hora, uma borboleta de asa azul turquesa pousou no dedo da minha mãe, eu fiquei admirando aquele bichinho e meu medo aos poucos foi passando.

Voltando para o meu presente, amarrada no chão, mantive meus olhos fechados, inspirei fundo e tentei lembrar do que minha mãe disse, que nem tudo é mal, basta um olhar diferente, com todas as minhas forças eu me prendi a esse pensamento.

As raízes começaram a afrouxar até que sumiram, quando abri meus olhos, mil borboletas azuis como a da lembrança, estavam voando por toda parte. Me mantive deitada, admirando a beleza do sol batendo nas asas delas, até que Ani entrou em meu campo de visão e estendeu a mão para eu levantar.

- Muito bem Lia, esse teste durou menos do que o outro, podemos dizer que você tem uma boa afinidade com a terra.

- Quer dizer que o meu elemento é a terra?

- Não, isso quer dizer que você pode usar a terra com mais facilidade do que por exemplo o ar, mas ainda não é o seu elemento afim.

- Ani, em todos os testes eu vou sair machucada ou sentir dor?

- Como já te disse antes, cada pessoa se comporta de uma forma nos testes.

Meu corpo estava com marcas vermelhas bem fortes, meus braços chegavam a ter alguns cortes, entretanto antes de ir descansar, fui no riacho que tinha ali perto para poder lavar os machucados. Se tem uma coisa que aprendi em meus tempos de ajudante na cabana é que lavar a área ferida é muito importante para evitar inflamações futuras.

A água gelada na minha pele quente e machucada, provocou sensações de dor e alivio ao mesmo tempo, aproveitei para tentar limpar as sujeiras do meu rosto, braços e pernas, pois minha roupa eu desconfiava que não tinha mais jeito de limpa-la.

Agradeci por não estar usando o manto de minha mãe no momento do teste, pois não queria estraga-lo, ele era a única coisa dela que eu tinha, todavia, minha blusa branca não teve a mesma sorte que ele.

O resto do dia e noite foram tranquilos, Ani me deu um unguento verde fedorento para colocar nos machucados, conversamos um pouco sobre botânica, comemos e fomos nos deitar.

Invés de dormir por dois dias como no primeiro teste, tive uma noite de sono normal, acordando um pouco depois do amanhecer. Ani disse que hoje o teste muito provavelmente não seria físico, mas sim mental, que hoje o elemento que eu testaria era o espírito.

Ela me disse que esse é normalmente o último elemento do teste, e que em raças mágicas ele nem entra como uma etapa, pois todos já o possuem, mas como meu corpo ainda estava bem machucado, ela não queria arriscar que eu tivesse graves machucados, porém ela me advertiu, falando que só porque não era físico, não significava que seria fácil.

Com o frasco de líquido roxo na mão, me sentei na grama e o bebi, esse não tinha gosto de nada e nenhuma sensação, ou força se manifestaram, fiquei apenas sentada como se não tivesse acontecendo nada. Depois de um tempo sem ter nenhuma mudança, olhei pra Ani e perguntei o que fazer, entretanto ela apenas me disse para eu esperar.

O dia foi passando e nada acontecia, eu colhi flores, ajudei no almoço, descansei um pouco e parecia tudo normal, até a hora do por do sol. Estava sentada em um tronco de árvore caído, quando de repente uma figura masculina alta e sorridente se materializou do meu lado, eu não pude acreditar no que estava vendo.

Ron estava lindo em pé ao meu lado, vestia uma calça preta e camisa marrom, porém estava sem sapatos, minha alegria foi tanta em velo que dei um pulo do banco e me joguei em cima dele, porém eu atravessei o meu amigo e cai de cara no chão. Quando o olhei de novo, sem a euforia do reencontro, percebi que Ron estava muito pálido e TRANSPARENTE! Meu amigo parecia um fantasma!

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro