SEOUL, 2013

— Ela é bonitinha. — Ouço vozes ao meu redor mais não abro os olhos.

— Fale baixo, você pode acorda-lá..— Outra voz e então penso que devo ter sido abduzida ou apenas sequestrada.

— Nunca pensei que algum dia alguém fosse querer o Yuta.

Apenas abro os olhos me deparando com uma mulher e uma garota que me encaram e eu me assusto momentaneamente me perguntando aonde estou. A mulher sorri e então e eu a olho intrigada me sentando na cama.

— Olá, sou Nako, mãe do Yuta. — A mulher fala sorrindo e eu a olho confusa porém sorrio levemente.

— Sou Jeongyeon?

— Você é namorada do meu irmão? — A garota de cabelos longos e escuros pergunta de supetão e sua mãe lhe dá uma cotovelada. — Au! Foi só uma pergunta! — A mais velha fuzila a garota com o olhar.

— Me desculpe, Yoko não sabe conter a língua. — A mulher sorri docemente e a garota massageia o local em quê levou a cotovelada.

Ela deve ter a quem puxar, vulgo Yuta.

— Ah tudo bem, mas eu não sou namorada do Yuta. — Falo timidamente e a garota ri levemente.

— Mãe, eu tenho certeza que a fruta do Yuta é outra. — A garota fala inocentemente e sua mãe a olha e respira fundo.

— Bem, venha tomar café da manhã conosco, Yuta deve estar dormindo, Yoko empreste uma roupa sua a ela, aparentemente vocês tem o mesmo manequim. — A mulher japonesa sorri levemente antes de deixar o quarto e eu olho assustada para a garota.

— Acho que ela já te escolheu como vítima. Sinto muito por você! — Yoko fala suspirando.

— O quê? — pergunto claramente confusa. — Quando aparece uma garota estranha em sua casa, vocês apenas a convidam para o café da manhã?

— Na verdade não, você é a primeira. Meu irmão nunca nos apresentou garota alguma, até porquê ele vive em um Colégio interno mais nós sabemos que ele foge aos sábados a noite, apenas fingimos demência. — A garota fala revirando seu closet. — Aliás, esse vestido ficou melhor em você do que em mim. — Ela se vira para me olhar e eu olho meu estado.

— Ah, é seu? — Sorriu sem graça e a garota apenas dá de ombros.

— Se prepare pois diferente de outras mães a minha é bastante digamos que a frente do seu tempo. Ela vai começar a empurrar o bobão pra cima de você. — A garota fala e depois aparece em mimha frente com uma muda de roupas em mãos. — Pode usar meu banheiro. — Em seguida ela saí do quarto me deixando sozinha e confusa.

Droga! Aonde eu fui me meter?

Apenas pego a muda de roupa e entro no banheiro espaçoso e limpo. Bugueses. São todos burgueses e eu a proletária. Me apresso em tomar um banho e começo a recalcular o quê aconteceu ontem. Yuta bêbado, Yuta dizendo que talvez deveríamos ser algo a mais, eu com vergonha fujo e me tranco no primeiro quarto que entro, ele tenta entrar no quarto, ele começou a dizer coisas sem sentido, eu apenas fiquei cansada e dormi na cama da irmã dele. Certo. Nada demais aconteceu, então está tudo bem, embora essa situação atual seja constrangedora, posso lidar com isso.

Não, eu não posso!

Apenas balanço a cabeça tentando não entrar em pânico e em seguida entro embaixo do chuveiro sem me preocupar com a temperatura da água pois estava nervosa demais para me preocupar com isso. Caramba, eu só me meto em furada, eu não mereço passar por isso, por esse tipo de situação. Devo ter cometido muitos pecados na minha outra vida, só pode ser isso. Termino meu banho, me visto rapidamente e quando saio do banheiro levo um susto ao ver Yuta sentado na cama e de braços cruzados, assim que me vê, o mesmo descruza os braços.

— Achei que demoraria mais tempo. — Ele reclama e eu o olho incrédula.

— Disse que seus pais estavam viajando! — Aponto o dedo em sua direção e ele suspira.

— Eu não sabia que eles apareceriam agora! — Ele se defende e eu cruzo os braços.

— Dê um jeito nisso! — Falo e ele se levanta e vai até o banheiro da irmã passando por mim e eu o olho confusa e então ele aparece com uma toalha na mão. — Vai fazer o quê com isso? — Pergunto ao vê-lo se aproximar de mim e eu me esquivo.

— Fique parada! — Ele apenas leva a toalha até os meus cabelos curtos que já estavam começando a chegar abaixo da nuca pois estavam crescendo. — Você quer ficar resfriada? — Ele começa a secar meus cabelos fazendo movimentos leves e eu o olho apenas confusa.

— Eu posso fazer isso. — Falo segurando um de seus pulsos e Yuta apenas grunhi.

— Mas eu quero fazer isso. Me deixe fazer isso. — Já bravo ele me encara por um momento e eu apenas cruzo os braços e ele volta a passar a toalha pelos meus fios de cabelo.

Certo, eu não esperava isso vindo dele. Na verdade, nunca cheguei a pensar em algo assim vindo do Yuta. Ele parece ser muito brusco, mas aparentemente não o é, talvez seja apenas uma faceta dele mesmo, até por quê todos demonstramos ser algo que não somos apenas para nos proteger.

— Oh! Ai estão vocês! — Ouvimos a voz melodiosa da mãe do Yuta e ela estava na porta parada. — Venham logo, o café irá esfriar! — Ela fala saindo mais então volta e nos olha de novo. — Se não são namorados, parecem ser. — A mais velha ri sapeca saindo e eu olho incrédula em direção a porta.

— Minha mãe gostou de você. — Yuta comenta e eu apenas o empurro para longe de mim e volto a secar meus cabelos o olhando brava.

— Isso tudo e culpa sua! Subornou a sua mãe foi? Agora ela pensa coisas erradas sobre nós

— Pelo menos ela está fazendo um bom trabalho! — Yuta sorri orgulhoso e eu reviro os olhos. — Melhor nós irmos.

Saímos do quarto de sua irmã e caminhamos pela casa em silêncio até chegar na sala de jantar, onde tinha uma mesa repleta de coisas para se comer, estava tudo indo muito bem, mais como sou totalmente sortuda para não se dizer ao contrário, tive uma péssima surpresa.

— Obrigada por nos convidar para o café da manhã! — Johnny fala à mãe de Yuta que sorri.

O pior é que não estava ali apenas o Johnny, como também Taeyong, Mark, Ten, a Irmã de Yuta e o homem sorridente que acredito ser o pai dele. Olho pra Yuta em pânico e ele também fica paralisado pois tanto ele quanto eu, não esperávamos por isso.

— Guardamos lugar para vocês dois! — A mais velha fala e logo a atenção de todos está sobre nós. — Jeongyeon, sente aqui!

— Jeongyeon? — Johnny pergunta confuso e os outros meninos nos olham da mesma forma. — Yuta, cadê a Mina?

— Bem..— O japonês murmura coçando a nuca.

— Espera..por quê ela é parecida com o Jeonghyun? — Mark pergunta e eles arregalam os olhos enquanto os pais de Yuta e sua irmã nos olham confusos.

— Quem é Mina? — Yoko pergunta olhando pra Yuta.

— Ah, eles são parecidos por que Jeongyeon e Jeonghyun são irmãos gêmeos! — Yuta fala com um sorriso e os garotos franzem o cenho.

— Mas e Mina? — Ten se pronúncia ainda desconfiado.

— É prima deles! — O japonês fala com tanta tranquilidade que nem parece estar mentindo para os amigos e os pais.

— Ah, mas então cadê a Mina? — Mark pergunta e eu arregalo os olhos.

— Ela teve que resolver algo cedo. — Falo e a mãe de Yuta me olha.

— Mas nós não a vimos sair. Tem certeza que ela esteve aqui?

— Ela deve ter saído cedo. — Completo e eles apenas assentem.

— Ah, agora também quero conhecer sua prima. Devemos chamá-la? — A mãe do Nakamoto fala sorrindo e os meninos concordam.

— Não! — Eu e Yuta falamos ao mesmo tempo. — Quer dizer, ela teve problemas com os pais dela. — Completo e Mark abre a boca mais uma vez e eu quero encher a boca de Kimchi nesse momento.

— Mas eles não morreram?

— Ela foi organizar o aniversário de morte deles. — Yuta completa e eles apenas assentem e nós nos olhamos antes de nos sentar a mesa.

Não acredito que Yuta mentiu para os seus amigos, seus pais e sua irmã na cara dura como se aquilo fosse normal e ele nem parecia estar mentindo. Acho que ele faz isso com frequência. Então, ele também poderia ter mentido ontem?

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