Heart Broken (Ryan e seus pensamentos)

"Ele vestia roupas de cores diferentes, mas todas no mesmo tom extremamente escuro. Rosto com traços fortes, um óculos escuro similar ao que o Justin vive usando me impedia de ver seus olhos. Cabelo castanho claro e barba pra fazer. Ele era genuinamente charmoso.

-Veio visitar algum parente? –perguntei me sentindo meio intrometida por fazer isso.

-Não. –ele me observou por alguns segundos sorrindo e voltou seu olhar pra porta do elevador. –Vim visitar um amigo e a sua namorada.

Não foi difícil imaginar quem ele poderia ser não imagino que haja outro casal de namorados nessa mesma ala do hospital.

-Eu deveria ter me vestido melhor pra te conhecer –eu disse rindo e olhando o que eu vestia. Ele me encarou sem entender. –Olá Ryan!"

Meus pensamentos estavam presos no instante em que a vi. A primeira vez, quando eu não sabia que ela era Melody Parker a garota do Justin. O momento em que o meu coração bateu mais forte pela garota de camisola no elevador. Seus cabelos num corte de tamanho médio, num tom castanho claro, sua pele cintilante e suas sardas que a deixavam extremamente atraentes. Ela parecia uma boneca.

-Eu deveria ter me vestido melhor pra te conhecer –Sua voz suave e convidativa –Olá Ryan! –me encantaram mais ainda.

A sua gargalhada boba soou pelos meus ouvidos, nós falávamos sobre um assunto idiota aleatório e riamos como se eu tivesse acabado de contar a melhor piada do mundo. Seus olhos brilhavam como estrelas a meia noite, só Deus poderia compreender o quão linda era ela. Tão linda que doía encarar e não poder tocar.

Outro dia estava a seu lado e era como se minha cabeça estivesse mergulhada em um tanque de tubarões, nós conversávamos calmamente, mas tudo que passava pela minha cabeça era os meus lábios nos dela, e assim aconteceu.

Me inclinei segurando seu rosto, ela sorria esperando que eu a beijasse e assim fiz. Seus lábios tinham um gosto mentolado, deslizavam pelos meus sincronizadamente. Deixei minha mão escorrer do seu rosto pra sua nuca a puxando pra mais perto de mim, em questão de segundos seu corpo de movia perfeitamente sobre o meu. Ela murmurava meu nome enquanto eu a fazia minha, ele pedia por mais, eu precisava de mais. E então ele sussurrava que me amava, e eu por fim ...De repente acordava de mais uma alucinação. Ela continuava parada a minha frente falando sobre algo e mais uma vez nada daquilo havia acontecido.

Outra noite acordei de madruga e fui até a cozinha buscar um copo d'agua e a encontrei no corredor, vestindo sua camisola, cabelos bagunçados e um sorriso cansado estampado no rosto. Ainda sim um dos sorrisos mais lindos que eu já tinha visto na vida. Eu a queria pra mim, precisava. Ela tocou meu braço levemente e seguiu pro seu quarto depois de me desejar boa noite. Se por alguma razão tivesse demorado mais 2 segundos pra entrar naquele quarto eu juro que teria a agarro e a tomado em meus braços ali mesmo, sem medo algum do que pudesse acontecer a seguir.

E foi ai que eu percebi que precisava me afastar, o mais rápido possível. Não importando o que eu fizesse pra me afastar eu apenas faria. Não podia viver daquele jeito, desejando a mulher do meu irmão, isso era traição com ele.

Mas.

Mas toda vez que eu a via queria mudar de ideia, jogar tudo pra cima e contar que eu a amava. Mas toda vez...toda vez eu lembrava que não era eu quem ela amava e que nunca seria não importava quando tempo passasse.

Meu coração doía a cada cena de afeto entro o casal, mas eu aguentava, eu sorria e desejava felicidade os meu amigo. Pois é isso que você faz quando ama alguém, mesmo quando não é correspondido.

-Porra eu te amo! –esbravejei sem conseguir me conter. –Eu te amo desde a hora que eu te vi naquele hospital, desde o instante em que eu olhei pra você e ouvi a sua voz. –confessei. –Mas eu senti uma dor no fundo da minha alma no segundo que descobri que você era quem o Justin amava. Eu tentei pelo menos ter o prazer de ficar a sua volta e ser seu amigo, mas chegou a um ponto em que nem isso eu conseguia mais, era demais pra mim te olhar nos olhos e não poder te beijar. Eu tento me afastar de você, mas é difícil. –parei tentando recuperar o folego –Eu me seguro todos os dias desde que você entrou nessa casa pra não te agarrar, por que eu sei que isso destruiria a minha amizade com o Justin, ele é meu irmão e eu nunca faria nada pra machuca-lo. –parei esperando que ela dissesse algo. –Você não vai dizer nada? –perguntei.

Mas ela não falou, ela não conseguiu dizer uma palavra sequer sobre o que eu havia dito. Depois de abrir o meu coração e despejar tudo o que sentia a vi saindo e no instante que a porta se fechou, foi como se meu coração tivesse ficado preso nela sendo esmagado contra a parede. Pelo menos era assim que eu sentia.

Queria me sentir magoado, irritado, ou até mesmo triste a ponto de chorar, mas tudo que eu sentia era frustração. Por que em alguém lugar quase inalcançável no meu coração quebrado eu imaginei mesmo que por um instante que ela pudesse sentir o mesmo por mim.

Eu estava errado.

Parei o carro no acostamento e desci pra tomar um ar.

Mesmo depois de tudo eu me deparei encarando as estrelas que começavam a aparecer e a pensar nela. Imaginando seu rosto, relembrando sua risada...Mas dessa vez, pela primeira vez eu queria de alguma forma esquecer tudo aquilo. De uma vez por todas.

"Difícil não é lutar pelo que se quer, difícil é desistir do que mais se ama!"