26. Reticências
POV Robert Pattinson
Enquanto tentava abrir caminho em direção à entrada da produtora, sentia os flashes dos paparazzi queimando em meus olhos, provocando uma leve dor de cabeça que parecia pulsar a cada novo clique.
Meu estômago se revirava, e eu lutava para manter a calma, desejando apenas sair daquele caos.
Não suportava a exposição, e momentos como esse só me lembravam o quanto odiava estar na mira deles.
— Robert! É verdade que você acabou de descobrir que tem uma filha? — uma voz estridente gritou, me obrigando a estreitar os olhos por causa da dor de cabeça que aumentava.
— Ela é fruto de um caso antigo? — outro perguntou, o tom de insinuação me irritando.
Eu queria responder, queria gritar com eles para se afastarem, mas sabia que qualquer coisa que dissesse só ia alimentar mais o circo.
E, de certa forma, não tinha como negar que eu mesmo tinha colocado minha vida de volta nos tabloides.
Minha vida com Ana e Elena me fazia tão feliz que era difícil evitar essa exposição, mas lidar com isso?
Isso era outra história.
Senti uma pressão nas têmporas quando mais flashes dispararam na minha direção, e foi nesse momento que Vítor, meu motorista e fiel amigo, surgiu ao meu lado.
Ele abriu caminho entre os fotógrafos, me ajudando a avançar e, finalmente, entramos na segurança do prédio.
Enquanto tentava recuperar o fôlego, Michael apareceu na porta do meu escritório, a expressão de reprovação já familiar.
— Sabe, Robert, isso que acabou de acontecer lá fora? — ele disse, cruzando os braços. — Isso é consequência das suas atitudes inconsequentes.
Fechei a porta atrás de mim, esfregando as têmporas.
A dor de cabeça começava a incomodar de verdade, mas não ia demonstrar fraqueza ali.
Encarei Michael, sentindo a irritação crescer.
— Então é assim? — respondi, o sarcasmo escapando. — Só porque eu decidi viver minha vida, eles acham que podem me cercar como se eu fosse parte de um espetáculo?
Michael balançou a cabeça, impaciente.
— Você sabe muito bem do que estou falando. Essas aparições públicas com... — Ele parou, como se estivesse medindo as palavras. — As revistas, os programas de TV, todos estão querendo mais de você.
Bufei, deixando escapar uma risada amarga.
— Que ótimo, Michael. Já que eles querem tanto saber sobre minha vida, por que você não marca uma entrevista? — Sorri, tentando disfarçar a pontada de dor. — Que tal o Jimmy Fallon? Vamos dar a eles o que querem, mas nos meus termos.
Ele parecia surpreso, mas assentiu, saindo do escritório com pressa.
A porta se fechou, e eu soltei o ar, sentando no sofá e deixando a cabeça cair para trás.
Fechei os olhos, tentando acalmar a dor que ainda latejava.
Apesar de tudo, sabia que a exposição vinha junto com a felicidade que eu tinha encontrado com Ana e Elena.
Eu tinha voltado aos tabloides, mas dessa vez por uma razão que realmente importava.
E, por elas, eu enfrentaria o que fosse, mesmo que precisasse suportar os flashes e a invasão, contanto que ainda pudesse voltar para casa, para o lugar onde minha verdadeira felicidade me esperava.
Enquanto observava a gravação de uma das cenas do filme, lutava para manter minha concentração, mas a dor de cabeça insistia em permanecer.
Cada vez que os refletores piscavam, parecia que a luz me atingia diretamente, intensificando o incômodo.
Respirei fundo, tentando focar no trabalho, quando meu celular tocou no bolso.
Ao ver o nome da minha mãe na tela, afastei-me um pouco do set e atendi, aliviado por ter um motivo para sair daquele ambiente barulhento.
— Oi, mãe — respondi, me esforçando para soar tranquilo, apesar da dor.
— Robert, querido! Como você está? E as meninas? — Sua voz era carinhosa, mas havia uma ponta de preocupação que eu reconhecia.
— Estamos bem, mãe. Elena está feliz da vida, e Ana também. — Sorri levemente, lembrando do sorriso de Elena e do jeito que Ana me olhava. — E eu... eu estou aqui, tô no trabalho agora.
Ela hesitou antes de continuar.
— E o médico? Você foi?
Passei a mão na nuca, tentando ignorar a pontada em minha cabeça.
— Tenho uma consulta marcada para esta tarde. Não se preocupe.
Ela suspirou, claramente não aliviada, mas satisfeita por enquanto.
— Ok, querido. Me avise como foi. Fico mais tranquila em saber que está cuidando disso.
Enquanto ainda estava ao telefone, vi Sara, minha secretária, se aproximando.
Ela parecia hesitante, esperando pacientemente até que eu terminasse.
Eu finalizei a ligação com minha mãe, prometendo ligar mais tarde, e voltei minha atenção para Sara.
— O que houve? — perguntei, tentando não transparecer o cansaço.
— Senhor Pattinson, desculpe interromper, mas tem uma mulher esperando na sua sala... Ela disse que se chama Ana Carla.
Eu senti uma onda de animação.
Ana estava ali.
Era a primeira vez que ela me visitava no trabalho e eu sabia por que ela tinha vindo.
Ela ia me acompanhar na consulta com Dr. Lucio.
Sorri para Sara, ignorando a fisgada ao lado da cabeça.
— Sara, Ana é minha namorada — expliquei com uma pontada de orgulho. — Sempre que ela ligar ou aparecer, me chame imediatamente. Ela tem prioridade.
Sara assentiu, sorrindo levemente.
— Claro, senhor Pattinson.
Assenti, entregando o monitor para um dos assistentes de câmera e indo para o meu escritório.
Quando entrei no escritório, meus olhos foram imediatamente atraídos para Ana, parada em frente à parede de vidro, admirando a vista da cidade lá fora.
Ela vestia um vestido rosa que realçava sua cintura de um jeito perfeito, e o cabelo cacheado caía em ondas soltas sobre suas costas.
Nos pés, um All Star casual que dava a ela um ar despreocupado.
Ela parecia um contraste lindo e acolhedor em meio ao ambiente sério do escritório.
Quando ouviu a porta se abrir, Ana se virou e me deu um sorriso caloroso, que quase fez minha dor de cabeça desaparecer.
Mas assim que me aproximei, seu sorriso foi substituído por uma expressão preocupada.
— Você está bem? — Ela perguntou, se aproximando mais, com as sobrancelhas franzidas enquanto me examinava com atenção.
Eu suspirei, passando a mão pela nuca e tentando aliviar um pouco da tensão.
— Fui abordado na entrada por um bando de paparazzi. Os flashes... — fiz uma pausa, fechando os olhos por um segundo enquanto lembrava a dor. — Eles me deixaram com dor de cabeça.
Ela imediatamente colocou uma das mãos sobre o meu braço, com um toque que sempre parecia me acalmar.
— Você já tomou alguma coisa?
— Ainda não. Mas vou dar um jeito nisso logo — assegurei, tentando sorrir para ela, embora não estivesse totalmente convicto. — E você? Eles também estavam te incomodando?
Ana deu um suspiro e assentiu, olhando para baixo por um instante.
— Fui visitar a Rebeca no trabalho, e quando saí... bom, estavam lá. Eles tiraram algumas fotos. — Ela olhou para mim, uma pontada de preocupação nos olhos. — Mas estou mais preocupada com você.
Toquei o rosto dela de leve, acariciando sua bochecha com o polegar.
— Eu sei, e estou cuidando disso, prometo. — Dei um sorriso suave, querendo tranquilizá-la. — Eu falei com o Michael e decidimos que talvez fosse bom dar uma entrevista, sabe, para diminuir um pouco esse assédio. Vou participar do programa do Jimmy Fallon, na semana que vem.
Ela sorriu.
— Isso é ótimo. Tenho certeza de que vai ajudar. E... Você viaja quando?
— Na verdade, eu ia te convidar para ir comigo.— respondi, olhando nos olhos dela, que brilharam com um toque de surpresa. — Quero você comigo lá, Ana. Quero mostrar ao mundo quem você é, e o quanto você é importante para mim.
Ela abaixou a cabeça, sorrindo enquanto pegava minha mão e a segurava firme.
— Você tem certeza de que está preparado para toda essa exposição? Para tudo o que vem junto?
Eu trouxe sua mão até meus lábios e dei um beijo leve em seus dedos.
— Estou preparado, desde que você esteja ao meu lado.
Ela me puxou para mais perto, me abraçando, e seu perfume suave me envolveu.
Por um instante, a dor de cabeça foi deixada de lado, e tudo o que importava era ela ali comigo, trazendo calma em meio ao caos.
— Vou estar com você, Rob. — Ela falou em um tom seguro, que me deu a sensação de que tudo ficaria bem.
— Juntos, sempre — respondi, segurando seu rosto com as duas mãos e depositando um beijo gentil, que logo se tornou mais profundo, como se eu quisesse deixar claro o quanto ela significava para mim.
E ela significava tanto!
Eu a observava todos os dias cuidando de mim,cuidando de Elena, sempre tão carinhosa, buscando o melhor jeito de conduzir nossa casa...
Eu a admirava tanto.
- Eu vim um pouco mais cedo para gente almoçar juntos- ela disse ao afastar seus lábios do meus.- Mas acho que vai ser impossível sair com esse tanto de fotógrafo ali fora vai ficar um pouco difícil...
- Eu me recuso a nos privar de um almoço por causa deles.- falei irritado.
Sinceramente, ninguém odiava mais a mídia do que eu.
E por estar a muito tempo fora das grandes manchetes eu estava desacostumado com tanta atenção.
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POV Ana Carla
Sentada ao lado de Robert, sentia minhas mãos suarem enquanto o Dr. Lúcio revisava calmamente os exames em sua mesa.
O silêncio no consultório era sufocante, e meu coração estava acelerado.
Eu sabia que o resultado não seria fácil, mas ainda assim, havia uma esperança teimosa, uma voz interna que torcia para que não fosse tão grave.
Finalmente, o Dr. Lúcio tirou os olhos dos papéis e olhou para nós, com um olhar sério e direto.
— Bom, Robert — ele começou, com um tom firme —, os exames mostram que os três tumores continuam a crescer. A velocidade do crescimento indica que, se nada for feito, em pouco tempo... você pode ter dificuldades para andar. As lesões no tronco cerebral são especialmente preocupantes. Isso pode afetar suas funções motoras e até respiratórias, e... não estamos falando de muito tempo.
Senti um arrepio gelado percorrer minha espinha.
Fechei os olhos por um segundo, tentando absorver o que ele estava dizendo.
Ao meu lado, Robert se remexeu na cadeira, soltando um suspiro contido.
— E o que poderia ser feito? — Perguntei, minha voz saindo mais baixa e trêmula do que eu esperava. Eu precisava de respostas, de uma esperança.
O Dr. Lúcio nos olhou com firmeza, mas seu tom era direto, quase frio.
— Podemos tentar algumas sessões de quimioterapia combinadas com radioterapia para estabilizar as lesões. A quimio, em conjunto com a radio , poderia ajudar a controlar o crescimento, dando-lhe mais tempo e, com sorte, uma qualidade de vida melhor.
Robert balançou a cabeça, a expressão endurecida.
— Eu já disse antes... Não quero fazer quimioterapia. Não vou passar por isso de novo.
Houve um breve silêncio.
O Dr. Lúcio encostou-se na cadeira, olhando para Robert com uma expressão quase desafiadora.
— Robert, com todo respeito, essa decisão não é inteligente. Você está jogando fora a chance de, pelo menos, estabilizar a sua condição. Se continuar assim, a doença vai avançar, e não vai demorar até que você fique completamente debilitado. Você não estará só morrendo, estará definhando. E por escolha própria.
Senti meu estômago se revirar, e um nó se formou na minha garganta.
Apertei o braço de Robert, tentando passar força, mas era eu quem estava lutando contra o pânico.
Olhei para ele, buscando alguma reação.
Robert respirou fundo, os olhos cheios de uma dor que ele estava tentando mascarar.
— Eu entendo o que está dizendo, doutor. Mas passar por esse tratamento... já sei o quanto é doloroso.
Não consegui segurar as lágrimas que ameaçavam transbordar.
— Robert, por favor, pelo menos considere. — Minha voz saiu entrecortada. — Estamos aqui... há opções... Você não está sozinho...
O medico nos olhou, e pela primeira vez sua expressão suavizou, mas sua voz ainda era firme.
— Robert, o tratamento pode ser difícil, mas a outra escolha é um caminho de sofrimento maior. Pense bem no que está escolhendo. Se você tentar, pode ganhar mais tempo, e uma vida mais plena com quem ama ao seu lado.
Robert olhou para mim, o olhar intenso e cheio de sentimentos conflitantes.
— Eu sei que você está aqui. Sei que quer o melhor para mim. — Ele segurou minha mão, apertando-a com força. — Mas... — ele desviou o olhar para o médico, sua expressão endurecendo de novo —, eu preciso de tempo para pensar.
O Dr. Lúcio assentiu, sua expressão séria.
— Não se demore muito, Robert. A doença não espera.
Eu me sentia impotente, dividida entre a necessidade de respeitar sua decisão e o desespero de vê-lo recusar uma chance, por menor que fosse.
— Qual a expectativa? - tive que perguntar- Qual a... porcentagem dele viver...
O médico puxou o ar e abriu as mãos sobre a mesa.
— Se ele iniciar o tratamento imediatamente as chances são boas,eu não costumo lidar com porcentagem. Mas se continuar a ignorar o que está acontecendo a morte não virá rápido, você vai definhar, perder movimentos, capacidade de fala, sensibilidade...
Foi um bombardeio de informações ruins.
Mas nada foi pior do que o que saiu da boca de Robert:
- Eu quero a eutanásia.
Olhei para ele apavorada, até o médico pareceu ser pego de surpresa.
- Robert... não é tão simples... até para quem tem muito dinheiro como você a morte por eutanásia não está nas suas mãos. Existem protocolos... critérios que você não atende...
— Mas...
— Robert!- O médico olhou sério para ele.— Entenda... Não existe outra opção a nao ser enfrentar ou enfrentar... A morte, pode até parecer uma opção, mas não da forma que você pensa... Claro, ninguém pode te obrigar, mas você precisa entender o que te espera... aquilo que você passou, os efeitos colaterais da quimioterapia do primeiro tratamento, não é nada perto do que te espera se você não escolher agir.
A caminho de casa, o silêncio entre nós era denso, quase sufocante.
Eu olhava pela janela, tentando processar o que havia acabado de ouvir no consultório.
Meu coração parecia estar preso em um aperto doloroso, e cada vez que me lembrava da decisão de Robert, a dor aumentava.
Ele não queria lutar.
Como ele podia estar tão disposto a... desistir?
Parte de mim entendia... E a outra metade não, eu me sentia... traída... abandonada... nem eu entendia o que estava sentindo...
Assim que chegamos, Robert saiu do carro e chamou meu nome.
Eu hesitei, mas segui até o hall, sentindo a tensão no ar. Ele olhou para mim, com um semblante sério e cansado.
— Ana... — Ele começou, mas eu o interrompi, não conseguindo mais segurar o que estava sentindo.
— Robert, você está me pedindo para aceitar isso? Aceitar que você... está escolhendo morrer? — A minha voz falhou, e as lágrimas já escorriam pelo meu rosto. — Eu... eu não aceito perder você... Como você pode querer me deixar...
Ele passou a mão pelos cabelos, tentando conter as próprias emoções.
— Não é que eu queira te deixar, Ana. É que... eu já passei por tudo isso antes. Sei como é o processo. Não quero passar por isso de novo. Não quero que você me veja definhar.
— Mas é exatamente isso que vai acontecer se você não fizer nada! — Minha voz se elevou, e eu dei um passo para mais perto dele. — Eu sei que é difícil. Sei que deve ser assustador, mas, Robert, nunca amei ninguém como eu amo você. Você está pedindo para eu aceitar algo que... eu não consigo aceitar. Eu não posso te perder, não assim!
Ele desviou o olhar, as lágrimas finalmente escapando de seus olhos.
— Ana... — Ele murmurou, sua voz quebrada. — Você acha que é fácil para mim? Ver você sofrer... saber que estou trazendo isso para a sua vida? Eu... me sinto culpado. A verdade é que... eu te amo tanto, e ao mesmo tempo, sinto que estou te arrastando para a dor comigo.
Aproximei-me dele, segurando seu rosto entre minhas mãos, forçando-o a me olhar nos olhos.
— Eu já estou aqui, Robert. Já estamos nisso juntos, não há como fugir. Eu escolhi estar ao seu lado, mesmo nas piores situações. Mas eu preciso que você lute. Eu preciso que você pelo menos tente. Porque a ideia de te perder... — engasguei-me com as palavras, a dor quase insuportável. — A ideia de te perder sem que você tenha tentado... é devastadora. Você está me tirando qualquer chance de esperança.
Ele abaixou a cabeça, os ombros tremendo com o peso das lágrimas.
— Eu... já tentei, Ana....
—Ah, meu Deus!—Exclamei exasperada.Eu o abracei com força, sentindo o coração batendo contra o peito dele, enquanto suas lágrimas encharcavam meu ombro. — Meu amor... Eu... Eu sei que essa decisão é apenas sua, que talvez o fato de eu estar ao seu lado não diminua em nada a sua dor, mas eu preciso que você me escute. Preciso que você entenda que, apesar de.... De entender, eu não aceito te perder... Eu amo você, Robert.... Sua família... Eles amam você... Nós...
Ele respirou fundo, os braços envolvendo-me de forma quase desesperada, como se segurasse em mim a esperança que pensou já ter perdido.
— Eu me senti tão... sozinho ...- ele solucou me apertando.- Como que as pessoas não viam o que eu estava passando? Ninguém notou... Só se importavam com minha fama, enquanto eu afundava sozinho.
Meu peito apertou ao ouvir seu desabafo.
E eu me senti pior do que já estava.
Eu não fazia ideia do tamanho da dor que ele havia sentido...
— Eu sinto muito... Amor... eu sinto tanto... Mas agora eu estou aqui,sua família está aqui e você precisa permitir isso...
Ficamos ali, abraçados, e eu sabia que ele precisava desse momento, precisava entender que ele não estava sozinho.
- Eu te amo.- Ele sussurrou, colocando sua testa na minha. Os olhos vermelhos pelo choro.- Eu te amo muito...
Tive vontade de dizer a ele para pegar todo esse amor e escolher lutar ao meu lado.
Mas, mesmo que cada poro do meu ser gritasse isso, eu não poderia ser egoísta a esse ponto.
Eu só podia desejar que ele decidisse por ele mesmo.
Que ele visse o que valia a pena.
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