11. Olha meu anel
POV Ana Carla
- Onde você vai gostosa desse jeito?- Rebeca colocou as mãos na cintura e me olhou divertida ao entrar no meu quarto.
- Sair com o Tom.- falei testando meu batom mate com guardanapo.
As mãos dela caíram ao lado do corpo.
- Que Tom? O Tom do Robert?
- Não me lembro desse ser o nome dele...
- Ana Carla!
- O que foi?
- Você não será capaz disso! Só pra atingir o vampirinho....
Rolei os olhos e me virei para ela, pegando minha bolsa.
- Olha bem pra minha cara e vê se eu sou mulher de fazer algo querendo atingir alguém.- ergui as sobrancelhas.- Você sabe que meu lance com o Tom é antigo, não tem nada relacionado ao Robert.
Rebeca não falou nada. Sim, ela sabia muito bem disso.
- Por falar nele... Robert não deu sinal de vida.
- Não.
- Nem uma mensagem ou uma ligação carregada de culpa, implorando para você esquecer o que aconteceu?
- Não.- Eu ri da sua pergunta específica dando uma última conferida no meu visual.
Um vestidinho soltinho preto me dando uma pegada romântica e uma áurea angelical.
- E você não está achando estranho?
Parei para pensar.
- Amiga, eu estou achando ótimo.- fui sincera- Você sabe que eu prefiro assim, deixa ele lá com a esposa maravilhosa que ele tem, eu fui apenas uma nuvem que passou. Do jeito que tem que ser. Beijo.
Sai do quarto atrás das minhas chaves.
- Hey, espera!- Rebeca veio correndo atrás de mim pelo corredor.- Você conferiu a sua mala pra mansão? Aprovou tudo?
- Aprovei, boa noite amiga.
.
.
.
.
.
- Como está sendo trabalhar com o Rob?- Tom me perguntou quando estávamos encostados no balcão do bar tomando nossa cerveja.
Dei de ombros.
- Curioso.- falei com um sorriso.- Seu amigo ainda fica um pouco nervoso com a quantidade de cenas explícitas que temos que gravar.
Tom soltou uma risada pelo nariz.
- Ah, eu imagino. Rob é muito... conservador, Suki passou trabalho pra convencer ele a atuar nesse projeto, no começo ele só ia produzir.
Sim, eu sabia disso.
- Por que você acha que ela insistiu tanto para que ele fizesse?- perguntei com curiosidade.
Tom pareceu pesar bem o que ia me falar.
- Suki gosta da...
- Fama que ele proporciona a ela.- completei sua frase, pedindo mais uma cerveja para o barman.- Mas eu ouvi dizer que ela é bem ciumenta, ne?
Tom fez uma careta engraçada.
- Ela é possessiva. Criou um campo de força ao redor dele, afastando de todos... quase não o vejo...
Continuamos nossa conversa até que eu coloquei um ponto final no assunto, arrastando Tom para uma festa ali perto.
Não estava afim de ficar falando do Robert, já que eu tinha certeza que ele não falava de mim. Mas então aquela voz enjoativa invadiu meus ouvidos.
- Eu não acredito!
Senti meu braço ser puxado para trás e dei de cara com Suki no meio da balada.
- Ana!
Contive a vontade de fazer uma careta.
- Oi...- não fui muito receptiva, eu não tinha porque ficar babando ovo dela.
- Que maravilha te encontrar aqui, com quem você está?- ela perguntou ainda segurando meu braço. Sem responder olhei para Tom um pouco a frente, parado, nos olhando. Suki arfou- Mentira! Você está pegando o Tom? Amiga! Que fantástico! Vem comigo, precisamos contar pro Rob....
Ah... então ele estava ali...
Me deixei ser arrastada por ela até umas mesinhas na lateral, passando pelas pessoas que nos olhavam com curiosidade, coloquei minha outra mão para trás e senti Tom entrelaçar seus dedos nos meus.
- Amor, olha só quem eu encontrei!
Nossos olhos se encontraram e o que eu vi foi uma mistura de medo com surpresa. Mas assim que Tom parou atrás de mim, passando seu braço pela minha cintura Robert estreitou os olhos e me encarou.
Ali estava a confirmação para o que eu já sabia.
- E aí, irmão!- Tom o cumprimentou sem me soltar, Robert disfarçou um sorriso e deu um abraço de homens no amigo.- Só assim pra gente se encontrar,hein.
- Pois então... Oi, Ana...
- Oi, Rob...- fiz questão de deixar minha voz um tom mais baixo, mesmo com a música alta da balada ele pode ouvir meu timbre suave, prova disso foi a forma torceu o pescoço e passou a mão no cabelo.
- Ana, olha só o anel que o Rob me deu no dia seguinte ao nosso jantar- ela quase bateu com a mão na minha cara pra me mostrar o tal anel.- Não é lindo?
- Nossa... realmente... é uma pedra bem... grande.- a pedra azul era quase do tamanho de uma bola de gude, seria uma forma de representar o tamanho da culpa dele...- Alguma ocasião especial ou uma... justificativa por um deslize?
Os olhos de Robert faiscaram para mim.
- Eu apenas gosto de presentear a minha mulher.- ele disse um pouco rude.
Lhe dei um sorriso aberto e me virei para Tom, tocando seu peito com minhas mãos.
- É claro... Vamos dançar?- perguntei uma sensação incômoda borbulhando em meu estômago.
Tom sorriu para mim.
- Vamos.
Fiz questão de não me despedir e não me afastar tanto, queria o bonitinho de olhos em nos na pista e assim aconteceu.
- Posso saber por que você está provocando o Rob?- Tom perguntou tendo minha atenção enquanto balançava seu corpo comigo.
- Porque ele me irrita.- Eu disse olhando para o inglês de soslaio, bufei vendo que ele puxou Suki para um beijo escandaloso.
- Você também deve irritar ele... nunca vi ele se expor tanto assim...- disse Tom,mas então ele colocou as mãos em minha cintura, tendo minha atenção.- Mas o que você acha da gente provocar e aproveitar?
Não precisei que ele traduzisse o que queria dizer. Eu poderia unir o útil ao agradável? Sim, afinal de contas tinha saído para me divertir.
Joguei meus braços sobre os ombros de Tom e o beijei.
Os lábios finos Não eram tão saborosos e provocantes quanto os de Robert, mas me causaram sensações gostosas de sentir.
Tom tinha uma pegada firme e estava totalmente disposta a me fazer sentir cada marca sua.
Foi uma noite interessante, dancei o que pude, com meu gingado brasileiro ao lado de Tom que não arregava em nada.
Ele era sorridente, carinhoso e se não fosse pelo meu parceiro de filme me olhando de onde estava eu teria terminado a noite na cama de Tom.
Demorei muito para precisar ir ao banheiro, pois a diversão com Tom estava tão boa que mal bebi, mas assim que cheguei na porta do banheiro minhas costas foi empurrada para o fundo do corredor, me forçando a entrar em outra sala que parecia ser um armário de produtos de limpeza.
Ali, a meia luz, o rosto de Robert estava contorcido numa expressão furiosa.
Abri um sorriso devagar, me encostando na parede.
- Errou de mulher, meu bem, a sua está bêbada no banco lá na frente... que novidade, não é? Você devia proibir a sua mulher de beber...
Robert bateu a mão na parede ao lado do meu rosto me fazendo pular no lugar.
- Que merda é essa que você está fazendo?- ele perguntou quase colando seu nariz ao meu.
Pisquei, inocente...
- Não sei do que está falando...
- Você teve a coragem de ficar com meu melhor amigo pra me atingir?
Eu ri, bem ali, na cara dele.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro