Don't do that Again
SEOUL SONYEON HAGGYO, 2013
Em um momento de silêncio a única coisa ouvida por nós era o barulho das chamas da fogueira. Ninguém disse nada, todos olhavam um para os outros com cara de tacho, até Ten resolver quebrar o silêncio.
— Ah Mark, você não pode ver uma vergonha que já quer passar! — O tailandês reclama quebrando a tensão e o garoto rapidamente se põe a se defender.
— Espera hyung, é sério! — O garoto tenta ter algum tipo de atenção só que todos apenas continuam bebendo e não dando importância ao mesmo.
— Mark hyung não crie momentos de vergonha alheia. Isso é incômodo. — Donghyuck fala cutucando a orelha do garoto que resmunga.
Apenas fico em silêncio o tempo todo vendo os garotos começarem a conversar e não demorou muito para alguns já estarem levemente alterados por conta do álcool. Ten começa a reclamar por não ficar bêbado o suficiente e saber que terá de carregar um de seus amigos. Jungwoo parecia ser o único sóbrio ali, enquanto que Donghyuk infernizava Mark e o mesmo se esquivava de suas tentativas de afeto.
— Precisamos de mais gravetos. — Taeil fala ao ver as chamas da fogueira diminuírem e Ten se levanta rapidamente.
— Eu vou buscar. — O Tailandês se oferece.
— Quer que eu vá com você, hyung? — Donghyuck estava prestes a se levantar e Ten nega.
— Jeonghyun irá comigo, não é mesmo? — Então, ele direciona a palavra a mim que sinto um frio na espinha mas assinto.
— Claro, eu vou também. — Me levanto rapidamente e sigo o tailandês por entre as árvores altas ali existentes.
Ao longe era possivel ver o prédio dos dormitórios pois algumas luzes estavam acesas, enquanto que desse lado era um completo breu de escuro, a única luz que tinhamos era a da lua, que estava muito bonita por sinal. Começamos a catar os pequenos galhos secos e me assusto ao ouvir a voz de Ten.
— Você e Yuta não são nada discretos. —Ele se pronúncia e eu o olho com os olhos arregalados.
— Do quê está falando?
— Não se faça de cínica. — E então ele dá um peteleco na minha testa começando a andar para mais longe de onde os meninos estavam.
— O que exatamente sabe? — Pergunto sentindo uma grande aflição.
— Sei que se continuarem dando sopa por esses corredores, eu saber sobre vocês será o menor de seus problemas, sabe que será expulsa, certo? — Ele me lança um olhar significativo e eu encolho os ombros já sabendo que sim, eu seria expulsa e quem sabe o que mais aconteceria, e se me processarem por usar uma identidade falsa?
— O que exatamente você me aconselha a fazer então?
— Mude de quarto. — Simples e direto e eu franzo o cenho em confusão. — Yuta pode te prejudicar, ele não pensa muito nas consequências de seus atos, Mark está desconfiado, embora ele não saiba sobre você, mas tem uma pulga atrás da orelha. — E tudo o que ele disse era a mais pura verdade, as coisas têm saído dos trilhos desde que Yuta se meteu na minha vida, embora não seja certo eu culpar ele por algo assim, mas o fato de ele fazer tudo o que quer me fará perder o pescoço nessa escola literalmente.
— Eu vou tomar cuidado, mas no caso de Yuta não tem nada ao qual eu possa fazer.
— Ele é meio descontrolado às vezes mas acho que você dá conta do recado. — Ten então sorri malicioso e eu arregalo os olhos.
— O quê? Não é nada disso do que você está pensando!
— Mas eu não estou pensado em nada. — Ten se faz de inocente e eu reviro os olhos.
— Quando descobriu que eu não era um garoto? — Pergunto mudando de assunto e o mesmo ri.
— No dia em quê o Nakamoto tentou nos dar a volta, eu fiquei desconfiado, mas tive a certeza no dia em que encontramos o Yuta em cima de você. — Quando Ten explica sinto minha face esquentar e se não fosse por estar muito escuro acredito que Ten teria visto. — Como exatamente ele descobriu?
— Eu fui muito burra, não soube esconder meu diário e ele encontrou.
— É, isso é bem Yuta mesmo. Mas ele gosta de você.
— O quê? Não, nem pensar. — Riu sem graça e Ten olha com a sobrancelha arqueada.
— Eu o conheço melhor que você, então fica quieta. E só o fato de ele não ter te reportado ao diretor já é uma prova de que ele tem afeição por você, caso o contrário já teria dado um jeito de te tirar daqui e não te mantendo. — Ten explica aborrecido por minha teimosia. — Olha, apenas mude de quarto e fale pro Nakamoto ser mais esperto, o pamonha do Mark quase entregou vocês hoje.
Depois de termos gravetos o suficiente, retornamos para onde os outros meninos estavam. Doyoung, Jungwoo, Taeil, Donghyuk e Mark eram os únicos sóbrios ali. Ten resmunga ao colocarmos os gravetos perto da fogueira.
— Não acredito que os três patetas feat. Sicheng estão bêbados. — Taeil ri com o comentário do Tailandês. Os três patetas vulgo Johnny, Taeyong e Yuta estavam largados sobre o gramado, Sicheng ainda tava apresentável.
— Ah, quem vai carregar o Johnny? — Taeil coloca em pauta e todos se entreolham.
— Nem pensar! — Doyoung reclama e todos o olham.
— Eu sou muito baixo. — Ten se defende e Taeil ri.
— Eu também sou.
— Olha, eu já sei que o Yuta vai sobrar pra mim, então vocês se resolvam. — Comento e eles suspiram.
Depois de uma longa discussão, ficou decidido que Jungwoo levaria Johnny junto de Taeil, e que Taeyong e Sicheng ficariam sob os cuidados de Doyoung, Ten, Mark e Donghyuck. E mais uma vez eu lidaria com um Yuta bêbado e manhoso, pensei que não teria de passar por algo assim outra vez, mas parece que essa também não será a última vez ao qual eu tenho de lidar com isso.
— Boa sorte. — Ten fala quando eu passo por ele carregando o japonês apoiado em mim.
Ele ainda era capaz de andar apoiado a mim, o quê agradeço aos céus, se não teria de arrasta-ló. Diferente da outra vez, ele estava calado, tão calado que pensei estar carregando um cadáver e não um garoto bêbado. Embora não pareça, mas Yuta tem a incrível habilidade de não calar a boca, ainda mais alcoolizado.
O único barulho ouvido era som de nossos passos pisando nas folhas secas das árvores e de vez em quando uma coruja aparecia cantando no alto das árvores. Tivemos de ter cuidado ao adentrarmos o dormitório pois poderia ter um supervisor ou algo do tipo rondando os corredores. Quando adentramos o quarto apenas joguei o Nakamoto em sua cama, ele era muito pesado na verdade.
— Você não é nada delicada. — Ele reclama resmungando e eu reviro os olhos.
— Você não anda merecendo minha delicadeza. — Respondo-lhe e o mesmo resmunga antes de cair no sono.
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Na manhã seguinte, Yuta já levanta de mau humor brigando até mesmo com o vento, o que foi bem engraçado pois até mesmo com a fechadura da porta ele estava bravo. Eu apenas não lhe dirigi a palavra, continuei no meu canto fazendo meus deveres não lhe ligando a mínima. Como esse sábado não teríamos aula, almocei junto de Jungwoo e Jeonghan, em seguida voltei para o quarto onde passei o resto da tarde sozinha pois Yuta saiu cedo e só voltou perto de escurecer. Ele parecia estar mais calmo pois seu semblante era neutro.
— Sobre o quê você e Ten conversaram ontem? — Levanto meu olhar do meu livro e vejo que ele tinha um olhar curioso.
— Nada demais. — Dou de ombros.
— Então por quê demoraram?
— Espera, você cronômetrou por acaso o tempo em quê ficamos fora? Pensei que estivesse bêbado! — Comento achando graça.
— É apenas curiosidade.
— Ok, nós apenas conversamos sobre o fato de que Mark quase nos entregou ontem. E não, ele não vai contar nada a ninguém, apenas lhe digo para não fazer mais aquilo, tipo, nunca. — Lhe aviso e o mesmo ri em descrença.
— Então, você não gostou?
— Não Yuta, eu detestei. — Eu o olho seriamente e o mesmo apenas assente, embora ele pareça estar inconformado com o quê eu disse, embora eu não estivesse sendo totalmente sincera com ele, era necessário, precisava lhe impor limites. Eu precisava continuar em meu personagem.
— Ok. — Dito isso o mesmo apenas adentra o banheiro fechando a porta.
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💚 Faltam poucos capítulos para acabar, então acalmem o coração. 😊💚
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