Second Season 20
All That Matters
Sai do quarto já atrasada, tentei caminhar mais rápido, mas continuava pisando na calda do bendito vestido. Era lindo mas eu queria arranca-lo naquele instante. Puxei a calda caminhando com ela na mão até a porta de saída.
-Onde vai assim tão bonita? –Bey perguntou antes que eu cruzasse a porta. Ao lado dela estava Jay-z me encarando sem se preocupar com a minha presença.
-Encontrar com o Justin! –eles se entreolharam.
-Parece que ele ta ganhando seu coração de volta –disse num tom amigável.
-Ele tem tentando bastante –falei abrindo a porta.
-Ele tirou a sorte a grande –Jayz comentou enquanto eu saia. Como podia ser tão falso. Era um crápula mesmo. "Ele tirou sorte grande" sorte grande ele vai ter se sobreviver, por que quando Justin souber é capaz de matar ele até dentro da própria casa.
Atravessei o hall do prédio o mais rápido que pude –mesmo num salto quinze – até encontrar Lucca parado na porta.
-O que ta fazendo aqui? –ele abriu a porta indicando pra que eu entrasse.
-Sou seu segurança esqueceu, eu tenho que te acompanhar a todos os lugares.
-Sabe que não precisa certo? –ele me olhou dos pés a cabeça fazendo minhas bochechas queimarem de vergonha.
-Sabe que eu não dispensaria qualquer oportunidade de passar um tempo com você –passei por ele entrando no carro. Logo ele de a volta e entrou. –Ainda mais estando tão linda assim.
-Obrigada –deu partida me levando pra sabe-se lá onde. –Posso perguntar onde estamos indo? –ele me olhou pelo retrovisor.
-Já ouviu a história do cordeiro e do leão?
-Que história? –ri confusa sem entender o que ele dizia. Instantes depois ele parou o carro na entrada mais próxima da Torre Eiffel. Ele abriu a porta e estendeu a mão me ajudando a sair.
-Na história original o Leão se apaixona pela cordeiro, na minha história eu levo o cordeiro até o leão.
-Metáfora pra me fazer desistir de encontrar o Justin e voltar pra dentro do carro? –ele encarou o chão parecendo um pouso desajeitado.
-O cordeiro pode tirar suas próprias conclusões.
-Qual de nós três é mais estúpido nessa história? –ele riu assentindo.
-Já que não vai entrar no carro e fugir do Leão –uma movimentação estranha na minha visão por cima do sue ombro me chamou atenção. Um homem no carro a metros de onde estávamos nos encarava. Ele estava de óculos escuros numa distancia enorme de mim,mas ainda sim eu reconhecia aqueles traços, que só de lembrar me davam arrepios. –Que tal eu te levar até a porta? – Lucca levantou a mão passando de um lado pro outro no meu rosto. –Parker? –o encarei voltando ao normal. –Tudo bem? –voltei a olhar o carro e não havia ninguém dentro dele, pelo menos não mais. Eu definitivamente estava enlouquecendo.
-Parker? –ele me acompanhara até a escadaria de entrada da Torre. –Voltou a ser meu amigo? –ele riu se afastando.
-Talvez.
Subi as escadas entrando no primeiro piso da Torre, e entrando em um pequeno restaurante.
-Mademoiselle Melody? –o recepcionista chamou minha atenção.
-Oui oui (sim, sim) –o homem de cabelos grisalhos e feição amigável apontou para a mesa no fundo da restaurante, a que dava vista para a cidade.
-Son petit ami est le dernier de la table vous attend. Avoir un bon dîner. –Ele dissera algo sobre uma mesa e estar me esperando. Droga eu deveria ter prestado atenção nas aulas que a Sra Carmem me dava.
Caminhei calmamente pelo restaurante observando os poucos casais por ali, o amor não estava tão em alta em Paris. Logo vi Justin, assim que percebeu que eu me aproximava ele levantou. Por um momento eu fiquei sem fala, ele parecia um príncipe. Todo engomadinho, seus fios loiros penteados como o de um lorde, terno bem passado e aquela expressão de quem mesmo sem saber dominaria o mundo só com um sorriso. Não me lembrava da ultima vez que o vira tão radiante.
-Uau –ele disse dando a volta e puxando a cadeira. –Você esta linda, perfeita...-ele riu enquanto eu me movia e sentava. –Maravilhosa –voltou se sentando.
-Você também não esta tão mal. –falei tentando ao dar na cara que eu babava internamente por ele.
-Não tive oportunidade de dizer ainda mas, eu gostei do seu corte de cabelo. –fingi um sorriso. –Conseguiu ficar ainda mais bonita.
-Se você gostou então acho que meu trabalho não deu muito sério. –ele riu esticando a mão tentando alcançar a minha em cima da mesa, mas recuei. –Olha Justin, eu sei que você armou tudo isso pra conversar e tentar me ter de voltar, mas eu tenho algo bem mais sério e mais importante pra te falar. –ele avançou a mão segurando a minha. Suas mãos estavam geladas.
-Você é tudo o que importa pra mim, e o resto é o resto.
-Justin por favor, é sério eu preciso te contar o que eu descobri.
-Tudo bem, eu ouço cada palavra sua sobre o que quer que tenha escondido, mas só depois do nosso jantar. –ele soltou minha mão e fez sinal pro garçom.
-Ta tudo bem –respondi frustrada. Droga eu precisava falar com ele. Uma salada foi servida de entrada, enquanto isso Justin tentava conversar e eu terminar de comer ra que pudéssemos finalmente conversar.
Um garçom chegou servindo nossos pratos. Eu diria que no meu tinha uma torta de frango, pelo menos era o que parecia.
-O que é isso? –o garçom que servia nossas taças de afastou.
-Quiche Lorraine, mademoiselle –ele saiu.
-Parece torta de frango –ele comeou dando uma garfada –ri ao perceber que nós pensávamos a mesma coisa.
***
Peguei a taça de vinho tomando um longo gole.
-Pode pedir a sobremesa se quiser. –Justin disse se aprontando a chamar o garçom novamente.
-Não, não –larguei a taça o encarando –Você queria jantar nós jantamos, será que agora eu posso falar? –ele encarou a mesa.
-O que eu tenho que fazer pra você entrar no clima e baixar a guarda? –parecia desapontado. Ri frustrada com toda a situação.
-Você me traiu Justin –ele me olhou por um instante mas não conseguiu manter contato. –Fez com que eu me sentisse como se eu não fosse o suficiente pra você, partiu meu coração tão brutalmente que até agora eu to tentando catar os pedaços.
-Me desculpa! –falou firme.
-Não vai ser sexo selvagem na cozinha, jantar romântico e muito menos suas desculpas que vão mudar isso.
-Então o que vocês quer? –ele me encarou.
-Eu quero a verdade, eu quero que você tenha coragem de olhar pra mim e dizer que você é um canalha, eu quero que você entenda que apesar de te amar eu to machucada demais pra voltar pra você. –espalmei a mão na mesa e acidentalmente acertei uma taça e ela caiu se quebrando no chão. –Ainda que por um milagre eu voltasse pra você, eu não aguentaria passar por tudo de novo. Seus ataques de raiva do nada, seu temperamento explosivo. –uma lágrima escorreu na minha bochecha. –Sabe quantas vezes eu já acordei no meio da madrugada assustada achando que você tinha sumido, que tinha morrido.
-E se as coisas fossem diferentes agora? –disse sincero, mas eu não queria acreditar. Afastei a cadeira e me levantei.
-Me poupe –respirei fundo engolindo o choro e caminhando pra fora do restaurante.
Passei pela recepção sem olhar pra ninguém, não queria ter que fingir sorrisos ou soltar uma frase do meu péssimo Frances. A esquerda da escadaria havia um elevador, fui em sua direção apertando o botão pra abrir. Queria ter o visto na hora de subir.
-Eu menti -Justin gritou atrás de mim, virei o encarando.
-Sobre que parte?
-Eu nunca estive naquela boate, eu armei tudo pra você se afastar de mim–fiquei boquiaberta e sem ação por alguns segundos.
-Você ta mentindo –sussurrei.
-Melody eu só quero te pedir uma coisa, escuta o que eu tenho pra dizer, e se depois disso você ainda quiser que eu me afaste, quiser ficar com o Lucca. Eu vou entender e eu vou respeitar a sua decisão, mas por favor me deixa falar. –a porta do elevador se abriu atrás de mim, pensei em entrar e correr dele, mas eu fiquei. Eu fiquei.
-Por que você armaria um circo desses ? –cruzei os braços o ouvindo falar.
-Eu cheguei no meu limite, depois do inferno que virou a minha vida, as ameaças não só a mim mas a você também. E logo depois você me viu matando o Lil, eu vi o medo estampado no seus olhos Mel, o medo do monstro que você finalmente enxergara em mim. Eu perdi o controle. E quando eu sumi dali tudo o que eu fiz foi pensar. Eu revi a minha vida inteira, do instante em que a minha mãe morreu até aquele momento. Eu me tornei o bicho que eu mais temi e diante aquilo tudo eu não podia mais te colocar em risco, deixar toda essa porcaria interferir na sua vida.
-Nunca passou pela sua cabeça que era escolha minha ficar com você e viver no meio disso.
-Assim como é escolha minha deixar você afundar comigo. Querendo ou não eu sempre soube que no fundo eu fazia mal a você, que eu a fazia sofrer –sua voz falhou e ele respirou fundo, se eu não o conhecesse o bastante diria que ia chorar. –e quando eu vi a oportunidade de te fazer se afastar de mim eu não pensei duas vezes.
-Não pensou duas vezes em me machucar.
-Eu só queria te deixar a salvo e acredite doeu bem mais em mim, cada vez que eu te via me encarando com ódio parecia que era atacado com facadas.
-Se se sentiu assim, por que me quer de volta agora? –espremi os olhos tentando evitar que algumas lágrimas caíssem.
-Por que eu te amo mais do que eu deveria. Fazer você acreditar que eu tinha te traído pra que se afastasse foi o caminho mais fácil e mais doloroso. Mentir pra te manter segura não valeria a pena se fosse te machucar tanto.
-Isso foi muito egoísta da sua parte –ele aproximou ficando a cerca de três passos de mim.
-Mais do que você possa imaginar. Eu fui covarde por não conseguir aceitar a hipótese de que você poderia morrer por minha causa, eu fui um canalha em te machucar desse jeito, eu fui um cretino por te fazer chorar. –ele encarou o chão.
-Continua, eu to gostando. –ele levantou o rosto. Seus olhos estavam vermelhos, na tentativa de disfarçar ele passou a mão no rosto respirando fundo. –Você já parou pra pensar como eu me sinto em relação a você?
-O que quer dizer?
-O mesmo medo que você tem de me perder eu tenho de perder você, só que um pouco mais já que a sua vida é uma bagunça.
-Quanto a isso, eu quero me afastar, conquistar Detroit de volta será provavelmente a minha ultima ação.
-Por que ta me dizendo isso? –descruzei os braços espantada com o que ele dizia.
-Por que se você ficar comigo, quero que fique com o Justin e não com o Romeu, o cara que boa parte do país tem na mira. –ele se aproximou acariciando o meu rosto. –Eu faço o que for preciso pra te ter de volta na minha vida, pra te manter segura.
-Eu não quero que se sinta forçado a mudar por mim.
-Não estou mudando por você, e sim pra você. Melody Parker você é a melhor parte de mim, a única parte da qual eu não me envergonho –seus lábios se chocaram com a minha testa e dessa vez pude ver uma lágrima escorrer no seu rosto. –Você merece o melhor homem nesse mundo, e se mesmo depois de tudo que eu disse achar que eu não sou bom o suficiente pra você eu vou entender. –a porta do elevador se abriu mais uma vez. –Você ta livre pra ir. –ele afastou dando as costas e voltando para o restaurante.
Eu deveria entrar naquele elevador e desaparecer, nada me garantia que tudo o que ele falava era verdade. Ainda que eu sentisse a verdade nas suas palavras era difícil acreditar.
Mas a coração falou mais alto, tão alto que eu não pude me conter.
-Espera. –ele parou e virou o rosto ficando de perfil. –Eu ainda não sei o que dizer, mas eu prometo que vou pensar. –ele sorriu –caminhei na sua direção até ficar perto dele. –Você disse que eu posso escolher a sobremesa, além do mais eu ainda tenho que te contar uma coisa.
Voltamos a mesa e pedi a sobremesa enquanto Justin tomava um café. Pela primeira vez naquela noite o clima parecia um pouco menos pesado. Minha cabeça ainda fervia com tudo o que ele havia dito, mas eu não iria pensar, pelo menos não agora.
-Disse que tinha algo pra me dizer. –larguei a colher deixando o tiscake pela metade no prato.
-Sim, eu não sei a quantas anda a ação de pegar Detroit de volta, mas sei que Jay z deveria ajudar, mas acho que ele ta mentindo pra você, pra todos vocês. –ele ia pegar sua xícara de café mas desistiu prestando atenção no que eu dizia.
-Explica melhor. –pediu
-Ouvi ele conversando no celular quando não havia ninguém em casa, não me lembro das palavras exatas mas ele disse que iria impedir que conseguisse a cidade de volta, ele falava com um cara e dizia que eram parceiros ou algo do tipo. Ele vai te trair. –Justin respirou fundo olhando a nossa volta.
-Você tem certeza do que ouviu? –eu assenti –Já desconfiava, por isso passei o dia fora com os outros caras, montamos um esquema diferente do dele caso fosse necessário um segundo plano, pelo visto vamos ter que usa-lo.
-Jay z não pode saber que sabe sobre isso. –falei apreensiva.
-Ele não vai, pode ficar tranquila que tudo vai dar certo.
-Quando vão até Detroit?
-Em 48 horas nós estamos saindo daqui. Jay z vai com a gente, provavelmente pra fazer seu teatrinho.
-Parece que você tem tudo sob controle. –ele assentiu com um meio sorriso.
-É mais fácil pensar quando não se esta com tanta raiva. –sorri de volta tomando pela ultima vez um gole do vinho.
-Tenho que ir. –me levantei e logo ele se pôs ao meu lado.
-Te levo até o seu segurança. –ele me acompanhou até fora do local sem dizer uma palavra. Lucca estava lá no mesmo lugar dentro do carro.
-Como sabia que ele estava aqui? –perguntei surpresa.
-Pedi que viesse te buscar assim que saiu do restaurante.
-Obrigada. –me virei encarando seu rosto e me aproximando. Encostei meus lábios nos seus cautelosamente dando inicio a um beijo rápido e doce.
-Disse que iria pensar –murmurou ainda com os lábios próximos aos meus.
-Te beijar faz parte do processo. –ele sorriu tomando meus lábios num beijo mais profundo.
***
Dois dias depois.
Justin's P.O.V.
-Ryan seu idiota para de mexer nas minhas coisas –Nolan gritou bravo indo pra cima do Ryan, entrei no meio dos dois os separando.
-Para com essa porra –eles se afastaram. –Sera que as duas mocinhas podem por favor se comportar, nós temos coisas sérias pra fazer, em três horas a gente vai entrar em um avião pra tomar uma cidade de volta.
-A culpa não é minha se o Nolan fica de cu doce por causa de um pacote de chicletes.
-Vocês são inacreditáveis –reclamei.
Nós estávamos em uma casa no meio do subúrbio de Paris, longe da cobertura era a única forma de nos reunirmos e podermos com segurança checar os últimos detalhes da operação.
-Trouxe lanche crianças –Braun entrou na casa com alguns pacotes e jogou na mesa. –Qual é a última atualização da cidade?
-Esta movimentada, a mesma quantidade de gangster mas eles parecem mais inquietos agora. –Nolan respondeu encarando a tela do computador.
-Eles sabem que nós estamos indo –falei os encarando.
A porta abriu de uma vez e todos levantaram de armas em punhos.
-Hey abaixa essas porcarias –Melody esbravejou assustada.
-Como chegou? –Scooter perguntou afoito enquanto abaixávamos as armas.
-Você é péssimo em despistar. –disse convencida. Tirou o casaco jogando nas cadeiras, que por ventura era um dos poucos moveis da casa. –Qual é o plano.
-O plano é você dar meia volta e sair daqui, você não vai participar disso.-ele ficou bravo a encarando.
-Eu vou e você não pode me impedir. –ela bateu de frente com ele sem hesitar.
-Da uma ajuda aqui Justin –Braun falou e todos os olhares vieram pra cima de mim.
-Nolan, Ryan tem algo contra? –eles balançaram a cabeça negando. –Você ouviu, não pode impedi-la.
-Voto vencido Scooter –ela passou por ele sentando em uma das cadeiras. –Então como nós vamos dominar a cidade?
Notas Finais
Olá, gostaria de agradecer o acompanhamento, os comentários, os votos, e especialmente a paciência com os erros que tem no decorrer dela, coisa boba, mas que as vezes confunde na hora da leitura, isso acontece por que é uma fanfic bem antiga que estou repostando, não se importem em avisar sobre os erros faço d questão de consertar para tornar a leitura de vocês mais interessante. Beijos e aproveitem o resto da história.
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