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30 🔗 SHAPHATAR ITALIO

𝗜𝗡𝗦𝗧𝗥𝗨𝗖𝗢𝗘𝗦: ler & consumir com o tema escuro para melhor visualização da obra; aviso de capítulo +18 com palavras ou cenas maduras. Leiam com cuidado.

BOM CONSUMO,
                        — Cherry៚

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𝐇𝐀𝐍 𝐉𝐈𝐒𝐔𝐍𝐆

Tentando dar meu
melhor na minha
pior  fase,    sabe
como  é,   menor.
Feridas se curam
com     o    tempo,
não com gaze.
( junho de 94 - djonga)
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Acordo. Bati a cabeça na prateleira com tudo porque senti um cheiro forte de alho e ogum bem sabe a quanto tempo que eu não ligo aquele fogão à gás. De qualquer jeito tropeçando em lençol com o olhar dos olhares, amassado, inchado de tanto chorar ontem a noite, o cabelo no olho, uma coceira na garganta, é que eu saio daquele quarto dando de cara com a minha cozinha. Já me agarro com a raquete mata mosquito pra' usar de defesa contra o possível zé buceta que invadiu a minha casa, pois na falta da 47 a gente se vira, e nesse apartamento eu só tolero Hyunjin e os gatos dos vizinhos entrando sem bater.

Quando me adianto mais pra' cozinha meu brilho de adrenalina some vendo o robotrom de costas retirando algo do meu forno, mas o meu pior choque é ver o cômodo inteiro. Não consegui me conter quando larguei aquela raquete com tudo no chão, gritanto — O QUE PORRA' TU FEZ AQUI?

Assisti uma curta reação de susto — Mas que miserável, fale baixo! Nenhum autista aqui precisa ter uma crise com você. — Resmunga o maluco na maior cara de pau enquanto movia uma bandeja de pão para a mesa minúscula da cozinha. — E você deveria me agradecer.

Parece piada, preciso de respostas então começo a gesticular aumentando a voz — Por que caralhos eu iria te falar alguma coisa? Mano? Cadê meus materiais? O que você fez aqui? Tá querendo morrer, ô?

Minho se vira, coloca as mãos a cintura e diz batendo na própria coxa — Limpei, Han Jisung. Eu limpei a tua cozinha. Esse lugar estava IMUNDO! Como é que concertava o pobre do outro Minho nessas condições precárias? À quanto tempo mais ou menos você não limpava essa pia? E esse chão? O que, diabos, deu em você pra' deixar sua casa nesse estado?

Não conseguia me manter no lugar, comecei a olhar tudo andando de um lado pra', conto enquanto prolongada aquela discussão — Depressão, seu puto.

Ele deu de ombros voltando ao que fazia antes —... Enfim, de nada! Se quiser recuperar alguma coisa, na sua dispensa estão os lixos que separei. As suas ferramentas estão em uma caixa de plástico na prateleira de cima, se tiver dificuldade use um banquinho.

Ele quer me ver pirar o cabeção pra' terminar comigo, é isso? Porque é exatamente o que acho que estou entendendo dessa situação. — Você é um cínico, não é? Cínico capirotado! Falou horrores de madrugada que iria sair dessa casa e que não queria me ver nunca mais e agora limpou meu apartamento e está preparando o café da manhã, qual é a tua mermão?!

Novamente esses ombros vão pra' jogo em forma de descaso, me deixando ainda mais puto com suas respostas — Eu não sou nenhum monstro, nunca sairia de uma visita sem ajudar com algo, é deselegante. Algo que talvez seja sua especialidade já que nunca, em todos esses meses, nós ofereceu o mínimo de um café!

Subitamente me canso, por que apesar de o mesmo poço de ignorância, ele está mais tolerável hoje, porém —... Tem alguma coisa diferente.

Organizando a comida na bandeja, me olha confuso, diz — Diferente como? Se está se referindo a toalha de mesa, sim eu troquei e sim joguei a outra no lixo. Tinha tantas manchas que, porra, estou pensando sinceramente em comunicar a vigilância sanitária pra' vistoriar a sua casa.

Meus olhos se estreitam, porque conheço Minho, e está nervoso. Meu riso surge nos lábios junto a fala —... Você não consegue, né?

Ele pausa, e devagar se vira, com o que acho ser deboche por incrível que soe, e questiona sorrindo sem humor — Não consigo... O que?

Suspiro desacreditado respondendo — Ir embora, você não consegue. Mas ó, tô atrasado pro' serviço, nem pense que essa discussão terminou, ouviu? Quando eu chegar você vai me esclarecer algumas coisas.

Sem contextar o fato de que ainda estaria no meu apartamento até final do dia, ele me devolve — Olha como me dirige a palavra moleque! Tá achando que é- — E não consegue concluir sua sentenças porque assim que me aproximo pra' pegar um pão, eu o puxo apertando as maçãs da sua face pra' encostar em sua boca e só largar com um estalar dos meus lábios alto, só por implicância mesmo e boas risadas — Vá escovar esses dentes, seu fumante de merda!

Gargalho sentindo o pano de mesa cair em minha cabeça assim que viro as costas pro' mesmo enquanto corria para o banheiro. O pau no cu está se escondendo, mas de quem?

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Nessa vida pouca
coisa faz sentido
Só que ainda eu
não tô pronto para a morte.

( junho de 94)
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Feito sobrevivente de um desastre mental havia passado aquele dia no serviço como se absolutamente estivesse tudo bem e o apocalipse não me aguardasse em casa. Apesar de segurar bem o tranco, por inúmeras vezes fui questionado quanto ao meu estado de saúde, já que tremia igual um pós ganho gelado no pior dos invernos de Alma, Changbin mesmo beijou minhas mãos incontáveis vezes, mesmo afastado. Mas era só estresse.

Até que dure, é estresse — Dinheiro sujo drogas novas, quatro carros, putas novas, eu te amo, só mentiras, broken heart só vadias.. Era ilusão, tudo isso era ilusão... — Murmurava, assim que meu expediente terminou, e enrolava para puxar caminho de casa. E nisso brincava com o isqueiro acima do capo de uma nave que eu peguei pra' arrumar mas acabei enrolando, olhando pro' céu da noite. Olhando pra' Marte. Meus dedos se erguem e eu tento alcançar o céu, a porra do céu.

A oficina se encontrava quase vazia a não ser pelas mecânicas tomando café na parte de trás. E os boiolas da academia federal chegam com suas roupas de avião pra' treino, com o corpo mole subiam a escada. Vi Taeyong, aquele mesmo, mas parecia confiante, colocava as luvas atrasado, suas mãos tremiam mas minha preocupação falhava sob seu sorriso besta, eu sabia o que esse filha da puta tinha feito, acha que engana esses docentes, mas não me engana nem' por um caralho.

Aquela eletricidade que esboçava no rosto eu já bem conhecia, fraterna lembrança de amargor. Neguei com a cabeça assistindo.

Sistema de merda, gente de merda, governo de merda, merdas, merdas, merdas.

  — Mano, tem uma mina' chapada ali vey', os caras não sabem o fazer pra' passar, ela precisa entrar na máquina em daqui a pouco! — Renee, ume des mecâniques disse passando por mim até onde as outras colegas estavam.

E eu estava devagando ainda quando acabei dizendo sem pensar enquanto ajeitava os braços atrás da cabeça — Da água pra ela... E depois faça com que se exercite um pouco, talvez deitar no chão também ajude mas essa mana precisa dormir se quer cortar o efeito dessa buceta. E é melhor mandar descer aquele puto do Taeyong, o moleque vai ter uma convulsão lá em cima, tô falando.

Elu pausou as conversas alheias, se virando pro' meu rumo, apontando sua prancheta na minha direção dizendo — Ah? Como é que sabe mané?

Dou de outros lento —...Cheirou coca. — Murmuro com o maço entre os dentes antes de tirá-lo pra' expirar.

A sua careta incompreensível me fez rir — Oxê — Elu fez uma careta, mas logo recebeu um tapa fraco de Siyoong que gritou — Jico é fera, Reh, ele sabe dessas coisa tudinho, né não Jico? Fala , po! Confia no menino.

Pensativo, gesticulo sem olhá-las diretamente, respondendo — Ele tava todo "troncho" colocando as luvas de proteção e isso em cima da escada, tipo como se tivesse esquecido e ele nunca esquece! Eu sei porquê acúmulo muita informação inútil e avaliar esses pacovios é uma delas. O mano nem se deu o trabalho de limpar, só o brancão nos dedos. Esses tapados da tutelar se fingem pra' não ver uma porra dessas porque sabem que a responsabilidade no céu não é deles.

O soco de Renee contra um latão tóxico foi alto, mas era só o jeito delu de se expressar — Que merda mano! Certo, valeu Jisung! — E simplesmente correu dali, e acabei me alarmando porquê eu não tinha certeza, eram só comentários idiotas sem embasamento algum. Dei de ombros, não era problema meu.

O vento quente bate no meu rosto me levando a tossir, o gosto do tabado me amarga e as lágrimas caem sem motivo, que filho da puta idiota, subindo na lata dopado, que Ogum tenha misericórdia da minha gente e que aquela lá tenha das crianças da modernidade líquida.

Eu não me acho merecedor do céu. O pecado tem gosto de segunda, parece minha vida, parece com todo dia. Meu punho encosta na testa, sinto-a se enrugar, a lágrima tem gosto de sal e terra, o céu tem gosto de poeira. Deus me ama, mas Lúcifer não me quer, eu acho que os dois são um, e acho que já amei os dois, e já não sei nem o que digo ou penso, eu tô enlouquecendo aos poucos. Tô virando meio torto.

Como já dizia Djonga, eu sou daqueles que dá o papo reto e anda torto.

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      Já perceberam o quanto Seo rebola quando anda? Ele sempre faz isso ou só agora me dei conta da frequência? — Certo patrão, aqui sua garrafa, me desculpe se derramou bebida pra' fora talvez eu esteja ligeiramente me tremendo todo, eh, essa é a primeira vez que a gente sai junto além do trabalho, como... amigos. Somos amigos né? — A figura robusta de Changbin me surgiu atravessando a mesa do bar, sorrindo trêmulo para a minha face em completo desânimo.

O convidei para algo após o trabalho, porquê sim, estou enrolando o máximo que posso. Mas talvez desconfortável por essa ser a primeira vez que faço isso com alguém da oficina. Meus olhos se abrem levemente junto a resposta — ah, claro que somos amigos cuzão, nós... nós nos conhecemos a muito tempo, eu achei que já tivesse óbvio, não?

Por que eu preciso ser tão complicado sempre? Nomadê social do caralho, preciso voltar pra' terapia.

Ele me encarava com os lábios em um curto sorriso e de repente contornou o banco que se sentaria para juntar ao meu e me abraçou encostando sua cabeça no meu ombro, soltando murmúrios que pareciam risadas. Confuso questiono zoando ameaças — Você está zombando de mim' porra louca? Tá com medo de morrer não?

Abafado murmura de volta — Fecha essa boca menó, eu só tô feliz, me deixa cacete — E ainda rindo ele me da um tapa na nuca pra' puxar seu copo deixado à mesa. Move seu corpo pra' longe do meu se sentando no lugar com aquele mesmo sorriso — Você vai no chá de bebê do San?

Engulo o que seja que há no copo, com o rosto sério questionando — Que? E ele tem filho?

—... Você precisa sair ir mais com o pessoal do serviço, ao menos os do nosso setor. — Ele responde assentindo e rindo — Barriga de aluguel, vai nascer em abril. O marido dele vai tá lá e tudo, finalmente vamos conhecer o 4 rodas que come aquele caminhão, hehe.

  — 4 rodas?

  — É, ele é usuário de cadeira de rodas.

  — Então é duas rodas jumento!

  — Tudo a mesma porra! — O tempo voa com Changbin, sério, ele é ridículo

Durante essas conversações sem um propósito conforme vai a noite, ele me conta estórias e histórias, faz piadas, flerta comigo e com qualquer um que passe, canta com a banda de baixa renda, aplaude o nada, o nada, dança talvez pra' fazer chover ou trazer o vento. O tempo é ridículo.

Acabei me distraindo, pensando longe talvez, mesmo que os fantasmas da minha cabeça continuassem a gritar gírias. Mas desfrutando da opaca paz eu me distrai, mas foi demais, bêbado beijei o Seo, e depois comecei a chorar, e depois desabafar sobre a exata situação que eu não queria ter de compartilhar, não queria nada falar nada, e agora me encontro falando burrices, fungando horrores, escutando o bar lançar Me desculpa Jay Z na pior hora possível enquanto o putão afagava meus ombros – Ah, mano, sei lá, ele tá estranho, sabe? Tô meio noiado com isso, sei lá, vai que não era pra' ser, eu me meti nessa ciente de tudo mas, sei lá...

Com uma falsa seriedade e sensatez o idiota balança a cabeça sobre minhas palavras dialogando — Oh, mano... tu tá pensando em terminar? — A voz de Changbin me fez erguer a cabeça, visívelmente abalado. — Poxa, cara... que notícia...quer um abraço? Você parece mal mesmo.

E sem pensar muito, me permiti o consolo, quando se encostou em mim, seus braços me rodeavam por um momento. Confesso que chorei ainda mais, voando pensamentos para um completo nada, bem longe dali, até e rolar os olhos pelo e dizer — Mas é um zé buceta mesmo né, eu tô sentindo você sorrir no meu ombro, seu puto!

E ele nem sabia disfarçar aquela cara de idiota — Que isso! Eu tô realmente... muito triste por você, sério mesmo, po.

Tive de lhe dar um tapa mesmo que risse junto, ele é ridículo! — PARA DE SORRIR FILHO DA PUTA!

  — É DE NERVOSO, EU JURO QUE TÔ MAL!

Depois das gargalhadas com cheiro de 15% de álcool e Bauru com tomate, a melancolia pousou sobre minha testa em forma de um selar, e ouvi um suspiro pesado, com um grunir de garganta pelo que viria a seguir — Faz o que tu acha que precisa fazer Han, tá?... Te conheço mano, te conheço tempo suficiente pra saber que você não se mete em trampo meia boca que não é teu. Tu é sujeito polido, marré de responsa, um verdadeiro cidadão Almador, tu entende dos papo. Ce' sabe que ele não tá nesse estado por que quer né? Enquanto tava medicado tava bom, não tava? Mas é assim que rola quando se envolve com alguém... você abraça o mano, e os problemas dele também, daí tu quem decide se aguenta ou não, limite é limite, tá ligado? O meu lance, tu já sabe, me pescou pesca meu piá, minha mãe, meus cachorros, meu jeitinho de maria flor que tu bem conhece... — Pausou a seriedade pra' balançar os ombros — E é assim, sabe. Tu não casa só com as melhores partes de alguém, tu precisa ver é se tá te afetando, claro, não vai caçar relação abusiva, corre pro' disk denúncia. Mas, o lance é que o problema não é você, tão pouco o que vocês tem. É b.ó dele, todo dele, mas não é a culpa dele, esse é que é o bagulho.

Ele pausou, continuou me olhando sério, afastou a minha franja laranja da testa e continuou da mesma forma —... Se eu fosse tu, dava mais uma chance, mas não vá ser ONG de marmanjo nenhum, só tenta aconselhar as coisas e se ele, ou seja lá quem for, não gostar da conversa, ó, caminho de casa! Manda vazar e rápido, e se insistir contigo me avisa, que eu meto bala no bucho desse micro-ondas! — Ele diz mais grosso, até sorrir largo — Entendeu, vida?

Permaneci em silêncio, só o olhava, absorvendo tudo, talvez naquele momento, ou em outro momento, eu pudesse me apaixonar por Changbin, mas a vida não é assim, e eu gosto de me complicar, curto o caos, eu curto deus. Tudo o que pude fazer foi encostar rosto contra seu braço, logo mais ele me levaria pra' casa com a sua moto e eu teria de tomar alguma decisão.

Eu precisava conversar com ele.

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⚠️ Alerta de gatilhos; menção ideação suicida.

      Assim que fui deixado no prédio, fiz questão de puxar a garrafa de água que carregava na bolsa, porque o papo ali seria reto e eu precisava estar ao menos sóbrio. Porém ao destravar a porta do meu apartamento, meus ombros caem instintivamente pois é um Minho cheio de desenhos e papéis sob o chão quem se encontra naquele ambiente.

Seus dedos digitam no tablet freneticamente e ele usa um moletom meu muito curto pra' seu tamanho geladeira, tornando-o quase croped. Passou pelo mesmo sentindo-o puxar pela coxa  até ouvir um murmurar — Oi amor. — E me soltar.

Ele está hiperfocando, mas continua fofo. Meu cérebro vai quebrar. Sentindo o peso do mundo eu só balanço a cabeça e vou direto ao banheiro me livrar de todas a essas minhas piras.

Meu banho foi longo, me permiti até cantar. Quando escovava meus dentes ele abriu a porta pra' fazer o mesmo, mas acabou abraçado comigo me encarando pelo espelho, e eu só queria chorar. Ele me cobria com tanto carinho, tanto jeito, mas o outro me tratava como qualquer mano da esquina, era tão difícil entender, mesmo que eu saiba, ao mesmo tempo, no mais imaturo do meu ser, eu quero gritar, bater o pé, cruzar os braços e exigir todo o amor do mundo, ou dele, só pra' mim, quero que todos eles, todo Minho, me ame, me queira. Sinto-me um egoísta.

Ele canta comigo a música do chuveiro no caminho pra' cama, me faz rir com seus beijos na minha pele, e a vida é tão gostosa, tão boa. Tudo que é ruim eu esqueço, ele manda tudo embora. Conto do meu dia, conto sobre Taeyong, conto do trânsito, do céu, conto que fiquei com Changbin, e a gente ri junto desacreditado de tudo. E a vida é confortável, ela é calma, a vida tem um olho de titânio, um nariz reto e longo, um rosto que cabe sob meus palmos e lábios que dizem "eu te amo".

Mas não é com ela que vai rolar o meu papo. Depois do apego, eu preciso conversar com o outro. — Quero falar com ele.

E Minho com o dorso nu, me questiona realmente confuso —... ele quem?

Cruzo os braços já irritado, mesmo que não seja culpa dele — Não se faça de idiota, eu sei que você está ai dentro, sai logo! Anda, anda, anda porra! Tenho pressa, se mexe mano!

   — Jisung, do que você tá falando? — Ele diz e meu peito dói, seus olhos são inocentes, definitivamente não é o mesmo, mas eu preciso insistir.

Foi preciso um esforço muito, muito, muito grande pra' xinga-lo naquele estado, mas eu o fiz assim que me coloquei de pé — Filho da puta eu mandei aparecer agora, não ouviu? Agora! Na- não você engomadinho! Ugh! Eu preciso do... Ai porra, como era o nome dele? O coisado! Aquele todo bocózão! "Uh eu não posso casar com você Uh, ugh, sou um cuzão, uh, ugh" ... Você lembra?

Eu estava de frente com o mais medroso de novo, quem recuou sob minhas palavras e eu voltava a murmurar — Argh! O que eu preciso fazer pra ele aparecer de novo? O que eu fiz da última vez?

Mas não demorou muito pro' santo chegar —... o que... O que você fez da última vez?! Você acha que tem tanto impacto assim na minha vida é? Mais que moleque mais orgulhoso!

  — MOLEQUE?! — Meu chinelo é erguido de novo, esse daí só me faz passar raiva — Ah mas vou te mostrar a lapada desse moleque seu filho de uma puta!

Completamente diferente, de postura pra' cima como quem enfrenta até Deus, ele diz — E você é o que?! Tem vinte e cinco anos cara, se toca! Não tem nem idade pra' estar com a... Por Deus coloque uma roupa, mas que porra!

Acabei franzindo o cenho involuntariamente — Que mané roupa? Já tô usando uma caralho!

  — MINHAS ROUPAS!

Noto então a blusa branca do seu uniforme que somente subiu até a cintura e acabava mostrando o short — Você que me pediu pra' vestir.

A mão ao peito também mostrava o quão dramático esse daí era — Eu? EU bem, mais bem entre aspas! Não era eu, eu, era o outro eu, o eu mais completamente fora de si e você deveria se envergonhar de estar se aproveitando de nós desse jeito! Espera que eu abaixe a guarda pra' pular pra' cama com a gente! Eu não caio nessa moleque! Você só nos trará mais problemas!

  — PROBLEMAS?! Quem tem te concertado todo esse tempo e te impedindo de sangrar e de morrer na porra de uma UBS sou eu seu merda! Tenho tirado da paz da minha vida sem graça pra' ficar cuidando de você e é isso que eu recebo um filho da puta me dizendo putaria as 06:00 da manhã?

  — Não pedi pra' você me ajudar! Nunca pedi! Você se meteu porquê quis e nem me venha com essa de sacrifícios porquê além de tudo você recebe pra' isso! Eu te pago por todos os procedimentos ilegais e até mesmo desumanizados que você utiliza! Vai pro' caralho se pensa que eu deveria te agradecer como a porra de um cachorro verde!

  — Vá se foder seu puto! Por tudo que eu já te ajudei, tantas vezes que te impede de-

Ele então começou a andar me ignorando, saindo do quarto para a cozinha, mas não sem que eu o seguisse — Eu quero morrer, Han Jisung. Você só está nós atrapalhando nisso, vai acontecer uma hora ou outra, vou tomar conta de novo e vai dar certo, não dá mais pra' continuar vivendo! À muita coisa em jogo, e você precisa parar de continuar tentando e tentando ficar nos concertado sendo que eu quero que sangrar e me desmembrar até que todo o meu corpo vire só restos pra' terra consumir e ninguém saiba do sequer fui eu. Então para de atrapalhar tudo, PARA!

E eu parei.

Porque era meu limite.

Eu já não queria mais olhá-lo, mas suas mãos do se chocavam como se não soubesse qual o próximo passo, andava de um lado para o outro, olhando para todos os cantos tentando fugir da pontada no peito. Mas eu sabia o próximo passo, e era tirá-lo da mina casa! Porém antes que me virasse pra' procurar a carabina em algum canto daquela casa, esse puto me encurralou e eu me encolhi esperando qualquer coisa, menos um abraço. Assustado eu tentei o empurrar mas não tinha forças porque já havia começado a chorar de novo — M-me larga seu bucetão! Me larga! Me larga! Me larga agora ou vou chamar a polícia, a síndica, eu te juro que faço um escândalo aqui nem que a gente tenha que brigar físico!

Não obtendo resposta, eu murmura —... Você é outro? — Ele continuava rodeado comigo mas todo tromcho com o rosto virado no sentido contrário como se de fato nunca tivesse me abraçado antes.

Houve um murmúrio — Não. Continuou eu.

  — Então eu não te entendo um caralho.

Pela sua distração eu consegui afastá-lo, mas olhando-o com o rosto molhado, igualmente ao meu, eu o empurrou novamente e com força, mas para o seu sofá, desnorteado aquele Minho só se permitiu, e continuou sem ação quando me deitei com ele naquele móvel. O seu peito subia e descia.

Mesmo que estivesse contra si, e tivesse tomado aquela iniciativa, eu me sentia fraco... Ou talvez, frágil.

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𝐍𝐀𝐑𝐑𝐀𝐂𝐀𝐎        𝐄𝐌
𝐓𝐄𝐑𝐂𝐄𝐈𝐑𝐀 𝐏𝐄𝐒𝐒𝐎𝐀

Frágil.

A sua fragilidade não era de toda incomoda, mas o fazia mal, ele se sentia mal e não sabia porquê. Não entendia que era por igualmente, sentir muito, mesmo sentindo tão pouco — Eu não sinto dor? Pensou franzindo a testa, a sua mão se levantou um pouco, e devagar puxo-o, o outro corpo que lhe esmagava, sentindo os  rostos próximos. Os olhos de Han tinham muita raiva, muito ódio, lhe cortavam por todas as partes até que gritasse por misericórdia, lhe odiavam, repugnavam, até que Minho piscou, e percebeu que até então enxergava o seu próprio reflexo, ou o reflexo daquilo que sentia internamente e depositava no outro, raiva, por muitas vezes se defender do mundo, por não consigo se defender de si mesmo. Não gostava de admitir, mas não era, culpa dele. Nos olhos de Jisung, mesmo sob todos os palavrões do mundo e rosto sério, havia carinho. Ele o amava de verdade.

Não entendia o porque, mas levantou o seu rosto e então beijou cada um de seus olhos devagar, e ele chorou mais. Por entre os lábios abertos, sussurrou assustado, quase inaldivel, pois era somente para o próprio interno — Meu Deus... eu sou o capeta.

Silenciosamente, suas mãos tocavam o tecido de suas roupas, com o cheiro do seu amaciente favorito, e concordou silenciosamente com quem quer deles que tivesse tido aquela ideia, pois era tão absurdamente bom ter a combinação daqueles cheiros, o seu perfume e o cheiro daquelas roupas. O pelo recém cortado das suas pernas o dava arrepios quando se roçavam, seus dedos tocavam a linha da sua coluna, e contornavam os braços robustos. Observava as pontinhas do seu cabelo. O ruivo então se ergue sentando-se no tronco do outro homem com um sorriso presunçoso na sua face bagunçado e com a sombra escura borrando em seus olhos molhados, ele parecia o próprio caos quando disse rouco —... Gamou, putão?

O cyborg rolou os olhos irritado — Ora, mas vá a merda! — Resmunga irritado mesmo que suas mãos nunca deixassem seu corpo.

A situação era sem nexo, era ridículo, era bizarro, era complexo, incômodo, crítico, e era engraçado. Minho então negou com a cabeça, puxando sua camisa para poder limpar aquele rosto sujo — É assim que você conquista os outros, moleque? Chorando e beijando?

E rindo contido com um sorriso maligno o outro o puxava pelos ombros murmurando — Eu to te conquistando é mermão?

Estalou a língua murmurando   — Não vai acontecer, já disse, impossível. Eu não desenvolvo sentimentos facilmente, se eu fosse você pulava fora.

   — É esse o problema meu amor. Você se manda da minha vida na quinta e então eu não faço questão, mas depois na sexta feira vem o outro você implorando por perdão e me pedindo desculpas e os caralho de etc, você não acha que já tá ficando feião pra' ti?

   — Eu vou me afastar de você, nada me impede disto.

   — E por que? O que te impede de sei lá, só me tolerar... pelos... pelos outros, sabe? Só não é ver quando tiver nesse estado, mas por que tanta raiva? O que diabos eu te fiz? Porque sou feio? Burro? Desorganizado? Eu transo mal? Sei lá, por que mano, só me diz porque, eu... realmente não entendo.

Sob resposta à aqueles olhos caídos, Minho prolonga o diálogo com tonalidade baixa e melancólica —... Você, você não entende nada... Se você fosse um pássaro, seria... seria, tipo um corvo, um corvo sabe? se fosse uma flor, seria um girassol murchando. Se fosse um céu seria aquele fim de tarde laranja. Se fosse obras renascentistas seria algum registro histórico do oriente médio ou sei lá... se fosse religião seria pagã, com toda certeza. Se fosse amor ele seria intenso, se fosse um cenário ele seria rico, detalhista e de grande passado. Se fosse um elemento seria fogo. Se fosse olhos seriam dourado, e se fosse sagrado seria um demônio de asas brancas; e se não tivesse meu coração na palma da sua mão, se eu não importasse tanto com você, você... Você seria meu, porque doeria menos te perder. Eu te prezo muito Jisung, é por isso que te quero bem longe. Porquê eu sei que ele, que eles e eu não vou aguentar... e no final as pessoas sempre se afastam pra' não se machucarem, sempre vão embora, então eu preciso ir embora primeiro. Você precisa me deixar ir embora, é sério.

O rosto de Jisung nega inúmeras vezes, murmurando — Não é questão de ir embora, mano, isso não é saudável. Lata velha, porra, Para com isso. A morte da sua esposa não foi culpa sua, e eu acredito que ainda não entendeu, ninguém te permitiu sofrer por isso, então você precisa viver essa dor pra' deixar ela ir embora, você está no hospital, sofrendo com dores terceirizadas demais para mais duas. E não foi sua culpa. As relações se desgastam com o tempo e nós não temos responsabilidade no destino das circunstâncias, as pessoas morrem, inocentes morrem. Você foi sim um filho da puta por não ter dialogado com ela antes de buscar alguma resposta pra' sua cabeça na piroca do Christopher, mas isso não te faz culpado por morte! Sua filha não morreu por sua culpa e nem se relacionar com elas, construir uma família e todo o resto foi inválido. Você tem total direito de ser feliz e amar e se declarar amado.

Respirou ainda desacreditado, o apontando ao continuar —... Você poderá viver se escondendo do mundo por muito tempo, mas não é por isso que as pessoas vão deixar de morrer. Eu vou morrer. Algum dia vai acontecer, e eu não tô pronto, mas não é algo que seja da minha conta, po'. Minha responsabilidade e tua também, é viver. Meus dias atuais serem horríveis não anula a possibilidade de haver dias melhores. Você ter perdido sua família, não anula a chance de recomeçar do novo, lembrando-se com paz. Mantenha boas memórias delas e deixe-as ir, Minho. Os que fizeram isso devem e pagarão pelos atos, mas deixe ir, dei a elas liberdade de ir seja pra' lá onde, talvez, vocês até se reencontrem em outras encarnações. Mas até lá, você pode aceitar o amor. E eu vou te dizer bem uma coisa sua lata velha da desgraça, você não caiu no meu primeiro carro parcelado e me deu duas semanas de dores de cabeça fudidas pra' recuperar pra' simplesmente vir com esse papo de te deixar ir maluco. Eu nunca te impedi, eu sou livre cara! Quem me procura é você, quem começou foi você, quem me beijou foi você, quem invadiu a minha vida com toda essa bagulhada louca do carai' foi você. Você me pediu em casamento Minho, foi você quem me fez estar aqui. É tão difícil aceitar isso?

O suspiro do outro foi alto e irritado, ele já não conseguia deixar de se angústia — Jisung, o que você quer de mim?

Os murmúrios foram a resposta — Quero pense antes de tomar decisões porra. Que você se permita chorar Minho, se permita sofrer por tudo que tem guardado e tanto maltratado dentro de você. Se você quiser terminar tudo isso você que se vire, eu vou continuar no mesmo lugar, afinal de contas, você é quem me procura. Vá atrás da sua psiquiatra e passe por outra avaliação para saber se precisa aumentar a dose mas só... só pensa um pouco

Ele o encarou sem esboço, só tristeza, engolia o que quer que tivesse em sua garganta e disse baixo —... Se você fosse um sentimento, seria Chrysalism.

  — O que?

A tranquilidade confortável de se estar dentro de casa... durante uma tempestade.

Jisung o olhou por um curto tempo, até encarar os próprios dedos, e sua aliança, questionando no mesmo tom  —... Foi o Anarquista que me pediu em casamento?

E o viu acenar positivamente  — Foi. É um inconsequente, faz coisas, depois me arrependo, se escondo atrás de outros pra' não assumir essas coisas. Ele trai Jisoo, fico com Chris, fodo a polícia, pediu sua mão. Minho a amava muito, não era quem amava mais, mas amava, mas ela não gostava muito de mim. Dizia que eu era a pior personalidade, e eu consigo concordar com isso.

  — Ela sabia de vocês?

  — Claro que sabia. Jisoo era muito inteligente, ela era muito foda. Ela tinha uma, uma mania de anotar as coisas nuns bloquinhos, e colocava por todo o escritório e até em casa pra' ficar nos lembrando de coisas, ela fazia anotações pra cada um ler. Era do tipo que pesquisava muito, virava noites fazendo oferendas pra' Buddah ou concluindo relatórios. Ela, quando franzia a testa pensando, as vezes enchia a boca de ar e parecia um balão, há, há, ela era engraçada, as vezes muito mandona. As coisas tinham que sair do jeito dela, mas ela também bebia muito, porra, demais, e se vestia como um garoto adolescente, teve uma época que cortou o cabelo bem curto e sempre éramos confundidos como um casal aquileano.

  — Não sabia que era budista.

  — Ela e minha filha sim, eu sou ateu.

Com um arquear de sobrancelhas, Han murmura —... Percebi. — Mas ele continuou sério, se questionando se deveria ou não dizer, tomou fôlego, pensou de novo, e enfim disse — Minho. Quem foi o primeiro que foi embora?

—... Hã?

  — Quem foi? O primeiro, eu falo.

Minho piscou, desviou o olhar, tremeu uma perna, batucou os dedos na outra e acabou por cruza-las juntando ao seu corpo —... Não sei.

Os ombros do Han inconscientemente se abaixaram quando disse  — Você sabe, se não se sente confortável não vou te pressionar, mas, nunca estaria aqui contigo se não sentisse nada. É bem filho da puta, mas também prezo por você. E se precisa de algum apoio amigo, nem que seja pra' te escutar, eu estou aqui, e mesmo que que termine comigo, que siga outro rumo, não vai ser por isso que deixarei de estar aqui, como já disse, eu nunca sai daqui. Você não me fez nenhum mal, só está sofrendo consequências de anos de luta. Então, sei lá meu, eu tô aqui, e eu me conheço po'... ainda tenho um pouquinho de paz.

O traço minucioso de um sorriso mínimo refletiu do rosto do cyborg, e ele puxou um longo ar antes de iniciar com aquele assunto, pois de todos, ele ainda conseguia se lembrar —... Ele... me causou a enucleação. Você sabe, a retirada cirúrgica do olho... meu colega de equipe. Meu ex namorado. Meu pai cansava de me avisar pra' não me envolver com ele e eu achava que era homofobia, ou sei lá. Fuyeon era o cadete de excelência, ele era furioso, rápido, executava todas as funções sem se cansar, um puta gostoso, mas na época eu não entendia que isso era parte de um problema. Ele era muito agressivo. E, foi meu primeiro namorado. Muito ciumento e muito violento, mas eu não sinto dor. Ele costumava inventar competições contra outros cadetes e em um dos nossos trabalhos de campo, precisava de mais um flagra pra' ganhar uma aposta. Depois da gente fuder, fui pra' um lado, ele pro' outro. Quando nos encontramos de novo, ele havia conseguido um alvo. Mas antes de fazer enquadro, uma criança distraiu ele do caminho e acabou perdendo o suspeito de vista. Foi quando Fuyeon baleou aquela criança no rosto. Ele atirou em uma criança, uma criança! E... e quando perguntado no esquadrão disse que foi bala perdida, mas eu tinha visto tudo. Não havia engano algum. Talvez ele tivesse imaginado que por exatamente beijar minha boca eu ficaria calado, mas contei pro' meu pai, na época comandante. E aquela foi a deixa pro' afastamento dele, e o meu declínio. Fuyeon me encurralou em uma noite e foi assim que eu precisei colocar o olho de titânio, ele me espancou muito, tipo muito, e foi assim que fui parar no hospital da universidade nacional de Alma.

O rosto de Jisung era nublado de semblante, tudo o que conseguiu dizer foi —... Você ficou muito tempo por lá?

  — Ah, se fiquei! Dias, semanas... Foi quando o anarquista ficou por mais tempo e ele é muito fora da casinha, acabava resistindo muito aos medicamentos então a nossa cabeça estava uma bagunça naquela época.

  — Eu estagiava por lá.

  —... Sério? Hm. Talvez a gente já tenha se esbarrado.

  — É Minho, talvez.

O homem prepotente dormiu em algum momento, e o noivo de Jisung acordou e resolveu sair em busca de apoio e divulgação para o dia de sua audiência, deixando-o só, não se lembrava de muito, mas era suficiente. Deixando-o quieto, ele deixou o nome de sua psiquiátra, e mecânico assim que acordou sentiu-se levemente surpreso, mas até que fazia algum sentido porque Tiago era sua profissional. Ele saiu do apartamento, e perambulou pelas ruas vagando perdido, ou assim como o amante, andando torto.

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𝐍𝐀𝐑𝐑𝐀𝐂𝐀𝐎        𝐄𝐌
𝐓𝐄𝐑𝐂𝐄𝐈𝐑𝐀 𝐏𝐄𝐒𝐒𝐎𝐀

Em 1948, quando começaram a demolir as casas térreas para construir os edifícios, nós, os pobres que residíamos nas habitações coletivas, fomos despejados e ficamos residindo debaixo das pontes. É por isso que eu denomino que a favela é o quarto de despejo de uma cidade. Nós, os pobres, somos os trastes velhos. Palavras de Carolina Maria de Jesus, quem sussurrava essas palavras entre meus dedos, e entre os papéis foscos repousando entre minhas mãos, atravessavam as lentes do óculos de leitura de Jisung que eu peguei emprestado tinha alguns dias.

Na cadeira ao lado da cama ouvi murmúrio estranho, virando me encontro com aqueles dois olhos grandes e brilhantes do próprio Cristo, me olhava com algum tipo de curiosidade e um sorriso casualmente estranho. Piscando lento para me desvincular com a reflexão anterior, digo-lhe com as mãos — Está melhor?

  — Muito melhor. — Ele diz dramático com suas falanges aumentando o seu sorriso besta, o que me faz tremer e desviar de seu rosto. Eu gosto de Messias, e ele sabe disso, mas gostaria de esgana-lo agora.

Nego com a cabeça — Ok, você está à ponto de amputar a perna e nesse tempo inteiro que estive fora fez uma porra de uma tatuagem? No hospital?! — Reclamando com os dedos digo levantando sua roupa azulada de paciente de onde revelava em sua costela recém marcas de algum tipo de desenho psicodélico de árvore.

Com o mesmo sorriso ambicioso ele responde com o sinal do dito médico do seu ativismo, sendo este executado com o indicador e o dedo mínimo levantados, médio e anelar abaixados enquanto subiam e desciam — Sunoo também é tatuador, pague um leve dois, coração.

Murmuro olhando as próprias unhas acima do livro de a pouco — Sem noção!

Jeongin me encara por alguns bons minutos, com uma expressão indecifrável, com um rosto de um bilhão de pensamentos que escondiam ocultismo e segredos do universo, até mover suas mãos novamente —... Eu tenho um sinal pra' você, dar à você.

Meus olhos saltaram — Pra' mim? Mais tão cedo? — Não contive o susto, não sabia se estava pronto pra' esse momento, possuir um nome na língua dos sinais é um momento muito importante para a comunidade surda, e eu... eu estava pronta?

Ele acenou com a cabeça devagar ainda nas mesmas e feições passivas, então igualmente lento me observou sério, como se exigisse bastante atenção e enfim gestuou. Com a mão direita ele aproximou o braço ao dorso do peito, e apoiando o pulso no lado esquerdo do mesmo, com os dedos juntos e retos, movimentou-os para frente e para atrás e meus olhos se encheram quase imediatamente. Era o sinal de Coração*.

Ele me batizou no mais literal de coração, o órgão vitalício para o funcionamento do corpo, para os não ouvintes eu sou agora o coração.

Seguinte, ele sorriu me vendo limpar o rosto tentando no m esmo processo lhe imitar com o apelido, mas acabei pausando para vê-lo mexer os lábios trêmulos e a sua voz soar igualmente baguncada, tão qual minhas emoções naquele momento — Eu... tenho... orgulho de você — E finda fazendo o mesmo sinal, o meu nome — Coração.

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𝐍𝐀𝐑𝐑𝐀𝐂𝐀𝐎        𝐄𝐌
𝐓𝐄𝐑𝐂𝐄𝐈𝐑𝐀 𝐏𝐄𝐒𝐒𝐎𝐀
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— A Live vai começar em 15 minutos.

No studio da cede de Hamsá, de onde as repercussões midiaticas da comunidade se movimentavam, haviam luzes, câmeras, silêncio, seriedade, o vermelho em seus dedos, os desenhos de suas mãos, as vestes brancas, os brincos e colares de ouro falso. Surgia um filho de marajá, fugitivo de Jaipur, divergente de Rajastão, Sunghoon ou como o seu nome de batismo Saadar Purva Bhadrapada. O príncipe renegado das terras indianas já havia contado sobre seu passado e dito que o significado de seu nome remetia a uma divindade que guarda o planeta júpiter segundo as crenças de sua família, mas Sunoo não esperava que a caracterização de um deus lhe fosse tão próxima. O líder do movimento Mão de Hamsa era belíssimo.

Observando-o dizer frente a câmera seus pensamentos e esperanças para o julgamento do Deus de Internals, o médico sorria olhando para as próprias mãos igualmente forradas de mehndi, a henna vermelha que o namorado lhe fez. Na noite anterior ele havia passado horas atendendo pessoas seguidas de pessoas por conta do incêndio e reclamava um pouco de cansaço. Os efeitos dessa madrugada turbulenta resultaram igualmente na revolta do outro, quem se preparava para divulgar a matéria em alerta à população nordeste de Alma, a qual também poderiam ser afetadas por um próximo ataque.

Saadar temia, mas sorria com paz para o médico, na certeza de que ao final daquele dia, tudo estaria bem. Porém Sunoo, como partidário de Internals já possuía outra perspectiva, sobre os relatos de seus amigos e irmãos, ele a acreditava estarem próximos de um provável colapso.

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Olá robocopers, ou como alguém no twitter, ROBOQUETES!

Sem muitos avisos ou delongas por que eu já me esqueci de absolutamente tudo que falaria ou informaria a vocês.

Só gostaria de informar que a playlist do Messias e outra de Hyunjin estão disponíveis no Spotify também e que Fanfic tem um grupo no WhatsApp para troca de informações, figurinhas, diálogos etc etc.

Por mais, deixo esse momentito para fanarts produzidas durante esses últimos milhões de séculos sem atualizações!

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