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A Última Página

"Não há tempestade mais cruel do que a que se forma dentro de um coração partido."


Os dias que se seguiram após a partida repentina do professor Roumie para a Suíça foram difíceis para Tamara. A notícia inesperada deixou um vazio em seu coração, e a melancolia tomou conta de seus pensamentos. Ela passou a evitar conversas longas, limitando-se a interações curtas com suas amigas Camille e Analu. No entanto, gradualmente, Tamara começou a aceitar a ausência do professor. Apesar disso, as emoções ainda deixavam marcas, e ela percebia isso em pequenos sinais no seu corpo e mente.

Naquela manhã, no refeitório do colégio interno, Tamara estava distraída enquanto tomava seu café da manhã com Camille e Analu. As amigas conversavam animadamente sobre a aula de literatura, mas Tamara estava absorta em seus pensamentos. Ao dar um gole em seu café, sentiu o estômago revirar e uma onda de azia subiu pela garganta. Tentando disfarçar, ela colocou a xícara na mesa e respirou fundo, mas o desconforto aumentou, obrigando-a a se levantar abruptamente.

- Eu juro, Analu, a professora Clara vai nos dar um poema daqueles super complicados hoje. Aposto! - disse Camille enquanto mastiga uma torrada

- Ah, relaxa! Se ela escolher algo difícil, você só precisa improvisar. Você é a rainha da enrolação! - disse Analu rindo

- Nem me fale. Mas sério, Tamara, o que você acha? Qual poema você acha que ela vai escolher?" - perguntou Camille rindo também

- Hã? Desculpa, eu... não prestei atenção." - disse ela com voz baixa, distraída

- Você está bem? Parece meio pálida." - Camille olhando para Tamara com preocupação

-Eu... não sei. Acho que o café não caiu bem. - ela colocando a mão no estômago

- Você quer um pouco de água? Ou algo pra comer que seja mais leve?" Indagou Analu

- Não, eu só preciso... preciso ir ao banheiro. disse ela balançando a cabeça

Tamara se levanta apressadamente, deixando a xícara e o prato na mesa. Camille e Analu trocam olhares preocupados enquanto observam Tamara sair quase correndo do refeitório no banheiro, ela mal consegue chegar a tempo antes de vomitar. Ela segura a pia para se apoiar, sentindo o corpo fraco e a mente confusa. Enquanto respira fundo, tentando recuperar o controle, uma onda de pensamentos sobre o professor Roumie volta à tona, como se seu corpo estivesse reagindo ao peso emocional que ela ainda carregava ela olha para o espelho, o rosto pálido refletindo sua luta interna.

- Preciso parar de pensar nisso. Preciso seguir em frente... ele se foi, e eu tenho que aceitar. - ela sussurrando para si mesma

Depois de alguns minutos, ela lava o rosto com água fria, respira fundo e se prepara para voltar ao refeitório, tentando recuperar a compostura antes que suas amigas percebam o quão mal ela realmente está após lavar o rosto no banheiro e respirar fundo, Tamara sentiu uma leve melhora. Ainda assim, seus passos ao retornar ao refeitório eram lentos e hesitantes. O ambiente continuava animado, com os alunos conversando e rindo, mas parecia distante para Tamara. Ela avistou Camille e Analu no mesmo lugar, olhando para a entrada com expressões de preocupação.

Com esforço, Tamara atravessou o refeitório e alcançou a mesa. Camille foi a primeira a falar, franzindo o cenho ao vê-la tão pálida.

- Tamara, você está bem mesmo? Parece pior do que antes. - indagou Camille

- Senta aqui, você tá tão pálida! Quer que a gente te acompanhe ao consultório médico?" - disse Analu se inclinando na direção de Tamara

- Não, estou bem. Só preciso descansar um pouco. - disse ela forçando um sorriso fraco e balançando a cabeça

Tamara tenta disfarçar, mas mal termina a frase e sente o chão parecer ceder sob seus pés. Uma vertigem súbita a faz cambalear, e ela leva a mão à mesa, tentando se equilibrar. Camille e Analu se levantam rapidamente, alarmadas.

- Tamara! O que foi?! - disse Camille abismada

(Tamara tenta responder, mas sua visão escurece. Em um instante, seu corpo desaba no chão diante das amigas, que gritam assustadas.)

- Ela desmaiou! Alguém ajuda, por favor! - disse Analu em pânico

O refeitório, antes cheio de vozes animadas, ficou subitamente em silêncio enquanto os alunos próximos olhavam na direção do ocorrido. Uma das freiras que supervisionava o refeitório, Irmã Clara, correu até o local, abrindo caminho entre as mesas.

- "Meninas, afastem-se um pouco! Deixem espaço para ela respirar." - disse irmã clara ajoelhando-se ao lado de tamara

Camille e Analu recuam, visivelmente nervosas, enquanto Irmã Clara verifica os sinais vitais de Tamara.

- Ela está inconsciente, mas vai ficar bem. chamem alguém para me ajudar a levá-la ao consultório médico." - disse irmã clara

(Com a ajuda de um funcionário do colégio, Irmã Clara carrega Tamara para fora do refeitório. Camille e Analu observam a cena, ainda abaladas.)

O que será que aconteceu? Ela parecia tão estranha esses dias... - disse Camille olhando para Analu com a voz trêmula

- Acho que ela nunca se recuperou da partida do professor Roumie. - disse Analu segurando o braço de Camille

Ambas decidem ir ao consultório assim que as aulas começarem, preocupadas com a amiga e esperando notícias sobre seu estado.


Enquanto isso no consultório médico...


Tamara foi levada às pressas ao consultório médico pelas mãos firmes de Irmã Clara e um funcionário do colégio. Sua pele estava pálida como papel, e sua respiração, irregular. Ao chegarem, a enfermeira do colégio, Dona Cecília, prontamente se levantou e começou a agir sem hesitação.

- Coloquem-na na maca! Preciso verificar os sinais vitais imediatamente. - disse Dona Cecília com autoridade

(Tamara foi cuidadosamente deitada enquanto a enfermeira colocava o oxímetro em seu dedo e media sua pressão arterial. Depois de realizar os exames iniciais, Dona Cecília pediu ajuda para preparar o equipamento de ultrassonografia portátil, já que a queixa de náusea e azia somada ao desmaio levantou suspeitas.)

Após os exames ambulatoriais e a ultrassonografia, Dona Cecília, com uma expressão de surpresa misturada com preocupação, observou os resultados. Ela murmurou algo para Irmã Clara, que arregalou os olhos ao ouvir.

- Tem certeza? Precisamos comunicar isso imediatamente à madre superiora. - disse irmã Clara

- Sim. Os exames são claros. Tamara está gestante...está com dez semanas, pelo que pude calcular. - disse Dona Cecília confirmando com aceno

Horas depois, no consultório:

Tamara continuava em repouso, agora tomando soro e sob observação. Enquanto isso, Irmã Clara e Dona Cecília foram até a madre superiora para informar a situação. A madre, mantendo a compostura, instruiu que cuidassem de Tamara com discrição enquanto conversassem com ela em momento oportuno.

Na sala de aula

Camille e Analu estavam inquietas, tentando se concentrar na aula, mas falhando miseravelmente. O estado de Tamara dominava seus pensamentos. Então, durante o intervalo, a enfermeira Cecília apareceu na porta da sala e chamou as duas.

- Meninas, podem vir comigo um instante? - disse Dona Cecília

Elas se entreolharam nervosamente antes de seguir a enfermeira.

- Queria apenas avisá-las que Tamara está estável. Ela precisará descansar, mas não há motivo para preocupação. Vocês podem visitá-la depois, mas agora voltem para a aula. Ela precisa de calma e repouso. - disse Dona Cecília com um tom tranquilizador

- Graças a Deus! Ela vai ficar bem, não é? - indagou Camille suspirando de alívio

- Sim, mas ela está em observação e precisa de cuidado. - disse Dona Cecília

- "Obrigada por nos avisar, enfermeira. Vamos esperar notícias melhores. - disse Analu segurando a mão de Camille

As duas retornaram à sala de aula, ainda preocupadas, mas mais aliviadas, tentando focar nos estudos enquanto esperavam pela chance de conversar com Tamara mais tarde.

Uma hora depois

A enfermaria do colégio é simples, com paredes brancas e uma janela por onde entra a luz suave da manhã. Tamara está deitada em uma cama, com o lençol branco cobrindo até sua cintura. Seus cabelos castanhos estão bagunçados, e seus olhos lentamente se abrem. Ela parece confusa e desorientada. A madre superiora e a enfermeira do colégio estão ao lado da cama, com expressões graves, mas cuidadosas.

- Tamara, graças a Deus você acordou. Precisamos conversar sobre o que aconteceu. - disse madre superiora

- Eu desmaiei? O que... o que houve? - indagou Tamara com a voz fraca, piscando para se ajustar a luz

- Sim, querida. Você teve um desmaio repentino. Fizemos alguns exames preliminares para entender o que estava acontecendo. - disse a enfermeira sorrindo leve

- E o que vocês descobriram? Estou doente? ela franzindo a testa, sentando-se devagar

- Tamara, os exames indicam que você está grávida. - madre superiora pausa por um momento, com um tom sério mas gentil

- O quê?! Isso não pode ser verdade... Deve ter algum engano! - disse ela com os olhos arregalados,o coração disparado

- Eu sei que é uma notícia difícil, mas os sinais são claros. Vamos confirmar com exames mais detalhados, mas é muito provável que seja isso. - disse a enfermeira com tom profissional

- Eu... eu não sei como isso aconteceu. Eu não estou pronta para isso! - ela sentindo o pânico crescer, lágrimas escorrem pelo rosto

- Sei que é um momento difícil, minha filha, mas não está sozinha. Vamos ajudar você a lidar com isso. - tocando levemente o ombro de Tamara

No dormitório das alunas, Tamara está sentada na sua cama, segurando uma almofada contra o peito. Camille e Analu, suas melhores amigas, estão ao lado, sentadas no chão. A tensão no ar é visível e após ela dar notícia da sua gravidez a elas que apoiaram ela em seguida apesar da surpresa

*********


A madre superiora estava sentada em seu escritório, a expressão séria e preocupada. A velha mesa de madeira estava coberta por papéis, mas ela estava focada apenas no telefone, aguardando a ligação ser atendida. Quando a voz da senhora Martins atendeu, a madre respirou fundo e começou a falar.

-Boa tarde, senhora Martins. Aqui é a Madre Superiora do Colégio Interno. Eu lamento ter que incomodá-la assim, mas preciso de sua presença imediata. A situação de sua filha, Tamara, é... delicada. Há algo muito sério que precisamos conversar, e seria melhor que você estivesse aqui pessoalmente. Ela está bem, mas sua saúde e o bem-estar dela requerem sua atenção urgente. Peço que venha ao colégio o mais rápido possível."

A voz da senhora Martins estava tensa, claramente preocupada.

- Mas o que aconteceu com minha filha? Ela está bem? Eu... eu não entendo. O que é isso de urgente?"

-Eu entendo a sua ansiedade, senhora Martins. Não posso dar mais detalhes por telefone, mas a senhora entenderá melhor quando chegar. Por favor, não demore. - disse Madre superiora

A mãe de Tamara não tinha escolha. Preocupada, desligou e se apressou a organizar tudo para ir ao colégio.

Algumas horas mais tarde, no escritório da Madre Superiora:

A senhora Martins entrou, ainda com um semblante preocupado, e a Madre Superiora fez um gesto para que ela se sentasse. A tensão era palpável no ar.

-Senhora Martins, muito obrigada por ter vindo tão rapidamente. Eu sei que deve estar aflita, mas a situação exige uma abordagem cuidadosa. Acontece que... Tamara está, aparentemente, grávida."

A senhora Martins deu um salto, seus olhos se arregalaram de incredulidade.

-Grávida?! Como assim? Isso não pode ser verdade! Minha filha... ela sempre foi tão dedicada aos estudos, tão responsável! - indagou senhora Martins

- Eu sei que é uma notícia chocante, senhora Martins. Tamara se encontra em uma situação complicada, e ao que parece, ela não estava preparada para lidar com isso sozinha. Quando chegou ao colégio, ela demonstrou sinais físicos que não podiam ser ignorados, e fizemos exames. Agora, é crucial que tomemos decisões com muita seriedade, por ela, e por todas as meninas sob nossa responsabilidade."

A senhora Martins estava visivelmente abalada, lutando para compreender a gravidade da situação. Ela respirou fundo e, após um longo silêncio, perguntou com voz trêmula.

- E o que vai acontecer agora? Como minha filha vai lidar com isso?" - indagou senhora Martins

- Precisamos agir com compaixão e apoio. Vamos trabalhar juntas para encontrar a melhor solução para Tamara, e garantir que ela receba toda a ajuda necessária. Não podemos deixar que isso prejudique seu futuro - disse madre superiora

A conversa prosseguiu com a mãe de Tamara se recuperando lentamente da surpresa e começando a pensar nas possíveis opções para sua filha, enquanto a Madre Superiora se preparava para orientá-la em cada passo do caminho.

O Encontro Entre Mãe e Filha

A senhora Martins entrou no quarto de Tamara, onde a jovem estava sentada na cama, os olhos avermelhados de tanto chorar. Quando sua mãe a viu, seu coração se apertou, mas sabia que precisava ser forte. A porta se fechou silenciosamente atrás dela, e as duas ficaram em silêncio por alguns momentos, antes de a mãe quebrar o silêncio com uma voz suave, mas firme.

- Tamara, meu amor, você precisa me contar tudo. O que está acontecendo? Eu sou sua mãe, você pode confiar em mim. Por favor, me diga o que aconteceu com você e o professor Roumie.

A jovem olhou para sua mãe, ainda hesitante, antes de abaixar a cabeça. Ela respirou fundo e finalmente começou a falar, sua voz fraca, mas cheia de dor.

- Mãe... eu... não sei por onde começar. Eu... me envolvi com o professor Roumie, e isso foi... foi um erro. Eu sabia que ele não deveria estar perto de mim, mas... ele foi gentil, ele me ouviu quando eu me sentia sozinha, e eu acabei me apaixonando por ele. Eu sei que foi errado, mas não sabia mais o que fazer. E agora... agora eu estou grávida. - explicou ela olhando para sua mãe

A mãe de Tamara se aproximou, colocando a mão sobre a dela, com os olhos marejados, mas tentando se manter calma.

- Você está dizendo que o professor Roumie é o pai dessa criança? Eu... eu não sei o que dizer, filha. Eu nunca imaginei que algo assim pudesse acontecer. Mas você sabe que precisa tomar decisões com calma. Não podemos voltar no tempo. - disse sua mãe olhando para ela

- Eu sei, mãe. Eu sei que fiz algo terrível, e estou morrendo de medo do que vai acontecer. Mas eu decidi... decidi manter a criança. Não vou fazer um aborto. Eu... eu quero dar a criança para adoção, talvez assim ela tenha uma vida melhor. Não quero que isso afete meus estudos. Eu quero continuar aqui no colégio, estudar, ser alguém. Sei que você vai ficar decepcionada, mas... por favor, me entenda - suplicou ela ao ver sua mãe

A senhora Martins sentiu um peso em seu peito. Ela olhou para sua filha, que parecia tão perdida, tão assustada. A dor de ver sua filha em uma situação tão difícil a consumia, mas ela sabia que a única maneira de ajudar era apoiá-la.

- Tamara... você me deixa sem palavras. Eu jamais imaginei que um dia teríamos essa conversa. Eu não posso negar que estou em choque, mas o que mais importa agora é você. Eu aceito sua decisão, e farei tudo o que for necessário para te apoiar. Mas há algo que precisamos considerar: o seu pai... ele não sabe de nada disso. E eu sei que você tem medo dele descobrir, mas é uma conversa que vamos ter que ter. - disse a senhora Martins

-Eu sei, mãe. Eu sei que ele não vai entender, que vai ser muito difícil para ele, mas... por favor, não me obrigue a contar a ele agora. Ele é um homem orgulhoso, e ele não vai lidar bem com isso. Eu preciso de tempo. Só de tempo, mãe. - pediu Tamara

A senhora Martins assentiu, sentindo a dificuldade na voz da filha, mas sabia que naquele momento, dar a ela um pouco de espaço e tempo para lidar com tudo seria o melhor.

- Está bem, filha. Não vamos fazer isso agora, mas saiba que em algum momento a verdade virá à tona. Seu pai não pode continuar alheio a isso. E mais importante ainda, você vai continuar seus estudos aqui no colégio, como disse. Eu vou garantir isso. Mas lembra-se, minha filha, você não está sozinha. Estarei ao seu lado, em tudo o que precisar. - disse a senhora Martins

Tamara se abraçou à mãe, sentindo um alívio por, finalmente, poder ser ouvida e compreendida. A decisão de manter a criança, apesar da dor e do medo, parecia ser o único caminho possível para ela naquele momento.

-Obrigada, mãe. Eu não sei o que faria sem você. - disse ela aliviada

A senhora Martins a abraçou forte, sentindo o peso de todo o futuro de sua filha diante dela. Sabia que muitas lutas viriam, mas naquele momento, estava decidida a ser a força de Tamara. Juntas, enfrentariam o que viesse pela frente, uma etapa de cada vez.

Nove meses Depois...

Durante os nove meses de gestação, Tamara viveu uma montanha-russa de emoções, com momentos de prazer e apreensão. No início da gravidez, a descoberta de que seria mãe lhe causou um choque profundo. A ideia de criar um filho, especialmente com o contexto difícil em que estava vivendo, parecia desafiadora. No entanto, à medida que o tempo passava, Tamara começou a sentir uma conexão com o bebê que crescia dentro de si. Sentia-se, às vezes, sozinha, mas também havia uma força inesperada crescendo nela, algo que ela nunca imaginara que fosse possível.

Com o apoio das amigas Camille e Analu, ela passou pelos altos e baixos da gestação, enfrentando a mudança física e emocional com um misto de medo e esperança. A barriga crescendo, os enjôos e as transformações em seu corpo foram gradualmente se tornando parte do novo normal, mas também havia momentos em que ela sentia um medo profundo de ser incapaz de criar um filho sozinha, sem apoio do professor Roumie, e sem saber ao certo o que seria de sua vida depois do parto.

A noite estava calma, mas o peso da ansiedade preenchia o ar enquanto Tamara chegava apressada ao hospital, com sua mãe ao seu lado. Ela sentia as dores das contrações intensificando a cada minuto, mas não queria demonstrar o quanto estava assustada. A preocupação em seus olhos estava oculta por trás da força que tentava manter. As enfermeiras a conduziram para a sala de parto, onde os monitores e as luzes brilhantes a aguardavam.

Deitada na cama, Tamara fechava os olhos e respirava com dificuldade, tentando se concentrar nas instruções que a enfermeira lhe dava. O parto estava em andamento e ela sentia a pressão crescente em seu corpo, mas estava determinada a passar por tudo aquilo de forma firme. Sua mãe, ao seu lado, segurava sua mão, fazendo o possível para acalmar sua filha.

A enfermeira, uma mulher experiente e com uma voz tranquila, se aproximou de Tamara com um sorriso acolhedor.

- Você está indo muito bem, Tamara. Apenas continue respirando, como praticamos. O bebê está quase chegando. Vamos fazer isso juntas, ok? - disse a enfermeira ajudando ela no parto

Tamara assentiu com a cabeça, respirando fundo enquanto as contrações chegavam mais fortes. Ela gritou de dor, mas sua mãe estava ali, incentivando, oferecendo palavras de conforto. Ela se lembrava das palavras que a Madre Superiora dissera a ela antes de partir para o hospital, incentivando-a a ser forte e a manter a serenidade.

A enfermeira guiava Tamara com calma, e a tensão da sala aumentava conforme a última fase do parto se aproximava. A jovem, com os olhos apertados, finalmente sentiu uma pressão intensa, o último esforço antes de dar à luz. Com um grito final, o bebê veio ao mundo, um choro agudo e frágil ecoando pela sala.

A enfermeira rapidamente pegou o bebê nos braços, limpando-o com destreza. Ela sorriu para Tamara, seus olhos calorosos e cheios de empatia.

- É um menino, Tamara! Ele está perfeito. - disse a enfermeira após o nascimento do bebê

Tamara, exausta e com lágrimas nos olhos, sentiu um alívio profundo. Ela olhou para sua mãe, que também chorava de felicidade e emoção, e depois para o bebê, que agora era entregue delicadamente em seus braços.

A enfermeira se aproximou mais uma vez, e com um toque gentil, colocou o recém-nascido no colo de Tamara.

- Aqui está o seu filho, Tamara. Você fez um trabalho incrível. - comentou a enfermeira

Tamara, com um sorriso fraco e um olhar de amor imenso, observou o pequeno bebê em seus braços. Ele estava envolto em um cobertor macio, seu rosto ainda vermelho da pressão do parto, mas sua pele estava quente e suave ao toque. O bebê, com os olhos fechados, emitia pequenos sons de contentamento.

A mãe de Tamara, ao ver a filha segurando seu filho, se aproximou e beijou a testa de Tamara.

- Você é incrível, minha filha. Você fez isso. Agora ele está aqui, e você vai ser uma mãe maravilhosa. - disse a mãe dela senhora Martins

Tamara olhou para sua mãe, com um sorriso cansado, mas feliz. Ela sabia que a jornada que começava agora não seria fácil, mas sentia uma força renovada ao segurar seu filho nos braços. Ele era a prova de sua coragem, de sua decisão de enfrentar os desafios e, apesar de tudo, dar ao seu filho a oportunidade de uma vida.

Enquanto a enfermeira verificava os sinais vitais do bebê e a sala se acalmava, Tamara não conseguia deixar de olhar para o pequeno ser que estava em seus braços. Ali, naquele momento, ela sabia que a vida dela nunca mais seria a mesma. Mas algo em seu coração dizia que, com o apoio de sua mãe e de todos ao seu redor, ela estava pronta para esse novo começo.

Ela estava exausta, mas o momento do parto trouxe uma sensação de pura e intensa transformação. Quando o bebê nasceu, ela o segurou nos braços, observando os pequenos detalhes de seu rosto.

- Meu pequeno Juno... Eu queria tanto poder ficar com você. - disse ela sussurrando,com os olhos marejados

O bebê chorou, e ela sentiu um amor imenso e uma dor no peito, como se algo estivesse se despedaçando dentro de si.

Ela sorriu, mas também havia uma tristeza profunda. Ele era seu, mas ela sabia que não poderia criá-lo. Ao olhar nos olhos do bebê, ela sentiu que precisava fazer algo que fosse melhor para ele, mesmo que isso significasse um sacrifício.

Entrega do bebê Juno para adoção:


Nos dias seguintes ao nascimento, Tamara ficou em conflito com seus sentimentos. O que estava fazendo não era fácil, mas sabia que era a melhor decisão para Juno. Um casal estrangeiro, que havia se mostrado disposto a adotá-lo, apareceu para levá-lo.

Naqueles últimos momentos com o bebê, ela colocou cuidadosamente o pingente de prata em forma de cruz que havia recebido de professor Roumie em seu pescoço, como um símbolo de amor e proteção.

- Juno, eu te amo. Sempre vou te amar. Que você tenha uma vida cheia de luz, meu amor. - disse ela quase em um sussurro

Enquanto o casal ainda não chegava , ela sentiu uma mistura de dor e resignação, um amor imenso e, ao mesmo tempo, a certeza de que, naquele momento, estava fazendo o melhor para ele.

A noite já havia caído quando o carro de luxo parou discretamente na entrada do colégio. O casal, elegante e reservado, desceu rapidamente, os olhos atentos, tentando se misturar com a tranquilidade do ambiente. Eles estavam em silêncio, mas suas expressões revelavam o nervosismo que tentavam esconder. Ela, uma mulher de feições delicadas, usava óculos escuros e um elegante vestido preto. Ele, com terno impecável e cabelo bem arrumado, parecia impaciente, como se aguardasse a confirmação de que estavam finalmente próximos do que desejavam há tanto tempo.

A noviça irmã Selma, uma mulher de olhar sereno e postura impecável, os aguardava discretamente na entrada lateral do colégio, longe das atenções dos outros visitantes. Sua presença era tranquila, mas havia algo em sua postura que sugeria uma urgência velada. Quando o casal se aproximou, ela os cumprimentou com uma reverência sutil, cumprindo a cerimônia do momento com a delicadeza esperada.

- Boa noite, senhor e senhora. O senhor e a senhora estão prontos para conhecer a criança? - perguntou irmã Selma ao cumprimentar o casal

O casal, embora tenso, trocou um olhar de confirmação, e a mulher, com a voz suavemente abafada pela emoção, respondeu.

-Sim, estamos prontos. Finalmente.

Irmã Selma acenou com a cabeça e os conduziu até uma porta discreta, afastada das áreas principais do hospital. A luz suave dos corredores iluminava o caminho até a sala onde o bebê de Tamara aguardava. Eles entraram na sala secreta, onde o ambiente era pacífico, com móveis simples, mas elegantes, criando um espaço acolhedor para a criança que logo se tornaria parte da vida do casal.

Em uma pequena cama de madeira, cuidadosamente preparada, estava o bebê de Tamara. Envolto em cobertores macios, o pequeno parecia adormecido, tranquilo em seu berço, como se não soubesse da complexidade do momento que se desenrolava. A irmã Selma, com gesto suave e preciso, pegou o bebê nos braços, admirando a pureza do recém-nascido.

- Ele está bem, conforme prometido. A jovem mãe, Tamara, fez sua parte. Agora, cabe a vocês cuidarem deste precioso ser. - disse irmã Selma

O casal se aproximou lentamente, seus olhares fixos no bebê, uma mistura de expectativa e emoção no ar. O homem olhou para a irmã Selma, com uma leve tensão, como se quisesse se assegurar de que tudo estava de acordo.

- Está tudo em ordem, irmã? Não há mais nenhum detalhe que precise ser resolvido? - perguntou o homem

- Tudo foi tratado com a máxima discrição. A jovem mãe será cuidada, e agora o bebê é de vocês. Não haverá mais interferências. Podem levar o pequeno com vocês. - respondeu irmã Selma

A irmã Selma entregou o bebê ao casal, que, com as mãos tremendo levemente, o pegou. A mulher o acolheu com delicadeza, o corpo do bebê se encaixando com perfeição nos braços dela. Eles trocavam olhares, como se a realização de um longo sonho estivesse se concretizando, mas ao mesmo tempo, havia uma quietude tensa em seus rostos, conscientes da natureza secreta do que estavam fazendo.

- Obrigada. Não imaginávamos que o momento seria tão... tão significativo. - comentou a mulher com o bebê no colo

- Que a criança traga paz e felicidade à sua casa. Mas lembrem-se, o segredo deve ser guardado. O bem-estar de todos depende disso. - disse irmã Selma

Com um último aceno de cabeça, a irmã Selma os guiou até a saída lateral do colégio, onde um carro aguardava. O casal, agora com o bebê nos braços, se afastou da instituição, desaparecendo nas sombras da noite, como se nunca tivessem estado ali. O destino de Tamara, e de seu filho, estava selado na sala secreta, a irmã Selma ficou em silêncio por um momento, olhando para a porta que se fechava. Ela sabia que, por mais que o futuro do bebê fosse agora traçado nas mãos do casal, a verdadeira história ainda estava em andamento. O que aconteceria a seguir, ninguém sabia, mas a decisão de Tamara, de dar seu filho para adoção, ecoaria por muito tempo na vida de todos os envolvidos.


Dois anos Depois...

Tamara havia se formado, e os dois anos passados no colégio interno agora pareciam distantes. Com um sentimento de realização e tristeza ao mesmo tempo, ela se despedia de suas amigas, que haviam sido seu apoio durante momentos difíceis.

- Você vai mesmo embora, Tamara? - disse Camille

- Você vai arrasar lá fora. Estamos tão orgulhosas de você." - disse Analu

Tamara sorriu, sentindo que, finalmente, estava começando a trilhar seu próprio caminho.

- Obrigada, meninas. Não sei o que seria de mim sem vocês. Mas é hora de eu seguir em frente, por mim mesma.

Depois de um breve abraço, Tamara fez sua última despedida. Era hora de voltar ao Brasil e encarar os novos desafios que a vida lhe reservava Ao retornar ao Brasil, Tamara foi pressionada a aceitar um casamento arranjado com um homem mais velho e rico, uma proposta que visava estabilizar sua vida, mas que não condizia com seus desejos. Ela se recusou terminantemente.

- Eu não sou um troféu ou uma moeda de troca. Vou viver minha vida do meu jeito. - disse ela com firmeza

Sem olhar para trás, ela fugiu de sua casa e, meses depois, foi convidada para se juntar a uma banda de rock finlandesa como guitarrista. Ela encontrou liberdade na música, sua verdadeira paixão, e finalmente sentiu que estava vivendo a vida que sempre quis.

- Agora sou eu quem escolhe meu destino. Ninguém mais. - disse ela sorrindo,Comba guitarra nas mãos

Ela estava longe do Brasil, longe de seu passado, mas com uma sensação de que agora estava no controle de sua própria vida, pronta para enfrentar o futuro de cabeça erguida.

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