4. Labios Vermelhos
POV ROBERT PATTINSON
Para o mundo, eu era homem perfeito.
Empresário renomado, filantropo dedicado, ex-ator de sucesso.
A mídia não se cansava de repetir essa história: o garoto de ouro de Hollywood que agora usava sua fortuna e influência para ajudar os necessitados.
Eles compravam essa imagem sem questionar, porque era o que querem ver.
E, enquanto aplaudeiam minhas iniciativas beneficentes e glorificavam minha "boa índole", eu controlava tudo do jeito que me era melhor.
A verdade é que era muito mais do que aquilo. Havia duas versões de mim: a que eles conheciam e a que eu realmente era . A primeira era a versão pública, polida, com um sorriso fácil para as câmeras, o homem que apoiava causas nobres e doava milhões para instituições de caridade.
Eles me chamavam de “exemplo a ser seguido”, "figura pública exemplar”.
E quem eu era para contrariar?
Deixava que acreditassem.
Mas a outra versão, a real, era invisível aos olhos de todos.
Um homem que comandava o submundo da cidade, que operava nas sombras.
Eu era o cérebro por trás da maior rede de tráfico de armas, drogas e muito mais.
Nunca diretamente, é claro.
Sempre havia alguém entre mim e a sujeira, alguém para tomar o tombo se as coisas dessem errado.
Ninguém nunca via minhas mãos sujas.
E era assim que tinha que ser.
Eu estava na produtora, lidando com o próximo filme. Um projeto grande, algo para manter minha fachada intacta.
Era assim que funcionava.
Enquanto passava as páginas do roteiro, Bobby entrou na minha sala com alguns papéis em mãos.
Ele era meu braço direito, o único que sabia das duas faces da moeda.
— O filme está andando bem. Já estamos com os contratos fechados com os diretores. — Ele falou enquanto largava os papéis na mesa. — E sobre o evento beneficente, está tudo organizado. A imprensa já começou a divulgar, vai ser um grande sucesso.
Dei um leve aceno de aprovação.
O evento beneficente.
Mais uma fachada brilhante.
Todos os anos eu organizava um leilão, arrecadando milhões para alguma causa "nobre".
As pessoas adoravam isso.
Para elas, era apenas mais uma prova da minha "generosidade".
O que ninguém percebia era que, enquanto eu estava sorrindo para as câmeras e agradecendo pelas doações, meus negócios de verdade estavam acontecendo.
Terminei o trabalho na produtora, indo para o galpão.
Aquele era o lugar onde a mágica realmente acontecia .
Era o centro do meu império.
As armas, as drogas, tudo passava por ali antes de chegar às ruas.
E Bobby, meu subchefe no crime, organizava cada detalhe.
— O navio chega antes do evento, certo? — perguntei, examinando o local com um olhar calculista.
— Sim, dois dias antes. O carregamento de armas vai estar no porto no tempo exato. Durante o evento, todos os olhares vão estar em você, na imprensa e na caridade. Ninguém vai prestar atenção no que realmente importa — respondeu Bobby com a mesma confiança de sempre.
Ele sabia o jogo tanto quanto eu.
O evento de caridade ia desviar qualquer suspeita, e as armas iam inundar as ruas sem que ninguém percebesse.
O plano era perfeito, como sempre.
Era assim que eu operava.
Uma vida dupla, controlando cada movimento, sem que ninguém suspeitasse.
Enquanto eles aplaudiam minha "bondade", eu movia as peças no tabuleiro da verdadeira partida.
O que o público via é apenas a superfície, um espelho brilhante que refletia o que eles queriam acreditar.
Mas o verdadeiro Robert Pattinson?
Esse, eles nunca iam conhecer.
Afinal, o poder não estava apenas em fazer as coisas.
Estava em controlar o que os outros viam.
.
.
Cheguei em casa, cansado e sobrecarregado pelos eventos do dia.
Cada reunião, cada detalhe do evento beneficente e o planejamento do carregamento de armas pesavam sobre mim.
A pressão de manter a fachada pública enquanto coordenava minhas operações no submundo era constante e esmagadora.
Às vezes, tudo o que eu precisava era de uma pausa, uma forma de aliviar o estresse sem comprometer a minha segurança.
Sabia que levar mulheres para minha casa não era uma opção.
O risco de exposição e a necessidade de manter minha vida pessoal e profissional separadas eram cruciais.
Então, decidi marcar um encontro com Safira e Luiza em um lugar neutro.
Nem sempre eu precisava pagar por sexo, mas estava sem tempo pra toda aquela burocracia de ter que "sair para arrumar alguém" e ainda correr o risco de ser uma mulher que achava que seria pedida em casamento pela manhã.
Preferi o apartamento da esquina, aquele lugar discreto que eu usava para esses momentos. Era a opção perfeita para manter as coisas fora do radar.
Puxei o telefone e liguei para elas, tentando manter minha voz o mais relaxada possível.
— Safira, é Robert — comecei, o tom de minha voz carregando um ligeiro cansaço. — Preciso que nos encontremos hoje à noite no apartamento da esquina, como de costume.
— Claro, Robert — respondeu Safira, com aquela voz que sempre soava atenta e compreensiva. — Às 10, então?
— Exatamente. Até lá.
Desconectei a chamada e me preparei para sair. Coloquei uma roupa casual, o tipo de vestuário que não levantaria suspeitas e que estava mais alinhado com um encontro informal. A última coisa que eu queria era levantar qualquer tipo de alarde.
Quando cheguei ao apartamento, encontrei Safira e Luiza já aguardando. O lugar estava exatamente como eu esperava: um refúgio, não acolhedor , mas longe da formalidade e da tensão do meu cotidiano.
— Boa noite, Robert — disse Safira, aproximando-se com aquele sorriso que tinha um toque de sedução e profissionalismo. — O que podemos fazer para ajudá-lo hoje?
— Boa noite, Safira, Luiza — respondi, tirando meu casaco e deixando-o sobre uma cadeira. — Meu dia foi um desastre. Preciso de um lugar para relaxar...
Luiza, com seu olhar afiado e um sorriso discreto, deu um passo à frente.
— Vamos cuidar de você. É para isso que estamos aqui.
Enquanto elas se preparavam para me ajudar a aliviar o estresse, eu sabia que esse encontro era exatamente o que eu precisava.
A sensação de relaxamento que viria me permitiria escapar brevemente das pressões que enfrentava e deixasse que as duas bonitinhas me fizessem gozar o resto da noite.
Era bom saber que, mesmo com todas as minhas responsabilidades e os cuidados necessários para manter minha vida em segredo, eu ainda podia contar com Safira e Luiza para me proporcionar um breve alívio.
— Não precisamos discutir mais nada — disse, aliviado por estar finalmente em um ambiente onde as preocupações do dia podiam ser deixadas para trás. — Apenas façam o que vocês já sabem.
Enquanto a noite se desenrolava e a tensão começava a desaparecer, percebi como esses momentos eram essenciais para manter minha sanidade e o controle.
Mesmo que no final de tudo eu ainda não estivesse satisfeito.
Não que elas não fossem boas, mas sempre acabavam mais cansadas do que eu.
Bobby dizia que era falta de conexão, como se eu tivesse tempo pra aquela merda sentimental.
Mas no fim era bom, com Safira e Luiza, eu podia relaxar e esquecer, mesmo que por um curto período, o peso das minhas responsabilidades.
.
Os dias que antecederam o leilão beneficente foram um frenesi de organização e detalhes meticulosos. Eu estava imerso em cada aspecto do evento, desde a decoração da mansão até os arranjos finais para garantir que tudo fosse impecável. A noite prometia ser um sucesso absoluto, com a mansão brilhando sob as luzes e a presença de figuras importantes da cidade.
Tudo perfeito para chamar mais atenção do que meu navio chegando carregado de armas e drogas no Porto da cidade.
Cheguei ao evento com a minha usual confiança, saindo do carro esportivo e mergulhando no redemoinho de flashes e câmeras.
A cena estava exatamente como eu havia imaginado: perfeita e impressionante.
Cumprimentei o prefeito e o governador, que estavam ao meu lado, e logo a conversa se voltou para as bajulaçoes de sempre.
Eles sabiam que precisavam mais de mim do que eu deles.
— Robert, realmente você conseguiu fazer algo notável com este evento — elogiou o prefeito, apertando minha mão com entusiasmo.
— Sem dúvida, é um grande passo para a cidade — confirmou o governador, com um sorriso sincero. — Sua contribuição é imensurável.
Enquanto conversávamos sobre os impactos positivos do evento, algo – ou melhor, alguém – chamou minha atenção.
Uma mulher entrou na mansão com um impacto que não podia ser ignorado.
Ela estava deslumbrante em um vestido preto de veludo, que marcava seu corpo atlético com uma perfeição quase artística.
O decote profundo acentuava seus seios de forma provocante, e sua pele negra parecia brilhar sob as luzes da mansão, quase como uma segunda fonte de iluminação.
Mas o que realmente capturou minha atenção foram seus lábios vermelhos vivos, que contrastavam com o tom escuro de sua pele de uma forma hipnotizante.
— Quem é ela? — perguntei a Bobby, meu olhar fixo na mulher enquanto ela passava por nós.
A conversa com o prefeito e o governador parecia ter diminuído em importância.
Bobby olhou para a lista de convidados, seu olhar distraído enquanto ele procurava a resposta.
— Ana Carla Hold. Ela é uma artista plástica que se mudou recentemente para a cidade.
— E o que ela está fazendo aqui? — continuei, a curiosidade se tornando quase palpável.
Ana Carla Hold estava entrando na mansão com uma confiança que parecia desafiar as expectativas.
Ela caminhava ignorando completamente a multidão e os olhares que se voltavam para ela.
Havia uma aura de segurança e desdém em sua postura que era difícil de ignorar.
— Comprar alguma coisa, como todos — Bobby respondeu, ainda focado na lista. — Não tenho certeza.
O fato de Ana Carla Hold passar por mim sem sequer me dirigir um olhar, como se eu fosse apenas uma peça do cenário, despertou uma intriga em mim.
Normalmente, eu controlava a atenção e o respeito dos outros com facilidade, mas a maneira como ela me ignorou completamente era, ao mesmo tempo, desafiadora e fascinante.
Ela não parecia se importar com a importância que eu tinha, e isso a tornava... intrigante.
Observei-a enquanto ela se movia pela sala, cada passo seu estava carregado de uma autoconfiança que era quase provocativa.
Sua presença dominava o ambiente, apesar de sua postura indiferente.
Fui chamado para o palco para iniciar o discurso de abertura do leilão, e ali estava eu, no centro das atenções, agradecendo a todos por sua presença e generosidade. Minha voz ecoava pela sala enquanto eu falava sobre a importância do evento e o impacto positivo que ele teria na comunidade. Mas, honestamente, minha mente estava em outro lugar, focada na mulher que estava se destacando na plateia.
Ela estava sentada no bar, despretensiosa e confiante, com um drink de uva na mão.
Apesar da formalidade do evento, ela parecia não se importar muito com a pompa ao seu redor.
Seus olhos não encontraram os meus, e essa atitude indiferente só aumentava minha curiosidade.
Quando o discurso terminou e eu deixei o palco, não pude resistir a ir até ela. Caminhei pelo salão, tentando não parecer apressado, e me aproximei do bar onde ela estava. Minha presença parecia fazer com que ela finalmente olhasse na minha direção.
— Boa noite, Ana — falei, usando um tom que sugeria que éramos mais próximos do que realmente éramos.
Ela me olhou de lado, com um cenho franzido que parecia me avaliar. Sua resposta foi cortante e direta.
— Srta. Hold para você — disse, voltando sua atenção para o copo que segurava.
Não pude evitar um sorriso ao ouvir o "Srta."
Ela estava claramente estabelecendo uma distância, mas isso só fazia com que eu a achasse ainda mais intrigante.
Esse "Senhorita" insinuava que ela era solteira, um detalhe que eu deveria guardar para mim.
Mas, honestamente, não importava se ela era casada, solteira ou qualquer outra coisa.
Eu estava decidido a fazê-la minha, independentemente de qualquer circunstância.
Decidi isso no instante em que ela me ignorou, na entrada do meu evento, na minha própria mansão.
— Certo, Srta. Hold — respondi, com um tom que misturava um pouco de ironia com sedução. — Não esperava que alguém com um talento para criar algo tão especial quanto um vaso também fosse tão difícil de se aproximar.
Ela levantou um olhar desafiador, mas sua expressão continuava inabalável.
— Está debochando de alguém que doou um item exclusivo para o seu evento?- perguntou me encarando.
- Jamais.- Pontuei sinalizando para o garçom me trazer um uísque.- Apenas achei curioso, não era algo que eu esperava para essa noite.
Ela assentiu, parecendo baixar um pouco a guarda.
- O que esperava para essa noite, Sr. Pattinson?- perguntou tomando seu drink.
— Apenas as surpresas que a noite reserva — respondi, inclinando-me um pouco para mais perto dela.
Ela riu levemente, um som que parecia tanto divertido quanto provocador.
— Então, Ana — continuei, —, parece que você não é muito fã de holofotes.
Ela virou o rosto para mim, com uma expressão neutra que parecia dizer “não me impressiona”.
— Prefiro manter um perfil mais baixo — respondeu ela, sem demonstrar muita emoção.
Meus olhos correram pelo seu rosto, admirando os lábios vermelhos que pareciam brilhar sob as luzes do bar.
Essa mulher definitivamente sabia como se destacar, mesmo que quisesse passar despercebida.
— Não é todo dia que um artista plástico de renome se apresenta em um evento como este — continuei, tentando ser mais envolvente. — E um vaso é uma obra intrigante, mas eu tenho certeza de que você tem mais a oferecer.
Ela deu um pequeno sorriso, mas não era exatamente caloroso. Seu olhar estava fixo em seu copo, quase como se não se importasse com a conversa.
— Na verdade, além do vaso, também tenho alguns quadros — disse ela, levantando um pouco a voz como se estivesse oferecendo um menu. — Se você estiver interessado.
— Quadros, você diz? — minha voz se encheu de interesse genuíno. — Agora você me deixou curioso. Adoraria ver mais do seu trabalho.
Ela continuou a olhar para o copo, como se pensasse em algo distante.
— Se você quiser, posso te mostrar mais tarde. Não estou aqui para exibir meu trabalho, só para fazer minha parte no leilão — respondeu, seu tom mantendo uma distância respeitosa.
Senti que estava em uma batalha para abrir um espaço em sua reserva. Decidi intensificar minha abordagem.
— Entendo. No entanto, a noite é uma criança e você está aqui para aproveitar. Como eu, você também deve saber como aproveitar o que a vida oferece — disse, inclinando-me um pouco mais perto. — Eu poderia mostrar a você um pouco da cidade, se estiver interessada.
Ela finalmente levantou o olhar, com uma sobrancelha erguida, e eu percebi um brilho de diversão em seus olhos.
— Não estou aqui para explorar a cidade, Sr. Pattinson. Apenas para cumprir com o que prometi — disse, com um leve tom de desafio. — E, por favor, não me chame de Ana, não somos íntimos.
A resposta dela foi clara: ela não estava disposta a ser seduzida facilmente.
Mas essa resistência só fez com que eu me sentisse ainda mais determinado.
Uma mulher que não se deixa levar facilmente é, sem dúvida, um desafio que eu estava pronto para enfrentar.
Seria uma boa distração para os meus dias entre minhas duas personalidades.
— Bem, parece que a noite vai ser mais interessante do que eu pensei — disse com um sorriso. — Vou me lembrar de que há algo a mais por trás do vaso e dos quadros. Até mais tarde, Srta. Hold.
Ela não respondeu imediatamente, apenas acenou com um gesto quase imperceptível.
Enquanto me afastava, não pude deixar de ver Bobby erguer uma sobrancelha para mim.
Provavelmente curioso com o fato dela não ter se jogado em meus braços como sempre acontecia.
- Está perdendo a mão?- debochou quando parei ao seu lado.
Eu ri,tomando meu uísque.
- As que vem fácil não tem graça.- falei vendo a movimentação das pessoas começando a sentar em seus lugares para o início do leilão.- Tudo certo?- perguntei olhando para ele, me referindo ao outro acontecimento da noite, muito mais importante para mim do que estar rodeado de bajuladores.
Bobby assentiu.
- Quase tudo em casa.- disse, querendo dizer que quase todo carregamento já estava descarregado.
- Ótimo.- eu disse olhando para Ana Carla ainda sentada no bar, ela agora tinha se virado de frente e tinha uma plaquinha com seu número de compra nas mãos.
Mulher intrigante e gostosa.
A certeza de que havia mais por trás daquela fachada apenas aumentou meu desejo de descobrir o que realmente se escondia sob a superfície.
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