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12. "Livre Estou!"

POV Robert Pattinson




A luz suave da manhã mal tinha tocado as cortinas quando ouvi a porta do meu quarto ser aberta de forma brusca, o barulho ecoando no silêncio. Ainda meio grogue, ergui a cabeça, tentando entender o que estava acontecendo. Então, a voz estridente e irritada de Michael praticamente explodiu no quarto.

— Isso é sério, Robert?! Eu tive que interromper minha folga pra apagar essa bagunça! — Ele entrou no quarto como um furacão, balançando o celular na minha direção. — Fotos suas dançando com a sua empregada, vazadas para a imprensa? Você sabe o que isso significa?!

Esfreguei os olhos, tentando me livrar do resquício de sono enquanto me sentava na cama. A irritação começou a tomar conta à medida que processava as palavras de Michael. Ele nem sequer me deu a chance de responder antes de continuar.

— Passei a manhã subornando sites de fofoca pra tirar essas fotos do ar! Isso não deveria nem ter acontecido, Robert! O que diabos você estava pensando?!

Agora totalmente desperto, olhei para ele, meu humor azedando rapidamente.

— Você não precisava ter perdido seu tempo com isso — disse, a voz baixa, mas firme. — Eu não estava tentando me esconder.

Michael parou de andar de um lado para o outro e me olhou com incredulidade, uma sobrancelha erguida, o desprezo claro em seu rosto.

— Não estava tentando se esconder? — Ele riu, mas o som estava carregado de sarcasmo. — Desde quando, Robert? Mudou de ideia de repente? Ou tem algum motivo especial pra isso?

Minha paciência estava se esgotando rapidamente. Respirei fundo antes de responder, tentando não deixar a frustração tomar conta.

— Não há motivo nenhum, Michael. — Me levantei da cama, agora completamente de pé, encarando-o. — Ana e eu somos amigos. Só isso.

Michael balançou a cabeça, o deboche evidente.

— Amizade, claro... — Ele deu um sorriso frio. — A imprensa vai adorar essa história. O empresário recluso dançando com a "amiga".

— Eu realmente não me importo com o que a imprensa pensa — repliquei, mais ríspido do que pretendia. — O que me importa, e o que quero falar agora, é a maneira como você tratou essa situação com Ana.

Michael me olhou com desconfiança, o sarcasmo desaparecendo enquanto ele se preparava para ouvir o que vinha a seguir.

— Eu fui bem claro quando contratei a Ana. — Cruzei os braços, mantendo o olhar fixo nele. — Eu disse que não queria você envolvido no processo. Mas, pelo visto, você resolveu ignorar isso.

— Eu estava apenas cuidando do seu bem-estar — Michael respondeu, ainda irritado, mas agora com um tom defensivo. — Você sabe como as pessoas podem ser. Ela é a sua empregada, Robert. Havia regras a serem seguidas.

— Regras que você criou, sem a minha permissão — interrompi, dando um passo em direção a ele. — Você instruiu a Ana a agir como se eu fosse algum tipo de intocável na minha própria casa. Fez com que ela se sentisse desconfortável ao redor de mim, e eu não gostei nem um pouco disso.

Michael abriu a boca para responder, mas eu continuei, sem lhe dar chance de se justificar.

— Eu a contratei porque confiei nela desde o começo. Achei que isso fosse o suficiente. E não, não vou seguir suas regras ou permitir que você interfira na relação que tenho com Ana. Ela não precisa ser tratada como se estivesse em um campo minado só porque trabalha pra mim.

Michael me olhou em silêncio por um momento, a tensão no ar clara. Ele parecia estar digerindo minhas palavras, mas sua postura rígida indicava que ele ainda estava irritado.

— Isso vai sair do controle, Robert — ele finalmente disse, mais calmo, mas ainda com um tom de advertência. — Eu estou apenas tentando proteger você.

— Não preciso de proteção — rebati. — Eu sei o que estou fazendo. E se eu quiser dançar com Ana em um bar, ou qualquer outra coisa, essa é a minha decisão.

Michael soltou um suspiro, balançando a cabeça, mas dessa vez não retrucou. Ele sabia que eu não ia ceder dessa vez.

— Tudo bem. Mas não diga que eu não avisei — disse, antes de se virar e sair do quarto, batendo a porta atrás de si.

Fiquei parado ali por um momento, tentando acalmar meus pensamentos. Eu sabia que o que eu sentia por Ana estava mudando, algo que eu não queria admitir nem para mim mesmo, mas também sabia que Michael estava exagerando.

Eu só precisava descobrir o que fazer com o turbilhão de emoções que aquela dança havia despertado.

Saí do quarto ainda descalço, ignorando a dor de cabeça latejante que Michael havia me causado. Enquanto descia a escada, fui surpreendido por um cheiro familiar — ovos e bacon. Algo que eu não sentia há muito tempo, vindo da parte detrás da casa. Meu primeiro pensamento foi que Michael tinha contratado alguém para o café, mas logo percebi que o aroma vinha da edícula, onde Ana estava morando.

Curioso, e ainda sem sapatos, atravessei a mansão e caminhei pela área da piscina, o sol da manhã ainda suave no horizonte. Ao me aproximar, vi Ana de pé diante do pequeno fogão que havia na edícula. Ela estava vestindo um pijama preto de bolinhas brancas, o cabelo preso em um coque meio desarrumado com o lenço que ela sempre usava para trabalhar.

Ela parecia tão diferente... Mais relaxada, quase como se o ambiente ao redor fosse apenas dela. Havia algo aconchegante naquela cena, algo que eu não via há muito tempo.

Ela sentiu minha presença antes mesmo de me ver. Se virou, ainda segurando a frigideira, um sorriso no rosto.

— Bom dia... Seguiu o cheiro bom como nos desenhos animados? — Ana perguntou, com uma risada leve, enquanto começava a servir os pratos na mesa ao lado, que eu nem tinha notado antes.

Eu me aproximei, ainda meio atordoado com o que estava acontecendo. Era uma cena tão comum, mas tão distante da minha rotina usual.

— Toma café comigo? — Ela perguntou casualmente, mas havia algo na simplicidade do convite que me fez hesitar por um segundo.

— Claro, por que não? — Respondi, sentindo que seria impossível recusar.

Ela colocou um prato à minha frente e se sentou à beira da piscina, convidando-me a fazer o mesmo. O sol estava nascendo, lançando uma luz dourada sobre a água e criando uma vista deslumbrante. Eu me sentei ao lado dela, com a piscina à nossa frente e o cheiro tentador do café da manhã preenchendo o ar.

Peguei o garfo e experimentei o primeiro pedaço. Ovos e bacon... algo tão simples, mas o sabor me pegou de surpresa.

— Isso está... incrível. — Falei, entre uma mordida e outra. — Acho que nunca comi algo tão saboroso.

Ana deu uma risada suave, balançando a cabeça.

— Não seja exagerado, Robert. — Ela disse, colocando um pedaço de bacon na boca. — É só ovos e bacon.

Eu a observei por um segundo, tentando explicar a sensação que me invadia.

— Sim, mas... faz muito tempo que eu não como isso. — Admiti, sentindo o peso da verdade.

Ana me olhou de lado, sua expressão suave. Não houve necessidade de palavras naquele momento, e voltamos a comer em silêncio, aproveitando a tranquilidade que o início do dia oferecia.

Finalmente, depois de alguns minutos, ela quebrou o silêncio.

— Você não costuma comer café da manhã assim? — perguntou, como quem puxa uma conversa casual.

— Não... — Respondi. — Minha dieta sempre foi... mais restrita, por assim dizer. Principalmente por conta da minha saúde. Ovos e bacon... bem, digamos que estavam fora do cardápio por um bom tempo.

Ela assentiu, compreensiva, mas sem pena. Isso era algo que eu apreciava nela. Ana nunca parecia me olhar com aquele ar de “coitado”, como tantas outras pessoas faziam.

— Bom, se quiser, posso preparar isso mais vezes. — Ela ofereceu casualmente, sem pensar muito, como se fosse a coisa mais normal do mundo. — Ou algo diferente... o que você gostar.

Eu me peguei sorrindo, algo que eu não fazia com tanta frequência.

— Vou te segurar nessa promessa. — Respondi.

Enquanto comíamos, eu percebi que Ana estava mais quieta, mas não parecia ser o tipo de silêncio confortável de antes. Ela mordiscava um pedaço de bacon, mas seus olhos se fixavam no horizonte, como se estivesse pesando algo.

— O que foi? — perguntei, mesmo sabendo que ela estava prestes a me fazer uma pergunta.

Ana hesitou por um segundo, e depois se virou para mim, seus olhos curiosos, mas de uma forma que me fazia sentir que ela já sabia a resposta.

— O que você quis dizer quando falou que não comia essas coisas por conta da sua saúde? — Ela perguntou, inclinando a cabeça levemente.

Eu me mantive calmo, ou pelo menos tentei. Não era a primeira vez que alguém perguntava isso, mas havia algo diferente quando a pergunta vinha dela. Não queria que ela se preocupasse, nem que soubesse da gravidade da situação. Então, fiz o que sempre fazia: desconversei.

— Ah, você sabe como é. — Falei, tentando soar despreocupado. — Preciso estar em forma para o trabalho, então sempre cuidei muito da minha dieta. Nada demais.

Ela estreitou os olhos, claramente não convencida pela minha resposta genérica. Eu conseguia sentir sua desconfiança, como se ela estivesse tentando ver através da minha fachada.

— Você nunca foi muito bom em mentir, né? — Ela disse, cruzando os braços e me encarando.

— Não estou mentindo. — Falei, tentando manter meu tom leve, mas havia uma tensão que eu não conseguia ignorar.

Ana suspirou, inclinando-se um pouco mais para frente, como se estivesse prestes a entrar em um território que sabia ser delicado.

— Tá bom... Então me diz. Você nunca mais passou mal? Como aquele dia no meu apartamento? — Ela perguntou, e sua voz suavizou, quase como se estivesse preocupada.

O peso da pergunta me atingiu, mas eu não queria que ela soubesse o quanto. Me recostei, forçando um sorriso, tentando encerrar o assunto.

— Não. — Respondi, balançando a cabeça. — Eu estou bem.

Ana me olhou por mais alguns segundos, avaliando minhas palavras, tentando captar algo que eu não estava dizendo. Mas, para minha sorte, ela não insistiu. Apenas assentiu, aceitando minha resposta, pelo menos por agora.

Eu sabia que ela ainda tinha dúvidas, mas naquele momento, eu não estava pronto para lidar com elas. O silêncio voltou a se instalar entre nós, mas dessa vez havia algo mais denso, algo não resolvido.

Não era o mesmo de antes.

Embora não fosse desconfortável, parecia carregar um peso, como se algo pairasse no ar, esperando para ser resolvido. Eu podia sentir o olhar de Ana sobre mim de vez em quando, mesmo quando desviava o olhar para o horizonte. Ela ainda estava preocupada, isso era claro.

Enquanto eu mexia na xícara de café à minha frente, percebi que aquele assunto — minha saúde — não poderia ser simplesmente varrido para debaixo do tapete por muito tempo. Eu sabia que a doença ainda estava lá, rondando como uma sombra, mas, naquele momento, estava determinado a manter isso distante de Ana.

Ela não precisava desse fardo.

Não que eu achasse que importasse tanto para ela.

Mas...

Ninguém precisava.

— Sabe — Ana começou, quebrando o silêncio com sua voz suave —, você não precisa fingir estar sempre bem comigo.

Eu a encarei, surpreso.

Não era comum alguém falar comigo assim, com tanta clareza e simplicidade. Por um momento, pensei em abrir a boca e dizer algo, talvez tentar mudar o rumo da conversa, mas desisti. Ela merecia mais do que mentiras ou meias-verdades.

— Eu não estou fingindo — falei, finalmente, embora até eu mesmo não acreditasse totalmente nisso.

Ana balançou a cabeça, soltando um leve sorriso, mas não era de deboche. Era um sorriso compreensivo, algo que eu não estava acostumado a ver vindo de outras pessoas.

— Eu sei como é tentar manter as aparências — ela disse, jogando o cabelo para trás enquanto se encostava na cadeira. — Já fiz isso muitas vezes. Por mim, pela Elena. Às vezes, você só acha que precisa ser forte o tempo todo... e se esquece que pode ser vulnerável de vez em quando.

Essas palavras mexeram comigo mais do que eu gostaria de admitir.

Ser vulnerável?

Era algo que eu não fazia há muito tempo, nem mesmo comigo mesmo.

O câncer havia me ensinado a ser resistente, a construir barreiras.

Eu me perguntei o quanto Ana havia visto através delas.

— Eu entendo o que você quer dizer, Ana, mas… — comecei, tentando encontrar as palavras certas —, existem certas coisas que... simplesmente precisam ser guardadas. Não quero que você se preocupe com isso.

Ela me observou por mais um momento, parecendo considerar minhas palavras.

Mas, antes que pudesse responder, o som suave da brisa e o sol que lentamente começava a aquecer a manhã fizeram a tensão dissipar um pouco.

— Não vou insistir — ela disse, levantando as mãos em rendição, mas havia uma sinceridade em seu olhar que me fez perceber que aquilo não era o fim da questão para ela. — Mas só saiba que, quando você quiser... estou aqui... Somos amigos agora, não somos?

Eu assenti, incapaz de dizer mais alguma coisa. Algo na maneira como ela disse aquilo me tocou de uma forma inesperada. Talvez fosse porque eu sabia que, no fundo, ela realmente estava ali para mim, sem julgamentos, sem querer algo em troca.

Isso era raro na minha vida.

— Obrigado — consegui dizer, depois de alguns segundos.

Ficamos ali por mais um tempo, sentados à beira da piscina, sem mais palavras necessárias. O simples fato de estar ali, naquele momento, com Ana, tornava tudo um pouco mais suportável.

E, pela primeira vez em muito tempo, eu me permiti sentir um pouco de paz, mesmo que fosse apenas por um breve instante.

Depois do café da manhã leve e descontraído com Ana, passei o resto do dia trancado na mansão, mergulhado em trabalho. Era o típico dia em que a casa parecia um mundo à parte. Revisando alguns contratos da produtora e revendo cenas do filme que estávamos rodando, percebi que estava me afastando da realidade que tinha me cercado nos últimos tempos. O silêncio pesado que pairava no ar só era quebrado pelo som do meu laptop e pelas páginas que eu virava.

Quando a frustração começou a se acumular, senti uma necessidade urgente de escapar daquela pressão e decidi ir para a biblioteca. Era um dos meus lugares favoritos da casa, repleto de livros, e ali havia um piano que raramente usava. Com uma sensação de nostalgia, fui até o piano e, sem pensar muito, comecei a dedilhar as teclas. Tocar era uma forma de terapia para mim, uma maneira de me conectar com algo que não fosse a minha vida profissional.

Depois de alguns minutos, sem perceber, as notas que saíam do piano começaram a se juntar em algo que eu conhecia bem. Lose Control. A música que havia tocado durante a dança com Ana no bar. Era impossível não associar a melodia a ela, ao jeito como ela sorria, ao jeito como o tempo parecia parar quando estávamos juntos. Fui pegando o ritmo, e, de repente, me vi cantando algumas partes da letra, sentindo cada palavra reverberar em mim.

"Don't wanna lose control..."

A voz soava suave e, mesmo que eu estivesse cantando apenas para mim mesmo, a letra parecia ressoar de uma maneira mais intensa do que eu esperava. Foi quando a porta se abriu lentamente e, ao me virar, vi Elena parada ali, segurando sua boneca, com seus olhos grandes e curiosos.

— Oi, Homem  glande — ela disse, sorrindo com aquele jeito inocente que só uma criança sabe ter.

— Oi, mini Ana — respondi, um sorriso involuntário surgindo em meu rosto.

A pequena aproximou-se, observando atentamente o piano, e então perguntou, com a voz infantil que só uma criança consegue ter:

— O que você tá fazendo?

— Estou tocando — eu disse, inclinando-me um pouco para frente.

Elena franziu a testa, pensando por um momento.

— Como você toca? — a curiosidade brilhava em seus olhos.

— Quer ver? — perguntei, gesticulando para ela se sentar ao meu lado.

Ela assentiu, animada, e se acomodou ao meu lado no banco do piano.

— Qual música você quer que eu toque? — perguntei, me divertindo com sua empolgação.

Ela pensou por um momento, então seus olhos brilharam.

— Hummm, a da Fwosen!

— A da Fwosen? — Eu me perguntei, tentando lembrar. — Qual é mesmo?

— Livre Estou! — ela exclamou, começando a cantarolar a melodia.— A neve blanca gilando no chão, sem pegadas pla seguir... Um leino de isolamento e a lainha está aqui...

Sorrindo, peguei a sequência de notas que lembrava e comecei a acompanhar com o piano. Assim que ela começou a cantar "Livre Estou", a magia da música tomou conta da sala. A voz dela era doce e cheia de vida, e enquanto eu a acompanhava, percebi que não apenas Elena estava se divertindo, mas eu também. As preocupações e a pressão do mundo exterior pareciam se dissipar, dando lugar a um momento de pura alegria.

— Livre estou, livre estou! — ela cantou, e eu deixei a melodia fluir, criando um lindo momento entre nós.

Enquanto acompanhava a música com Elena, o clima leve e divertido foi abruptamente interrompido pelo som de passos apressados e a voz de Ana chamando pelo nome da filha.

— Elena! Onde você está? — a voz dela soou pela casa, cheia de preocupação.

Senti meu coração acelerar, e rapidamente gritei de volta.

— Ela está aqui! — tentando fazer com que Ana se acalmasse.

Ana entrou correndo na sala, e o olhar dela estava cheio de medo e lágrimas, fazendo meu estômago se apertar. Ela se abaixou na frente de Elena, que parecia assustada com a expressão da mãe.

— Filha, não faça mais isso! Não saia sem me falar... — Ana disse, a voz trêmula, enquanto segurava os ombros da menina.

— Mamãe... — Elena respondeu, a pequena confusa e assustada com a reação da mãe.

— Não, Elena, você podia ter caído na piscina! — Ana exclamou, a preocupação transbordando em sua voz.

O que? A piscina? A percepção de que Elena havia saído sozinha me atingiu como um balde de água fria. O medo questionei estômago , e eu não pude evitar um rápido olhar de apreensão para a pequena.

Ana estava claramente em pânico, e eu precisava intervir para tentar acalmar a situação.

— Calma, Ana... — disse, tentando tranquiliza-la. — Ela está bem. Não aconteceu nada.

Ana virou-se para mim, a frustração e o medo ainda presentes em seu olhar.

— Não, Robert, ela tem que entender. Ela pode cair na piscina! — Ana disse, sua voz mais alta, mas ainda cheia de preocupação.

— Eu sei, eu sei... — respondi, tentando ser o mais compreensivo possível. — Mas ela está bem. Vamos apenas... Vamos conversar sobre isso, certo?

Elena olhou para mim com olhos grandes, sem entender a gravidade da situação, e eu me lembrei de como aquele mundo adulto era confuso para uma criança.

— Elena, você não pode sair sozinha sem avisar a mamãe, tá bom? — disse, tentando soar gentil e firme ao mesmo tempo. — É muito importante que você sempre diga a ela onde você vai.

Ela assentiu lentamente, a expressão dela começando a mudar de confusa para um pouco mais tranquila. Ana a puxou para um abraço apertado, e a cena era tocante, mas eu percebia que a tensão ainda estava no ar.

— Vamos fazer um acordo, tá? — sugiri, tentando trazer um pouco de leveza à situação. — Da próxima vez que você quiser sair, você vai avisar sua mãe , e podemos todos ir juntos. O que você acha?

Elena parecia mais relaxada, e com um pequeno sorriso, respondeu.

— Ok, eu plometo!

Ana se afastou um pouco, olhando para a filha com uma mistura de amor e exaustão. Ela respirou fundo, tentando recuperar a compostura.

— Desculpe por ter gritado, querida. Eu só fiquei preocupada.

Elena deu um sorriso tímido, e eu percebi que, apesar do susto, a pequena estava se sentindo segura novamente.

Era uma dinâmica tão familiar, tão humana, e, mesmo no meio do caos, era bonito de se ver.

— Está tudo bem, mamãe. Eu só fui ver o que o homem  glande tava fazendo. Ele tocou fwosen pra eu cantar!

Aquilo arrancou um sorriso involuntário de mim e de Ana ao mesmo tempo. O clima tenso começou a se dissipar, mas ainda havia algo que me preocupava.

O que aconteceria se houvesse um próximo incidente?

— Precisamos realmente conversar sobre as regras, Ana — sugeri, assim que as emoções começaram a se acalmar. — Não só sobre a piscina, mas sobre como podemos fazer para que ela se sinta segura e nós também.

Ana assentiu, ainda abraçando a filha.

— Ela não vai fazer mais isso. — Ela olhou para mim, e havia uma compreensão silenciosa entre nós, um entendimento de que estávamos no mesmo time, tentando proteger a pequena Elena.

No mesmo instante eu anotei mentalmente em procurar uma empresa para cercar a piscina. Eu sabia que crianças não tinham noção do perigo e, mesmo que Elena fosse uma criança esperta, o perigo estaria sempre ali.

Eu não sei o que eu faria se aquela menina caísse na piscina.

Vendo as duas ali, abraçadas eu soube que tudo estava mudando de uma forma que eu ainda não conseguia entender completamente, mas que eu não tinha mais como evitar.

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