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17. O que tinham ali?

Robert acordou com a cabeça explodindo mas deu graças a Deus quando percebeu que Suki tinha ido embora antes de acorda-lo.

Ele não queria que ela confundisse as cosias, tinha agido movido pela raiva e a beijado mas não era ela quem sua boca queria.

O ator tomou um banho rápido , passando os olhos ligeiro pelo celular e ignorando todas mensagens que Michael tinha lhe mandado com a pergunta: “ Voltou com a Suki?”

Quando chegou na cozinha encontrou Rosana já preparando o almoço.

- Bom dia.- disse a senhora olhando para ele sobre o ombro.

- Bom dia, Rô.- ele sentou na bancada.- Será que tem um remédio para mim? Minha cabeça vai estourar.

Ela foi até o armário sob medida e abriu uma porta,pegando um kit de primeiros socorros, abrindo e entregando a aspirina para ele com um copo de água.

- Você não vai me falar nada?- Robert olhou para ela. Rosana fez que não,voltando sua atenção para as panelas.- Você viu a Suki sair?

- Fingi que não vi... Você e ela...

- Não existe ela e eu, Rô.

- É mesmo? E ela sabe disso?

- Se não sabe vai descobrir sozinha.- resmungou emburrado escondendo o rosto nos braços dobrados sobre a bancada.- Eu não sei o que está havendo comigo, Rô.

- Você sabe,Robert.- disse a mulher largando a colher de pau, apagando o fogo e sentando na frente dele como na noite anterior.- Só não quer admitir para si mesmo.

- Eu não estou apaixonado pela Ana.- disse baixo porque se aumentasse a voz seus tímpanos explodiriam.

Rosana sorriu delicada.

- Então este é o nome dela...

- Eu não estou apaixonado por ela.- repetiu como um mantra.

- Tem certeza?

- Tenho. É só sexo.

- Igual com a Suki?

A pergunta de Rosana pegou ele de surpresa. Não, não era como com Suki... Era melhor... Mais intenso... Mais palpável... Mas não era amor ou paixão.

Não poderia ser ...
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Como se para provar para si mesmo que não existia sentimento nenhum por Ana,Robert foi até a boate naquele fim de semana e aproveitou a noite ao lado de duas garotas ao mesmo tempo.

Ana estava ao pé da escada como sempre quando ele subiu logo atrás das garotas e mesmo que a morena não estivesse lhe olhando ele sabia que ela estava lhe vendo.

Foram duas garotas que não fizeram nele nem metade do que Ana fazia.

Ele voltou para o salão meia hora depois e bebeu uma dose atrás da outra até que Ana apareceu descendo a escada com outra roupa e com o cabelo molhado.

Tinha sido bom,ele pensou, lavou até o cabelo.

Diferente de sempre ao invés da escada ela escolheu uma mesa perto dele para sentar,cruzando as pernas e exibindo suas coxas naquele shorts preto indecente.

Ele não ia falar com ela.

Mas ao perceber que um homem negro,duas vezes o tamanho dele, se aproximava a passos largos, Robert pulou para a mesa dela e a abraçou pela cintura,fazendo Ana deslizar pelo banco continuo e sentar no seu colo. O homem estreitou os olhos para o ator e voltou para onde estava.

- Aí.- ela resmungou quando seu joelho bateu no tampo da mesa.

- Desculpa.- Robert murmurou meio zonzo.

- Bêbado de novo.- Ana observou.- Vai virar um alcoólatra?

- O álcool é o companheiro fiel de um homem perturbado.- disse.

- Um bêbado filósofo.- ela debochou sentando direito nas pernas dele.- Que lindo.

- Foi bom?- perguntou escondendo o rosto no pescoço dela,aspirando seu perfume.

- O que?- Ana puxou o boné que Robert usava e afagou seu cabelo desgrenhado.

- A noite com Chris Pratt.

- Foi maravilhosa.- ela riu quando ator ergueu os olhos para ela.- Não me olhe assim, ele é um guardião da galáxia.

- Grande coisa.- resmungou voltando a esconder o rosto.- Você gozou?

- Você sabe que não.- disse passando as unhas no couro dele. De soslaio ela viu Rebeca e Tara olharem para os dois do bar. Rebeca sorriu cúmplice , mas Tara estava com cara de poucos amigos.- Robert... Eu preciso trabalhar... Tara já está me olhando de cara feia.

- Vamos para o seu quarto.- ele disse sem se mexer.- Quero ficar com você a noite toda.

- Você está bêbado, por que não vai para casa?

- Está me dispensando? Pensei que não gostasse de ficar com vários homens.

- Eu não gosto.

- Então por que não quer ficar comigo a noite toda?

- Olha só,você é muito chato quando bebe tá. Vem logo.

Robert ainda passou no bar entregando seu cartão para Tara.

- Você já sabe o que fazer.- disse o ator vendo o salão girar ao seu redor.

A Bargirl não disse uma palavra ao debitar o valor do sua conta e devolver o mesmo para ele.

Ana estava sentada na cômoda quando Robert entrou no quarto e trancou a porta. O ator não falou nada ao tirar a camisa e a calça jeans,ficando apenas de cueca e deitando de bruços na cama dela.

Sem saber o que fazer Ana pegou seu livro e foi sentar ao lado dele,com as costas na cabeceira.

Robert parecia uma criança que não sabia o que fazer para chamar atenção. Suspirou alto, virou de um lado para o outro, esticou um bico lindo e quando se deu por vencido se sentou na cama logo se enfiando no meio das pernas dela.

- Você não está nem aí para mim.- resmungou quando Ana gargalhou alto.- Está debochando do meu sofrimento.

- E por que você está sofrendo?- ela perguntou abandonando o livro e acariciando o cabelo dele.- Não conseguiu gozar com a sua ex modelo que finge ser cantora?

Robert rolou os olhos, levantando a camiseta dela, colando a bochecha em seu umbigo e preferiu não responder.

Os dois ficaram em silêncio por tanto tempo  que Ana pensou que ele tinha dormido, mas Robert arrastou a língua pela barriga dela e ergueu os olhos.

Ele estava bêbado, muito bêbado. Tão bêbado que seus olhos azuis estavam pequenos.

- Eu posso te perguntar uma coisa?

- Pode.

- Como você ficou machucada daquele jeito?

Ana desejou que ele não tivesse perguntado.

- Foi um cliente.- ela disse querendo encerrar o assunto, encarando a parede a sua frente.

- E o que ele fez?

- Ele fez o que pagou para fazer.

Robert se afastou e se apoiou nos cotovelos, parecendo bem acordado.

- Você falou para ele suas condições?

- Falei.- uma bola se formou na garganta dela e sua visão ficou turva.

- E ele te respeitou, não é?- Ana não respondeu, algumas lágrimas rolando pelo seu rosto. – Você gritou?

- Ele me amordaçou.- disse fechando os olhos.

Robert se levantou da cama, furioso. Tinha as mãos fechadas em punho e os nervos dos braços tensionados.

- Ele... Quem... Meu Deus, Ana Carla!

- Será que você pode não falar disso?- perguntou abraçando os joelhos e escondendo seu rosto ali.

Robert ficou olhando ela sacudir o corpo enquanto chorava sem saber o que fazer. Ele estava meio tonto por conta de todas aa doses de whisky que tinha bebido e agora estava irritado com a certeza de que Ana tinha sido estuprada, forçada a fazer algo que não queria...

- Hey... Ana...- chamou sentando na frente dela. Tocando seu braço.- Não chora, por favor.

Se tinha algo que deixava Robert nervoso era ver uma mulher chorando, um sentimento de impotência tomava conta dele ao ponto de fazê-lo tremer.

Em uma atitude impensada Robert se colocou de pé novamente e pegou Ana no colo, passando o braço por baixo dos joelhos dela e apoiando a outra mão em suas costas.

O ator a trouxe para seu peito e voltou a se sentar, ninando a morena como um bebê até que ela se acalmasse e apenas suspeitasse nos seus braços.

- Me desculpa, eu nunca mais vou tocar nesse assunto.- disse baixo depositando um beijo em cima de seu ouvido.

- Eu odeio a minha vida, Robert.- soluçou alto.- Odeio esse lugar, odeio ter que dar o que deveria ser só meu. Eu não suporto mais isso!

- Hey... Calma... Eu vou te ajudar... Vou dar um jeito nisso...

Ela estava frágil, mas seu coração batia disparado dentro do peito. No mesmo ritmo que o coração dele. Os dois ficaram em silêncio pelo resto da noite,apenas tentando entender o que tinham ali.

Ao mesmo tempo que Robert pensava em como poderia ajudar Ana ele  dizia para si mesmo que não poderia ter algo com alguém como ela e Ana dizia para si mesma que não podia sentir algo por alguém como ele.

Mas nenhum dos dois sabia que almas gêmeas estão destinadas a ficarem juntas.

Sempre.


_ade_rodrigues
ElisaMesquita0
umalufanazinha

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