P*ta merda, to apaixonado
Pude sentir as batidas do meu coração se acalmarem lentamente, o calor que o corpo dele emitia sobre o meu fez com que os meus nervos se acalmassem e me permitissem entender o que realmente havia acontecido e o que estava acontecendo.
-Ta tudo bem com você? –sua respiração quente tocou minha orelha me deixando arrepiada e confusa ao lembrar que a dias atrás eu achava que ele estava morto.
-Como...como você ainda ta vivo? –sussurrei me agarrando a ele com medo de que ele pudesse desaparecer novamente.
-É uma longa história.
-Eu tenho tempo o suficiente pra ouvir. –me soltei de seus braços e caminhei até a cama me sentando na beirada. Ele ficou parado em pé na minha frente.
-Eu não posso contar agora.
-Por que não?
-Essa coisa não é apenas sobre mim –se explicou sentando ao meu lado.
-Eu não entendo, se você não morreu, não saiu da casa. Por que diabos você sumiu? –Suas mãos tocaram meu tronco me impulsionando para mais perto, com uma das mãos ele tirou seus "não-tiráveis" óculos escuros e olhou no fundo dos meus olhos, me deixando de certa forma envergonhada. Ele tinha os olhos mais lindos e mais perigosos que eu pude imaginar ver, eles simplesmente me faziam querer ser observada por eles, pra sempre.
-Eu detesto admitir esse tipo de coisa, mas eu senti a sua falta.
-Eu também senti a sua falta, mas foi você quem sumiu, eu sempre estive aqui. –minha voz falhou nas últimas palavras, eu vi a cabeça dele inclinando em direção aos meus lábios, nossos queixos alinhados e de repente estávamos nos beijando.
-McCann seu filho da puta! –Scooter gritou entrando no quarto.
-Braun! –Romeu murmurou se levantando e indo na direção dele.
-Você disse que ficaria longe dela –ele me fitou por alguns segundos enquanto eu permanecia sentada tentando digerir o que acontecia. –Porra! O que ta acontecendo. –ele esmurrou a porta esperando uma resposta.
-Calma, porra! –no mesmo segundo em que Romeu parecia ele alterou o tom de voz e encarou Scooter, eu me sentia uma estatua viva sem ação ou reação ao que acontecia.
-Nós temos um acordo.
-Mas a merda do acordo, incluía você cuidar dela, e bem não foi isso que aconteceu.
-Eu estava prestes a chegar. –Scooter pigarreou andando de um lado pro outro.
-O seu prestes a chegar resultaria num estupro, você deveria me agradecer.
-Por que diabos eu agradeceria um criminoso de entrar no quarto da minha... da minha menina e seduzir ela.
-Seduzir? –Romeu deus alguns passos pra frente –Você não é mais capaz de cuidar dela sozinho, então que tal você admitir, me agradecer e abaixar essa bola.
-Eu não preciso disso McCann, ela não precisa. –Levantei me aproximando deles.
-Eu fiz o que você não capaz de fazer –eles se encaram e Braun o empurrou, me fazendo entrar no meio deles automaticamente. –Eu salvei ela, enquanto você era a cadelinha do Bishop.
-CHEGA! –esbravejei atraindo os olhares pra mim. –Parem os dois.
-Eu quero essa cara fora daqui agora –Scooter falou olhando pra mim.
-Eu só saio se ela realmente quiser. –Romeu me olhou no mesmo instante.
-Eu não quero. –falei olhando o Scooter.
-Ele é perigoso. –retrucou.
-E você não?
-Mas eu... –Justin soltou um riso perverso.
Você o que?
-Vai Braun, você o que? –eles voltaram a se encarar.
-Não provoca McCann! –Scooter praticamente rosnou raivoso.
-Será que vocês poderiam parar de brigar e dar um jeito no corpo que ta na porta do meu quarto? –disse tentando mudar o assunto ou fazer qualquer coisa que pudesse apartar os dois.
-Joga ele da sacada. –Romeu disse indo em direção ao corpo.
-Que Idea brilhante –Scooter respondeu sarcástico.
Eles trocaram farpas enquanto pegavam o corpo e o jogavam pela varanda. O corpo caiu fazendo um estrondo assustador.
-Se o cara ainda não tinha morrido, depois dessa queda ele morreu –resmunguei me aproximando da varando e olhando o corpo jogado no chão.
-Agora você já pode ir eu cuido dela. –Scooter disse encarando Romeu.
-Não. –retrucou ignorando ele.
-Melody!
-Os dois não podem ficar?–Tentei manter a minha respiração olhando aquele corpo jogado no chão, morto por minha causa.
-Ah não ser que você queira ver a revolta dos titãs de camarote. –Romeu disse rindo.
-Vou te dar o direito da escolha Melody. –senti meu estomago revirar.
-Romeu... –falei sem hesitar.
-Ótimo, vaza McCann!
-Ele fica, alguém tem que trocar a fechadura da minha porta.
-Mas Melody...
-Ele não vai deixar ninguém chegar perto de mim, fica tranquilo.
-Deixar você com um assassino não vai me deixar tranquilo.
-Eu vivi a minha vida na mesma casa de dezenas deles, e é ele que te preocupa? –me virei o encarando.
-Você não o conhece –resmungou dando as costas.
-Custa aceitar a minha escolha? –ele saiu batendo a porta.
Respirei fundo voltando pra dentro do quarto e arrastando uma cadeira pra travar a maçaneta da porta. Dei a volta e me sentei na beirada da cama. Romeu caminhou até mim sem demonstrar qualquer expressão. Durante alguns segundos o silêncio reinou entre nós. A minha cabeça fazia mil e uma perguntas ao mesmo tempo, por que diabos eles tinham um acordo, por que ele sumiu por dias e por que eu sempre era a última a saber das coisas.
-Ta tudo bem com você? –Romeu perguntou, me deixando sem saber o que responder.
-Não é todo dia que eu tenho um maluco estuprador morto na porta do meu quarto. –Deitei na cama tentando relaxar o corpo e voltei a ouvir os gritos que vinham lá de baixo, as vezes parecia que aquele matadouro não acabaria nunca.
Ele levantou, tirou os sapatos e puxou os lençóis.
-Vem –chamou, batendo na cama. Arrastei meu corpo até lá e deitei por cima do seu peito, voltando a ouvir as batidas do seu coração e sentir o meu se acalmar. –Você não me respondeu se estava bem.
-Se eu te fizesse metade das perguntas que eu quero fazer, tenho certeza que você não responderia uma. –ele limpou a garganta fazendo um barulho engraçado. "RUN RUN"
-1994, peixes, roxo, tubarão, peperoni com abacaxi, não, não, sim. E você ta certa eu não sei como eu posso ser tão gostoso.
Justin's P.O.V.
A gargalhada dela ecoou pelo quarto fazendo com que eu me sentisse melhor pelo que eu não podia contar.
-Não eram bem essas as minhas perguntas, apesar de eu não saber o que significa essas respostas. –ela continuava gargalhando.
-Um dia você descobre. –a puxei pra mais perto observando seu rosto. –Eu prometo que não vou deixar ninguém te machucar, nunca. –ela me encarou estática e logo desviou o olhar.
-Você tem que parar de fazer isso.
-Por que?
-Por que essa coisa ta só piorando.
-Que coisa? –ri sem entender o que dizia. Ela afundou o rosto no meu peito e respirou fundo.
-Eu to apaixonada por você.
De todas as frases que eu já imaginei escutar, aquela sem dúvida alguma era a que mais me dava medo. O meu medo só se tornava maior quando eu lembrava que a maioria das pessoas que eu já gostei ou que gostarão de mim, acabaram com o tiro no meio da testa. Pensei em responder algo, mas quando voltei a observa-la, ela já dormia. Respirei fundo encostando a cabeça cabeceira da cama, tirei o celular que me incomodava e o deixei na mesa de cabeceira. Os pensamentos atingiam a minha cabeça como um trem desgovernado, eu não sabia como pensar e muito menos como reagir quando ela acordasse.
Percebendo que ela dormia em um sono profundo eu levantei e sai de fininho encontrando Scooter trocando a fechadura.
-Saindo de fininho McCann?
-Você deveria se importar mais em cuidar da Melody do que da minha vida. –disse ríspido saindo. Preferi fazer o caminho pelos fundos do que ter que dar de cara com as atrocidades que aconteciam dentro da casa. Peguei o carro no estacionamento e fui em direção a minha casa, coloquei uma música que passava no rádio no último volume e segui a alto estrada a frente.
Deixei o carro no gramado e fui em direção a casa, por mais incrível que pudesse parecer estava tudo calmo, parecia que todos já estavam dormindo. Abri a porta e entrei ouvindo um barulho de televisão em uma das salas, segui barulho até encontrar Ryan jogado no sofá assistindo filme.
-Não é pornô não né? –ele pulou do sofá me olhando e rindo –Por que se for, vai ser estranho nós dois aqui.
-Cala a boca Bieber, o que você quer aqui a essa hora? –me joguei em um dos sofás.
-Eu quebrei o trato e fui atrás da Melody.
-O que? –perguntou não tão surpreso.
-Uns daqueles filhos da puta que trabalham pro Bishop tentaram entrar no quarto dela durando um matadouro que acontecia lá dentro.
-Mata o que?
-Depois eu explico, mas aqueles caras são nojentos. –me afundei no sofá prestando atenção no filme, Jet Li o protagonizava.
-E o Braun?
-Surtou, ele ficou mais puto ainda quando ela disse que queria que eu ficasse no quarto com ela.
-Você sabe que com ela lá dentro vai ser uma puta distração.
-Eu sei.
-É perigoso.
-Eu sei.
-Vocês vão acabar se mantando.
-Eu sei.
-Você deveria matar logo o Bishop e sumir daquela casa.
-Eu sei.
-Então por que você não faz?
-É mais forte do que eu, essa coisa me controla quase que por completo. Eu preciso daquela garota na minha vida, ela da sentindo pra uma vida depois da minha vingança. Eu não consigo mais sem ela, eu não planejei eu nem sequer desejei isso, mas aconteceu.
-Você vai se arrepender mais tarde. –praguejou.
-Eu to apaixonado! –me entreguei derrotado. Eu precisava falar aquilo pra alguém, ouvir em voz alta aquelas palavras saírem da minha boca, eu precisava me ouvir admitir que precisava dela.
-Já se abriu como uma garotinha –disse rindo de mim –Agora volta pra aquela casa e vai cuidar da sua mulher, antes que alguém faça isso por você.
Levantei acompanhando ele na risada, ele era um idiota, mas era meu amigo. Dei um toque na sua mão e fui em direção a saída sendo atropelado pelo Nolan com suas loucuras.
-Justin! –esbravejou. –Por que você não atende a porra do celular? –passei a mão nos bolsos procurando o celular, mas não achei.
-Eu devo ter deixado no carro.
-Então acho bom você checar a sua caixa de mensagens por que eu devo ter deixado umas cinquenta.
-Fala logo o que foi e para com seu ataque de histeria. –ele levantou o dedo do meio irritado.
-O Silvester ta atrás de quem pegou as cargas dele, pelo que eu sei ele ta rastreando as compras e vendas de todas as cargas com perfil parecido com as dele.
-Isso significa...?
-Que ele vai atrás do Bishop, ele é o alvo mais próximo.
-Se ele não conseguir pegar o Bishop?
-Ele pega a gente! –o clima congelou entre nós.
-Puta Merda! –esbravejei chutando o sofá. –Não! Eu não vou pensar nisso agora se não eu vou enlouquecer. –tirei as chaves do carro do bolso e fui em direção a saída. –Mais tarde eu falo com vocês, eu vou ver se a Melody já acordou ou caramba que seja.
Sai de dentro da casa e peguei o carro no gramado, girei a chave e corri pela alta estrada. Longos minutos depois atravessei o estacionamento da casa. O sol ainda não havia aparecido e o clima dentro da casa parecia o mesmo. Dei a volta pelos fundos e fui em direção ao muro da varanda, empurrei o corpo do tal Ajax pra mais longe, tomei distancia e pulei subindo pelas plantas da parede. Abri a porta da varanda encontrando ela já acordada, sentada na beirada da cama, de frente pra varanda como se estivesse esperando por mim. Foi difícil não sorrir com aquela cena.
-Quem é Justin? E que diabos são Silvester e suas cargas? –o sorriso sumiu do meu rosto e eu fiquei estático sem saber o que responder.
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