
22. Estamos Chegando
POV Robert Pattinson
Acordei com uma luz suave entrando pelo quarto e, antes mesmo de abrir completamente os olhos, já sabia que aquela manhã era diferente. Ali, ao meu lado, Ana dormia tranquila, e fiquei apenas observando-a, como se quisesse gravar cada detalhe daquele momento. Seu rosto estava calmo, os lábios relaxados em um sorriso leve, quase imperceptível, e os cachos castanhos caíam pelo travesseiro em ondas que pareciam brilhar à luz da manhã.
Pensei na noite anterior, em como ela foi diferente de tudo o que já vivi antes. Com Ana, tudo parecia mais profundo, mais real. O jeito que ela me olhava, a forma como me tocava... Havia uma sinceridade e uma calma que eu nunca havia sentido. Estar ao lado dela não era apenas confortável; era transformador. Com Suki, havia uma pressão constante, um peso que eu sempre carregava, mesmo nos momentos mais leves. Mas com Ana... era como se cada toque, cada olhar, dissolvesse um pouco mais das minhas inseguranças. Eu podia ser eu mesmo, sem medo de julgamentos.
Eu nunca imaginei que alguém pudesse me fazer enxergar o mundo de outra forma, mas Ana fez isso. O apoio dela, sua compreensão e paciência, tudo isso estava mudando a maneira como eu encarava as coisas. Sentia que, com ela, eu tinha uma nova chance. Como se, depois de tudo o que passei, ela tivesse chegado para me lembrar de que ainda havia beleza, simplicidade, e alegria nas pequenas coisas.
De repente, ouvi um barulho vindo do corredor.
Levantei-me com cuidado, vestindo a calça e a camiseta rapidamente, e saí do quarto.
No corredor, encontrei Elena, saindo do banheiro com os olhos ainda sonolentos.
Quando ela me viu, sorriu de leve e disse:
— Você dormiu aqui, papai?
Aquele "papai" sempre me pegava de surpresa, e um calor se espalhou pelo meu peito. Abaixei-me para ficar à altura dela e a olhei nos olhos.
— Dormi, sim, princesa. Queria estar perto de você e da sua mãe — expliquei, sorrindo.
Ela ficou me olhando com aquela curiosidade infantil, e eu sugeri:
— Que tal a gente preparar um café da manhã? Algo especial, só nós dois?
Ela assentiu animada, mas depois olhou na direção do quarto.
— E a mamãe?
— A mamãe está descansando, querida. Vamos deixá-la dormir mais um pouco. — Peguei Elena no colo, e ela se aninhou contra meu ombro, confiando completamente em mim.
Caminhamos até a cozinha, e eu a coloquei sentada no balcão.
— Então, o que você quer comer hoje? — perguntei, ajeitando uma mecha de cabelo dela para trás.
— Panquecas! — respondeu, com um sorriso travesso.
— Panquecas, então! — concordei, rindo.
Comecei a pegar os ingredientes enquanto ela observava, os olhinhos curiosos.
Percebi que esses pequenos momentos juntos eram exatamente o que eu precisava.
Era como se, ao lado de Ana e Elena, estivesse finalmente encontrando o meu lugar.
— Minha mamãe tá cansada.- Elena murmurou tomando seu leite.
- Está sim.- Respondi sorrindo por dentro. Elena nunca imaginaria o porque de Ana estar cansada.- O que você acha da gente ir lá na mansão tocar um pouco de piano enquanto sua mamãe descansa?
Elena baixou o copo, mostrando seu bigode de leite e tombou a cabeça de lado, o cabelo todo bagunçado ao redor do seu rosto.
- Mas se a mamãe domir muito ela vai vilar a Bela adomecida.
Eu ri da sua colocação.
- Acho que hoje ela pode.- coloquei nossas coisas na pia e lavei.- Vamos?
Elena me pediu colo e eu a peguei saindo da edícula.
Subi com ela a escada de casa indo buscar meus remédios, a menina tinha os olhos atentos em mim.
- Você ainda tá dodói, papai?- perguntou me vendo tomar os cinco comprimidos.
- Não, meu amor.
- Polque tá tomando lemedio?
- Pra ficar forte.- era a melhor explicação que eu conseguiria dar.- Vamos tocar?
Elena abriu um sorriso radiante.
- Vamos!
Abri as portas da biblioteca e a coloquei sentada sobre o banco do piano. Olhei para o seu cabelo, o elástico estava quase na pontinha, então soltei e tentei amarrar de novo, mas não tive muito sucesso.
- Você quer aprender?- perguntei sentando ao lado dela.
Ela encolheu os ombros.
- Não sei se conxigo...
- Vamos tentar? Eu sei que você consegue.
Ainda meio duvidosa ela olhou para mim com expectativa, assentindo.
- Vamos começar com as notas... - fui apertando as teclas, mostrando a ela.- Dó, Ré, Mi... agora você.
Elena olhou para mim e ajeitou a postura me imitando, dei um meio sorriso quando ela esticou as mãozinhas sobre as teclas e repetiu os meus gestos.
Estavamos nessa brincadeira quando a campainha da mansão tocou.
Eu achei estranho, ninguém tinha interditado do portão do condomínio...
Com Elena nos braços, caminhei em direção à porta da mansão, sentindo um peso crescente no estômago.
Assim que vi o rosto da minha mãe no monitor da câmera, uma onda de tensão me atingiu.
— Merda — murmurei sem pensar, a palavra escapando antes que eu pudesse evitar.
Elena me olhou com olhos arregalados, uma mistura de surpresa e diversão no rosto.
— Você falou palavlão, papai! — ela disse, e não pude evitar um sorriso envergonhado.
— É, meu bem. Desculpa, não foi bonito, né? — Balancei a cabeça, respirando fundo e beijando sua testa.
Ela assentiu, curiosa, mas eu senti uma hesitação em mim mesmo.
Respirei fundo, tentando afastar a ansiedade, e abri a porta.
Minha mãe, Claire, estava ali, vestida impecavelmente e com aquele sorriso que usava para esconder o que sentia.
— Bom dia, meu filho — ela disse, e eu percebi o olhar dela passando direto para Elena. Seu sorriso suavizou, um traço raro de vulnerabilidade surgindo enquanto ela a observava. — Então essa é minha neta?
Encarei minha mãe por um segundo, sentindo o impacto daquela palavra.
Neta?
Lembrei do dia que ela me ligou e Elena estava doente, minha mãe deve ter ouvido ela me chamar de papai durante nossa chamada.
Claire olhou para mim, e seus olhos deixavam claro que, naquele momento, ela queria ver de perto essa parte da minha vida que, achava, que eu mantinha distante.
Olhei para Elena e sorri, tentando oferecer a ela alguma tranquilidade.
— Sim, mãe. Essa é a Elena. — Virei-me para ela e murmurei: — Elena, essa é a vovó Claire.
Elena observou Claire com cautela por um momento antes de sorrir um pouco tímida.
— Oi, vovó.
Claire chegou perto, seus olhos brilhando com uma emoção que eu raramente via nela.
— Olá, Elena. Você é ainda mais linda do que eu imaginava.
O jeito que ela disse aquilo, com tanto carinho, pegou-me de surpresa.
Fiquei ali, segurando minha filha, enquanto via um lado da minha mãe que, para ser honesto, quase não me lembrava mais.
Entramos e eu levei minha mãe até a cozinha.
- Papai eu posso ir com a minha mamãe?- Elena perguntou e eu senti o olhar da minha mãe em nós.
- Claro... Eu levo você.... Já volto, mãe.
- Tudo bem.- ela disse, mas eu conhecia bem aquele olhar, ela estava... esperando.
Sai com Elena para a edícula e quando entramos na casa, Ana já estava de pé na cozinha, ainda de pijama e cabelo bagunçado.
Nossos olhos se encontraram e tudo o que aconteceu na noite passado passou por nós com intensidade. Eu me vi atraído como um imã, sendo puxado pela gravidade para perto dela.
- Bom dia.- ela murmurou sorrindo para mim.
- Bom dia.- dei um beijo em sua testa porque por mais que eu não entendesse quase nada de crianças eu sabia que não era bom ficar beijando na boca na frente delas.
- Pensei que tinha fugido de mim.- ela disse se abaixando para beijar Elena.
A pequena riu.
- Não, Mamãe.- brincou pulando no lugar.- Eu tava com o papai e com a vovó.
Ana olhou para mim, a cor fugindo do seu rosto, eexpressão exigindo uma resposta.
Soltei um longo suspiro.
- Minha mãe apareceu de surpresa.- falei.- Você se importa de...
- Quer que Eu faça algo para vocês?- ela perguntou parecendo um pouco envergonhada.- Eu só vou trocar de roupa e já vou fazer um café ou...
O que?
- Não, Não... Ana? Olhe para mim... Do que está falando?- perguntei indo até ela, tocando seu rosto, Elena já tinha ido correndo para a sala.
- Eu sou sua governanta... tenho que...
- Você é minha namorada.- pontuei, recebendo seu olhar contrariado.- Eu ia pedir para você se vestir que eu quero apresentar vocês para minha mãe, não para você preparar uma mesa de café.
Ela abriu a boca duas vezes, mas não disse nada. Pareceu que o que eu lhe disse fez com que as palavras sumissem.
- Ana?- chamei de novo.
- Ah... eu ... Eu tenho que trocar de roupa... Elena também...
- Eu espero vocês.
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POV ANA CARLA
Eu sentia os olhos de Robert em mim enquanto Vitor dirigia para o interior de Los Angeles.
Para a fazenda que a família de Robert tinha alugado...
Elena estava sentada no banco a nossa frente na suv ,na cadeirinha, vendo algum desenho no tablet que Robert tinha lhe dado de presente.
Um dos muitos presentes exagerados que ele lhe deu de aniversário.
- Esse silêncio...- ele murmurou soltando um suspiro.
Respirei fundo.
Sem nem saber porque eu estava chateada.
Na verdade acho que eu estava me sentindo acuada... não sei...
Eu acordei sozinha na cama pensando que ia encontrar ele na cozinha mas acabei encontrando foi a mãe dele com seu olhar curioso para cima de mim.
- Não precisa ficar nervosa.- ele colocou a mão em minha perna.- E por favor não fique brava comigo... Isso ia acontecer algum dia...
- Mas não precisava ser no sétimo dia do nosso namoro...- resmunguei, gemendo.- Ela deve estar pensando que eu sou uma oportunista!
Robert chegou perto de mim, sentando de lado, colocando sua testa em minhas têmporas.
- Minha mãe te adorou, Ana...
Ok, não dava pra dizer que Claire me deixou desconfortável.
Eu mesma fiz esse trabalho.
Eram tantas camadas na nossa relação que estava só começando!
- Desse jeito eu vou pensar que você não quer fazer parte da minha vida.
Me virei para ele, incrédula.
Robert me deu um meio sorriso.
- Robert eu sou sua governanta e agora sou sua namorada, isso não te parece trama de novela mexicana?- perguntei ficando agoniada dele não ver o óbvio.- Aquele tipo de situação que todo mundo olha e diz:GOLPE!
Era o que a família dele pensaria de mim.
Mas ele continuava sorrindo torto, como se o meu surto não fosse nada.
Ele chegou perto, colocando a boca em meu ouvido.
- Eu não me importo.- disse beijando meu rosto.- Eu sei que não foi assim, Ana... E minha mãe não te deu motivo para achar que ela não gostou de você.
Bom, sim , ela não deu.
Pelo o contrário foi... cordial, não escondendo a surpresa ao saber que eu trabalhava para o seu filho como governanta.
Mas... eu nem sabia o que me afligia.
Talvez fosse o medo de minha filha passar por alguma rejeição por conta das coisas se atropelando...
Dei um beijo rápido nele e ele ainda ficou alguns segundos de olhos fechados quando me afastei, como se estivesse memorizado cada sensação naquele beijo que durou milésimos.
Quando voltou a abri-los tinha algo neles, como uma tensão... diferente daquelas que sentíamos entre nós.
- Estamos chegando.- disse olhando para a janela do carro ao meu lado.
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umalufanazinha
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