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III - σπάσει

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Aviso: Gatilho!
Estupro
Agressão fisica
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Engoli em seco, incapaz de me mover. Eu não queria ficar sozinha com ele, eu não podia. Eu não confiava em Andrik, e nem na maneira que ele levava a situação. Parte do tempo eu reparava como suas falas e gestos eram ensaiados, e no resto em como havia um certo prazer sádico dançando em seus olhos, como se ele pudesse reparar em cada traço de sofrimento que eu demonstrava e gostasse daquilo. Cada toque dele fazia meu corpo gritar perigo, como se eu estivesse pendurada na beira de um precipício. Os deuses foram cruéis ao permitirem esse casamento, ou talvez estivessem do lado dele.

    Com sua mão em minha cintura, ele me prendeu pela lateral do corpo com força e começou a andar comigo, praticamente me arrastando. Ofeguei quando chegamos aos pés de uma larga escadaria de madeira. Seu toque endureceu ainda mais, e eu resmunguei com a dor, mas ele não o suavizou, e começou a subir comigo. O pânico foi crescendo em meu peito, e eu tentei me soltar, descer e me misturar aos convidados. Assim ao menos ele não faria nada que abalasse sua reputação. Mas o esforço foi vão; ele trincou sua mandíbula e me fez virar de frente para ele, segurando meus braços com ainda mais brutalidade, seus olhos ardendo em raiva contida.

— Nem ouse fazer isso, está me ouvindo? — Ele falou entredentes.

    Ele continuou me segurando, e eu aos poucos fui parando de lutar quando ele afrouxou um pouco o aperto e analisou meu rosto assustado, aparentando se divertir com aquilo, e então ele acariciou meus braços com seus polegares. Seu toque me enjoava, seu cheiro me sufocava e eu só queria ficar longe dele. Minha vista embaçou e eu desviei meu olhar, mas pude perceber seu sorriso perverso se formando enquanto ele me puxava mais para si e eu solucei, apavorada com o que ele poderia fazer.

    Eu não tinha a quem recorrer a ajuda, não adiantaria gritar. Não havia por que resistir, mas meu corpo não me permitia ceder. Lágrimas desciam por meu rosto conforme ele se aproximava, roçando seus lábios pela minha pele. Tentei afastar o rosto em repulsa e agonia, mas ele me segurou com força de novo e senti sua boca se repuxar, e podia apostar que ele sorria quando sussurrava em meu ouvido, a voz baixa e mansa, mas ainda assim fria e cruel enquanto eu fechava meus olhos com força não, querendo olha-lo de jeito nenhum.

— Ficas tão linda quando choras, esposa. Tão frágil... — Ele riu, e então voltou a subir comigo.

    Ao terminarmos de subir as escadas, comecei a lutar com mais afinco, tentando a todo custo me livrar dele, de seus braços e correr, mas Andrik era mais forte do que eu, e me lançou contra a parede, furioso. Arquejei quando minhas costas e minha cabeça bateram contra a superfície lisa e ele se aproximou de novo, mas estava zonza demais para me recuperar. Ele me agarrou com facilidade, me arrastando até o quarto e me soltando quando entramos, de forma que tropecei e caí no chão enquanto ele fechava a porta.

— Seu pai jurou que você não daria trabalho. Se comporte, querida. Facilite as coisas —     Ele disse.

Passo a mão no rosto, tentando controlar o choro ao me encolher no tapete. Minha coroa havia caído para o outro lado do quarto praticamente. Ergui o olhar para ele, respirando fundo, mas arfando ao notar que ele tirava seu cinto, e que sua coroa já estava apoiada

próxima ao altar que tinha no quarto. Não, não, não, penso comigo mesma. A consumação. Eu não iria me deitar com ele, não! Comecei a rastejar, recuando.

— P-por favor, não! Eu não estou pronta, eu não quero! — Voltei a chorar, incapaz de me levantar.

    Meu corpo inteiro tremia como se eu tivesse sido atirada ao mar em uma noite de inverno, e meu nervosismo só cresceu quando ele se aproximou, agachou e segurou meu rosto, me fazendo o encarar. Ele estava magicamente calmo, mas seu olhar era como o de uma cobra prestes a dar o bote. Ele acariciou meu rosto, e eu desviei o rosto, acuada. Ele então o segurou com mais força, me forçando a ficar de frente para ele e me levantou, me segurando com firmeza contra seu corpo impedindo-me de me mover.

— Isso é uma afronta aos deuses, syzygos¹. — Ele sorri. — Não vamos irritar mais ninguém. —

— Por favor — choraminguei ao tentar me soltar. — Eu não quero! —

    Ele então trincou o maxilar e me soltou um braço, mas no mesmo instante sua mão me acertou a face, me fazendo cambalear. Minha visão momentaneamente ficou turva, e a ardência veio antes da dor. Segurei meu rosto com a mão livre, no lugar onde ele havia batido. A dor parecia espalhar-se por todo o meu corpo, o medo corria por minhas veias e meu coração batia tão depressa que meu peito doía. Ele soltou meu outro braço, me virando de costas para ele. Gritei em desespero enquanto tentava me soltar e ele soltava com força o gancho que prendia a frente única do meu vestido, fazendo sua parte superior cair e expondo meus seios e meu ventre. Quando ele puxou o cinto, o resto das vestes caíram. Solucei, meu estômago se revirando como se fosse vomitar, e ele me empurrou na cama. Caí na cama e me virei, me cobrindo com os lençóis e me encolhendo enquanto ele se despia.

    Após tirar as roupas, ele subiu na cama e puxou os lençóis para longe de mim. Me encolhi, tentando me cobrir com minhas próprias mãos, e as dele foram para minhas pernas. Tentei afastá-las, e por um instante funcionou antes dele agarrar meu pescoço, me sufocando. Tentei fazer com que ele me soltasse quando ele puxou o único tecido que cobria meu sexo, o rasgando. Tentei o chutar, mas ele colocou seus joelhos sobre minhas pernas, e uma dor lancinante me percorreu por causa do seu peso.

    Ele então se inclinou e me beijou. Tentei empurrá-lo enquanto sua língua invadia minha boca, meus dentes. Ele recuou quando mordi sua boca com força, me desferindo outro tapa antes de soltar minha garganta. Ele agarrou um dos meus seios com força, me fazendo gritar, e prendeu meus pulsos com a outra mão enquanto eu tentava me soltar a todo custo. Em seguida ele abriu minhas pernas, e a dor que veio a seguir foi insuportável. Eu gritei, e ter me debatido foi o pior erro, a dor parecia só crescer. Ele grunhia enquanto eu não conseguia respirar, sentindo como se uma adaga estivesse rasgando meu ventre por dentro.

— V-você está me machucando! — Gritei, e ele soltou uma risada rouca perto do meu ouvido.

    Seu corpo pressionava o meu, cessando meus movimentos enquanto ele se movia, me causando cada vez mais dor, uma dor insuportável, mas que não fora o suficiente para me desacordar. Minha mente girava, meu corpo todo doía e ele suava. Seu suor colava-se à minha pele, trazendo a sensação nauseante de novo. Em uma tentativa de me virar, ele agarrou minha cintura e soltou meus pulsos, e foi naquele vacilo que estiquei os braços, agarrei algo pesado e acertei sua cabeça com aquilo.

    Saindo de cima de mim, ele caiu para fora da cama. Me encolhi, arquejando de dor e imaginando o que viria a seguir, mas ele não se levantou. Olhei então para a cama, e me sobressaltei; havia sangue e vinho por todo lençol amontoado. Fixei a atenção no objeto que eu havia acertado com toda minha força em Andrik: uma taça* funda. Sua lateral também estava manchada de sangue, uma gota havia escorrido para seu interior e se misturado ao vinho que ainda restava ali.

    Larguei o objeto com um grito sufocado e tentei me levantar, gemendo de dor com o movimento. Meu quadril parecia ter sido atravessado com uma lança, e quando olhei para baixo, apenas vi mais sangue no lençol, descendo entre minhas pernas. Voltei a chorar, encolhida e incapaz de me mover. Todo o meu corpo doía, eu estava trêmula e com frio.

    Meu corpo parecia ter sido feito de chumbo, eu não conseguia me mover e tudo que eu queria fazer era poder levantar, me cobrir e me lavar. Eu me sentia suja. O contato do corpo dele com o meu me fazia me sentir impura, como se ele ainda estivesse ali, assim como seus toques. E havia a dor, que queimava todo o meu corpo por dentro e fazia lagrimas involuntárias escorrerem por meu rosto. Então, finalmente eu reparei no silêncio. A casa toda estava silenciosa. A festa havia acabado, não tinha mais ninguém aqui. Soltei o ar, parte por alívio. Daquele jeito ninguém me encontraria naquela situação, mas ninguém também poderia me socorrer do que iria acontecer quando Andrik acordasse.

    Me encolhi mais, gemendo de dor com o movimento, e fechei os olhos, rezando e chorando baixinho por Athena, para que me desse forças enquanto meu corpo parecia ter atingido seu limite. Meus olhos então pesaram, e minha voz foi sumindo enquanto minha respiração enfraquecia até que eu adormecesse, ou então desmaiasse de dor. Apenas tinha consciência de que não tive um sono tranquilo. Andrik havia se levantado, e muito sangue escorria por seu rosto, manchando seu ombro esquerdo e seu peito pálido. Ele me encarava furioso, e eu não conseguia me mover ou gritar, até que ele me puxou pela perna e me agarrou novamente. Tentei gritar, mas não consegui. Ele segurou meus ombros e me encarou com seus olhos beirando a fúria. Sua respiração estava como a de um animal raivoso, e com a ira de um ele tentou acertar um soco em mim.

    Acordei sobressaltada, meu peito disparado e meu corpo ainda mais suado. Meu ventre ainda doía, mas não tanto quanto antes. Olhei ao redor, afastando os cabelos que haviam grudado no meu rosto durante o sono, mas não avistei ninguém no quarto. Tudo parecia estar como era antes que eu adormecesse. Reúno forças para me sentar, e então engatinho pela cama, sentindo uma dor insuportável nas pernas, mas continuei até me levantar.

    E assim que consegui me manter de pé, apoiada na cabeceira da cama para não perder o equilíbrio, eu o vi, e cobri minha boca para sufocar um grito de puro horror. Andrik ainda estava caído no chão, seus olhos gélidos fitavam o nada. Havia sangue em sua têmpora, e o líquido também tinha se acumulado em sua orelha. O chão estava com ainda mais sangue, formando uma poça considerável que se espalhava pelo tapete. A mesinha que estava ao lado do local onde ele jazia também possuía sangue em uma de suas pontas; provavelmente ele havia batido ali também antes de cair. Me agachei ao seu lado, toquei seu peito e não senti nada além de frio, como se a temperatura de seu corpo tivesse atravessado o meu, gelando minha espinha e congelando o sangue que corria em minhas veias.

    Ele estava morto. Andrik estava morto, e a culpa era minha. Senti meu lábio inferior tremer. Eu o havia matado. Eu havia tirado a vida de alguém, eu era um monstro. E os deuses certamente me fariam pagar como um. Minha vista voltou a embaçar, meu peito parecia estar sendo esmagado e o ar se recusava a entrar em meus pulmões, apesar de eu estar ofegando. Lágrimas escorriam pelo meu rosto e minhas pernas fraquejaram até eu cair de joelhos diante do corpo pálido. O que eu havia feito?

    Eu me sentia zonza, minha cabeça parecia estar girando e a sensação era como se a mão dele ainda estivesse na minha garganta. Meus olhos doíam, assim como minhas têmporas, garganta e o resto do meu corpo. Meu estômago se revirou, e eu tentei me levantar. Minhas pernas ainda doíam, meu ventre ainda me causava fisgadas de dor. Cambaleei para longe, mas não o suficiente e me dobrei para a frente e acabei por vomitar no tapete. O cheiro de sangue, vinho e vômito só piorou meu enjoo. Passei a mão trêmula na boca, a outra nos cabelos bagunçados, e me sentei num canto do quarto, escorando minhas costas contra a parede e abraçando meus joelhos.

    Deixei o choro vir, não tanto pela dor física, mas pelo medo, pela vergonha, pela culpa e pelo horror que fora a noite anterior. O que seria de mim no futuro? O que eu poderia fazer? Não havia quem pudesse me socorrer, e como eu explicaria aquilo? Uma parte de mim que eu nem sabia que tinha fora levada embora, e era aquilo que mais doía. E eu havia tirado a vida de alguém, o pior crime que uma mulher poderia cometer. Eu era uma criminosa, e eu iria pagar caro se descobrissem.

    Fecho minhas mãos em punhos nos meus cabelos. É claro que iriam descobrir, não havia como eu sozinha e ferida me livrar de tudo aquilo. E como explicaria o desaparecimento de Andrik? Ele era um homem importante, muita gente viria atrás dele. Meu peito se apertou ainda mais. E quando viessem atrás dele? O que eu iria fazer? O que fariam comigo? Eu precisava de ajuda, mas a quem recorrer? Aos meus pais? O que eu diria para eles? Eles acreditariam em mim? E se os pais de Andrik viessem aqui antes? O que eu irei dizer? Deveria falar a verdade?

    Tantas perguntas percorriam minha cabeça que ela já chegava a latejar de dor, e nenhuma delas eu era capaz de responder. Eu não sabia o que fazer, e nem tinha forças para fazer qualquer coisa que pudesse vir a minha mente. Angustiada, ergui o rosto encarando o teto e implorei aos deuses por uma luz, por qualquer coisa. Eu só queria sair daquele pesadelo.

    Fechei os olhos, respirando fundo e desejando que a sensação de estarem me     enforcando passasse. Eu queria me levantar, queria alcançar a porta que levava a sala de banhos e encher a banheira de água e me afundar ali, tirar aquele suor, aquelas lágrimas, aquele vinho e aquele sangue do meu corpo. Percebi então só naquele momento que eu ainda estava nua, e minhas coxas tinham duas manchas roxas em formato quase circular onde Andrik havia me prendido com seus joelhos. As lembranças então voltam à tona, e com elas todas as sensações da noite passada, e as lágrimas de dor. Seu rosto não significava nada para mim se não puro horror.

    Olhei para meus braços, meus pulsos também estavam marcados, assim como minha pele um pouco acima dos cotovelos. Eu não sabia se aquelas marcas um dia sairiam do meu corpo, se elas ficariam ali me atormentando e me relembrando da noite anterior constantemente. Não que eu acreditasse que um dia iria esquecê-la. Mas naquele momento eu precisava tentar resolver aquilo, se é que havia alguma solução possível.

    Aos poucos consegui me levantar de novo e cambaleei até a sala de banhos, cometendo o terrível erro de ver meu reflexo. A lateral direita do meu rosto estava marcada e inchada, e meu lábio inferior cortado. Havia diversas marcas roxas pelo meu pescoço, e vermelhas em meu seio. Minha cintura também estava roxa, assim como minhas pernas e meus braços.

    Ele havia me ferido de diversas maneiras em diferentes pontos, mas o que mais doía era por dentro. Não sabia dizer se pela sensação de medo, ou de impotência no momento. Eu não pude me defender dele. Eu não pude fazer nada, nem sequer gritar. E mesmo que gritasse, ninguém me ajudaria. A parte interna das minhas coxas estava manchada de sangue, do meu sangue, de uma ferida que eu duvidava que um dia cicatrizaria.

    Meu peito se apertou, meu corpo pareceu perder as forças novamente e tinha dificuldades para se sustentar. O ar se esvaiu dos meus pulmões enquanto lágrimas que pareciam não acabar escorriam novamente pelo meu rosto. Eu já estava exausta de chorar, mas tudo doía muito. Ele havia tirado muito de mim; minha honra, minha dignidade, e parte da minha alma. E minha liberdade também estava por um fio por causa dele. Ele estava morto, e eu pagaria por aquilo. Até minha honestidade ele tinha levado, minha ética. Eu me encarava parte com vergonha, parte com nojo. Eu não me reconhecia mais.

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Glossário
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✵ 1 - syzygos - esposa (grego)

* - As taças gregas eram confeccionadas em ferro e tinham em média 2,0kg e adornadas com imagens que podem causar feridas graves, então... sim, a morte foi possível.

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