27 🔗 ÔMEGA METÁLICO
ᴼ ᶜᶦᵈᵃᵈᵃ̃ᵒ ᵈᵉ ᵇᵉᵐ ᵈᵃ́ ᵘᵐ ᵗᶦʳᵒ ᵈᵒ ᵇᵉᵐ
ᶜᵒᵐ ˢᵘᵃ ᵃʳᵐᵃ ᵈᵒ ᵇᵉᵐ ⁿᵒ ˢᵘˢᵖᵉᶦᵗᵒ ᵈᵒ ᵐᵃˡ
Qᵘᵉ ⁿᵃ̃ᵒ ᵐᵃᵗᵒᵘ ⁿᶦⁿᵍᵘᵉ́ᵐ ᵉ ⁿᵃ̃ᵒ ʳᵒᵘᵇᵒᵘ ⁿᶦⁿᵍᵘᵉ́ᵐ
ᴹᵃˢ ᵃᵈᶦᵛᶦⁿʰᵃ ᑫᵘᵉᵐ ᵉ́ ᵒ ᵛᶦˡᵃ̃ᵒ ᵈᵒ ʲᵒʳⁿᵃˡ?
ᴿᵃᶜᶦˢᵐᵒ ᵉ́ ᵘᵐ ᶜᵃ̂ⁿᶜᵉʳ ᵉˢᵗʳᵘᵗᵘʳᵃˡ
ᴱˢˢᵉ ᶠᵃᵗᵒ ⁿᵃ̃ᵒ ᵈᵉᵖᵉⁿᵈᵉ ᵈᵃ ˢᵘᵃ ᵒᵖᶦⁿᶦᵃ̃ᵒ
ᴼᵘ ᵛᵒᶜᵉ̂ ᶜᵒᵒᵖᵉʳᵃ ᶜᵒᵐ ᵉˢˢᵃ ᵉˢᵗʳᵘᵗᵘʳᵃ
ᴼᵘ ᵛᵒᶜᵉ̂ ᵃʲᵘᵈᵃ ⁿᵃ ᵈᵉᵐᵒˡᶦᶜ̧ᵃ̃ᵒ
ᴬˡᵍᵘᵉ́ᵐ ᵃᵛᶦˢᵃ ᵖʳᵒ ᶠᵃˡˢᵒ ᶜʳᶦˢᵗᵃ̃ᵒ
Qᵘᵉ ᵗᵒᵈᵒ ʲᵒᵛᵉᵐ ᵖʳᵉᵗᵒ ᵘᵐ ᵈᶦᵃ ᶠᵒᶦ ᵘᵐ ᶠᵉᵗᵒ
ᴺᵃ̃ᵒ ᵛᵉⁿʰᵃ ᵐᵉ ᵈᶦᶻᵉʳ ᑫᵘᵉ ᵉ́ ᵃ ᶠᵃᵛᵒʳ ᵈᵃ ᵛᶦᵈᵃ
ˢᵉ ᑫᵘᵃⁿᵈᵒ ⁿᵒˢ ᵃˢˢᵃˢˢᶦⁿᵃᵐ ᵛᵒᶜᵉ̂ ᶠᶦᶜᵃ ᑫᵘᶦᵉᵗᵒ
(Dai a Cesar o Que É de Cesar
- Cesar MC)
×͜×
𝐋𝐄𝐄 𝐌𝐈𝐍𝐇𝐎
Em nosso primeiro contato eu ainda me encontrava perdido. Minha cabeça era coberta de futilidades e julgares, pensamentos problemáticos e desvios de conduta similares, e ao fugir dos problemas me enterrava em narcóticos eletrônicos e extasy, pois era a forma mais física e fácil de me manter são. A ironia de estar em frente combatente ao tráfico de drogas como cadete em treinamento e bolar um na obscuridade, tão qual inúmeros cops. Foi naquele dia eu o encurralei contra a parede. Era dia de perseguição e tínhamos mandato para a busca de atividades ilegais em algumas áreas nordestes, e o sujeito principal se assemelhava com ele. Ou talvez a sua pele retinta viesse nos à mercê da fadiga do trabalho, e era mais fácil levá-lo que fazer mais perguntas.
O senhor negro parado a minha frente respirava pesado, seu olhar continha medo, continha horror e suas mãos se encontravam acima de sua cabeça, completamente desarmado e eu precisava de um corpo pra' usar de honraria no departamento da CY. Meu calibre era apontado direto em seu peito, e eu estava pronto para puxar o gatilho, assim frio e sem remorsos, como tanto me foi ensinado, embora dentro do meu peito alguém gritava pedindo socorro, quando o mesmo começou a falar. — Não-não sou eu quem vocês procuram, eu juro que nunca me envolvi com isso! Por favor!
— É o que todos eles argumentam, meu senhor.
— Eu nem sequer estava fugindo, você só me parou saindo do serviço, vê vê, estou com a camiseta do uniforme!
— Você se parece com suspeito! Para trás senhor se não eu terei de atirar!
— Por que? E por que me pareço?! Ãn? Por que a minha pele é preta? Porque eu "tenho cara de suspeito?" Vocês oficiais e seus estereótipos sociais...
— Meu senhor pare de se fazer de vi-
— E nem venha me dizer que isso é vitimismo! Não bota a culpa em mim pra' encobrir o seu racismo!
— Não estamos falando de cor aqui senhor, só estou fazendo o meu trabalho. Não tenho culpa.
— Oh, mas você é um coitado também não é? Realmente, muito triste sua vida, mas experimenta nascer preto, pobre na comunidade, cê vai ver como são diferentes as oportunidades. E nem venha me dizer que isso é vitimismo, não vai botar a culpa em mim pra encobrir o seu racismo!
Eu não sei onde está conversa chegou, mas algo me incomodou, me arrepiou e somente enxerguei meu punho descendo para baixo, e nos continuarmos aquela conversa em outro lugar. Porquê, pela primeira vez eu me senti idiota e fraco, porquê alguma coisa parecia estúpida, e na realidade, era meu próprio reflexo.
Naquele papo de bar, entre um jovem adulto e um idoso, eu mal percebia, entre reflexões e risadas que aquele era Abraão. Somente o criador do partido anarquista revolucionário quem vinha trazendo muito trabalho para a polícia tinha um tempo, porém, não eram tão conhecidos. E era a primeira vez que nos encontraremos, mas não a última.
A partir daquele dia minha rotina sem furos, sem falhas, deu abertura para novos conhecimentos e eu me encontrava cada vez mais ausente da mira do meu departamento, pois me era mais interessante ouvir histórias da boca de um pai preto. Por cada palavra, cada injustiça eu me sentia cada vez mais sensível e cada vez mais irado, e novamente me via fraco e miserável. Quando me dava conta do quanto as classes trabalhadoras exerciam mão de obra e cargas horárias à preços minúsculos que mal pagavam o pão endiabrado de suas mesas, e eu me irava, me irava. Quando soube que a comunidade periférica sul coreana não possuía acessos à saúde básica ou sequer água limpa e as taxas de sobrevivência para pessoas doentes era mínima, pois não existiam ações médicas públicas aos moradores, moradores esses quem pavimentavam empresas, e erguiam prédios; moradores esses que serviam de pilar para a estrutura etilista da parte afluente da cidade; moradores esses facilmente substituíveis e facilmente manipuláveis, levados a exercer função em conduções péssimas de trabalho, à benefício de não serem despejadas, já que o desemprego também era desesperador e caso alguém falhe, existem milhares de outros há esperam de uma vaga desvalida.
E chegar essa conclusão, virar a chave da mente e entender que os filhos da puta Marx e Engels talvez não dissessem ladainhas absurdas, com ideias socialistas científicas de 'girico' e não utópicas de uma sociedade cuja soberania repousa sobre a razão e eu me via de frente a dois caminhos: O princípio & o fim. Um princípio de verdades, de loucura e insanidade a qual estás mesmas verdades me levariam; ou o fim o qual engoliria as histórias do velho Abraão com amargo e permitiria a submissão à ignorância, e seguiria com minha vida estúpida.
Mas por algum motivo, eu escolho o princípio, talvez pela aventura, talvez por ingenuidade, ou talvez porquê no princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
Pouco tempo mais tarde, talvez meses, talvez anos, a seguinte conversa com a saúde do pai preto debilitada é que as consequências destas ações retornaram para o princípio. — Mas porque' eu, pai Abraão? Eu sou... eu nasci com privilégios meu pai, tive dinheiro a minha vida toda, tive onde dormir e pude negar comida quando quisesse, mesmo neurodivergente, ainda possuo privilégios maiores que outros como eu. E não é pra' mim que a polícia aponta canudo, pai. Então, por que, eu?
E a cabeça branca, a pele escura feito o céu da noite e os olhos amarelos brilhavam no seu dizer, e isso já de idade avançada — Sabe filho, a gente preto, de periferia, pobre, sem recursos desse jeito... Ninguém de sistema ou do top sequer olha pra' gente, ninguém olho no branco do nosso olho porque a gente tá por nós. E o que Internals precisa é de 'eufemismo personificado' das nossas ações. Precisa da fachada de um policial filha da puta, filho de político com influência mas que feito cavalo de troia nós sirva de escudo. Pessoas que possuem privilégios precisam usá-lo a favor das minorias, como porta voz de alcance. Claro não tomando nossos lugares, mas andando conosco e não pisando nas nossas cabeças.
— Então o meu papel seria assumir a frente?
— É, o escudo. Eu te escolhi pra' morrer pelo movimento meu filho, você aceitaria?
— Seria muito honroso meu pai. O Senhor aperfeiçoará o que me concerne; a tua benignidade é para sempre; não desampares as obras das minhas mãos, por favor.
Na época eu não conhecia das passagens bíblias contaminadas pela lábia do oriente médio. Se tivesse lido, talvez soubesse que Abraão sacrificaria o seu filho da promessa ao holocausto, e que nessa narrativa eu era Isaque. Talvez se soubesse eu teria desistido, mas com maturidade, compreendi. Deus não morre, não pode morrer. E pela ideia de Jeongin talvez estivéssemos mais preparados dessa vez, ao nosso lado oito grupos ativistas.
O primeiro aliado era Hamsa, aqueles que criticavam a produção das indústrias e os seus efeitos negativos gerando poluição ambiental ao estado; o segundo Bahá'ís o grupo formado majoritáriamente por mulheres que gritam pela união e sororidade, criticam as desigualdades de gêneros e através de suas manifestações conseguiriam emitir a lei que atribui direito total da identidade mulher possuir porte para tasers e bastões de autodefesa. E hoje lutam pelo abaixo aos preços absurdos de procedimentos abortivos e pela igualdade anticoncepcional;
Jah' que agrega ativistas sul coreanos, miscigenados ou estrangeiros residentes pretos que criticam o desequilíbrio empregatício e desigual no país, e as aversões de propagandas que promovem o antipan-africanismo, o qual o movimento é adepto, buscando liberdade de expressão e exercício de cidadania; Vahana é o movimento político ativista que representa e acolhe pessoas gordas, possuindo burburio e aversão de inúmeros terceiros por propagar a liberdade de imagem e a luxúria, e lutam por representatividade de corpos nas indústrias midiáticas, tem como adoração, Ganesha, deuse do intelecto, da sabedoria e da fortuna;
Ananda Marga tal qual o nome da religião, é o nomenclado grupo de passivistas que pregam ações em prol do mental, disseminando práticas saudáveis de atendimento psicológico, Yoga, Meditação, adoração e serviços para a sociedade como um todo; Nós grupo minoritário que se manifesta através de redes sociais e nas ruas pela acessibilidade, condições de alcance para utilização, segurança e autonomia com edificações públicas, privadas e particulares, espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, proporcionando maior independência possível ao cidadão com deficiência ou àqueles com dificuldade de locomoção;
Odd, lgbtqiap+ sul coreanos ou não que gritam e lutam pela pluralidade de suas representatividades nos espaços, com menos representações irreais e inalcançáveis que aparecem em propagandas de vendas, comerciais, filmes e séries, além das críticas contra exploração da imagem queer pelas empresas de entretenimento musical que visam o público e Athena grupo pequeno de Educadores, filósofos e pensadores que buscam melhores condições de ensino básico para a população e o maior alcance da educação e informação à comunidade.
Nossa audiência oficial jurídica será daqui uma semana e acredito que Jeongin saiba o que está fazendo, apesar do meu receio. No momento preciso me concentrar em controlar o meu próprio eu, com descanso e preparo emocional, para que não dissocie da situação incomoda atual e o impacto das minhas palestras frente a uma corte não me afete mais ainda. Sinto que estou caindo aos poucos em pedaços, mas preciso me manter são e forte para me entregar por inteiro, ao holocausto social. Minha única certeza do resultado do juro, é que Isaque não morreu.
Minha cabeça era preenchida do barulho, quando no escuro da sala telefono para ouvir a voz da minha irmã — Como vocês estão? Estão bem? Seguras?
Positivamente do outro lado da linha ela parece firme — Está tudo bem Minho. Consegui uma licença através do papai e expliquei a situação pra' ele, ficou um pouco chateado com você mas entendeu. Estamos com o Wasabi, ele parece bem feliz.
— Wasabi?
— O buldogue verde! Lembra? Você me deu, e pediu pra' que eu cuidasse dele e dos seus gatinhos. Não vou dizer a nossa localização por risco de estarmos sendo grampeados e eu já bloqueei o rastreamento dessa chamada, mas você só precisa saber que estamos bem sem riscos.
— Ótimo. Preciso ir, você sabe o que fazer, vigie, se esconda e não responda perguntas. Cuide pra' seu namorade não cometa deslizes de deixar o paradeiro de vocês escapar na Internet.
— Certo. Minho... Você vai ficar bem né?
—... Você sabe exatamente o que fazer se eu não ficar. Foi treinada a vida inteira pra' isso e acredito que te passei as instruções certas, não é?
O tom era melancólico, eu não gosto disso, não entendo porque está triste, mas preciso mantê-la longe — Você me assusta assim. Não quero que morra.
— Sabe que eu não morro.
— Você não é deus no literal caralho! É humano, Minho! Precisa se cuidar e me prometer que vai ficar bem!
Do outro lado da linha, pensei em continuar, mas me cansei e desisti para não lhe deixar pior, e menti — Eu prometo. — Mentiras de amor.
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ᶜᶦᵈᵃᵈᵉˢ ᶦᵐᵖᵘʳᵃˢ, ᶜᵃᵈᵃ ᵘᵐ ⁿᵃ ˢᵘᵃ
ⱽᵉʳᵈᵃᵈᵉˢ ᶠᵘᵗᵘʳᵃˢ ᵃ ˢᵃᵍᵃ ᶜᵒⁿᵗᶦⁿᵘᵃ
ᴼ ᵇᵉᵏ ᵗᵃ́ ᵃᶜᵉˢˢᵒ ᵉᵐ ᶜᵃˢᵃ ᵒᵘ ⁿᵃ ʳᵘᵃ
ᴾᵃᵖᵉˡ ᵉ ᶜᵃⁿᵉᵗᵃ ᵐᶦⁿʰᵃ ᵐᵉⁿᵗᵉ ᶠˡᵘᵗᵘᵃ
ᴱᵐ ᵇᵘˢᶜᵃ ᵈᵉ ᵃᶜᵉˢˢᵒˢ ⁿᵒᵛᵃˢ ᵒᵖᶦⁿᶦᵒ̃ᵉˢ
ᴰᵉ ⁿᵒᵛᵒˢ ᶦⁿᵍʳᵉˢˢᵒˢ ᵉ ᵒᵘᵗʳᵃˢ ᵐᶦˢˢᵒ̃ᵉˢ
ᵀᵉʳʳᵃ ᵈᵉ ᶜᵒⁿᵗʳᵃᵈᶦᶜ̧ᵒ̃ᵉˢ ᵉᵐ ʳᵉˡᶦᵍᶦᵒ̃ᵉˢ
Qᵘᵉᵐ ᶜᵃᶦ ᵉ ˢᵉ ˡᵉᵛᵃⁿᵗᵃ ˢᵉᵐᵖʳᵉ ᵃᵖʳᵉⁿᵈᵉ
ˡᶦᶜ̧ᵒ̃ᵉˢ, ᶜᵒⁿᶠᵉˢˢᵒ ᑫᵘᵉ ᵃ̀ˢ ᵛᵉᶻᵉˢ ᵐᵉ
ᵉˢᑫᵘᵉᶜ̧ᵒ ᵉᵐ ᑫᵘᵉ ᵖᵃʳᵗᵉ ᵈᵒ ᵁⁿᶦᵛᵉʳˢᵒ
(Cidades de Mentira - Subsolo)
×͜×
𝐇𝐀𝐍 𝐉𝐈𝐒𝐔𝐍𝐆
Retornei pro' serviço, até porquê ninguém aqui paga minhas contas — Apesar de Minho insistir que ele pode oferecer comissão pela Internals, mas eu recusei.
Após entregar Misuk pro' estado e ter de forçar Seungmin chorando em colapso à se despedir devidamente, minha cabeça está só o limbo, e puto de preocupação com Deus e os caralho do mundo, já tinha de lidar com um executivo Phenom 100 sozinho pra' me descontarem os dias que faltei no trabalho sem levar patada da chefia porquê digamos que três cyberpunks vieram ter uma palavrinha com o patrão e ele ficou manso. Então logo eu que estava morto na preguiça de desinteresse da vida, tinha que instalar a porra de dois Pratt & Whitney Canadá PW617-F logo a desgraçada de turbofan na bundona da fuselagem, numa temperatura que assusta até o cão. E pra', foder o meu cuzão, o sistema automático reserva baixou a potência e eu vou ter que me virar pra' dar um jeito nessa merda se eu não quiser escutar ladainha na hora da decolagem.
E juro, que nesse monte de serviço até o meu talo, eu tive de respirar muito fundo quando senti a carroceria do executivo se mexer e eu perceber sombra demais em mim. Quando viro a cabeça dou de cara com o filho da puta do Changbin escorado na minha nave com uma cara se cachorrão mordendo o beiço, e tudo isso pra' ele abrir essa boca, e dizer — E ai Jisung, beleza? Tu' tá de volta e até tinha me esquecido do quanto você é um gostoso trabalhando.
Não consigo evitar minhas face de desgosto, estou precisando tirar um sono — Mané, me erra que eu não tô pra' putaria hoje não moro'? Quero terminar essa porra logo porque eu tenho mais o que fazer.
Humorado ele devolve rindo — Ih, você agora é um homem ocupado, não é? Esqueci.
— Pois visse. — Murmuro dando o ombro e coçando a cabeça. Raiz do cabelo já tá bem escura, não sei se corto ou raspo, ou simplesmente retoco tudo.
Observando meu desconforto o não convidado enfia as mãos couro cabeludo adentro bagunçando o laranjão pra' frente — É, tão te chamando de esposa de Deus lá na frente.
— Filho da puta... — Resmungo empurrando-o pra'ter que largar a ferramenta e arrumar o ninho que formou, enfiando tudo pra' dentro do boné — E errando meu pronome é? Tão com vontade de perder os dentes, isso sim.
E ele exclama me observando com um sorriso besta — Que homem lindo, meu pai do céu! Mas deixa disso, é só uma brincadeirinha boba do povo, esquenta não.
Reviro os olhos, fazer o que né? Tem que deixar pra' lá se não é fico doido, mas pergunto baixo — Hm, e você... está bem?
E foi quando me veio a explosão de gargalhadas e minha confusão — HAhahahaHahahaha, que pergunta? Eu, bem? Hahaha, não faz esse tipo de pergunta não cuzão, ai, ai... — Ele pausava as risadas segurando sua barriga, próximo do meu rosto pra' me assustar me puxando com tudo contra seu ombro para sussurrar —... Seguinte filho da puta não me pergunte mais esse tipo de merda porquê eu não estou em condições pra' ter um ataque de pânico no meio do trampo e tá todo mundo de olho em mim, e digamos que papai aqui tá de rixa com a reforça da previdência e quer muito tirar aposentadoria, tá me entendendo parceirô? Você fique bem quieto e não toque nesse assunto comigo no meio dos outros, ouviu PORRA?
E me largou pra' me encarar sorrindo — Vou te deixar arrumando isso ai lindão, volto já pra' inspecionar, fica de olho que Taeyong daqui pouco brota aqui, tendeu?
Dei de ombros puxando um cigarro do bolso, o que caralhos havia rolado pra' ele ficar assim? Não era só mais cara? O que esse elitista merdinha fez pra' Changbin bagunçar desse jeito? Hm, coisa doida. Nesses pensamentos olho pro' céu distraído, podendo ver a coloração alaranjada e torço o nariz, parece que vai chover abacaxis e lagartos.
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𝐍𝐀𝐑𝐑𝐀𝐂𝐀𝐎 𝐄𝐌
𝐓𝐄𝐑𝐂𝐄𝐈𝐑𝐀 𝐏𝐄𝐒𝐒𝐎𝐀
A vida era vivida, a noite era curtida, as sensações e loucuras emoções eram as experiências de Zeus em numerosas linhas do tempo, mesmo sob o cuidado para não alterá-las, tão louco quanto suas ambições ele estava mais preocupado em possuir corpos alheios e se deleitar dos prazeres à se preocupar com ordens e punições feito seu colega, Yongbok. E saindo tarde de uma casa de festas cambaleava um pouco por um corredor entre prédios, na rua pouco iluminada, uma labareda, enquanto sussurrava músicas em latim.
Os seu andado era engraçado e pesado, pela dificuldade de conseguir locomover-se no planeta de água, bem menos gravitacional que Marte. E no percurso sem destino, cruzou seu caminho com o que pensava ser um manequim, que porém identificou como um corpo e um familiar. Por alguns minutos ele tentou se recordar, olhando e olhando, andando em círculos pelo desconhecido com um sacola, que o mesmo remexeu encontrando sacos pequenos de porções em ácido benzoico (cocaína) contra o piso frio. Uma garoa fina caia do céu, e o rapaz seguiria reto seu caminho sem interpretar aquele corpo, em busca de um bom hotel para passar a noite.
Mas Zeus pensou por um curto momento caminhando mais a frente, até bufar, dar a volta e empurrar com o pé à sacola para mais debaixo da roupa do homem. Haviam viaturas pelo lugar, e por mais que não enxergasse merecimento naquele homem no chão, tomou um pouco do seu fracasso e o livrou de ser despertado aos chutes por apresentar posse de drogas. No entanto, o indivíduo acabou acordando com o movimento brusco. O seu rosto voltado ao braço no cimento, se ergueu desnorteado para a direção do outro assustando um pouco.
Úmido, com a franja grudada à testa e o rosto arroxeada de mágoas, era um rapaz jovem. Cujo os olhos eram caídos, tristes e fundos, ele era lindo, simplesmente belíssimo embora maltratado. Coberto por um casaco escuro e sujo, ele tossiu um pouco antes que Hwang pudesse correr do lugar, e murmurou — Onde, onde... bucetão, quem é... você?
Sua voz, mesmo pela boca suja, era suave com uma brisa e inebriante como um vinho — Zeus. Huh, e você? — Um pouco sarcástico, mas atento, o outro responde o observando de pé o mesmo erguer o seu tranco e limpar suas mãos.
A hesitação do rapaz em respondê-lo foi suspeita, mas aqueles olhos inocentes eram tão belos que ele não fez tanto questão, a sua resposta foi igualmente suave e mentirosa — Ganimedes.
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Olá pessoinhas lindas e absurdas, tudo bem? Preparados para os próximos capítulos? O que acharam deste? Contem pa' tia.
Observem bem que os gatilhos estão cada vez menos avisados porque estou adicionando menos menções pesadas, mas peço cuidado com as próximas atualizações pois infelizmente não terei como evitar, ok.
Todas as imagens do capítulo são da série tailandesa de 2021 "NOT ME" que igualmente aborda assuntos semelhantes aos de Robocop Pan, e trás casais muito reais e relataveis. Recomendo muito <3
Só queria avisá-los de que eu estou ativa no Twitter @/Kanashi_cherry e sempre publico coisinhas e interajo com todes que comentam sobre a fanfic, além de dar algumas dicas, postar fanarts e etc, caso queiram uma maior proximidade, estou por lá! E também lembrá-los da playlist que contem TODAS as músicas citadas nas introduções dos capítulos. Inclusive uma das falas de "Abraão" é da música "Cota não é esmola" que simplesmente é uma aula riquíssima de conhecimento.
https://youtu.be/QcQIaoHajoM
Enfim é isso, deem muito stream no comeback do straykids que está por vir 🥴🗣️❤️
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