Capítulo 11
1588 PALAVRAS
Elizabeth aceitou o convite de Nathan para jantar, seria apenas os dois, já que Rose ficaria com os filhos. Seria seu primeiro encontro. Elizabeth estava tão nervosa; fazia muitos anos que não tinha um encontro com um homem, e sozinha. Para ser sincera, a única pessoa com quem ela já teve um encontro foi seu falecido marido, Jack.
Ela se vestiu com uma roupa de montaria, como Nathan havia pedido. Pela janela, ela o viu chegando com os cavalos. Tanto Newton quanto Sargent estavam tão bem escovados que seus pelos brilhavam de longe. Eles iriam jantar e ver o pôr do sol. Nathan era um homem que gostava das coisas simples, mas eram justamente essas coisas que faziam o coração dela, pular de alegria.
Ela não precisava de grandes jantares à luz de velas em restaurantes caros. Se fosse esse seu desejo, nunca teria deixado Hamilton e teria se casado com Charles, um homem que apreciava o requinte e era a nobreza em pessoa. Mas para ela, Charles sempre foi apenas um amigo. Quanto a luzes e velas, todo aquele brilho que Jack já havia proporcionado, realizando os sonhos de uma jovem ingênua.
Com Nathan, ela tinha certeza de que compartilhariam muito mais. Eles já tinham suas famílias, seus preciosos filhos. Eles eram o que havia de mais importante em suas vidas, claro, além do amor que sentiam um pelo outro.
Assim que ele chegou com os cavalos, ela saiu de casa e logo montou em Sargent. Os dois seguiram um ao lado do outro, conversando. Nenhum dos dois ainda acreditava que o amor deles tinha vencido. Nathan olhou para Elizabeth, sorrindo e disse:
— Você está maravilhosa, Lizbeth.
Ela corou levemente e respondeu:
— Obrigada, Nathan. E você, como sempre, está encantador.
Eles cavalgavam em silêncio, apreciando a companhia um do outro. O sol começava a se pôr, tingindo o céu com tons de laranja e rosa. Era um espetáculo deslumbrante, e ambos sabiam que aquele momento simples, compartilhado na tranquilidade da natureza, era tudo de que precisavam.
Elizabeth ajustou sua sela enquanto Nathan mantinha os olhos fixos nela. Havia algo mágico em tê-la ao seu lado, e ele sentia uma gratidão profunda por esse momento. Assim que ambos estavam prontos, começaram a cavalgar lado a lado. Os cavalos moviam-se em sincronia, como se também compartilhassem da harmonia que pairava entre os dois.
Enquanto cavalgavam, conversaram sobre coisas simples, da escola, da cidade, dos filhos. Porém, quando o silêncio confortável tomou conta, Nathan decidiu abrir seu coração.
— Lizbeth; começou ele, a voz baixa, mas carregada de emoção, eu já estava desistindo do nosso amor. Pensei que era meu sonho impossível. Achei que você escolheria o Lucas... Ele pode te dar tudo o que eu não posso.
Elizabeth puxou levemente as rédeas de Sargent, desacelerando o passo do cavalo. Virou-se para Nathan com um olhar sério, mas cheio de ternura.
— Nathan, eu nunca tive a intenção de namorar o Lucas, e ele sempre soube disso. Sua voz tremia um pouco, mas ela continuou. Nunca foi uma disputa entre vocês dois. Não se tratava de quem eu escolheria, mas de como o medo me impedia de viver.
Nathan franziu a testa, confuso.
— Medo?
— Sim, medo de te perder, como perdi o Jack. Ela desviou o olhar por um instante, os olhos brilhando com lágrimas que ela teimava em conter. Quando Jack morreu, algo em mim quebrou, Nathan. O medo de amar e perder de novo era insuportável. Me afastei de você porquê... porque era mais fácil esconder esse medo do que enfrentá-lo.
Nathan continuou cavalgando em silêncio ao lado dela, permitindo que ela continuasse no seu próprio ritmo.
— Eu me escondi atrás da amizade do Lucas, porque era seguro. Ele era um ombro amigo, alguém que não representava risco ao meu coração. Mas nunca foi amor. Elizabeth o olhou diretamente nos olhos, com intensidade. Sempre foi você, Nathan. Mesmo quando eu estava distante, mesmo quando te empurrei para longe. Era você quem eu amava.
Elizabeth olhou para Nathan, seus olhos brilhando de emoção:
— Nathan, nunca imaginei que poderia amar novamente. Mas você me fez acreditar que é possível, que podemos ser felizes e formar uma família linda.
Nathan segurou a mão dela, seus olhos refletindo o mesmo sentimento:
— Eu também, Elizabeth. Eu nunca pensei que encontraria alguém que completasse minha vida como você. Com você e nossos filhos, sinto que posso enfrentar qualquer coisa.
Nathan sentiu uma onda de calor subir pelo peito. As palavras dela dissipavam todas as dúvidas que ele guardara por tanto tempo.
— Minha Lizbeth... eu nem sei o que dizer. Você não tem ideia do quanto eu esperei ouvir isso.
— Então não diga nada, Nathan; respondeu ela, sorrindo.
Eles continuaram a cavalgar até chegarem a uma clareira. Nathan desmontou primeiro, amarrando Newton a uma árvore próxima, e então foi até Elizabeth.
— Deixe-me ajudá-la. Ele estendeu as mãos para ela.
Elizabeth aceitou, mas Nathan fez mais do que apenas ajudá-la a descer.
Ele segurou sua cintura firmemente, seus dedos formigando ao toque, enquanto ela descia. Era uma sensação estranha, mas deliciosa, que fazia o coração de ambos pulsar forte, como se fosse sair do peito. Seus corpos se tocavam de forma sutil, mas inegável, criando uma eletricidade no ar.
Quando os pés dela tocaram o chão, ela não se afastou. Ficou ali, próxima a ele, os olhos fixos nos dele. Nathan foi surpreendido quando Elizabeth, rapidamente, ficou nas pontas dos pés, segurou em seu suspensório e o beijou nos lábios. O gesto foi inesperado e cheio de paixão.
Nathan, pela primeira vez, sentiu o estômago como se tivesse mil borboletas. O beijo era doce e intenso, carregado de emoções que ambos guardavam há muito tempo. Seus lábios se moviam em perfeita harmonia, e o mundo ao redor parecia desaparecer, deixando apenas os dois naquele momento mágico.
Quando finalmente se afastaram, ambos estavam sem fôlego, os olhos brilhando de emoção. Nathan olhou para Elizabeth, maravilhado, como se ela fosse a coisa mais preciosa que ele já tinha visto. Elizabeth, com as bochechas coradas e um sorriso tímido, sabia que aquele momento era apenas o começo de algo muito especial entre eles.
— Obrigada, meu amor. Ela falou, sua voz tão suave quanto o vento que passava pela clareira. Eu te amo.
Nathan congelou. Por um breve momento, o mundo ao seu redor desapareceu. Aquela pequena frase "meu amor" e "eu te amo", reverberava em sua mente como um eco. Ele sentiu o ar escapar de seus pulmões, e seu coração pareceu parar antes de bater com uma intensidade renovada.
Elizabeth, percebendo sua reação, sorriu timidamente, o rubor subindo por suas bochechas.
— Está tudo bem, Nathan?
— Lizbeth... Você tem ideia do que acabou de fazer comigo? Sua voz era rouca, quase um sussurro.
Antes que ela pudesse responder, ele inclinou-se e capturou seus lábios em um beijo cheio de paixão. Foi um beijo diferente de todos que haviam compartilhado antes. Não havia hesitação, nem dúvidas. Era um beijo que carregava todo o amor, desejo e a alegria de estarem juntos, finalmente.
Elizabeth retribuiu o beijo, seus braços envolvendo o pescoço dele, como se ele fosse sua âncora. Quando Nathan começou a se afastar, preocupado em não a assustar, ela soltou um leve gemido, um som que revelou o quanto ela também estava entregue ao momento.
Isso foi o suficiente para derrubar qualquer barreira que ele ainda pudesse ter. Ele a segurou mais firmemente, como se estivesse prometendo a si mesmo nunca mais a deixar partir.
Quando finalmente se afastaram, ambos estavam ofegantes. Os olhos de Elizabeth brilhavam, e ela sorria de um jeito que Nathan sabia que ficaria gravado para sempre em sua memória.
— Você é incrível, Lizbeth. E vou te dizer uma coisa... eu preciso casar com você. E rápido.
Ela riu, ainda abraçada a ele.
— E por que essa pressa toda, Mountie Nathan?
— Porque não consigo mais imaginar minha vida sem você. Quero você ao meu lado todos os dias. Quero cuidar de você e das crianças. E quero acordar ao seu lado todas as manhãs.
Elizabeth suspirou, emocionada.
— Você é tudo o que eu sempre quis, Nathan.
Eles se sentaram na grama, com uma cesta de piquenique que Nathan havia preparado. A luz dourada refletia nos cabelos de Elizabeth, e Nathan não podia deixar de pensar em como ela era linda.
Ele havia preparado um piquenique, com uma toalha estendida no chão e uma cesta cheia de delícias. Enquanto comiam, conversavam sobre seus sonhos, esperanças e o futuro que desejavam construir juntos.
— Sabe, Lizbeth; ele começou quebrando o silêncio confortável... quando eu imaginava um futuro feliz, era sempre assim. Nós dois juntos, simples e verdadeiros.
Elizabeth segurou sua mão, entrelaçando seus dedos.
— E eu nunca me senti tão em paz, Nathan. Sei que Jack sempre será uma parte de mim, mas com você... sinto que estou viva de novo.
Nathan assentiu, compreendendo.
— Eu sei, Lizbeth. E prometo que sempre vou honrar o espaço dele no seu coração. Ele te amou muito, e isso é algo que respeito profundamente.
Lágrimas escaparam dos olhos dela, mas eram lágrimas de alegria, não de tristeza.
— Obrigada, Nathan. Por tudo.
Eles ficaram ali até que o sol desaparecesse no horizonte, deixando para trás um céu estrelado. Quando chegou a hora de voltar, Nathan ajudou Elizabeth a montar novamente, como se fosse a primeira vez.
A caminho de casa, cavalgaram lado a lado, as mãos se tocando ocasionalmente. O silêncio entre eles era cheio de promessas. Ambos sabiam que aquele era apenas o começo de algo lindo e eterno.
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