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Second Season - Final

Carry On My Wayard Son


Todas as palavras que eu disse

São como gasolina em chamas

Não há desculpa, não há explicação

Acredite, se eu pudesse desfazer o que fiz de errado

Eu abandonaria tudo que possuo -Sorry

Flashback (sintam se livres para ouvirem suas músicas preferidas enquanto leem)

Nós estávamos na plataforma que ligava uma pequena parte da varanda da casa ao lago. Sentados com nossos pés tocando a água fria abaixa, nós conversávamos e fazíamos planos sobre como seria a nossa vida daquele dia em diante.

-Apesar de não ter me familiarizado com esse lago, eu gostei desse lugar é tão calmo que parece o paraíso. –ela disse admirando.

-Pensei que sua ideia de paraíso fosse uma piscina cheia de mulheres gostosas –rimos –Eu também gosto daqui, me sinto protegida, é como se aqui ninguém pudesse chegar a nós.

-Quando você diz ninguém, quer dizer ele. –assenti engolindo em seco só de pensar em encontra-lo novamente. –Eu ainda não consigo crer que ele possa estar vivo. Eu tinha certeza que o tinha matado.

-Eu queria poder dizer que me confundi, mas tenho certeza que era ele. –Justin passou o braço pelo meu ombro juntando meu corpo ao seu.

-Não precisa ter medo, ainda que ele tente alguma eu te juro que nada vai acontecer com você ou com o nosso filho, não importa o que isso me custara. –virei o rosto encarando o seu, vendo o seu semblante sexymente calmo.

-Promete que nunca vai me deixar. –ele sorriu olhando pra mim.

-Eu não conseguiria viver sem você nem se eu quisesse.

Flashback Off

Justin's P.O.V.

Dei a volta no sofá ficando de frente pra Mitchie e me segurando pra não voar no pescoço dela, no fundo eu sabia que a culpa não era dela, mas eu tinha que jogar minha ira pra fora.

-Mas que porra, como você não tem noção de pra onde ela pode ter ido? –gritei e Ryan entrou na minha frente me empurrando.

-Não grita com ela, não vai adiantar. –ela soluçava em meio a um choro desesperado –A culpa não é dela. –me afastei andando de um ladro pro outro na casa.

Logo Will surgiu dando ordens e me pedindo pra ter calma.

-Cala a boca, você não apita merda nenhuma na minha vida –esbravejei o ignorando.

-Só to tentando ajudar.

-Quer me ajudar? Morre de novo e dessa vez faz o favor de ficar por lá. –ele se aproximou tentando me acalmar. –Se chegar perto eu arrebento a sua cara. –me afastei voltando a ficar na frente da garota, me segurei dessa vez tentando parecer mais calmo. –Mitchie, em que restaurante vocês estavam? –ela fungou parando de chorar.

-Nós estávamos em um bistrô no meio da cidade, blue blurry..blue...

-Blue Berry? –eu conhecia o tal bistrô. Ela assentiu –Me desculpa por ter gritado, eu preciso encontrar a Melody.

-Ta tudo bem, eu não faria diferente no seu lugar.

-Eu vou até o restaurante, pra ver se consigo alguma pista. –me afastei saindo da casa e ignorando os conselhos a minha volta.

Entrei na casa da piscina pegando algumas coisas que me ajudariam se eu precisa-se entrar em ação. Juntei armas, munição e enchi o carro. Minha ficha ainda não tinha caído, minha mulher e meu filho estavam em perigo e eu não sabia como protegê-los. Peguei o carro dirigindo diretamente para o tal bistrô. Saltei do carro entrando no lugar, fui direto na recepção abordando o gerente.

-Preciso falar com os garçons que estiveram trabalhando aqui nas últimas cinco horas.

-Posso fazer do que se trata?

-Minha esposa esta desaparecida e este foi o ultimo lugar em que foi vista. –o homem baixou o olhar como quem dizia "mas que pena senhor", mas no fundo era bem óbvio que ele não se importava.

-Vou tratar disse imediatamente, sente-se enquanto reúno os garçons. –me afastei sentando em uma mesa e fugindo do sorriso amareladamente irritante dele.

Não demorou muito e o homem voltou, seguido por outros garçons.

-Me desculpe senhor, antes de conversar com meus garçons precisei atender o telefone.

-E o que eu tenho a ver com isso? –perguntei impaciente.

-O senhor é Romeu McCann? –ele esticou o telefone na minha direção. Levantei o segurando.

-Sou –ele apontou pro telefone e eu o coloquei na altura do ouvindo temendo o que iria ouvir.

Depois de alguns instantes de chiados ouvi a voz esganiçada e rouca vindo do outro lado da linha.

-Romeu meu querido companheiro!

-Bishop! –ele riu escandalosamente do outro lado da linha.

-Ainda reconhece minha voz no telefone, desse jeito vou achar que passou esse tempo todo pensando em mim.

-O que você quer? –murmurei bravo.

-Um jantar em família que tal? Minha querida enteada já esta aqui, em poucos minutos sua madrinha Helena também estará e em pouco tempo acredito que você também se juntara a nós.

-Onde você esta?

-Em casa meu querido, em casa. –ouvi a voz de Melody de fundo, apesar de tudo parecia calma. –Se apresse não vai querer perder o prato principal.

A ligação caiu, sem pensar duas vezes eu entrei no carro pegando a estrada para Livonia, agindo racionalmente eu iria até os outros e os esperaria pra seguirem comigo, no entanto ser racional não era o meu ponto forte. Mandei algumas mensagens avisando o que sabia e pra onde estava indo, enquanto seguia meu caminho.

Melody's P.O.V.

Acordei no ultimo lugar que esperava acordar no mundo. Me sentei no sofá encarando a maldita sala da casa de Bishop. A mesma mansão em que eu fora mantida presa por anos. Antes que eu pudesse pensar em fugir ou dar um jeito de entender o que acontecia ali alguns capangas já me cercavam.

-O senhor Bishop quer você na mesa do jantar com ele. –um deles, fortemente armado me avisou.

Levantei e eles me acompanharam pra fora casa. O tempo não passara quanto imaginei o sol já estava posto quase que por completo e um vento fresco começava a soprar. No meio no jardim havia uma mesa com ocupação de umas dez cadeiras, quase todas vazia exceto pela que ele ocupava. Mais alguns passos e eu estava frente a frente com Isaac, apesar de não conseguir enxergar seu rosto completamente pela má iluminação pude ver seu semblante quando ele sorriu assustadoramente calmo e fez sinal para que eu pudesse me sentar, pensei em negar e tentar dar o fora dali, mas depois de olhar ao meu redor e ver que os capangas se posicionavam em volta da mesa decidi me sentar.

-Quando tempo minha pequena ninfetinha –ele cantarolou tomando um gole de um liquido marrom na sua taça.

-Acredito não foi tempo o suficiente pra mim.

-Ah! Não vá me dizer que não sentiu minha falta. –ele abaixou o tom de voz se mostrando chateado. –Como pode ser tão ingrata. –Faróis altos surgiram em nossa direção, cinco carros estacionados a nossa volta intensificavam a iluminação. Finalmente pude ver seu rosto, estava deformado.

O seu lado direito estava completamente desfigurado, provavelmente pelas chamas daquela noite no galpão. Mas julgando pela sua coragem em aparecer na minha frente como se nada tivesse acontecido, ele não parecia se importar.

-Ingrata por ter sido mantida em cativeiro por anos ou por não agradecer quando matou a minha mãe? –um homem surgiu enchendo minha taça com um liquido rosado.

-Não se apegue tanto ao passado, isso são águas passadas... – o interrompi completando sua frase.

-E agora você quer começar tudo de novo.

-Mas é claro, ainda mais depois de saber que a minha pequena trará ao mundo uma Sarazinha ou um Scooterzinho. –inconscientemente eu me peguei acariciando a minha barriga, numa forma de proteção.

-Como você sabe? –ele riu

-Eu sei tudo, sempre soube. Falando nisso gostei muito do seu álbum de casamento. –senti minha respiração pesar só de imaginar o que ele estava tramando. –Sua mãe teria ficado muito feliz de ir ao seu casamento, sabe que antes de morrer ela era muito apegada a você. Admito que tinha um certo ciúme.

-Por isso a matou?

-Não minha querida eu gostava da sua mãe, mas ela era petulante demais não obedecia as minhas ordens, queria ter sempre a ultima palavra. –apoiei os cotovelo na mesa o encarando.

-Então você matou a minha mãe por que ela não era sua vadia?

-Exatamente –ele disse como quem respondia obrigado depois de ganhar um presente.

O longo silencio que se estendeu a seguir foi quebrado pela chegada de uma mulher, no primeiro momento não reconheci quem era, mas assim que se sentou pude ver quem era.

-Helena! –ela me encarou parecendo aflita. –O que esta fazendo aqui?

-Eu não sei –ela murmurou assustada.

-Quanto tempo velha amiga! –Bishop falou chamando sua atenção ela o encarou com desprezo.

-Fizeram um belo trabalho na sua cara feia, velho amigo –ela falou entre dentes, podia ver faíscas surgirem entre eles.

-Eu sei que você gostou, sempre gostou do lado mais obscuro das coisas, especialmente o meu.

-Nunca gostei de nada em você. –os dois começaram a discutir a minha frente.

-Jura, não era isso que parecia quando ficava de joelhos pedindo pra ser a minha vadia.

-Sempre chapada, por que eu nunca conseguiria encarar você sóbria. –ela espalmou as mãos na mesa cuspindo na direção dele –Eu sempre tive nojo de você seu velho asqueroso.

-Mas sempre esteve na minha cama quando eu quis, então não me preocupo com o que pensava ou ainda pensa. –Como eu odiava a facilidade que ele tinha de não se importar com o que diziam e agir como se cada ataque fosse um elogio.

Alguns capangas surgiram servindo o jantar. A lua cheia pairava sobre as nossas cabeças deixando o ambiente mais assustador o possível.

-O que planeja? –falei quebrando silencio.

-Nada fora do comum, só matar o seu marido. –falou mastigando um pedaço de carne como uma animal.

-Sabe que não vai conseguir encostar um dedo nele e sair vivo daqui né.

-Conto com isso, não importo em morrer essa noite minha querida, eu só quero mata-lo.

-Mas ele vai te matar primeiro.

-Com você e o seu precioso primogênito aqui? Ele não vai tentar um movimento sem ter certeza de que não se machucarão.

-Você é um mosntro! –sussurrei sentindo meus olhos arderem, aquele homem me inojava.

-Sou o pior deles minha...querida!

O barulho de cantar de pneus próximo aos carros que ajudavam na iluminação do lugar chamou atenção, fazendo com que todos nos virássemos procurando de onde vinha.

Justin's P.O.V.

Acelerei passando pelos portões abertos e convidativamente desprotegidos da casa, pelo menos até então. Havia uma movimentação no quintal, homens aramados, mas não pareciam se importar com a minha presença, pelo contrário. Era como se me esperassem.

Saltei do carro de arma em punhos, mas fui parado antes que pudesse me movimentar e atacar qualquer um deles. Me renderam dizendo que me levariam até o seu chefe, mas eu não poderia ir armado. Depois de ser desarmado eles me levaram até alguns carros que faziam uma espécie de circulo ao redor do que ao me aproximar constatei ser uma mesa. No primeiro momento vi Helena de cabeça baixa encarando o próprio prato, depois vi Melody me encarando de volta. E por ultimo, mas não menos desinteressante vi Bichop, esboçando um sorriso vitorioso ao me ver ser carregado e forçado a sentar na cadeira na ponta oposta da mesa.

Dois metros de mesa nos separam, mas eu podia jurar que se esticasse meu braço eu alcançaria seu pescoço e o enforcaria até a morte.

-Romeu Romeu Romeu –ele cantarolou fazendo sinal para um dos capangas encherem a taça a minha frente.

-Pensei que tinha te matado na ultima vez que nos encontramos –falei sem manter contato direto com a Melody, eu perderia a cabeça se a encarasse naquele momento.

-Pois é, se o seu amiguinho não tivesse me ajudado a sair dali, seria o meu fim rapaz. –falou tão calmo que eu diria que ele ainda não tinha entendido com que falava.

-Amiguinho?

-Sim, o Christopher, Lil ou seja lá como vocês o chamavam. Fiquei sabendo que o matou numa ação tão intensa que seria digna das telonas de cinema.

-Se sabe o que eu fiz com ele, por que veio atrás de mim, sabendo que faria o mesmo com você.

-Não tenho medo de você garoto, você é movido pela raiva e pela vingança...-seu olhar se voltou a Melody e fui obrigado e encará-la –Mas como seria se tivesse que agir pela emoção, pelo amor que sente pela sua mulher e seu filhinho ainda não nascido.

-O que você quer? –foco Justin, mantenha o controle da situação.

-Não seja tão direto, aposto que quer saber o que fiz nestes últimos meses. –revirei os olhos irritado com a tranquilidade dele –Depois de ter que ficar um bom tempo de molho pelas tatuagens que você me deu –ele apontou pro rosto deformado e eu não me segurei saboreando um riso perverso ao vê-lo tão acabado.

-Dizem que você as vezes você reflete do lado de fora como realmente por fora, e no seu caso. Você é deformado. –me encarou parecendo não se divertir com meu comentário.

-Já que não quer saber como foi minha vida nos últimos tempos, que tal falar sobre como foi a vida da sua mãe nos últimos dias dela. –me ajeitei na cadeira ficando desconfortável com o rumo que a conversava tomava. –Mamãe sempre é um ponto fraco não é querido.

-Deixe os ir Issac –Helena falou ainda encarando o seu prato ela não se movera desde que eu tinha me sentando.

-Não! –ele respondeu tranquilo voltando a me encarar. –Mas pensando bem eu poderia deixar um de vocês ir, o que faria para que a sua esposa fosse libertada?

-Não escuta ele Justin –Melody falou alto chamando minha atenção, nossos olhares se cruzaram, meu coração doeu só de ver o medo espelhado nos seus olhos. –Esse monstro só quer fazer a sua cabeça, não escuta ele. Por favor!

-Ta tudo bem Melody –apesar de não acreditar foi tudo que consegui dizer.

-Acalmem o nervos, não vamos conversar sobre isso antes da sobremesa chegar. –ele fez sinal e alguns capangas se mexeram fazendo sei lá o que. –Sua querida madrinha Helena contou como nós três nos conhecemos?

-Nós três? –ajeitei minha postura tentando mostrar que ele não me atingira com seus jogos psicológicos .

-Eu, ela e Patricia. Aquela deusa de cabelos castanhos. Conte a eles Helena, de todos os detalhes.

Helena respirou fundo se preparando pra falar, levantou o rosto fitando todos a mesa.

-Um dia eu e Pattie precisamos de ...

-Não não –ele a interrompeu cuspindo de um forma nojenta o que bebia. –Do começo, vocês duas se conheceram até o dia do juízo final.

-Nos conhecemos no ensino médio, passei uma temporada no Canadá, um semestre só, nós viramos amigas. Eu a ajudei quando ela descobriu que estava grávida, apoiei quando resolveu morar junto com o pai do bebe. Depois disso eu tive que voltar pra casa, eu sempre morei em Michigan. Anos depois recebi uma ligação desesperada dela, queria sumir, desaparecer de perto do marido. Eles brigavam muito e ela já não aguentava mais. Ele tinha por volta dos três/quatro anos, o coitado nem sabia o que acontecia a sua volta. Ela ficou morando comigo e logo começou a trabalhar também.

-Trabalhar? –Melody perguntou interessada na história, boa parte dela nós já conhecíamos, mas não em detalhes.

-Na época eu traficava droga na frente da boate do Bishop, mas tudo com o consentimento dele. Ela entrou no jogo, mas um tempo depois ela quis expandir os negócios, precisava ganhar mais dinheiro, queria voltar pra casa. Ela dizia que não podia mais fazer aquilo com ele, ele era só uma criança. Não merecia ficar no meio daquelas porcarias.

-Conta o que houve depois. –o velho se intrometeu parecendo divertido com o história.

-Ela cansou de esperar e se arriscou vendendo uma grande quantidade de droga pra uma boate que tinha rixa com a que trabalhávamos, ela comprou as passagens pra voltar pra casa, mas no mesmo dia pediram que fossemos buscar mais alguns quilos de coca. Pattie foi pra não desconfiarem que estava indo embora, mas quando chegamos era uma emboscada. E foi ai que Bishop a matou.

-Eu estava com ela, por que nós estávamos voltando pra casa? –perguntei tentando me abalar com a situação.

-Sim, se não fosse preciso ela não te levaria. Minha amiga nunca quis que se machucasse ou qualquer coisa acontecesse com você, ela só queria voltar pra casa.

-Seria uma linda história se a sua morte não tivesse sido justa.

-Realmente acredita que foi justo? –ri nervoso com a loucura dele. –Como matar uma mãe na frente de uma criança é justo.

-Ela me roubou, teve o que mereceu você entrou naquele galpão por que quis.

-Você é doente, tirar a vida de um inocente nunca é justo.

-Ta me dizendo que não seria justo matar a mulher e o seu filho enquanto você assiste de camarote.

-Se encostar um dedo neles eu mato você quantas vezes for preciso. –levantei espalmando a mão na mesa e o encarando com SOS olhos semicerrados.

Apesar de acreditar que estava mantendo o controle eu já havia o perdido a muito tempo.

-Acredita mesmo que depois que eu mata-los você ainda terá forças pra fazer o que quer que seja? A vingança não vai te segurar em pé meu amigo, se eu não te matar você morre por culpa. –ela estava estupidamente certo. Eu morreria se acontecesse algo com ela.

-O que você quer? –perguntei sendo mais firme.

-É assim que eu gosto –sorriu. Um dos capangas se aproximou cochichando algo no ouvido dele. –Vamos acelerar o processo que a sobremesa esta quase pronta. Deixo que a Melody vá tranquilamente embora e nunca mais me aproximo dela, se eu tiver a sua cabeça.

-Não! –ouvi Melody esbravejar.

-Como eu vou saber que ela realmente conseguiu sair daqui ilesa?

-Seus amigos estão no portão, impedidos pelos meus homens, se você se render eu a solto sem um arranhão sequer. Ela e seu herdeiro viverão o tempo que a vida permitir.

Estava desarmado, sozinho e com o peso de saber que se algo acontecesse com a mulher da minha vida seria totalmente culpa minha. Meu filho não teria a oportunidade de nascer e ter uma vida. Nada do que eu havia feito até aquele dia para nos manter protegidos valeria a pena. Se reagisse não sairíamos vivos dali, se me rendesse pelo menos ela teria uma chance.

-Eu aceito.

Ryan's P.O.V.

A casa já estava completamente cercada, mas ainda não conseguíamos avançar. Nolan conversava amigavelmente –amigavelmente demais pro meu gosto. –com um capanga fortemente armado que permanecia na porta.

-Não posso deixar que entrem agora, o chefe disse que logo libera a entrada. –me aproximei entrando na conversa.

-Ele esta mantendo pessoas ai dentro contra a vontade deles e ainda vai nos permitir a entrada. –perguntei surpreso.

-Eu sei cara é loucura, mas eu só estou cumprindo ordens. Se vocês esperarem até que a entrada seja liberada ninguém se machuca.

-E se nós não esperarmos? – o homem me ignorou voltando a seu posto. –Mas que porra a gente ta fazendo aqui que não entrou ainda? –esbravejei indo na direção de Will, era quem supostamente estava no comando.

-Se nós entrarmos pode-se ser que ele mate os dois, temos que encontrar um jeito de entrar calmamente. Eu acho que... –levantei a minha arma mirando os caras no portão.

-Eu acho que você perdeu o jeito e ta metendo os pés pelas mãos. –ele não se pronunciou. –Ninguém aqui é pacificador, a gente vai entrar agora e matar qualquer filho da puta que entre no nosso caminho –Nolan se pôs ao meu lado me apoiando.

-Você não esta mais no comando! –uma legião de gritos nos seguiu.

Me virei encarando a casa quando ouvi um tiro vindo lá de dentro, não pensei duas vezes e segui iniciando a invasão. Que estranhamente não tinha tanta resistência quanto pensei que pudesse haver.

Melody's P.O.V.

Ele tinha aceitado. Iria trocar a minha vida pela dele.

-Eu aceito. –meu coração doeu quando ouvi ele proferir tais palavras.

-Não faça isso –sibilei com a voz tremula. Ele não podia fazer aquilo.

-Leve a garota até o portão. –Bishop fez sinal pra um homem que seguiu até mim me forçando a levantar. –E ele até os fundos da casa. –outro capanga segurou Justin o forçando a levantar.

-Mas devo avisar que o mesmo não se aplica a Helena. –ele se virou tentando se soltar. –Se resistir vai ser pior, pra todos. –Justin se conteve.

Fomos levados um na direção do outro, ele seguia para os fundos da casa e eu seguia para o portão, por alguns instantes nos ficamos frente, a centímetros de distancia.

-Me desculpa! –ele sussurrou pendendo a cabeça na minha direção e colando nossas testas, se seus braços não estivessem presos pelo capanga sem duvidas nossos corpos estariam colados.

-Você não pode fazer isso. –sussurrei de volta.

-Não posso deixar você morrer. –seus lábios tocaram levemente a testa. –Te amo. –Não pude responder, fui puxada pro lado oposto sendo levada na direção do portão.

Meu coração acelerava dentro do meu peito tão intensamente que podia ser comparado com um ataque do coração. O suor descia pelo meu rosto enquanto meu corpo queimava, faltavam poucos passos pra sair completamente dos arredores dos carros quando ouvi um tiro. Me virei abruptamente procurando por Justin, ele já não estava mais ali. O corpo de Helena estava debruçado sobre a mesa, uma mancha de sangue começava a se formar perto de seus braços.

-Continue! –o capanga me puxou tentando fazer com que eu continuasse.

Sem pensar eu reagi soltando os meus braços das suas mãos e me virei o empurrando. Por sorte ele se desequilibrou, aproveitei o momento e chutei seu peito. Ele caiu no chão e eu puxei a arma de suas mãos. Ele não reagiu, ficou ali estirado enquanto eu apontava a arma na sua direção.

Foi como se uma manada estivesse atravessando os portões da casa. Podia ver Ryan os liderando, por que diabos eles tinham demorado tanto.

A movimentação dos capangas de Bishop diminuiu, poderia ser loucura da minha cabeça, mas ele estavam batendo em retirada ou formando um forte nos fundos da casa.

Eu precisava chegar até lá antes que algo acontecesse com Justin. Por sorte eu conhecia aquele lugar melhor que ninguém. Corri pegando o lado oposto pra chegar no jardim, me mantive invisível entre alguns arbustos.

Justin's P.O.V.

Enquanto permanecia de pé sobre a mira de Bishop me pergunta se realmente aquele era o final da linha pra mim. O game over. Eu não pensava em reagir ou me safar daquilo, sabia que a minha hora ia chegar, que morreria mais cedo ou mais tarde. Pelo menos naquele momento eu sabia que Melody estaria a salvo. Ao menos era no que acreditava.

-Preciso admitir que não esperava que fosse tão fácil te render McCann! –ele começara a tagarelar invés de acabar com aquilo tudo. –Era mais dificl quando não tinha o que perder, alias esse é dos motivos pelos quais eu não me envolvo com pessoas.

-Engraçado sempre pensei que fosse as pessoas que não quisessem se envolver com você.

-Não perde a piada nem na hora de morrer rapaz! –ouvi barulhos de tiros vindo do outro lado da casa. –Seus amigos estão aqui! –cantarolou.

-Sabe que eles vão te matar certo? –ele riu.

-Mas é claro que sei, por acha que promovi um jantar tão saboroso.

-Você é maluco.

-Diga o que quiser pra se sentir melhor, não posso privar um homem de suas ultimas palavras.

-Afinal antes do sol nascer nós estaremos mortos. –um dos capangas que fazia a proteção de Bishop caiu gruindo de dor. No primeiro momento ele não se importou. Os gritos e balas aumentaram de volume vindo na nossa direção. Logo um segundo capanga foi atingido e ele se virou parecendo preocupado.

-Os atrasem! –ele esbravejou perdendo a atenção sobre mim por um momento. Enquanto ele se distraia aproveitei pra dar o fora dali, corri em direção a minha esquerda ouvindo o que mais parecia ser uma manada vir ao nosso encontro. Antes que pudesse sair completamente do campo de visão deles, fui surpreendido por tiros na minha direção. Me joguei no chão rolando gramado a frente, quando me dei conta estava no meio de alguns arbustos perto da porta dos fundos. Levantei ainda em alerta quando aos tiros, um homem passou mais a frente sem me ver, com arma em punhos. O rendi dando um mata leão e tomando possa da sua arma.

A sorte definitivamente estava ao meu favor, aquele poderia não ser o meu fim de jogo.

Mesmo de longe podia ver Will e Nolan mantendo fogo cruzado, Bishop tinha uma barreira de capangas a sua volta tentando manter alguma segurança. Dei as costas pra aquilo voltando ao jardim da frente. Ryan tinha tudo sob controle por lá.

-Puta que pariu você ta vivo –ele gritou vindo ao meu encontro.

-Por enquanto, cadê a Melody? –ele olhou em volta procurando por alguma resposta.

-Pensei que estivesse com ela.

-Não, Bishop a liberou e a levou até o portão até vocês.

-Ela nunca chegou até o portão. Se bem a conheço ela voltou atrás você. –me virei voltando.

-Droga!

Fiz meu caminho de volta sendo obrigado a atirar algumas vezes. Me esgueirei entre os arbustos vendo o que acontecia, ela tinha que estar por ali. Os capangas de Bishop estavam quase todos no chão.

Encarei o perímetro encontrando ela, de arma em punhos ela botava medo em alguns caras que tentavam se aproximar. Atravessei o campo correndo o mais rápido que pude, atirei em dois caras que a encurralaram antes de me aproximar.

Ela abaixou a arma me encarando com um olhar aliviado, a agarrei em meus braços apertando sue corpo no meu.

Antes que pudesse dizer o quão feliz estava em encontrá-la eu senti como se agulhas estivessem sendo pressionadas contra as minhas costas.

Foi tão intenso quanto uma cena em câmera lenta. Meu corpo balançava com o impacto das balas se movendo pra frente e pra trás, podia sentir o sangue encharcar minha camiseta. Já não tinha mais forças pra me manter de pé, era como se eu começasse a engasgar com meu próprio sangue. Meus olhos encontraram os dela pela última vez, e de repente minha visão começou a ficar turva. Não percebi quando cheguei ao chão, ouvia gritos que na minha cabeça mais parecia sussurros, sombras a minha volta formavam borrões de tintas misturadas. Queria resistir, mas já estava completamente nas sombras, seguindo para lugar nenhum.

Melody's P.O.V.

Quando Nolan e Will surgiram derrubando o cerco de Bishop eu me levantei procurando por Justin, ele não estava em lugar nenhum. Entrei no meio deles atirando pra tudo quando fosse lugar, quando as minhas balas acabaram dei um jeito de conseguir outra arma. Já estava do outro lado do jardim e ainda não tinha o encontrado. Dois homens me cercaram apontando suas armas pra mim.

-Não de aproximem! –gritei, apesar de saber que não adiantaria nada. Antes que conseguisse apertar o gatilho eles caíram. Mais a frente Justin surgiu vindo ao meu encontro. Nosso corpos se chocaram em um abraço forte e preciso, afundei meu rosto na curva de seu pescoço sentindo seu cheiro que automaticamente fazia com que as batidas do meu coração ficassem mais lentas. Num solavanco seu corpo se moveu como se estivesse tomando um choque, afastei meu rosto do seu pescoço encarando seu rosto.

Seu corpo desfaleceu no chão seguido pelo meu, me ajoelhei ao seu lado gritando quase que sem perceber.

-Não! Não! –me debrucei sobre ele procurando entender o que estava acontecendo, uma poça de sangue começava a se formar perto do ombro. –Justin, não! –esbravejei entrando em desesperada. Um buraco começava a se abrir no meu peito, cheio de medo e desespero. Apoiei sua cabeça no meu colo acariciando seu rosto, apesar de seus olhos ainda estarem abertos ele já não parecia mais estar ali. –Não faz isso por favor! –as lágrimas desciam incontrolavelmente queimando o meu rosto. –Não me deixa!

Encarei os seus por alguns instantes tentando não desmaiar, minha respiração falhava em meio a dificuldade de focar meus sentidos em algo.

Antes de me pegar em completo estado de choque vi o corpo de Isaac Bishop estirado na chão, totalmente esburacado. Ele estava morto e dessa vez nada o traria de volta.

(...)

-Cadê o Justin? –perguntei recobrando os sentidos dentro de um quarto de hospital!

-Ele esta em cirurgia. –Scooter era a única pessoa no meu campo de visão, e pra minha preocupação ele parecia arrasado.

-Então ele esta vivo? –ele assentiu.

-Ainda sim.

-Não fala assim, ele vai sobreviver! –falei sentindo as lágrimas desceram pelo rosto mais uma vez.

-Eu espero que sim, mas no momento você tem que se preocupar com o seu bebe. –ele se aproximou acariciando meu rosto. –Você apagou no caminho pra cá.

-Ta tudo bem?

-Graças a Deus sim, mas você precisa descansar, eles te deram um calmante por isso você vai ficar bem lerdinha nas próximas horas –enquanto ele falava senti as minhas pálpebras pesarem.

-Promete que não vai me esconder o que quer... –pesquei por alguns segundos –que aconteça com Justin! –antes de voltar a dormir percebi seu rosto se movimentar assentindo.

Justin's P.O.V.

Me vi de pé em um corredor deserto, caminhei calmamente atravessando a porta que dava para um sala também totalmente branca. Se aquele era o paraíso, era chato pra caralho. Em um dos cantos da sala havia uma grande janela, me aproximei encarando seu exterior e vendo nada, não exatamente nada. Havia um grande campo verde e uma imensidão de céu azul.

-Minha ideia de paraíso era bem diferente dessa! –murmurei pra mim mesmo frustrado. Pensando bem, talvez aquele fosse o meu inferno.

-Vá com calma meu filho desobediente. –uma voz pairou pela sala, uma voz conhecida. Tão conhecida que tive medo de me virar e encará-la.

-Mãe? –sussurrei com medo da resposta.

-É bom te ver também! –me virei encarando sua presença.

Era ela, exatamente como eu me lembrava. Seus cabelos castanhos longos caindo por seus ombros, seus olhos tão verdes que quem quer os observasse se encheria de esperança e o sorriso mais acolhedor do mundo. Ela se aproximou me abraçando, só como ela sabia abraçar e em seguida me encaminhou a um pequeno sofá no canto oposto da janela.

-Nunca pensei que pudesse te ver novamente, te abraçar. –ela sorriu acariciando meu rosto.

-Eu sempre estive por perto meu amor, a cada passo seu eu estive ao seu lado. –desviei o olhar do seu me sentindo mal.

-Isso quer dizer que você viu tudo o que eu fiz, todas as pessoas que eu matei, todo o ódio que eu distribui por ai. –ela moveu o rosto tranquilamente.

-Sim eu vi tudo. E muitas dessas vezes eu me perguntava onde estava o meu menino. –ela puxou o meu rosto fazendo com que a encarasse. –O que fizeram com você?

-Eu sei que fiz muita coisa errada, mas eu estou limpando a minha alma e tentando fazer as coisas certas, retomando controle da minha vida. Deixando as histórias que transformaram a minha vida e a minha cabeça numa completa bagunça pra trás. Se eu te disser que me arrependo de tudo que fiz, você acreditaria?

Ela me lançou um sorriso suave.

-Eu acredito, e perdoo se você conseguir se perdoar.

-Nisso eu vou ser obrigado a trabalhar um pouco mais. –senti um leve choque no meu corpo. –O que ta acontecendo comigo? –soltei a mão dela sentindo as batidas do meu coração diminuírem gradativamente.

-Agora é a sua hora de escolher.

-Entre viver e morrer? –perguntei vendo a resposta em seus olhos.

-Continue meu filho desobediente, haverá paz quando tudo terminar . –ela cantarolou se levantando. –Deite sua cabeça cansada e descanse. Não se preocupe mais.

-Tenho assuntos inacabados. –falei sentindo meu coração parar quase por completo.

-Agora a sua vida não será mais vazia, o paraíso espera por você!

A cena inteira se dissolveu em pó e meu coração pareceu parar por completo.

Melody's P.O.V.

Voltei a acordar no mesmo quarto de hospital, meus sentidos ainda estavam abalados pela medicação. Me levantei lentamente ainda sentindo meus movimentos retardados. Uma corrente leve se frio percorreu meu corpo assim que toquei meus pés no chão gelado. Sai do quarto me apoiando nas paredes, do lado de fora Scooter conversava pelo celular.

-Eu não sei como vou contar a ela. –ele falou quase que num sussurro. –Ele não aguentou a cirurgia, as balas fizeram um estrago feio. –ele pausou. –Não, não ele ainda esta de cirurgia, eles estão preparando o corpo pra mandar pro IML. Não sei quando vai ser liberado.

Queria reagir, me jogar no chão ou até mesmo gritar, mas não conseguia. Até ficar de pé e ouvir o que ele dizia era difícil, imagina esboçar alguma reação.

Dei meia volta seguindo pelo corredor. Mesmo sem rumo consegui chegar onde, ainda que não tivesse certeza queria chegar. Passei pela porta aberta adentrando uma sala com uma espécie de arquibancada onde cabia pouco mais que dez pessoas. Um vidro gigante que pegava quase a parede inteira dava visão a uma sala de cirurgia. Me aproximei do vidro encarando o corpo dele deitado em uma maca, um lençol cobria seu corpo até a altura do seu pescoço.

Encostei a cabeça no vidro e apoiei uma das mãos no mesmo numa tentativa falha de alcançá-lo, o salgado das lagrimas passando pelos meus lábios fez com que eu os comprimisse e assim segurasse o que poderia ser um grito de socorro.

-Um uma pena um homem tão bonito e cheio de saúde morrer deste jeito –uma enfermeira surgiu ao meu lado, evitei encara-la. –O conhecia?

-Romeu McCann! –sussurrei fungando.

-Tem certeza? A ficha diz Justin Bieber? –meu coração adormeceu em sofrimento.

-Justin Bieber nunca morrerá.

Aqui, fixar quero meu eterno repouso,
e desta carne lassa do mundo sacudir o jugo das estrelas funestas.
Olhos, vê-de mais uma vez.
Braços, permiti-vos o último abraço.
E lábios,vós que sois a porta do hálito com um beijo legítimo selai este contrato com a morte exorbitante.

William Shakespeare - Romeu Julieta

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