34. Presa Dentro de Si Mesma
Os pensamentos de Ana vagavam entre o imaginário e a realidade.
Novamente a sensação de estar presa dentro de si mesma lhe inundava.
Ela estava ali.
Mas não conseguia ser ouvida.
E isso era um saco.
Durante horas intermináveis ela ouvia as pessoas falarem dela,de Robert como se ela não estivesse ali.
Bom, o bipe incessante em seu ouvido, lhe dizia que talvez eles não acreditassem que ela estivesse.
- Da pra acreditar que Robert Pattinson está apaixonado por ela?- perguntou alguém ao seu lado direito da cama.
Ana quis abrir os olhos, mas o comando não foi obedecido.
Ela queria gritar que sim, dava para acreditar sim!
- Eu sempre achei que ele era apaixonado pela Kristen.- disse outra pessoa do seu lado esquerdo.
Bom, Ana também achava isso...
Mas ela não queria ouvir sobre as paixões de Robert. Ela queria saber sobre suas filhas. Por que ninguém falava sobre suas filhas?
Onde elas estavam? Estavam bem?
Ana se lembrava que Maria Flor teve um problema cardiológico e Maria Luz algum problema respiratório, com o que alguém não lhe contava nada?
Um tempo, que pareceu ser muito longo, depois Ana sentiu um calor familiar em sua mão esquerda. Era um toque macio, quente... Acolhedor.
Logo em seguida lábios finos tocaram sua face e um perfume familiar atingiu seus sentidos.
Ela quis sorrir.
Robert.
Ele estava ali.
- Ela pode me ouvir?- ele perguntou para alguém, a voz embargada.
- Sim, estudos comprovam que pacientes em coma são capazes de ouvir o que acontece ao seu redor.- era a voz da Dra. Gabriela.- Vou deixar a vontade.
O barulho de uma porta abrindo e então o silêncio tomou conta do ambiente.
- Meu amor...- Robert fungou.- Eu te amo tanto, minha linda. .. Volta para mim... eu não consigo sozinho.
Ana desejou poder abraça -lo. Desejou poder dizer a ele que sim, ele conseguia. E que jamais estaria sozinho de fato.
Mas ela estava presa.
Então apenas esperou.
- Nossas meninas são tão lindas.- ele disse e parecia sorrir admirado. Ana sorriu, ou pelo menos achou que sorriu.- Se parecem com você e elas tem o meu nariz e o formato dos seus olhos. Elas também tem um queixo e os lábios muito parecidos com os meus ... – ele fez uma pausa tão demorada que no seu consciente Ana franziu o cenho.- Elas são minhas, Ana. De corpo, alma e coração. Nada mais importa para mim além do amor que sinto por vocês.
Ana não ficou surpresa.
Robert era um ser humano lindo e por mais que ela tivesse sentido medo de estar atrapalhando sua vida, assim como Michael falou, agora esse medo tinha se transformou em fé.
Ela precisava ter fé de que ele não deixaria suas meninas sozinhas, caso algo acontecesse com ela ou ela ficasse presa dentro de si mesma para sempre.
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