580 PALAVRAS

Para Bill, Nathan, Alien e várias outras pessoas que acompanhavam a cena próximo à delegacia, parecia que tudo havia levado horas, como se o tempo se arrastasse entre o medo e a incapacidade de ajudar, deixando todos com o coração nas mãos.

Nathan viu Elizabeth se aproximar de Newton. Ela desmontou de Sargent e fez um carinho em Newton, que o aceitou de bom grado. Isso deixou Nathan boquiaberto, pois sabia que seu cavalo só aceitava carinho quando perto dele. Elizabeth amarrou a corda no chifre da sela de Newton e, logo após, montou em Newton e voltou para a cidade, puxando Sargent com Robert, pálido, montado nele.

Durante o percurso, Robert pediu desculpas e agradeceu várias vezes, mas Elizabeth, com um olhar duro, avisou que agora não falaria com ele. Ao chegar na porta da delegacia, Nathan ajudou Elizabeth a descer de Newton e amarrou o cavalo ali. Ele viu Elizabeth desamarrar Sargent e dizer algo baixinho para o cavalo, que respondeu com dois movimentos das patas e um relincho. Com um olhar severo para Robert, ela ordenou:

— Desça e leve Sargent para a estrebaria. Cuide dele e depois venha falar comigo.

Robert deu um passo em direção à estrebaria, levando Sargent, de cabeça baixa, rosto pálido e pescoço todo vermelho, demonstrando o quanto estava sentido. Antes de seguir, ele olhou para trás e disse:

— Senhora Thorton, eu sinto muito!

Os olhos de Elizabeth pareciam ferver de raiva. Com as mãos na cintura, ela respondeu:

— Robert! Eu já disse que não vou conversar agora. Faça seu trabalho e apareça na minha casa à tarde, depois de descansar um pouco. Vou te dar um minuto para fazer isso, ou será ainda pior para você.

Todos viram Robert sair cabisbaixo, com o rosto voltado para o chão, o mais rápido que podia. Ele já havia percebido o que tinha feito de errado e que poderia ter se machucado, mas pior do que isso, colocou a senhora Thorton em perigo. Ela nunca o deixaria sozinho. Agora, ele entendia a gravidade de suas ações.

Sua promessa de protegê-la tinha sido quebrada e ela poderia ter caído e morrido. A vergonha tomou conta dele.

Nesse momento, Lucas chegou correndo e viu toda a cena. Ele exclamou:

— Você não tem juízo, Elizabeth? Se arriscar assim por causa daquele moleque ou daquele cavalo estúpido? Você deveria aprender a se comportar como uma dama.

Bill olhou de Lucas para Elizabeth, que agora afagava Newton. Bill percebeu a chama dos Thatcher ainda viva dentro dela, e então uma voz firme e fria de Elizabeth soou:

— Faria tudo de novo por ele e por aquele cavalo. Talvez eu pensaria bem se valeria a pena correr algum risco se fosse para te salvar, Lucas.

— Você é minha namorada, Elizabeth. Aja como tal! Retrucou Lucas.

— Eu não sou.... nunca fui ...e nunca serei sua namorada, Lucas Bouchard. Já lhe disse mil vezes que sou sua amiga e nada mais. Se isso não te satisfaz, faça o favor de se afastar ou pedirei uma ordem de restrição ao juiz da cidade. Você não poderá mais chegar perto de mim ou de meu filho.

Bill olhou para Nathan com um olhar de vitória. Por ele, já faria o documento agora.

— Elizabeth! É por causa daquele... Gritou Lucas, sem completar a frase.

Ela o olhou com seu mais aterrorizante olhar de professora, fazendo com que ele engasgasse com suas próprias palavras e parasse suas acusações pela metade. Vendo a batalha perdida, ele resolveu virar as costas e marchar direto para seu bar.