Uma ligação e armas
Entrei na sala do arsenal, onde guardávamos as armas, para escolher as que me acompanhariam na invasão que planejava a casa do Bishop, já que eu não havia conseguido ficar lá a tempo de mata-lo eu queria mesmo era entrar e terminar com aquilo de uma vez por todas. Puxei uma cadeira e sentei com uma arma, a desmontei e comecei a limpar, verifiquei a munição. Fiz assim com vários escolhendo a mão as que iriam comigo.
O celular tocou, o tirei do bolso olhando a tela. Era Scooter, que diabos ele queria comigo. Atendi.
-Alô ! –disse sem expressar emoção alguma, eu estava bem calmo nos últimos dias.
-Justin? –a voz da Melody soou alarmada do outro lado.
-Mel! Ta tudo bem? –perguntei esperando por uma boa resposta.
-Eu to, quer dizer eu não sei. –ela parecia confusa com o que dizia, atropelando as palavras.
-O que ta acontecendo?
-É o Scooter...
-O que tem ele?
-Eu não sei ele sumiu Justin, eu to com medo. Faz quase dois dias que ele não aparece, já perguntei a empregada e ela também não sabe onde ele esta.
-Será que ele não saiu Mel? -disse tentando acalma-la.
-Não! –ela esbravejou controlando o tom de voz –O Scooter vem no meu quarto pelo menos umas quatro vezes por dia, ele não sai sem me avisar.
-Fica calma ta. –levantei deixando o pano e a arma em cima da mesa. –Eu vou dar um jeito de te tirar daí em breve. Se acontecer alguma coisa você me liga.
-Eu queria que você estivesse aqui –ela murmurou chorosa.
-Queria poder estar ai! –murmurei de volta. Um estrondo de porta abrindo ecoou do outro lado da linda. –Melody?
-Droga! –ela sussurrou e o som se tornou abafado, não a ponto de não me deixar escutar nada.
-O que você quer aqui? –ela disse brava –Não, eu não quero ir –ela continuou com o tom imponente, infelizmente eu não conseguia ouvir o que outros diziam. –Não! –ela esbravejou me deixando assustado. –Me solta! Me solta! –ela gritava desesperadamente.
Durante toda a confusão eu chamei pelo seu nome, mas ela não respondeu na verdade eu acho que nem conseguiria. Eu andava de um lado pro nervoso até que finalmente tudo se calou. Eu não ouvi mais gritos e nem portas se batendo, eu não ouvi a voz dela, o que definitivamente fez meu coração congelar. Eu precisava tira-la daquela casa nesse mesmo instante.
Sai da casa da piscina –onde fica o arsenal –e corri em direção a casa. Entrei feito um furacão gritando por Nolan e Ryan. Os dois surgiram ao mesmo tempo de regiões opostas me encarando a espera de uma resposta.
-O que é por que ta gritando tanto? –Ryan disse entediado.
-Ta acontecendo alguma coisa dentro da casa –disse tentando segurar o meu desespero –A gente precisa entrar na casa agora.
-Não mesmo nós só vamos entrar daqui alguns, não esta tudo pronto.
-Tudo bem, então e vou sozinho. –disse seguindo pro escritório. Eles vieram me seguindo.
-Não, não vamos deixar você sair daqui e entrar naquela cãs sozinho, só por que acha que tem algo de errado lá.
-Sera que eu vou ter que te dar um soco pra você entender que é a vida da Melody que ta em risco? –o encarei –Eu tava no telefone com ela a poucos minutos, logo depois eu a ouvi ser arrastada pra fora de lá. Eu não sei o que ta acontecendo, mas também não ou ficar sentando esperando o que vai acontecer.
-Vou reunir todos, nós saímos em meia hora –Nolan disse confiante.
-Obrigada! –ele assentiu e saiu.
-Isso é suicídio Justin.
-Eu não me importo de morrer por ela.
Dois dias antes...
Braun's P.O.V.
Romeu havia acabado de sair da casa, dei cobertura pra que ele saísse dali sem ser notado e voltei pra dentro da casa. Bishop havia acabado de chegar e estava sentado no sofá da sala de estar, calmo aparentemente.
-E então como foi? –perguntei parado a sua frente.
Ele riu e me encarou.
-Vamos lá, coloque as cartas na mesa, sem mentiras.
-Do que ta falando? –fiquei confuso por alguns instantes. Ele não podia ter descoberto o que quer que já tenha acontecido, não agora.
-De tudo, você, a sua traição, Melody, Romeu, a morte do Haviier.
-Não sei do que ta falando. –falei sério.
-Uma coisa que eu realmente gosto em você é a sua lealdade meu amigo, como consegue ser tão leal a uma causa. –permaneci calado enquanto ele falava. –Vai me dizer que não estava ajudando Romeu e Julieta e se encontrarem? Um tanto quanto medieval isso, não? –ele se levantou.
-Já disse que não sei sobre o que esta falando. –continuei negando.
-Tenho certeza que Sasha não ficaria feliz em saber o quão o amado dela mente. –disse sínico. Não consegui me controlar.
-Não coloca Sasha na conversa.
-Por que eu não colocaria já que era na minha cama que ela costumava dormir –ele fez uma pausa dramática –Mas que vexame o meu, esqueci de citar que nós dividíamos a mesma mulher. Aqueles anos de triangulo amoroso foram tão excitantes.
-Como soube sobre nós?
-Os olhos daquela vagabunda brilhavam de um modo único toda vez que vocês se viam. Além do mais, eu sabia que vocês estavam juntos quando a peguei na boate.
Velho filho da puta.
Avancei em cima do mesmo, mas fui impedido por dois seguranças de me aproximar, eles me seguraram. Eu tava com raiva muito raiva daquele desgraçado.
-Isso mesmo vamos lá, mostre as garras leãosinho. –ele seguiu na direção as escadas. –Vamos lá pra cima, não quero que ninguém se assuste com seus gritos por aqui.
-O que você vai fazer comigo? –esbravejei enquanto era carregado até o terceiro andar. Bishop não disse uma palavra até chegarmos ao terceiro andar, entramos em uma sala e um dos seguranças me amarrou em uma cadeira.
-Sério mesmo? –disse incrédulo olhando a minha volta. Os dois seguranças ficaram atrás de mim enquanto Bisop ficava parado a minha frente.
-Eu quero respostas e sei que posso consegui-las por mal ou por bem. –ele andava de um lado pro outro. –Quem realmente é o Romeu e o que ele veio fazer aqui.
-Vai se ferrar –resmunguei o encarando.
-Ótimo, continue assim eu adoro fazer as coisas do jeito difícil.
Eu não abria a minha boca nem se ele tivesse apontando uma arma a minha cabeça, e bem, ele sabia disso e então começou e me torturar. Um soco,chute, coronhada ele me ameaçava e esbraveja querendo uma resposta.
-Vamos lá, será que eu vou ter que te deixar na carne viva pra você me dar a localização aquele pedacinho de merda?
-Eu não vou dizer nada, pode me matar se quiser.
-Te matar? De jeito nenhum qual é a graça de quebrar um dos meus brinquedos favoritos. –ele me socou e gargalhou enquanto eu cuspia sangue.
-Pode bater seu velho desgraçado, eu to nem ai. –retruquei e ele ficou bravo.
-Muito me admira a Sasha ter se apaixonado por você, você é um lutador cara. Você é persistente. Talvez tenha sido esse o motivo pelo qual você aguentou anos aqui dentro dessa casa enquanto eu fudia aquela vadia noite e dia.
-Lava a sua boca antes de falar qualquer coisa sobre ela. –me empolguei com a brincadeira. –Você sabia que toda vez que ela sai da sua cama ela vinha pra mim, porque ela tinha nojo de você. Você não dava conta do recado seu velho de merda. Ela podia dar uma de vadia pra você, mas era na minha cama que ela era mulher. Você nunca foi homem o suficiente pra ela. –cuspi as aquela palavras na cara dele, palavras que estavam engasgadas na minha garganta a quase duas décadas.
-Apaga ele –rosnou dando as costas e saindo da sala.
Eu havia acertado o ponto fraco dele e os seguranças me acertaram até eu apagar.
Quando voltei a consciência já era dia, meu estomago revirava de fome. Bishop não apareceu por ali o dia inteiro, no entanto os seguranças passaram horas tentando arrancar algo de mim, até que eu acordei de novo.
Dessa vez o velho estava na minha frente sério, talvez impaciente pela falta de respostas.
-Eu venho sendo muito flexível com você meu cara amigo, no entanto você não copera. Por isso essa é a última vez eu peça que me conte a verdade sobre aquele filhote de ladrão que estava na minha casa. Ou então eu terei que ser um pouco mais radical.
-Vai pro inferno –esbravejei e ele acentiu.
-Você –apontou pra um dos seguranças –Vá buscar a Melody.
Estremeci.
-Não! –gritei, mas ele me ignorou. O segurança saiu e Bishop ficou me observando com um sorriso irônico estampado no rosto.
-Fica calmo só quero ter uma conversinha com ela, vai ser divertido. E bem se você não se disser ela vai ter que dizer. –A risada demoníaca dele ecoou pela pequena sala.
Melody foi arrastada pra dentro da sala, ela resistia aos seguranças e se debatia. Quando me viu congelou me encarando assustada.
Melody's P.O.V.
Fui carregada até uma sala no mesmo andar do meu quarto, tentei me soltar das mãos daquele brutamonte, mas ele era dois de mim. Quando entrei na sala me deparei com Scooter amarrado a uma cadeira e completamente arrasado, ele parecia um zumbi espancado.
-Scooter! –sussurrei extasiada.
-Tira ela daqui por favor –ele pediu.
-Sente se –ele apontou pra uma cadeira ao lado da Scooter, me sentei e um segurança me prendeu a mesma. Pensei em perguntar o que estava acontecendo, mas ele foi mais rápido que eu soltando uma das suas frases sem sentido.
-Como vocês se parecem –disse olhando pra mim e pra ele –Loucura isso não? –brincou.
-Me diz o que ta acontecendo –pedi mas Scooter não respondeu.
-Melody minha joia rara eu tenha uma linda história pra te contar. –Bishop disse num tom tão calmo que chegava a ser assustador.
-Não! –Scooter esbravejou me assustando. –Não faz isso. –ele implorou.
-Era uma vez –ele sorriu se divertindo com o desespero de Scooter, eu não fazia ideia do que estava acontecendo e aquilo me afligia a cada segundo. –uma prostituta da minha boate, ela tinha um caso com um segurança, mas um cara bem melhor que o segurança chegou ali e levou a vadia pra morar com ele. Ele deu tudo a ela, a fez sua esposa, e o segurança ficou apenas observando o que acontecia. Um dia a vadia engravidou e dela nasceu uma linda menina que bem podia ser filha dos dois, já que a vagabunda dormia com os dois ao mesmo tempo.
-Do que você ta falando? –perguntei sem entender a história.
-De você minha ninfetinha, de quem mais seria. –pensei por alguns segundos tentando assimilar o que ele dizia. Meus pais! Indaguei. O que ele dizia não tinha sentido, até onde eu sabia a minha mãe não havia trabalhado em boate nenhuma, na verdade eu não sabia realmente e bem segurança envolvido com ela...quem poderia. Ah não!
-Scooter! –chamei sua atenção e ele me encarou –Você teve um caso com minha mãe, espera você é meu...meu pai? –eu não conseguia acreditar nas palavras que saiam da minha boca, aquilo era loucura.
Ele não respondeu e desviou o olhar.
-Scooter! –sussurrei sentindo como se o chão estivesse se abrindo aos meus pés.
-Cena linda, mas... –disse Bishop nos admirando –Bem, eu menti. –fez uma pausa dramática –Eu não sou estéreo, e bem, como a vagabunda da sua mãe dormia em duas camas, não é bem certo quem é seu pai aqui.
-Eu não acredito em você. –disse segurando o choro.
-Mas indo pelo meu palpite, você é minha filha.
-Vai se ferrar seu velho desgraçado! Deixa a Melody em paz! –Scooter gritou bravo, como eu nuca o tinha visto antes. Ele se debateu na cadeira tentando se soltar, mas foi em vão. Bishop o acertou com dois socos seguidos e ele apagou.
-Eu não sou nada sua seu desgraçado –gritei tentando me balançar na cadeira.
-Você tem o temperamento da sua mãe –ele se aproximou me observando –Foi uma pena eu te-la matado, ela seria útil agora. –disse calmo.
Fiquei sem ação ele estava com a cara mais sínica do mundo olhando pra mim e dizendo que havia matado a minha mãe, A MINHA MÃE! Não haveria palavras no mundo que explicariam a aflição que eu sentia dentro de mim, eu estava presa naquela cadeira e nem sequer poderia avançar nele e descontar o ódio que eu tava sentindo. Eu cresci presa em um quarto por que aquele desgraçado na minha frente havia matado a minha mãe e a porcaria da minha vida de merda não acabava por ai, eu ainda estava sentada do lado do homem que poderia ser meu pai, mas em anos nunca havia me contado nada. Era muita coisa pra absorver.
-Eu vou te matar seu filho mãe desgraçado! –rosnei tentando em controlar. Ele riu indiferente.
-Se metade das pessoas que me juraram de morte tivessem cumprido as promessas eu já não estaria mais aqui.
-Não canta vitória não a sua hora ta chegando. –Ele me ignorou e puxou uma cadeira sentando bem próximo a mim. Ficou me encarando por alguns instantes e tocou o meu rosto. Como eu tenho nojo daquele velho.
-Tenho que admitir eu sinto falta de uma esposa. –tentei me esquivar dos toques dele.
-Você disse que eu poderia ser sua filha –disse incrédula.
-Eu não me importo com isso, nunca foi muito ortodoxo mesmo. –ele riu mostrando aquela dentadura amarelada e nojenta.
-Eu nunca vou ser nada sua –ele se aproximou com quem iria me beijar –eu tenho nojo de você.
Cuspi em seu rosto e no mesmo instante o vi ficar vermelho de raiva. Ele afastou a cadeira se levantando, num segundo ele limpava o rosto com a manga da camisa e no outro a sua mão acertava o meu rosto me causando uma sensação de queimação. Ele repetiu o movimento me xingando.
-Você é uma vadia como a sua mãe.
Justin's P.O.V.
Peguei um colete e aprova de balas e vesti por baixo do moletom. Guardei uma faca, e dois revolveres afinal é melhor se prevenir do que remediar. Saí do escritório encontrando Nolan no estacionamento, ele iria no carro comigo.
-Você ta bem? –perguntou enquanto eu dava a volta no carro abrindo a porta.
-O que você acha? –entrei fechando a porta e entrou logo em seguida.
-Não coloca os sentimentos em primeiro hoje Justin, pensa antes de fazer qualquer coisa. Armas e corações não andam juntas.
-Fica tranquilo não vou ferrar com nada. –dei partida passando pelo portão da casa.
Melody's P.O.V.
Eu já havia gritando tanto com aquele filho da puta que a minha voz começava a ficar falha. Alguma coisa no meu rosto ardia mas eu não conseguia encontrar o que era, talvez eu estivesse sangrando.
Meus gritos acordaram Scooter ele estava meio grogue, ele parecia ter sido atropelado por um caminhão, e a pior parte é que eu sabia a placa do mesmo.
-Meu fiel escudeiro –Bishop exclamou quando viu Scooter acordado, ele saiu do canto da sala onde fumava um charuto e veio até ele. –Tenho mais uma confissão pra fazer eu adoro te ver nesse estado, e o melhor é que só vai piorar. –ele riu recebendo um bastão de um dos seguranças que estavam atrás de nós.
-Não, por favor Isaac –implorei antes dele atingir o Scooter pela primeira vez. Pedi outras vezes enquanto Scooter gritava de dor, aquela cena era insana enquanto um ria feito um louco o outro gritava de dor. Aquele home era um monstro.
Ele apagou de novo, tão judiado. Mesmo com a raiva que eu sentia por ele nunca ter me contado nada era impossível não sentir pena.
O velho andava de um lado pro outro despreocupado.
-Como seu novo papai é seria gentil da minha parte te contar um pouco sobre a nossa família.
-Não me interessa –disse em desdenho.
-Cale-se e me ouça –disse de uma forma gentil, aquele velho sem dúvidas tinha parafusos soltos. –Nós somos italianos primeiramente, meus pais sempre foram bem vida, mas nada que se comparasse ao que tenho hoje. Nós viemos pra cá depois que meu pai um velho imprestável perdeu tudo. Nós morávamos na parte pobre da cidade não foi muito difícil até a família toda entrar pro crime, acho até que a minha mãe já vendeu um dos meus irmãos, mas isso não importa. Você acho que eu sou louco nem imagina como é o resto da família, acho que isso é genético, falando nisso é melhor se cuidar muitos de nós foram diagnosticados com esquizofrenia. Acontece –ele riu sem dar muita importância –Nós nos odiamos, só nos encontramos quando alguém morre.
-Com base na sua família acho que nem posso te culpar por ser o monstro que é –falei sínica.
-Um monstro? Eu faço o que é certo pra mim.
-Você é doente –murmurei observando Scooter, na espera que ele acordasse.
Um estrondo me assustou, eu estava tão embriagada com o que acontecia que esqueci que estava conversando com Justin quando fui arrancada do quarto, poderia ser ele agora vindo me salvar. A esperança se instalou na minha alma.
-Opa –Bishop olhou para o teto ouvindo o barulho de tiro –Hora de fatiar o seu namoradinho petulante.
Justin's P.O.V.
Os carros dos meus homens cercaram a entrada da mansão e outros dois carros derrubaram os enormes portões de entrada me dando passagem. Escolhei não sentir nada naquele instante em diante, ser frio não era algo tão difícil pra mim. Parei o carro atrás dos outros dois que formaram uma barreira enquanto nós ficávamos em formação, eu Nolan e Ryan fomos comandando toda a operação enquanto os caras faziam nossa segurança. Atravessar o gramado não foi tão difícil, os seguranças que surgiram foram atingidos ou rendidos. Meti o pé na porta de entrada arrombando e entrado, com uma arma em punho não havia nada que me impedisse de fazer o que queria. Limpamos todo o primeiro não havia sinal de ninguém além do segurança em que eu havia atirado. Fomos em direção ao segundo andar subimos as escadas e quando entramos no corredor quatro seguranças surgiram, foi fácil rende-los. Nolan ficou vigiando eles enquanto eu e Ryan vasculhávamos as dezenas de quartos daquele andar, estava tudo vazio pro meu azar. Voltei ao corredor onde estavam os seguranças agarrei um pela gola e o joguei na parede mirando a arma na cabeça.
-Cadê o filho da puta do Bishop?
-Não é da sua conta! –respondeu presunçoso. Dei uma coronhada no vagabundo e ele choramingou tentando se soltar.
-Fala cadê o velho.
-Não vou dizer –ele resmungou e eu abaixei a arma atirando na sua mão.
-Se não falar agora o próximo tiro vai ser na sua cabeça.
-Ta bom ta bom –ele choramingou assustado. –Ele ta no terceiro andar ao lado do quarto das armas, ele a menina o Braun e dois caras que eu não conheço.
Dei outra coronha apagando o cara.
Fazia muito tempo que eu não ia à sala do arsenal do Bishop, mas eu ainda me lembrava do local. Arrastamos o seguranças até um dos quartos e os prendemos ali. Seguimos até o terceiro andar, a casa estava tão quieta que dava pra desconfiar. De repente uma onde de tiros começou do lado de fora da casa, os seguranças que deveriam estar dentro da casa com certeza estavam do lado de fora servindo de alvo para os meus.
Chegamos ao terceiro andar e logo encontramos a sala.
Melody's P.O.V.
-Vamos tornar isso mais divertido. –Bishop disse me soltando da cadeira e me segurando de frente á porta. Puxou uma arma da cintura e aponto pra mim. –Vamos ver o quanto ele demora pra fazer uma entrada triunfante. 3,2,1.
A porta foi arrombada e Justin surgiu rolando os olhos pela sala até me encontrar. Engoli em seco, estava feliz por vê-lo, mas eu tinha uma arma apontada pra minha cabeça.
Justin's P.O.V.
Atirei, sem pensar, nos dois homens que estavam na sala e eles caíram apagados. Ela estava ali na minha frente com uma arma na cabeça, eu precisava fazer algo antes que algo pior acontecesse.
-Tira o Scooter daqui. –fiz sinal pro Ryan. Bishop não se opôs, ele estava calmo agindo como se nada demais tivesse acontecendo, o que era estranho julgando pelo seu temperamento assassino.
Ryan tirou Braun desacordado dali e Nolan ficou me dando cobertura, mesmo não conhecendo o velho ele sabia o quão era perigoso.
-Preciso dizer que é uma honra tê-lo na minha casa novamente McCann –ele sorriu feito um louco.
-Solta a Melody ! –ordenei firme.
-Ou o que, você me mata? Não tenho medo de morrer, além do mais o que gatilho você acha que vai ser mais rápido? –ele riu –Não seria tão ruim morrer sabendo que você passaria o resto dos deus dias miseráveis se culpando pela morte da sua amada.
-A casa ta cercada Bishop, eu tenho mais gente de pé do que você, é melhor deixar a Melody sair.
-Gosto da sua persistência garoto. Por isso eu proponho que você tire os seus ratos de esgoto do meu quintal e talvez nós possamos conversar.
-Nada de acordo, já disse que estamos em maioria.
-E o que a maioria importa quando só um está apontando a arma pra cabeça da sua amada. –o desgraçado queria me vencer pelo psicológico.
Encarei Melody por alguns instantes, a testa dela sangrava e seus olhos gritavam por socorro. Ela estava assustada como eu nunca tinha visto antes.
-Que tal irmos para a sala de estar, acredito que lá a nossa conversa seria bem melhor. –Assenti e nós saímos dali, descer aquelas escadas não foi tão fácil, mas nós conseguimos. Bishop manteve uma certa distancia de nós quando chegamos a sala.
-Romeu, Romeu, Romeu –O velho cantarolou irônico –Você realmente achou que ia me enganar por muito tempo?
-Não foi tão difícil entrar aqui, acho que você ta ficando gaga –brinquei e ele ficou sério.
-Eu sempre soube que você estava aprontando algo seu garoto burro, você me salvou muito pra ganhar crédito, tentou dar uma de bom homem, bagunçou meu jardim e ainda matou o Haviier como queima de arquivo. O que ele havia descoberto pra você querer mata-lo?
-Solta a Melody que te conto.
-Sua sorte é que eu sou um gato um curioso. –ele riu tentando fazer piada. -O que você trocaria pra salvar a vida da nifetinha?
-Qualquer coisa.
-A sua vida? –perguntou extasiado.
-Sim.
-Justin não! –Nolan e melody disseram ao mesmo tempo me repreendendo.
-Se essa é a sua vontade, vai ser divertido ter você como meu novo brinquedinho. Coloquem as armas no chão que eu entrego ela.
-Como eu vou confiar que você vai entrega-la?
-Você não vai. –ele mudou o tom de voz, falando como um se estivesse com ódio do mundo –Cala a boca e faz logo o que eu to mandando.
Nolan abaixou a arma e eu fiz o mesmo, desarmado eu me sentia aquela criança de seis anos que viu sua mãe sendo assassinada. Levantei as mãos esperando que ele a soltasse.
Melody correu na minha direção chocando seu corpo no meu em um abraçado desesperado. Passei meus braços pelo seu perco a segurando firme como um bebe que poderia cair a qualquer instante.
-Mais uma linda cena do dia –Bishop disse com desprezo –Já pensaram no quão lindo seria morrer como Romeu e Julieta? Assim como vocês estão dividiriam uma bala facilmente. –Ele falava sem prestar realmente atenção.
-Mel –sussurrei –Tem uma arma nas minhas costas, pega ela e atira, não pensa mira e atira.
-Não é perigoso?
-É a nossa única opção.
Melody's P.O.V.
Não pensa mira e atira.
Puxei a arma da cintura do Justin e me virei de uma vez apertando o gatilho na direção de Bishop, o velho caiu. O tiro tinha pegado na sua perna.
-Corre! –Justin gritou e nós saímos dali. Caído ele gritava aos quatro ventos pelos seguranças. Cruzamos a porta de entrada acompanhados pelo cara que estava com Justin na sala.
O jardim parecia um campo de batalha, haviam homens caídos e tiros ainda eram ouvidos. Segui Justin que corria segurando a minha mão e me guiando, eu podia jurar que as coisas aconteciam em câmera lenta a minha volta. Eu via vultos e ouvia gritos, nada parecia ser real até Justin chamar minha atenção no meio do caminho.
-Joga por baixo dos carros!
-Ta maluco? –perguntei sem acreditar no que ele dizia.
-Não pensa muito. –ele gritou e segurou firme a minha mão.
Haviam dois carros grandes perto dos portões que estavam derrubados, os carros formaram uma barreira.
Me joguei no chão escorregando por baixo dos carros, foi pura adrenalina. Paramos em frente a uma Ferrari que estava atrás dos carros, ele abriu a porta e nós entramos.
Encostei minha cabeça no encosto do banco sentindo meu sangue disputar uma corrida de formula 1 dentro das minhas veias. O carro cantou pneu e nós saímos dali.
Justine estava atordoado mexendo no painel do carro.
-Estamos fora, saiam daí agora. –disse ofegante. Ele falou com um rádio no painel do carro e desligou.
Depois daquilo os batimentos descompensados e cansados do meu coração foram as únicas coisas que ouvi, naquele segundo dentro do carro ao lado dele, nada do que havia acontecido no dia me parecia realmente real, nenhuma das revelações ou coisas terríveis que tive que acontecer, eu me atreveria a desacreditar que aquele monstro era real.
Justin segurou minha mão forçando um sorriso de consolo.
-Ta tudo bem. –me tranquilizou.
Eu estava em choque, me sentia vazia e cheio de ódio ao mesmo tempo. Vingança era o que eu queria e nem que demorasse mil anos eu teria.
O forte apanha calado, o fraco grita e promete vingança. O sábio também se cala, logo após demonstra que na realidade, ele não apanhou.
(Lizandro Rosberg)
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