- Preciso assinar mais alguma coisa?- Robert perguntou para Ana na manhã de sexta.
- Não.- ela disse pegando o último cheque em cima da mesa do escritório.
- Está tudo como você deseja,Ana?- ele perguntou olhando em seus olhos,se referindo a cerimônia de coroação e casamento.
A garota deu de ombros.
- Se estivesse do jeito Que Eu desejo não estaria acontecendo.- ela resmungou lhe dando as costas.
- Quer jantar comigo hoje?- ele perguntou mexendo uma caneta nos dedos involuntariamente.
- E eu não janto sempre?- ela perguntou segurando a porta.
- Eu quis dizer fora de casa.- ele pontuou olhando nos olhos castanhos dela.- Em um lugar que você goste.
Ana ponderou por alguns instantes.
- Pode ser.- ela fechou a porta.
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Eles não combinaram um horário, mas por volta das 20h Ana abriu A porta do quarto.
- O que você acha?- perguntou para Rebeca, querendo saber da sua roupa.
- Posso perguntar onde você vai?- a segurança quis saber.
- Jantar um lugar que eu gosto.- disse a garota.
Ela vestia um jeans Mon tradicional boca larga, cintura alta, um croped preto com decote em V e um Adidas branco nos pés.
O cabelo estava preso em um coque estrategicamente mal feito, ela tinha duas argolas nas orelhas e um relógio no pulso.
No rosto um batom vermelho vivo delineando seus lábios e uma make delicada no rosto.
Rebeca sorriu.
- Perfeita, como sempre.
Ana rolou os olhos.
- Você não tem que me bajular.- disse saindo do quarto e olhando para o corredor.
Ela demorou dois segundos para perceber que era Robert vindo pelo corredor.
Ele estava vestido de uma forma tão... casual. Sem o seu habitual terno. Usando um jeans escuro, tênis preto, camiseta branca e uma jaqueta de couro.
Ana parou a meio passo dele e mordeu seu lábio inferior.
Aquele cabelo, aqueles olhos, aquele queixo quadrado, aquela pose de Bad Boy...
Robert sorriu torto ao perceber o olhar analítico dela, era bom saber que ela também se sentia afetada por ele.
- Vamos?- ele perguntou estendendo a mão para ela.
Ana pensou em ignorar o gesto, mas se viu esticando sua própria não e entrelaçando seus dedos ao dele.
- Podem parar aí.
Os dois olharam para trás, Graça estava no corredor, um pouco antes de Rebeca, já vestia sua camisola e estava com os braços cruzados.
- Está tudo bem, vovó?- Robert perguntou enquanto Ana franzia o cenho.
- Está tudo ótimo.- a senhora disse apontando o celular para eles. Atrás dela Rebeca soltou uma risadinha disfarçada com um pigarro .- Eu só quero uma foto desse casal lindo.
Ana rolou os olhos, é claro que não era nada importante, ela pensou ao se encontrar mais em Robert.
- Pensei que você não fosse querer tirar a foto.- ele disse quando entraram no volvo. Tom estava ao volante e meio segundo depois Rebeca sentou ao seu lado no carona.
Claro que eles não iam sozinhos.
- Ela não ia parar de perturbar se não tirassemos.- a garota disse.- Tom?
O conselheiro olhou para ela pelo espelho.
- Sim?
- Você sabe onde fica o Pub La Bella Donna?
Tom olhou dela para Robert e depois assentiu.
Quando eles desceram do carro Ana ergueu uma sobrancelha ao ver Tom passar o braço pelos ombros de Rebeca.
- É só um disfarce.- a segurança se apressou a dizer.
- Confessa que você me quer, meu bem.- Tom sussurrou para ela,fazendo Ana rir com a vermelhidão que atingiu o rosto da sua amiga.
Robert observa a interação das duas todos os dias, os olhares furtivos e os risos quando estavam sozinhas. No fim das contas ele não sabia até que ponto isso era bom. Rebeca sendo leal a Ana podia lhe trazer problemas, mas ele não conseguiria tirar o sorriso que vinha aparecendo de vez em quando nos lábios da morena que agora entrava no Pub cheio olhando tudo ao redor com a mão entrelaçada na sua.
Ana arrastou Robert para uma mesa mais reservada e logo que sentou ao seu lado apertou o botão da campainha sobre a mesa.
- O que vamos beber?- ela perguntou se virando para ele.
Robert deu de ombros.
- O que você quiser.
Ana estreitou os olhos, hesitante.
- Eu quero cerveja e batata frita com queijo e bacon.- ela disse recebendo um sorriso amplo do mafioso.- O que foi? Eu ainda tenho paladar infantil, não suporto tomar o seu wiskey.
- Seu paladar não é infantil, crianças não bebem cerveja como se fossem um opala sem freio igual você.
Estava um clima descontraído entre os dois. Rebeca e Tom estavam sentados a duas mesas deles e olhavam tudo ao redor.
Aos poucos o lugar foi ficando intransitável, principalmente quando o Dj começou a tocar algumas músicas com ritmos brasileiros.
- Você sabe dançar?- Ana perguntou de repente, tomando o último gole da sua quinta cerveja.
- Um pouco.- ele disse ouvindo o sertanejo começar a tocar.
Ana levantou e estendeu a mão para ele.
- Então vem comigo.
Ela já estava alegre, graças às cervejas que tinha tomado, mas não estava bêbada.
N/a: leia ouvindo " Dejavu" na playlist oficial do spotify. Procuro por PANDORA|A perdição do mafioso
Robert segurou a mão dela e deixou ser arrastado para o meio da pista.
As luzes baixas, a nuvem de fumaça branca, a música alta, o empurra empurra das pessoas dançando contra eles e o azul dos olhos de Robert deixaram Ana desconcertada.
Ele colocou a mão na cintura dela, sentindo a pele exposta pelo croped curto e a puxou para ele. Ana segurou seu ombro e se viu perdida quando a música mudou e Robert começou a cantar em seu ouvido.
- Ana , deixa eu te falar uma coisa...
Você não precisa de nenhum livro de autoajuda, você só precisa de um cheiro meu na sua nuca... você não precisa de uma sessão de terapia, você só precisa de uma noite mal dormida.-ela tentou se desvenciliar dele, mas Robert manteve seu corpo firme no dela, movendo os pés de um lado para o outro, ele sentia Ana tensa em seus braços, mas não ia dar chance para o azar, não perderia a oportunidade, então o mafioso comtinuou conforme a música.- ... Sua vida vai ser isso aí, enquanto não admitir... Sou aquela saudade ruim que você quer sentir, sou a pessoa que odeia mais quer bem aí. Eu sou aquele nunca mais que cê quer repetir, Que eu sou a voz que te arrepia, mas não quer ouvir...
Era tortura.
Sim, não tinha outra definição para o que Robert estava fazendo com ela, vestido daquele jeito,dançando sertanejo e ainda cantando ao pé do ouvido. Era pra derrubar qualquer barreira.
E ele conseguiu.
Antes que voltasse a cantar de novo ela segurou o seu rosto com as duas mãos e o beijou.
O filho da mãe riu em seus lábios antes de invadir a boca dela com sua língua com sabor de wiskey.
Ela infiltrou as mãos em seu cabelo e mordeu a sua boca devagar, puxando seu lábio para ela e depois beijando de leve, para depois voltar a beija-lo com força, girando sua boca na dele.
Eles estavam dando um belo show,mas no meio daquele povo só tinha dois pares de olhos focados neles e um deles tinha um sorriso idiota no rosto.
- Representou.- Tom resmungou encostado no balcão, fazendo Rebeca rolar os olhos.
Tudo ao redor dos dois parecia ter sumido, Ana não conseguia ouvir nada além dos gemidos que Robert emitia ao apertar sua bunda com uma mão e com a outra segurar sua nuca com firmeza.
Mas a falta de ar se fez presente e a necessidade de respirar fez com que Ana percebesse o que estava acontecendo. Ela empurrou Robert e ofegou,virando de costas para ele.
- Ana...
Ela não ouviu mais nada, apenas mirou a porta atrás do balcão do bar e correu, dando em um beco com sacos de lixo espalhados pelos cantos.
Em busca de ar ela colocou as mãos nos joelhos, se curvando.
A porta foi aberta e Robert apareceu por ela.
- Ana, não...- o mafioso não conseguiu terminar de falar, uma dor aguda lhe tirou o ar que ainda tinha em seus pulmões.
Ana olhou de lado para ele,achando estranho a forma como ele arfou, até que viu a mancha vermelha se espalhar pela camisa branca.
- Ora, ora, ora... que interessante, peguei você, Don Pattinson.
Na ponta do beco tinha um homem de terno com uma arma apontada para Robert.
O mafioso caiu de joelhos, sem conseguir respirar direito olhou para Ana.
- Corre.- mandou colocando a mão na costela.
Era o que ela deveria fazer, mas não fez. Ana se abaixou, pegando Robert pelos ombros e tentando ajuda- lo a levantar, mas ele foi atingido mais uma vez, dessa vez ela quase pode ver a bala passando ao lado do seu rosto, atingindo ele um pouco acima do umbigo.
- Não!- ela gritou.
- Ela fala? - O homem Debochou.- Se eu fosse você deixava ele aqui, não pretendo parar até que esteja morto e a próxima será você.
Robert vacilou nos braços dela e na tentativa de segura-lo Ana passou a mão na arma que ele tinha na cintura.
Ela não hesitou ao puxar a pistola e apontar para o homem a sua frente, mantendo Robert apoiado em suas costas.
- Não... Ana..- ele tentou falar mas engasgou com seu próprio sangue, colocando um pouco para fora.
- Você vai atirar em mim, menina?- O homem perguntou se aproximando.- Sabe como usar uma arma.
Sem se importar com nada além de Robert ali, Ana engatilhou a bala e atirou contra o peito dele. Atingindo em cheio.
O homem arregalou os olhos e mirou contra ela, com Robert machucado ela não teria chance, mas Tom e Rebeca escolheram aquele momento para aparecer.
Enquanto Tom dava um jeito no assassino a sua frente Rebeca ajudou Ana a levar Robert desacordado para o carro.
- Onde vocês estavam?- perguntou a garota coberta de sangue.
- Foi uma emboscada, nos prenderam dentro do Pub e não nos deixaram sair.- disse a segurança no mesmo instante em que uma SUV preta cantava pneu na frente delas, Marcus abriu A porta e arregalou os olhos quando viu a situação de Robert.
- Caralho...- Grunhiu- Onde está o Tom?
- Foda-se o Tom- Ana gritou deitando Robert no banco.- Leva ele pro hospital agora.
Marcus acatou a ordem e mandou que Bobby dirigisse rápido.
No banco detrás Ana respirava pesado enquanto tentava estancar o sangue do abdômen dele com suas mãos.
- Não morre.- ela dizia baixo.- Você não fodeu a minha vida pra me deixar assim, NÃO. MORRE.
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