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13. Confia Em Mim

POV Ana Carla


Acordei com o braço de Robert jogado sobre minha cintura, pesado e quente, seu corpo relaxado contra o meu.

Ele parecia... diferente dormindo.

Não o Robert intenso, controlador e dominador que conhecia.

Seu rosto estava sereno, o peito subindo e descendo devagar, sem pressa.

Por um momento, me permiti apenas observar.

Era raro ver alguém como ele assim, vulnerável, completamente à mercê do sono.

Parecia quase humano, algo que eu não estava acostumada a associar com ele.

Mas não podia me deixar levar por isso.

Com cuidado, movi seu braço de cima de mim e saí da cama, pegando o celular ao lado.

Andei em direção à cozinha, colocando meu baby doll antes,  precisando de um pouco de distância, de espaço para processar tudo o que tinha acontecido.

Enquanto preparava o café, liguei para Lara.

— E aí? — Ela atendeu quase imediatamente, como se já estivesse esperando por isso.

— Ele mordeu a isca. — Minha voz saiu calma, mas por dentro, eu ainda estava lidando com a adrenalina da noite anterior. — Apareceu aqui desesperado,dizendo que não conseguia me tirar da cabeça.

— Mentira! — A surpresa na voz dela era quase cômica. — E foi babado?

Soltei uma risada curta.

Lara sempre sabia como quebrar a tensão, mesmo nas situações mais extremas.

— Não é isso que importa. — Respondi, mexendo o café. — O importante é que ele caiu. Tá completamente dentro do jogo.

Lara riu do outro lado da linha.

— Mas ele já foi embora? — ela perguntou, com aquela curiosidade afiada que só ela tinha.

— Não, ainda está dormindo. — Minha voz soou casual, mas a verdade era que o fato de Robert estar dormindo ali, tão relaxado, me incomodava de um jeito que eu não sabia explicar.

Lara soltou uma gargalhada alta.

— O famoso chá de buceta, hein?

Eu estava prestes a responder quando ouvi um barulho vindo do corredor.

Instantaneamente, fiquei alerta, mas relaxei assim que vi Robert aparecer na curva da cozinha.

Ele estava só de cueca, o rosto amassado de sono e o cabelo todo bagunçado.

Meu olhar foi automaticamente para o peito dele, onde as marcas das minhas unhas ainda eram visíveis, além de alguns chupões que eu tinha deixado na noite anterior.

Senti o calor subindo pelo meu rosto e me peguei envergonhada por um segundo, algo raro para mim.

Robert sorriu ao perceber minha reação, aquele sorriso torto, cheio de malícia, que ele fazia tão bem.

— Bom dia, Srta. Hold... — ele disse, a voz rouca de sono, enquanto se aproximava devagar. — Está com vergonha?

Revirei os olhos, tentando esconder o embaraço que me invadiu momentaneamente.

— Eu? Com vergonha? — virei para continuar o que estava fazendo. — Eu deveria perguntar isso a você. Dormiu feito uma pedra.

— Difícil não dormir depois da noite que tivemos. — Ele estava logo atrás de mim agora, sua voz baixa e provocante, fazendo minha pele se arrepiar involuntariamente.

Eu tentei focar no café, mas senti sua presença me envolvendo, quente e imponente.

Coloquei as xícaras na mesa, tentando manter a compostura, mas Robert não me deu tempo de respirar.

Em um movimento rápido, ele me puxou para o colo dele, me colocando de pernas abertas sobre suas coxas.

Senti seu corpo quente debaixo de mim, sua mão firme segurando minha cintura, e antes que eu pudesse reagir, ele segurou meu rosto com uma mão e me beijou, profundo, intenso, como se estivesse me reclamando de novo.

O beijo era lento, mas havia uma urgência contida ali, como se ele quisesse que aquele momento durasse para sempre.

Eu me perdi por um segundo, meus dedos se entrelaçando nos cabelos dele, sentindo seu cheiro, o calor do corpo dele.

Cada toque dele parecia acender algo dentro de mim, algo que eu tentava a todo custo controlar.

— Eu esperei por isso mais do que você imagina... — ele murmurou contra meus lábios, a voz carregada de desejo.

Eu o encarei, ainda sentada em seu colo, meus pensamentos confusos.

Não podia me deixar levar por isso, por ele.

Mas naquele momento, algo dentro de mim cedeu.

Era como se o jogo tivesse mudado, e eu ainda não soubesse se isso era uma fraqueza ou uma nova estratégia.

Eu sentia o controle escapando por entre meus dedos, mas, ao mesmo tempo, estava disposta a ver onde isso nos levaria.

— E agora que conseguiu o que queria? — perguntei, a voz mais rouca do que o normal, meus lábios ainda próximos dos dele.

Robert me olhou com aqueles olhos azuis intensos, um sorriso de canto surgindo em seus lábios.

— Quem disse que já consegui o que queria? — Ele roçou os lábios no meu pescoço, me fazendo fechar os olhos por um breve momento, sentindo cada palavra que ele dizia vibrar em minha pele. — Eu mal comecei, Ana.

Um arrepio percorreu minha espinha, e por mais que eu tentasse manter o controle, parte de mim queria ceder completamente.

A outra parte, a mais racional, me lembrava do que eu estava fazendo, do porquê de tudo isso.

Mas, por enquanto, eu deixaria as duas versões de mim coexistirem, pelo menos até descobrir qual delas seria a mais forte.

Robert me puxou mais para perto, seus lábios ainda próximos dos meus, e com um movimento rápido e firme, me colocou sentada sobre a mesa da cozinha. O toque dele era cheio de propósito, seus olhos não deixavam os meus, como se me estudassem, analisando cada reação. A tensão entre nós parecia crescer a cada segundo, e eu sabia que precisava manter o controle, mesmo que a atração física fosse impossível de ignorar.

— O que você quer de mim, Robert? — perguntei, minha voz baixa, mas firme. Meu lado implacável estava aparecendo, e ele sabia disso. Precisava entender o jogo que ele estava jogando.

Ele ficou parado por um instante, seus olhos percorrendo meu rosto, como se estivesse decidindo o que dizer. Então, sem desviar o olhar, ele se aproximou mais, colocando uma mão em minha coxa enquanto a outra subia lentamente pela lateral do meu corpo.

— Eu quero você, Ana — ele murmurou, sua voz profunda, enquanto roçava os lábios nos meus. — Quero você por inteiro.

Eu o encarei, tentando medir a sinceridade por trás das palavras.

Parte de mim estava tentada a acreditar nele, a ceder à intensidade daquilo tudo, mas a outra parte, a que tinha uma missão e um objetivo claro, me lembrava que confiar em Robert era perigoso.

— E você acha que pode ter isso de mim? — perguntei, desafiando-o, mesmo enquanto minhas mãos o puxavam mais para perto, os dedos cravando levemente em seus ombros.

Robert sorriu, aquele sorriso torto que sempre me fazia sentir um arrepio na espinha.

— Nunca quis tanto algo como quero você. Nos dias que estivemos longe, eu não consegui pensar em mais nada. Nunca senti isso antes, Ana. — Ele beijou meu pescoço, a suavidade de seus lábios contrastando com a firmeza de suas mãos que agora seguravam minha cintura. — Você me tem de um jeito que ninguém mais teve.

Eu fechei os olhos por um segundo, sentindo o calor do corpo dele contra o meu, tentando controlar a reação que ele causava em mim.

Mesmo que o desejo estivesse claramente presente, eu sabia que precisava de mais respostas.

— E o que você espera que eu faça com isso? — provoquei, trazendo seus lábios de volta aos meus. O beijo era profundo, carregado de desejo, mas também de algo mais — algo que eu ainda não sabia como nomear.

Ele se afastou apenas o suficiente para sussurrar contra minha boca.

— Confia em mim, Ana. — Seus dedos acariciavam meu rosto com delicadeza, contrastando com a intensidade de seu olhar. — Eu sei que você é forte, independente. Mas eu estou pedindo que confie em mim.

Eu o encarei, tentando processar o que ele estava dizendo. Confiança era uma palavra perigosa no nosso mundo. Mas ao mesmo tempo, a forma como ele falava, como ele me tocava, fazia algo dentro de mim vacilar.

— Confiança não é algo que dou facilmente, Robert. — Respondi, minha voz rouca, mas ainda cheia de controle. — Você vai ter que fazer mais do que isso para merecê-la.

Ele sorriu novamente, seus dedos deslizando para o meu queixo, levantando meu rosto para que nossos olhos se encontrassem.

— Eu estou disposto a provar, Ana. — Ele me puxou para mais perto, suas mãos agora em minha cintura, firmes. — E vou fazer isso, quer você acredite ou não.

Antes que eu pudesse responder, seus lábios estavam novamente nos meus, quentes, possessivos, me tirando o fôlego e me fazendo, por um momento, esquecer de qualquer plano, de qualquer estratégia.

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POV ROBERT PATTINSON

Eu saí do apartamento de Ana com o corpo ainda carregado da noite que tivemos.

O cheiro dela, o toque, tudo ainda estava em mim.

Dirigi até o galpão com os pensamentos girando nela, mesmo sabendo que deveria estar focado no carregamento que estávamos esperando.

Mas era impossível.

Algo sobre aquela mulher mexia comigo de um jeito que eu não conseguia entender, muito menos controlar.

Cheguei ao galpão e lá estavam Bobby, Marcus e Tom, me esperando.

Assim que saí do carro, vi o olhar debochado de Bobby se cravar em mim.

Ele reparou de imediato no terno que eu ainda usava, o mesmo do dia anterior.

— Tá com o mesmo terno de ontem, chefe — ele disse, com aquele sorriso que me irritava e divertia ao mesmo tempo.

Marcus soltou um riso abafado, e Tom apenas arqueou uma sobrancelha.

Sabiam exatamente o que isso significava, e eu sabia que os comentários viriam.

— E aí, passou a noite com alguém, né? — Bobby insistiu, claramente se divertindo. — Finalmente conseguiu o que queria, hein? Com a Ana, aposto.

Dei um passo à frente, e o sorriso veio naturalmente ao meu rosto.

Claro que consegui.

Não era questão de ser convencido, era só a realidade.

Passei a noite com ela, e ela foi... mais do que eu imaginava.

Mas, ao mesmo tempo, de um jeito que me deixou ainda mais... obcecado.

— Passei, sim — respondi, me gabando.

O comentário fez os olhos de Bobby brilharem de curiosidade.

Eu podia ver o interesse nos rostos de todos eles.

O que eles não sabiam era que o que eu tinha com Ana ia muito além de uma noite.

Era algo que estava me corroendo por dentro.

— Finalmente, hein? — Bobby deu um tapinha no meu ombro, rindo. — Agora pode desencanar, seguir em frente. Conseguiu o que queria, não?

Eu hesitei por um segundo.

Era isso que deveria acontecer, certo?

Eu consegui o que queria, passei a noite com ela, explorei cada centímetro daquele corpo, e agora deveria seguir em frente, certo?

Mas... algo estava errado.

Mesmo depois de uma noite inteira com ela, eu ainda queria mais.

Muito mais.

— Não — disse, mais sério do que eu pretendia. — Eu ainda quero mais.

A expressão no rosto de Bobby mudou.

Ele estava surpreso.

Todos estavam.

Eu?

Querendo mais?

Depois de uma noite inteira com ela?

— Como assim, mais? — Bobby perguntou, ainda confuso. — Você passou a noite inteira fodendo com ela, e ainda quer mais?

Passei a mão pelos cabelos, tentando organizar os pensamentos.

Era difícil admitir, mas era a verdade.

Eu não conseguia tirar Ana da minha cabeça, mesmo depois de ter tido tudo.

Não era só desejo físico... e constatar isso, pela primeira vez na vida, era um pouco estranho.

— Não é só isso — comecei, tentando encontrar as palavras. — Mesmo depois de tudo... eu ainda sinto que não foi o suficiente. Eu ainda sinto que preciso dela. E pior... preciso dela mais do que antes.

Um silêncio estranho se instalou.

Bobby estava olhando para mim, como se tentasse entender o que eu estava dizendo.

Era raro eu admitir esse tipo de coisa, ainda mais na frente deles.

- Você não está pensando em contar para ela o seu verdadeiro trabalho, ne?

A pergunta de Bobby não me pegou de surpresa.

- Ainda não... Não sei se quero ela metida nisso...

— Cara, você tá fodido — ele disse, rindo, mas com um tom sério por trás da brincadeira. — Se já tá assim agora, imagina depois.

Marcus, que geralmente ficava na dele, decidiu falar dessa vez, a voz baixa, mas com um tom de alerta.

— Cuidado pra não se perder, Robert. Esse tipo de sentimento pode ferrar a cabeça de qualquer um.

Eu sabia que ele estava certo.

Sabia que todos estavam certos.

Mas, naquele momento, não dava a mínima.

Ana tinha entrado na minha cabeça de um jeito que ninguém nunca tinha feito antes, e agora eu não conseguia mais pensar em nada que não fosse ela.

— Vamos trabalhar — disse, tentando voltar ao controle da situação. — Temos um carregamento pra cuidar.

Enquanto começávamos a inspeção das armas, minha mente, teimosa, voltava para Ana.

Não importava o quanto eu tentasse focar em outra coisa, ela estava ali.

A forma como me desafiava, como me fazia sentir coisas que eu nunca tinha sentido.

Eu nunca precisei de ninguém... até agora.

E o pior de tudo?

Eu sentia que não me pertencia mais.

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A caminho da mansão do governador, meus pensamentos ainda estavam meio presos em Ana.

Isso estava me irritando mais do que eu admitiria.

Eu deveria estar focado no que tinha que fazer agora, não nela.

Ainda assim, a sensação de que eu precisava vê-la de novo continuava martelando na minha cabeça.

Quando estacionei na frente da imensa propriedade, minha expressão já estava de volta ao normal: fria, calculada.

O governador era um homem influente, mas estava nas minhas mãos.

Eu sabia disso, e ele sabia disso ainda melhor.

Ele precisava de mim, mais do que eu precisava dele.

Caminhei até a entrada, e o segurança abriu a porta com um aceno.

Não houve perguntas.

Eles sabiam quem eu era, sabiam do poder que eu carregava, especialmente nesse círculo.

A casa estava silenciosa quando entrei, o eco dos meus passos ressoando pelo piso de mármore.

O governador estava esperando por mim no escritório.

Ele parecia desconfortável, mais tenso do que de costume.

Seus olhos saltavam nervosos de um lado para o outro da sala, e quando finalmente me encarou, eu vi o medo ali.

Bom.

Era isso que eu queria.

— Robert, que bom que chegou — ele disse, sua voz um pouco trêmula. — Precisamos resolver isso rápido. Não posso me dar ao luxo de ser visto com você por muito tempo, isso levantaria suspeitas.

Me aproximei devagar, mantendo minha expressão imperturbável.

O nervosismo dele era evidente, e eu gostava de deixar isso claro, mesmo sem dizer uma palavra.

Isso mantinha o controle nas minhas mãos.

— Não se preocupe, governador — comecei, minha voz baixa, mas firme. — Ninguém vai chegar em você. Eu garanto.

Ele deu um riso nervoso, esfregando as mãos enquanto se ajeitava na cadeira.

— Você tem certeza disso, Robert? A situação está ficando complicada. Os olhares estão mais atentos, e... o que aconteceu com o vereador...

Eu o interrompi, inclinando-me sobre a mesa para encurtar a distância entre nós.

O cheiro da colônia barata dele se misturava com o suor que começava a se formar em sua testa.

— O vereador teve o que mereceu — falei, minha voz fria. — Ele era fraco, e homens fracos não têm lugar ao meu lado.

O governador recuou ligeiramente, como se o peso das minhas palavras tivesse o atingido.

Ele sabia exatamente o que aquilo significava.

Se ele tentasse algo, ou mostrasse qualquer fraqueza, o destino dele seria o mesmo.

— Mas... e se as autoridades começarem a investigar isso mais a fundo? — Ele tentava manter a compostura, mas o medo era evidente. — Não podemos correr esse risco.

Eu sorri, um sorriso lento e sem qualquer humor.

— Você acha que eles vão chegar em você? — balancei a cabeça, ainda com aquele sorriso afiado nos lábios. — Ninguém vai chegar perto de você, a menos que eu permita. E eu não vou permitir. Agora, acalme-se. Isso só vai piorar as coisas para o seu lado se continuar agindo assim.

O governador respirou fundo, tentando controlar o pânico que o dominava.

O homem à minha frente era uma figura pública poderosa, mas aqui, sozinho comigo, ele era apenas mais um homem frágil, acuado.

A diferença entre nós era que eu sabia usar o poder, enquanto ele dependia dele para manter o controle sobre si mesmo.

— Vamos ao que interessa — disse, voltando ao tom de negócios. — O pagamento.

Ele acenou com a cabeça rapidamente, abrindo a gaveta de sua mesa com mãos trêmulas.

Tirou um envelope grosso, colocando-o na mesa à minha frente.

Eu não precisava contar o dinheiro ali, mas queria que ele visse que eu estava no controle.

Peguei o envelope e folheei as notas, só para que ele sentisse o peso do que estava em jogo.

— Tudo certo — comentei, colocando o envelope no bolso do meu casaco.

Ele suspirou, aliviado, mas ainda tenso.

O suor escorria pela sua testa.

— Robert, eu... — ele começou, hesitante. — Eu só quero garantir que... que estou protegido.

Eu olhei diretamente nos olhos dele, fazendo questão de que ele entendesse a gravidade da situação.

— Você está protegido enquanto estiver comigo — disse, a voz baixa e letal. — Mas a partir do momento que ousar me trair... bem, você estava no velório do vereador, ne?

O governador engoliu em seco, assentindo rapidamente.

Ele sabia exatamente o que estava em jogo.

Eu me afastei da mesa, ajustando meu casaco e caminhando em direção à saída, mas antes de sair, olhei por cima do ombro.

— Lembre-se, governador... nada acontece sem a minha permissão.

E com isso, saí do escritório, deixando-o ali, sozinho em seu próprio medo e paranoia.

O jogo de poder era esse.

E eu sabia exatamente como jogá-lo.

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POV Ana Carla


  Eu estava em pé na porta, já me preparando mentalmente para o que vinha a seguir.

Assim que destranquei a porta, mal tive tempo de respirar antes que Lara, Rebeca, Elisa e Bia invadissem o apartamento como uma tempestade.

Elas já chegaram falando ao mesmo tempo, o que era típico delas, especialmente quando sabiam que algo importante tinha acontecido.

— E aí, como foi com o Robert? — Lara foi a primeira a perguntar, sua voz cheia de expectativa.

Rebeca, ao lado, não perdeu tempo, cutucando o braço de Lara e se intrometendo.

— Me conta tudo, nos mínimos detalhes! — Seus olhos estavam brilhando, como se eu fosse entregar o segredo mais suculento de todos.

Suspirei, tentando não rir.

Eu já sabia que o interrogatório viria, e com elas era impossível escapar.

Fechei a porta e fui em direção ao sofá, sabendo que elas estariam logo atrás de mim.

— Calma, uma de cada vez — falei, tentando organizar o caos enquanto me sentava e cruzava as pernas. — Bom, para começar... ele está nas minhas mãos.

— Sabia! — Bia quase gritou, jogando os braços para o alto. — Você conseguiu!

Elisa, sempre um pouco mais cética, inclinou-se para frente, me encarando.

— Mas espera aí, como você sabe disso? O que ele falou? O que ele fez?

Eu respirei fundo antes de continuar.

Sabia que elas não iam me deixar escapar sem todos os detalhes.

— Ele está comprometido, sem dúvidas. Mas tem uma coisa... — hesitei por um segundo, sentindo o peso do que estava prestes a dizer. — Ele ainda não me contou o que realmente aconteceu quando levou o tiro. Eu sinto que ele ainda está escondendo isso, mas é questão de tempo. Ele vai falar. Está completamente envolvido.

Lara assentiu, como se já esperasse por essa resposta, mas Rebeca, sempre prática, cruzou os braços e me olhou de forma analítica.

— Ana, você precisa dar um jeito de ficar mais próxima dele. Tipo, dentro da casa dele. Não dá pra jogar esse jogo à distância.

— Concordo — Elisa entrou na conversa, gesticulando como se já tivesse o plano pronto. — Você podia dizer que está com problemas de adaptação aqui na cidade e que está pensando em ir embora para a sua cidade de origem. Aí, ele provavelmente vai sugerir que você fique na casa dele.

— Faz todo o sentido — Bia acrescentou, com um sorriso malicioso. — Ele vai se oferecer para ser o "cavalheiro", te acolher. Do jeito que ele parece estar na sua, Ana, é só falar isso e pronto, tá morando na mansão.

Eu sorri.

Elas  sabiam o que dizer para me manter focada no plano.

No fim, aquelas hackers criminosas estavam se tornando boas amigas e parceiras.

Mas antes que eu pudesse responder, Lara mudou o tom, ficando séria de repente.

— Aliás, meninas, tem uma coisa estranha que eu fiquei sabendo. — Lara abaixou a voz, capturando a atenção de todas. — Encontraram uma digital na roupa do vereador morto. E não bate com as digitais do Robert.

Minha testa se franziu automaticamente.

— Como assim? — perguntei, confusa. — Se não é do Robert, de quem é?

Lara respirou fundo, como se o que estivesse prestes a dizer fosse uma bomba.

— Pertence a Romero Junior.

Meu coração quase parou por um segundo.

— Romero Junior? — repeti, incrédula. — Mas ele morreu faz anos!

— Exatamente — Lara continuou, a tensão em sua voz aumentando. — Por isso é tão estranho. Como uma digital de alguém que está morto pode aparecer na cena do crime?

Balancei a cabeça, tentando juntar as peças.

Era uma reviravolta inesperada, mas eu sabia que Robert não era descuidado.

— Faz sentido. Robert não é idiota ao ponto de deixar uma coisa dessas. Ele sempre cobre suas pistas — falei com firmeza, certa de que havia mais nessa história do que estávamos vendo.

Rebeca concordou com um movimento de cabeça.

— Eu também acho que foi ele. Robert é temido no submundo. Todos os traficantes o respeitam. Qualquer um faria o que fosse necessário para ter a aprovação dele. Ele é inteligente demais para cometer esse tipo de erro, de deixar a sua digital no crime.

O silêncio se instalou na sala por um segundo.

Cada uma de nós ponderava o que isso significava.

Rebeca tinha visto Robert agir de maneiras cruéis, mas jamais de forma amadora.

Antes que a conversa ficasse muito pesada, Lara quebrou o clima com aquele sorrisinho de sempre.

— E aí, Ana... — ela perguntou com um tom travesso. — Ele fode bem?

Eu revirei os olhos, tentando não rir.

Claro que Lara ia perguntar isso.

— Para com isso, Lara... — murmurei, tentando desviar o assunto.

— Ah, qual é! — Rebeca se jogou no sofá ao meu lado, rindo. — A gente também tá curiosa.

Eu sabia que não tinha como escapar.

Elas não iam me deixar em paz até que eu respondesse.

Suspirei antes de finalmente ceder.

— Sim, ele fode bem — admiti, com um pequeno sorriso no rosto. — E ainda tem o bônus de gostar de levar tapa na cara na cama.

A sala ficou em silêncio por um segundo antes que todas explodissem em gargalhadas.

Lara riu tanto que quase parecia sufocar.

— Rico, mafioso, gostoso e curte tapa na cara? — ela disse entre risos. — Aí... minha calcinha está alagada!

A tensão do momento desapareceu.

Estávamos todas rindo, relaxadas por um instante, como se aquele fosse apenas mais um encontro de amigas, esquecendo por um momento o quão perigoso tudo ao nosso redor realmente era.


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umalufanazinha
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