2. Cinco Amigas Irmãs
- Eu vou matar aquele filho da puta.- foi o que Rebeca disse ao entrar no apartamento de Ana escoltada por Maya, Luna e Lara.
- Ele não está mais aqui.- Ana fechou a porta desanimada.
- Levou sorte, desgraçado.
- Como você está, amiga?- Lara perguntou analisando a expressão de desânimo.
- Ela tá ótima, não está vendo, Lara?- Luna rolou os olhos, puxando Ana para um abraço enquanto Maya largava todas as sacolas em cima da mesa de centro da sala.- Vem cá, Ana. Vamos ficar com você.
Rebeca, Lara , Luna, Maya e Ana era amigas desde que a última se mudou para Los Angeles a sete anos atrás e conseguiu publicar seus livros na editora onde as outras trabalhavam. Elas eram inseparáveis.
Para Ana era como se elas fossem irmãs, já que ela era filha única e seus pais já tinham falecido a quatro anos no Brasil.
- Como vai o bebê da dinda?- Maya perguntou quando todas finalmente sentaram no sofá.
- Bebê de quem?- Luna perguntou rolando os olhos de novo.
- Quem disse que você será madrinha, garota?- Rebeca abriu um saco de salgadinho.
- Eu estou dizendo. Então, como está o bebê da dinda?
Ana deu de ombros.
- Acho que bem. Não tive nenhum sangramento, nenhuma cólica. Tudo está perfeito.
- Se tudo esta perfeito então por que essa cara?- Rebeca franziu o cenho ao perguntar.
- Não é óbvio?- de novo Luna rolou os olhos.
- Não. Não é. E sabe por que não é? Por que ela não tem motivo nenhum para estar triste. O filho que ela tanto queria está crescendo saudável, o viciado do ex namorado se mandou sem deixar rastro e o seu maior sucesso literário vai ser adaptado para o cinema. Apenas vejo motivos para sorrir.
Sim. No ponto de vista de Rebeca tudo estava perfeito. Mas elas sabiam que para Ana sempre tinha um algo a mais.
- Você está certa, Rebeca.- Ana enfiou a mão no saco de salgado.
- Hey,você pode comer isso?
- Eu posso comer o que eu quiser.
- Não pode não. Isso é puro sódio.- disse Luna enfiando a mão no saco.
- Então por que você está comendo rata de academia?
- Eu posso, eu não estou grávida.
- Por sorte e não por juízo.- Maya resmungou com o controle da tv nas mãos.
Sim, se tinha uma coisa que Luna gostava de fazer era de conhecer gente nova e transar com elas.
- O que você resmungo aí?
- Olha está passando Crepúsculo – Lara praticamente gritou,assustando a todas.- Ah,vamos assistir?
- É sério, Lara? – Ana riu.- Você não tem mais idade pra estar surtando por causa do vampirinho que brilha.
Lara se esparramou no sofá.
- E lá se tem idade pra ser apaixonada por esse homem?- perguntou quando Robert PATTINSON apareceu na tela,na famosa cena do refeitório.- Olha só, como é lindo!
As cinco soltaram um suspiro. Sim, ele era perfeito. Por mais que já estivesse com quase quarenta anos Robert continuava maravilhoso.
- Semana passada eu vi ele em um café no centro.- disse Maya como se comentasse o tempo.
- E você não tirou foto?- Ana se virou completamente para ela.- Ele estava com alguém?
- Estava com a Suki. – disse fazendo uma careta.
- De novo?
- Ele não cansa, não é?- Lara mordeu um chocolate.
Não.
A vantagem de morar em Los Angeles era vez ou outra dar de cara com algum famoso na rua, ou numa lanchonete. E Robert Pattinson era um deles, suas aparições eram raras, mas vez ou outro ele dava o ar da sua graça.
A pista de ping pong onde ele jogava com seus amigos era praticamente do lado do condomínio onde Ana morava.
- Eu acho a Suki muito tóxica.- Maya continuou.- Ela só quer saber da fama dele pra subir na vida.
- Não entendo como ele não pode ver isso.
- Ele é carente.- pontuou Luna. – Dependente emocional.
- Ele é um idiota.
- Não fale assim.- Ana pediu franzindo o cenho.- Ele tem traumas, não consegue ficar sozinho. Vai ver que na cabeça dele só ela vai ficar com ele sem surtar com o tanto que a mídia mostra e inventa da vida dele.
E se tinha uma coisa que Ana entendia era sobre dependência emocional.
Ela mesma, suportava o vício de Diego apenas por que sabão que ninguém mais ia amar alguém como ela.
Gorda, negra... De cabelo ruim... Era um milagre que alguém ainda comprasse seus livros, talvez por que ela era muito boa com as palavras...
- Eu ainda acho que um daqueles amigos dele poderia dar um choque de realidade nele.- disse Rebeca jogando seu cabelo ondulado para o lado.- Aquela garota é uma oportunista.
- Falando de oportunista você deu queixa pelo roubo?- Luna olhou para Ana.
A mesma soltou um suspiro pesado.
- Não. E não vou.
- Ana!
- Se é isso que ele precisa pra sumir da minha vida então ele que fiquei com o dinheiro.- disse chateada.
- Quanto mesmo ele tirou do cofre?- Lara perguntou
- 10 mil.
Quatro pares de olhos arregalados foram diretos para Ana.
- E a troco do que você tem 10 mil em dinheiro dentro de casa, Ana? Não ouviu falar em conta corrente?
A morena deu de ombros.
- Eu tinha tirado o valor para pagar os pedreiros que vão fazer a reforma para o quarto do bebê.- Ana se defendeu.- Estava tudo planejado,sabe... Ai, eu não quero mais falar disso. Chega. Agora só quero encontrar uma casa boa para ter o meu filho. Quero esquecer que Diego existe.
- Isso mesmo.- Maya sorriu para a amiga.- Homem mesmo é o Edward Cullen, ele jamais faria uma sujeira da dessas.
- É mesmo.- concordou Luna.- É um homem desse que você precisa, Ana.
- Bom, o cara que fez ele mora a oito quarteirões daqui.- Rebeca brincou.
Ana riu debochada.
- Como se o Robert PATTINSON fosse olhar para mim.
- E por que não olharia?- Lara quis saber.
- Olha para mim, sou gorda, negra, meu cabelo é horrível...
- Aí, pode parar com isso.- Luna voltou a rolar os olhos.- Você é linda, Ana.
- É sim.- Rebeca pontuou.- E qualquer pessoa que diga o contrário é um idiota.
Isso era o que elas diziam. Mas Ana sabia que era feia, que as pessoas lhe olhavam torto por onde passava por causa do seu cabelo Black e seu sobrepeso. Em nenhum lugar do mundo um homem como Robert Pattinson olharia para ela. E como dizia Diego, homem nenhum se apaixonaria por ela.
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