Capítulo 22
1050 PALAVRAS
Carson chegou com Bill, ambos vieram de cavalo para andar mais rápido. Carson subiu os degraus da escada, sem nem perceber que subia de dois em dois. Quando chegou à porta do quarto, ele ficou horrorizado. Mesmo como médico, ele nunca tinha visto alguém nessa gravidade. Era muito vômito e muito sangue, ela não tinha cor nenhuma. Nathan a puxou para seu colo, para ajudar Carson a examiná-la.
— Carson, eu já vi isso, é hemorragia digestiva; eu vejo pelo cheiro que o sangue tem. Meu avô faleceu com isso...
— Sim, Nathan! Carson respondeu, avaliando o ferimento na cabeça dela. Ele ouviu Nathan falando que o olhar dela estava estranho, era um olhar vidrado. Carson estimulou Elizabeth provocando dor para que ela reagisse e abrisse os olhos. Quando o fez, Carson por uns minutos parou de respirar...
— Eu preciso deitá-la agora. Rose, traga roupa de cama limpa e roupa para ela, rápido. Alien, eu preciso que você saia por uns instantes... Disse Carson.
Alien olhou para Nathan e resolveu obedecer.
— Rose, você poderia ir à sua casa? Eu preciso que faça uma ligação e chame Faith. Preciso de remédios intravenosos e medicamentos para trauma encefálico, e alguém precisa buscar Faith o mais rápido possível, pois preciso da ajuda dela.
E assim Rose saiu correndo, e Alien logo atrás. Carson foi e travou a porta, olhando para Nathan, ele falou:
— Eu sei que vocês ainda não são casados, mas Rose não conseguiria me ver fazendo o que preciso fazer. Eu preciso trocar o vestido dela, Nathan, esse cheiro só vai piorar. Mas eu preciso ver parte do abdômen dela e talvez precise fazer algum procedimento. Como noivo, sei que você cuidaria dela e, como mountie, você pode me auxiliar nos procedimentos. Eu não ligo para o que as fofoqueiras de plantão vão falar, ou as regras da sociedade, eu só quero salvar a vida de Elizabeth.
— Eu também, Carson. Eu não posso viver sem minha Lizbeth.
Elizabeth continuava a vomitar sem parar, um vômito de conteúdo escuro com presença de coágulos. Carson sabia que havia aplicado certos medicamentos nela que poderiam desencadear aquele sangramento. Ele a colocou deitada. Após ele e Nathan trocarem seu vestido, notaram seu abdômen com um hematoma enorme, que já estava totalmente roxo. Ela se feriu muito ao cair da janela e só agora eles perceberam.
Mas Carson estava preocupado com outra coisa... Ele refez o curativo em sua cabeça, limpando todo o sangue que ali escorria. As poucas palavras que ela conseguiu falar, demonstravam a ele que ela estava com muita dor na cabeça. Carson sabia que a queda havia sido de grande altura. Para ela, dois metros de altura eram muito alto. Além do que, a ferida em sua cabeça, quando caiu em cima de uma pedra, provocou aquele TCE (trauma crânio encefálico). E agora, olhando, Carson sabia que realmente ela havia tido um TCE, pois as pupilas de seus olhos estavam totalmente dilatadas e não se contraíam em resposta à luz. Ela tinha tonturas, vômitos, dor de cabeça intensa. Ela já mostrava os sinais há mais de vinte e quatro horas e só agora ele conseguiu descobrir e começar a medicá-la. Após o exame na enfermaria, ele a enviou para casa, com recomendação que voltasse se algo a incomodasse, mas ele agora não se perdoava... Como médico, deveria ter feito uma visita domiciliar e avaliado sua condição novamente. Ele precisava cuidar dela, não poderia viver se algo de ruim acontecesse a Elizabeth.
Nathan sabia o que estava acontecendo. Ele via nos olhos de Carson a gravidade do caso de sua noiva.
Faith chegou correndo e entrou no quarto, mas não permitiu que mais ninguém subisse até lá.
Na sala, estavam Lee com pequeno Jack nos braços, Rose, Bill, Abigail e Frank. Eles estavam em oração e ainda não sabiam como estavam as coisas naquele quarto. Alien sentou na porta do quarto. Ela amava muito a senhora Thorton. Ela fazia orações e chorava muito, "Eu não posso perder outra mãe, protege-a, meu Senhor."
Dentro do quarto, foi colocada uma infusão venosa no braço de Elizabeth e, depois, com Nathan a segurando, Carson e Faith começaram a cirurgia. Foi feita uma pequena incisão na sua cabeça, entre a nuca e o meio, na parte de trás, onde ele colocou um pequeno canudo e dali drenaram sangue preto. Carson ia fazendo todo o procedimento enquanto Faith administrava sedação e controlava a pressão de perfusão cerebral.
Nathan continuava firme como uma rocha, não deixava seus sentimentos atrapalharem. Seu rosto nada demonstrava, mas no seu coração, ele sentia a dor de sua Lizbeth. Ele daria sua vida por ela.
A cirurgia ocorreu bem, foram quatro horas de procedimento, mas agora ela estava estável, seu vômito havia parado. Faith ajudou Carson e Nathan a trocar toda a roupa de cama e da paciente.
Ela estava imóvel naquela cama, seu rosto era tão branco como um papel. Ela estava sedada, e Nathan perguntou:
— Quanto tempo até ela voltar à consciência?
— Eu não sei, Nathan. Pode ser horas ou dias. Eu errei feio em não a examinar mais vezes, talvez ela não chegasse a esse ponto. Eu não me perdoo.
— Calma, Carson. Sabemos que você nunca iria permitir que ela corresse risco. Eu confio em você.
— Mas, Nathan, temos dois problemas a resolver agora.
— Fala, Carson.
— Primeiro, se a notícia de que você estava aqui no quarto sair para fora dessa casa, ela será julgada pela nossa cidade, e ela perderá o seu emprego, pois será considerada uma sem-vergonha. A comissão escolar e alguns pais irão fazer de tudo para tirar seu direito de lecionar.
— Mas, Carson, ela está doente! Nathan estava indignado. Ela não pediu para ser cuidada por ele, ela estava inconsciente.
— Eu sei, Nathan. Mesmo eu e Faith aqui dentro, tenha certeza que as fofoqueiras de plantão vão falar e muito. Esse tipo de gente fica esperando só uma notícia para poder derramar seu veneno, sem pensar nas consequências. E outra coisa, Elizabeth vai precisar de muita ajuda. Após ela acordar, precisa descansar uns dias e você sabe o quão teimosa ela é. Acho que só você vai conseguir mantê-la quieta.
Nathan estava indignado, ela não pediu para ser cuidada por ele, ela estava inconsciente.
Nathan saiu do quarto pensando e fazendo planos. Precisava se limpar porque o mau cheiro era horrível, mas precisava resolver algumas coisas com urgência.
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