Capítulo 38
1079 PALAVRAS
Após um lanche delicioso, todas as crianças foram para suas casas. Nathan abraçou sua esposa, demonstrando todo o orgulho que sentia. Sua filha o abraçou e foi fazer um chá para todos; ela também estava muito emotiva com tudo o que acabava de acontecer. Sempre admirou Robert, mas agora esse sentimento era ainda maior. Pequeno Jack, após abraçar tio Bill e beijá-lo, correu para os braços de Nathan.
— Papai... papai...
Nathan o levantou, e o menino logo começou a beijá-lo e acariciá-lo. Era um amor puro, um amor entre pai e filho. O amor de Nathan por seu filho era um sentimento indescritível, repleto de emoção e ternura. Quando ele carregava seu filho nos braços, tudo ao redor parecia desaparecer, e seu coração se enchia de um amor incondicional e profundo.
Os braços do pai tornavam-se um refúgio seguro para o pequeno Jack e, para Nathan, a sensação de carregar esse ser tão frágil e precioso tocava o âmago de sua alma. Cada movimento era feito com um cuidado extremo, como se o mundo inteiro dependesse daquelas mãos firmes e carinhosas.
Enquanto segurava o menino, Nathan sentia o calor de seu corpo, ouvia sua respiração suave e sentia o pulsar do coraçãozinho, que, de alguma forma, se tornava a melodia mais doce que ele já tinha ouvido. Ele olhava nos olhos do pequeno Jack, que ainda eram pequenos e curiosos, e se via perdido em um oceano de inocência e possibilidades.
Cada olhar, cada sorriso, cada suspiro desse menino era uma bênção que preenchia o coração de pai. Nathan olhou para o céu e conversou com Deus, pedindo força nessa caminhada e agradecendo por sua família e por esse lindo menino. Ele se comprometeu a proteger, cuidar e guiar seu filho ao longo da vida, sabendo que seria sua rocha, seu modelo e seu melhor amigo. Estava disposto a fazer qualquer sacrifício para garantir que seu filho tivesse um futuro brilhante, cheio de amor e oportunidades.
Nathan explicou a Elizabeth que seu pai estava ali fora e que estava preocupado com eles, pois não sabia como ela o aceitaria ali com sua família;
Elizabeth olhou para seu marido e disse:
— E aí, meu marido lindo... você resolveu trazer Bill para ajudar? Caso eu fique brava?
— Acha que eu seria bobo, meu amor? Claro que precisava trazer reforços, precisava montar meu batalhão. Eu sei que você é boa de briga.
Bill sorriu...
— Só queremos ver você feliz, Elizabeth. Você um dia me falou que todos precisam de uma segunda chance na vida, e foi aí que você me pegou de jeito e me mudou completamente. Ao menos tente agora fazer o mesmo.
Bill saiu, e entrou com Willian...
Ela abaixou a cabeça, havia muita mágoa ali.
— Como vão à mamãe, Viola e Julia?
Willian sabia que ela estava se esforçando muito para falar sobre aquele assunto, doía ver a dor e a mágoa que sua filha do meio sentia.
— Sua mãe e Viola continuam as mesmas. Não vou te mentir... elas nem sabem que estou aqui e também não concordariam. Quanto a Julia, ela fugiu de casa há mais de um ano e se casou com Charles...
Willian percebeu o sorriso dela, e depois ela ficando tensa, e viu Nathan segurando sua mão, apertando mais forte e olhando dentro dos seus olhos.
Ela sentia seu coração batendo mais rápido. O medo de que sua família tentasse atrapalhar seu marido, sua filha ou seu casamento era enorme.
Nathan apertou mais uma vez sua mão, e o calor do seu amor começou a tomar conta de seu corpo. Ela não estava mais sozinha... ela respirou fundo, fechou os olhos por um minuto e, aos poucos, conseguiu se acalmar.
— Beth, minha filha. Eu errei muito, assim como toda a nossa família. Eu não posso fazê-los enxergar seus erros; cada um de nós precisa arcar com as consequências desses erros. Eu custei, levei esse tempo para analisar, para saber e para assumir tudo que fiz para você e Jack. Seu perdão não será conquistado hoje, eu sei disso... mas gostaria da chance de ter você e meu neto em minha vida e, claro, toda a sua família.
— Pai, eu quero muito... mas eu preciso ser sincera com você. Eu tenho medo. Medo de que você só queira me enganar, usando meu amor por você, e que no final tente humilhar ou fazer algo com meu marido e meus filhos.
— Beth. Eu... como você pode pensar isso de mim? Eu sou seu pai. Willian estava indignado.
— Sim, você é meu pai. E é exatamente por isso que esse medo existe. Porque conheço o homem que você foi, o homem que humilhou Jack Thornton simplesmente por ele ser de uma classe social mais baixa e por ter escolhido a carreira de mountie. Você não só o desprezou, como teve a audácia de desrespeitar sua memória, zombando de um homem que deu a vida pela segurança de outros.
Elizabeth respirou fundo, sua voz embargada de emoção, mas firme.
— Foi você quem humilhou minha família, ridicularizou meu luto e tentou destruir a única coisa que eu tinha: minha dignidade. Você enviou cartas acusatórias, assinadas pelo seu próprio punho, alegando que eu era "imoral" e "indigna" de estar perto das crianças da escola. Você queria que eu perdesse meu emprego, que eu fosse banida daquilo que dava sentido à minha vida.
Ela desviou o olhar, como se revivesse cada palavra cruel que ele havia proferido no passado.
— E Jack? Você o transferiu para um posto remoto e perigoso usando sua influência, como se quisesse afastá-lo de mim a qualquer custo. Sabia que eu iria segui-lo, não importava o quão isolado ou ameaçador fosse o lugar. Foi o tio Wynn que interveio e nos ajudou a manter alguma estabilidade em Hope Valley... mas você queria nos arrancar até isso.
Sua voz começou a falhar, e ela sentiu um nó apertar sua garganta.
— Quando Jack morreu... Elizabeth pausou, tentando controlar as lágrimas que se formavam. Não foi você quem me estendeu a mão, nem foi sua riqueza ou sua influência que me ajudaram a seguir em frente. Foi a comunidade de Hope Valley, aquelas pessoas simples e bondosas que você tanto despreza. Eles me acolheram no meu luto, me ajudaram a reconstruir a vida, enquanto você...
Ela parou, encarando o pai com olhos marejados, mas repletos de determinação.
— Você só sabia me apontar os erros, culpar minhas escolhas. Então, me diga, como não ter medo? Como confiar no homem que fez tudo para destruir o que era importante para mim?
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