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DAEGU INTERNACIONAL WOMEN'S SCHOOL, 2013
Já faziam duas semanas desde que cheguei a Daegu, e as coisas não poderiam ter sido mais estranhas. Divido um quarto com mais três meninas. Duas chinesas e uma coreana, no início pensei que seria difícil me adaptar mas até que eu consegui me adaptar rapidamente, converso com Sana as vezes, ela sempre me conta o que está acontecendo em Seul e insiste para que eu vá visitá-la e sempre menciona que eu deveria fazer uma visita a Yuta, mas não sei se é uma boa idéia, ele pode estar me odiando agora por ter ido embora sem avisá lo, não tiro a razão dele.
Estava sentada em minha cama enquanto as meninas reviravam seus armários atrás de algo decente para vestir no evento na próxima semana, até faria o mesmo mas não me importo tanto com isso. Desde que saí de Seul tenho desenhado bastante e na maioria das vezes é o Yuta, o quê têm sido bastante frustrante pois por mais que eu negue, sei que sinto falta dele.
— Acho que vou usar a saia rosa. — Yubin comenta olhando suas roupas espalhadas pela sua cama. — Jeon, o que você acha?
— A saia rosa é legal. — Falo me concentrando em acabar aquele maldito desenho.
— Ah, você é tão chata às vezes. — A garota reclama.
— Olha, eu acho que você deveria parar de ficar fazendo esses desenhos e ir logo pra Seul ver o seu namorado. — Xiao aconselha e eu bufo já aborrecida.
— Ele não é meu namorado.
— É quase isso! — A garota rebate e eu apenas fico em silêncio. — Ah vamos lá! Se quiser a gente pode ir para Seul, vai ser legal!
— Verdade, não aguento mais ficar aqui, Daegu era legal no início, mas agora tá um porre. — Tian reclama me balançando pelos ombros e eu me assusto por um momento por que eu nem vi quando ela se aproximou de mim. — Ei, os amigos dele são gatinhos?
— Tian, você acabou de terminar um relacionamento. — Yubin relembra e a chinesa revira os olhos.
— E? Olha se o idiota lá foi capaz se arrumar uma namorada nova, eu também sou! — Logo ela fica aborrecida.
— Qual foi mesmo a última coisa que disse a ele antes de terminarem? — Yubin pergunta rindo e Xiao começa a rir e eu a olho curiosa porquê não sabia nada sobre isso.
— Ele disse que estava terminando comigo por que eu sou ruim de cama, acredita? — A garota fala me olhando e eu assinto. — Disse a ele que ele não tinha um varão como se gabava e sim uma varinha e que se duvidasse, eu ainda sou virgem. Agora ele me odeia, mas eu sempre soube que ele têm a masculinidade frágil. — Tian fala com uma expressão de desgosto e eu fico um pouco incrédula com o quão babacas alguns homens conseguem ser.
— E o seu, Jeong? Como ele é? — Yubin pergunta e eu encolho os ombros.
— Nós éramos apenas amigos.
— Tá, mas como ele é? Nos diga algo! — A garota insiste e eu reviro os olhos.
— No começo achei que ele era apenas um idiota, mas a idiota sou eu. Ele é muito sentimental, e eu não sei lidar com isso ou melhor dizendo, não sei como reagir e agir e acabo sendo uma idiota com ele. Eu não quero magoar ele mas acabo fazendo isso, vim pra cá e nem ao menos avisei a ele, pode ser que ele esteja me odiando ou apenas está com raiva de mim porque eu sou uma estúpida. — Confesso e as meninas me olham como idiotas.
— Ou ele está com muita saudade! — Xiao fala e as outras duas concordam. - Aonde eu arrumo um cara assim?
— Xiao, você nunca irá arrumar um cara assim. — Tian debocha e a outra lhe mostra a língua.
— Vamos arrumar logo isso, temos que ir ajudar a Unnie com a organização. — Yubin relembra e as outras assentem guardando suas coisas. — Você vem, Jeon?
— Ah não, quero ficar mofando na minha cama já que semana que vem não vou ter mais final de semana livre. — As meninas apenas assentem e não demoram muito a sair do quarto me deixando sozinha.
Havia uma boa vantagem ficar com a cama perto da janela. Eu tinha toda a vista do Colégio, embora de manhã fosse incômodo acordar com os raios de sol bem na sua cara mas era algo ao qual eu podia lidar. Embora não quisesse admitir, sentia a falta de Yuta e de nossas brigas, aqui é tranquilo demais e as vezes fico entediada.
᪥
— Droga! Não acredito que algo assim aconteceu! — Reclamo ao olhar pro meu tornozelo enfaixado e me jogando em minha cama.
— Como alguém torce o tornozelo com um salto de cinco centímetros? — Tian reclama e Yubin apenas concorda.
— Relaxa, agora você terá de ficar sentada durante todo o evento e não vai precisar ficar recolhendo coco de cachorro. — Xiao fala e eu grunho.
Maldita hora que fui na onda de Tian, e experimentei o sapato dela, o que eu não contava era que acabaria com um tornozelo torcido a alguns dias antes do evento da escola.
— Soube que muitas pessoas de Seul irão vir, minha mãe tentou comprar a passagem de trem de última hora e já estava esgotada. — Yubin fala um pouco brava. — Mais uma vez ela não poderá vir.
— Acha que virão muitos meninos?
— Tian, não começa. — Xiao reclama e Yubin ri.
— Xiao Li Wei é a verdadeira tarada entre nós. — A outra chinesa provoca e Xiao joga um travesseiro em sua direção.
Apenas permaneço quieta enquanto as duas praticamente se matam, Yubin apenas continua fazendo suas lições e eu gostaria de dar uma volta agora mas com o tornozelo torcido, sem chances.
Deveria ir até Seul. Claro!
Me levanto em súbito e quase caiu algumas vezes mas pego meu celular mandando uma mensagem a Sana. Iria pegar o próximo trem e iria até Seul. As meninas acham estranho meu comportamento.
— O que deu nela? — Xiao pergunta e Yubin apenas dá uma cotovelada na mesma. — Aonde você vai?
— Seul.
— Vamos te dar cobertura, vamos dizer que você precisa ir ao hospital e te levamos até a estação. — Yubin rapidamente vai se trocar e as outras duas ficam paradas tentando processar.
Foi um pouco difícil convencer o Diretor a nos deixar sair, na verdade tive que fingir me contorcer de dor em sua frente para que ele me deixasse sair mas disse que apenas uma poderia me acompanhar. Yubin acabou ficando responsável por mim e logo nós já estávamos em um táxi que nos levaria até a estação de trem. Yubin queria ir ver sua mãe em Seul e eu queria ver Yuta mas não tinha coragem de ir até a escola, nem sei se teria coragem de ir outro lugar que não fosse a casa de Sana.
Chegamos a tempo na estação de pegar o trem até Seul, chegaríamos lá por volta das quatro horas da tarde. Sana disse que me esperaria na estação. Eu acabei dormindo durante a viagem e quando acordei já havíamos chego. Yubin e eu desembarcamos e logo vimos Sana nos esperando.
— Omo! Seu cabelo cresceu alguns centímetros! — A japonesa fala sorrindo e eu reviro os olhos.
— Eu estou bem, obrigada!
—Oi! Sou Yubin e você é a Sana, não é? — A mesma se apresenta e Sana sorri assentindo.
— Fico feliz em saber que a Jeong não esqueceu de me mencionar! — A garota fala e eu franzo o cenho em descrença.
— Você se acha demais.
— Aonde vamos? — Sana me ignora totalmente.
— Onde estão seus pais? — Pergunto curiosa e a mesma sorri.
— Tirei a habilitação! — A japonesa comenta com entusiasmo.
— Isso é terrível! Vou chamar um táxi. — Falo e ela me olha ofendida.
— Mas eu sou uma boa motorista! — Ela reclama e Yubin me olha rindo.
Se dissesse que Sana é uma boa motorista estaria mentindo, diria que ela é muito atrapalhada e desatenta até mesmo no trânsito mas graças a deus nada de ruim aconteceu. Depois de deixarmos Yubin na casa de sua mãe, iríamos para a casa de Sana mas ela tomou um caminho totalmente diferente.
— Aonde estamos indo? — Pergunto confusa e ela sorri travessa.
— Logo irá saber!
Não demora muito até eu reconhecer o bairro de classe média e as casas ao redor. Não queria acreditar que ela estava me levando até a casa dos pais de Yuta. E como ela sabia onde os pais dele moravam?
— Ei, quem te mandou me trazer aqui? — Pergunto assim que ela estacionou do outro lado da rua em frente a casa.
— Acho engraçado o fato de que meus pais conhecem os pais do seu namorado, eles foram jantar na minha casa na semana passada e a mãe dele reconheceu você em uma fotografia nossa. Pensei que gostaria ao menos de visitá-la, já que ela gosta muito de você. Se não quer ver o filho ao menos veja a mãe. — Sana comenta e eu sinto um frio na barriga.
— Não sabe aonde está me colocando. E ele não é meu namorado.
— Quando começou a ser tão cautelosa? A Jeongyeon que eu conheço não tem medo de nada e nem é intimidada por nada. Saiu de Daegu tão determinada mas ao chegar aqui dar um passo pra trás não fará nada ter válido a pena. — Sana completa e eu me dou por vencida.
Apenas a olho uma ultima vez e ela sorri me tentando me passar confiança. Ao menos sei que Yuta não está aqui, são apenas os seus pais e sua irmã, será rápido não é mesmo? E logo ouço o som do carro de Sana dando partida e eu não acredito que ela simplesmente me largou aqui.
Assim que atravesso a rua e toco a campainha da casa, ouço vozes de dentro da mesma e quando a porta é aberta vejo Nako que sorri surpresa ao me ver, ela me abraça e me convida a entrar em seguida.
— Omo! Pensei que nunca mais te veria novamente. — A mulher fala com entusiasmo. — Pensei que você e Yuta tivessem brigado, ele apareceu aqui na semana passada um pouco abatido.
— Abatido?
— Sim. — Ela dá uma pausa e logo me puxa até a cozinha e sei que ela ira me encher de comida pois a mãe de Sana têm o mesmo costume. — Soube que conhece os Minatosaki.
— Ah sim. Eles eram amigos dos meus pais.
— Eu soube o quê aconteceu, eu sinto muito, deve ter sido muito difícil perder os pais dessa forma. — Nako lamenta colocando uma panela sobre a bancada da cozinha e em seguida muitas outras coisas.
Logo Yoko chega da escola e ela tinha o dom de discordar de tudo o que sua mãe falava. Em algum momento, Nako resolveu que deveria me contar sobre a infância do Yuta, ela também quis me mostrar o álbum de fotografias de quando ele era criança. Yoko disse que iria fazer seus deveres e me deixou sozinha com sua mãe na sala, não demorou muito para que o Sr. Nakamoto chegasse, eu não o conhecia muito bem mas com Nako ali nada nunca ficava desconfortável. Queria ligar pra Sana mas lembrei que minha bolsa havia ficado no carro dos seus pais.
— Jeongyeon, irá jantar conosco? — O homem pergunta e Nako me olha como se me questionasse mas sabia que ela já havia tomado a decisão por mim.
— Mas é claro! Não é sempre que ela vem de Daegu, e ela teve muita força de vontade pra vir até aqui com o tornozelo machucado. — A mais velha comenta e eu havia me esquecido do meu tornozelo por um momento. — Vou servir o jantar. — Nako fala e logo Yoko aparece no pé da escada.
— Espera!
— Como? Você têm algum convidado? — Sua mãe questiona e a garota encolhe os ombros.
— Não é bem um convidado, mas ele já vai chegar, espera só uns minutinhos, por favor! — A garota juntou as mãos como se implorasse e a mais velha apenas assente.
Depois de quase meia hora e nada de ninguém aparecer, Nako se levanta do sofá reclamando de já estar com fome e por mais que Yoko tenha dito para esperar mais um pouco a mulher simplesmente a ignorou e quando já estávamos os quatro sentados a mesa do jantar, a campainha da casa toca e Nako olha para Yoko que revira os olhos
— Por que ele apenas não entra de uma vez. — Ela resmunga se levantando e eu já fico nervosa com a possibilidade da pessoa ser exatamente quem eu penso que é.
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