Esses pecados, punições, até eu e você
Os dias nunca tinham sido tão longos. Jeongguk arrastou as malas com todos os seus pertences até fora do aeroporto, ligando para um táxi que não demorou a chegar. Colocou suas coisas dentro, dizendo o endereço que desejava ir para o motorista.
Já faziam três meses.
Com a cabeça encostada na janela do carro, Jeongguk via o trajeto ser feito rapidamente. Tudo parecia um simples carrossel girando sem parar, todavia, não havia mais confusão em sua mente.
Ele usou todos aqueles longos dias longe de Taehyung para pensar sobre tudo. Sobre a relação deles, sobre como os vampiros ainda afetavam sua vida, sobre como o peso da morte dos pais que sentia. Sentia-se mais leve agora.
Depois de longos minutos ele estava descendo do táxi com suas malas em frente a sua antiga casa. Mordeu o lábio inferior, se aproximando da porta e batendo levemente, logo em seguida ouvindo passos.
Eles não tinham perdido o contato por completo, conversando por mensagens, apesar de ter demorado um pouco para que Jeongguk resolvesse responder às mensagens do mais velho.
Quando a porta abriu, Jeongguk sentiu o estômago esquentar.
Taehyung estava lá, com um sorriso pequeno nos lábios, um olhar amorável. Seus olhos não eram o habitual castanho que Jeongguk passou anos enxergando, mas sim, o vermelho característico. Não incomodava, entretanto. Não assustava mais. Era apenas... uma cor.
— Bem vindo de volta.
Jeongguk tinha sentido falta daquilo. Falta de Taehyung. Falta de tudo.
Caminhou lentamente até o mais velho, passando os braços ao redor do pescoço, trazendo-o para um abraço caloroso que Taehyung logo correspondeu. Senti-lo próximo de si novamente, o calor dele, era tudo que mais tinha desejado por todos aqueles três meses. Era assim que tinha certeza que jamais conseguiria apagar tudo que viveram.
— Eu senti sua falta... — murmurou com a voz levemente embargada. Seus olhos estavam lacrimejando, mas ele fez seu máximo para não chorar. — Desculpe-me por ter fugido de tudo.
— Você tinha todo o direito, Jeongguk... Eu estava errado em ocultar tudo isso. Posso ver claramente agora. Só espero que você possa me perdoar — Taehyung respondeu, pressionando o nariz contra as madeixas do mais novo, sentindo-se mais leve ao sentir o cheiro dele.
— Eu já perdoei você, hyung. Está tudo bem agora.
Taehyung se afastou levemente, seus olhos fixos nos dele.
— Estamos... bem? Como antes? — perguntou ansiosamente. Jeongguk sabia que jamais estaria cometendo algum erro por seguir seu coração naquele instante. Assentiu, vendo Taehyung abrir um grande sorriso, orbes brilhantes. — Jeongguk, obrigado por confiar em mim! — o Kim disse empolgado, colocando as mãos nas suas bochechas antes de deixar um selinho carinhoso em sua testa.
— Gguk — Jeongguk disse, vendo Taehyung olhar para ele confuso. Sorriu pequeno. — Me chame de Gguk.
Taehyung sentiu os olhos encherem de lágrimas antes de abraçar Jeongguk novamente; mais forte, ainda mais apaixonado.
— Eu amo, você Gguk-ah.
Jeongguk intimamente sentiu o alívio percorre, assentindo para si mesmo.
— Eu amo você, Taehyungie.
×
— E aqui está. É a casa dos meus pais. — Taehyung disse. Eles tinham conversado sobre não haver mais nenhuma omissão em seu relacionamento para que pudesse realmente dar certo, e isso fortemente incluía sobre sua família. — Vamos entrar?
— Sei que foi eu quem disse sobre conhecer sua família mas... realmente não tem nenhum problema? E se eles não gostarem de mim? — Jeongguk disse receoso. Para isso, Taehyung segurou sua mão, entrelaçando-as.
—Vai ficar tudo bem, Jeongguk, não se preocupe.
Jeongguk inspirou fundo, concordando. Após isso, eles bateram na porta. Não demorou para que logo ela fosse aberta, Eunji aparecendo e logo dando a eles um sorriso caloroso. Ela parecia bem, mesmo que a última vez que se viram fosse totalmente contrário à isso. Ainda sentia culpa no peito, mas Taehyung havia dito por mensagem que ela não guardava mágoas dele. Preferia acreditar.
— Seja bem vindo, Jeongguk — ela disse calmamente para ele, e assim que agradeceu, o olhar dela foi para o irmão mais novo, e Jeon conseguiu notar o lampejo de carinho. — Todos já estão aguardando na cozinha.
Taehyung o levou para o local onde todos estavam, Eunji logo ao lado deles. Assim que chegaram, Jeongguk viu a enorme mesa colocada no meio do ambiente, muitas cadeiras em suas laterais já sendo ocupadas pelos membros mais novos da família. A mesa também estava recheada com vários tipos de comidas, a mãe de Taehyung acabando de terminar mais uma antes de colocá-la sobre a mesa. Isso o deixou um pouco confuso, mas ele se manteve em silêncio.
Quando todos os olhares foram para eles, Jeongguk se sentiu extremamente nervoso. Inclusive, o homem que havia gritado consigo na noite em que atirou sem querer em Eunji estava lá. Era o pai de Taehyung. Isso só o deixou mais inquieto ainda.
— Mãe, pai, Jehyun... Esse é Jeongguk, a única pessoa por quem me apaixonei na vida — ele disse, fazendo Jeongguk ficar com as bochechas quentes assim como o coração. Suas mãos instintivamente se apertaram ainda mais no entrelaço dos dedos.
— É bom finalmente conhecê-los — disse o mais audível possível. Ele notou a pequena Chaejong acenando para ele animadamente, e aquilo tinha sido o suficiente para deixá-lo ameno. Acenou levemente para ela.
— Fico feliz que Taehyung tenha finalmente apresentado você para nós! Sinta-se a vontade — a sra Kim disse.
Jeongguk agradeceu, sendo guiado por Taehyung para se sentarem nas cadeiras do meio, um ao lado do outro. Foi quando o pai de Taehyung tossiu levemente para chamar sua atenção.
— Não é a primeira vez que nos vemos, certo? — O sr Kim disse, trazendo o assunto. Jeongguk engoliu, sabendo que precisava por um fim naquilo.
— Sim, senhor. Eu imagino que você não tenha a melhor impressão de mim por isso. Eu lamento muito. Naquele dia, eu-
— Você tinha descoberto sobre tudo, eu sei. Taehyung foi obrigado a explicar isso quando apareceu junto com o irmão com tiros no corpo. — Ele falou, mas não tinha tom acusatório, estava apenas pontuando.
— Não culpo você por isso. Não deve ter sido fácil aceitar tudo também. Mas espero que agora possamos seguir bem.
Jeongguk concordou veementemente.
— Foi realmente difícil para mim compreender tudo mas tive bastante tempo para pensar. Quero tentar começar tudo certo agora.
— Vocês com certeza irão.
— Obrigado, sr Kim. — agradeceu, recebendo um sorriso de Taehyung ao seu lado por terem encerrado aquele assunto. Se aproximou dele, encostando a cabeça em seu pescoço, murmurando. — Taehyung, por que toda essa comida? Vocês... vocês não podem comer isso, certo?
— Tem razão. Mas nesses três meses que você ficou longe, eu estive conversando com minha família sobre nos esforçarmos para esse momento. Eu tinha esperanças que pudéssemos ter algo assim um dia. Eles concordaram e então praticamos bastante e com calma. Nosso estômago não sente mais dores agora, então tudo bem.
Jeongguk deixou os lábios pressionarem sobre o pescoço do mais velho, tão feliz que não podia conter. Eles tinham se esforçado por ele, para tentar fazer aquele momento acontecer.
— Obrigado, hyungie, por esse momento — agradeceu com um suspiro contente. Taehyung deixou um leve beijo em sua testa, sorrindo.
— Você merece muito mais, Gguk-ah.
O almoço correu tão familiar que Jeongguk se sentiu nos dias em que seus pais faziam as refeições e os três comiam juntos, entre conversas. Os pais de Taehyung haviam sido mais que gentis com ele, assim como suas irmãs, e até mesmo Jehyun não fizera menos. Havia mais que nostalgia em suas lembranças, mas o desejo de sentir todos esses sentimentos de novo.
Eles passaram a tarde juntos entre conversas, onde Jeongguk conheceu mais sobre a vida dos vampiros daquela casa — os bons —, e sobre todos os outros que ainda restavam pelo mundo. Ficou sabendo de muitas coisas que antes não sabia, e agora já não sentia mais nenhum pingo de omissão vindo de todos. Isso o deixou feliz.
Quando a noite caiu, eles resolveram voltar para casa. Chaejong foi a pequena que correu para abraçá-lo, e Jeongguk sorriu enquanto rodeava os braços na menor.
— Googie visitará novamente? — ela perguntou ansiosamente. Jeongguk assentiu, vendo a mais nova sorrir. Logo depois dela, Jehyun tocou em seu ombro gentilmente antes de deixar que Eunji dissesse algumas palavras para se despedir. Jeongguk aproveitou para pedir novamente desculpas a ela.
Depois disso, foram os pais de Jeongguk. O sr Kim agradeceu sua visita e disse a ele que seria sempre bem vindo. E então, foi a vez da sra Kim.
Ela o puxou para um abraço forte, e quando uma das mãos deslizaram por suas madeixas calmamente, o peito de Jeongguk ficou apertado. Era exatamente como sua mãe fazia quando ele estava triste para consolá-lo.
— Sinto muito por seus pais. Mas tenho certeza que eles teriam orgulho de quem você se tornou — ela murmurou, apenas para que ele ouvisse antes de se afastar. Jeon limpou os olhos úmidos, assentindo. — Espero que voltem logo para nos visitar.
— Iremos — Jeongguk garantiu, olhando breve para Taehyung antes de voltar para a sra Kim. — Obrigado.
E logo depois, Taehyung o estava guiando pelas ruas silenciosas em retorno para casa. Em cada passo dado, a brisa se chocava contra o rosto levemente. Era um sentimento bom, para deixá-lo aliviado de tudo.
Ele tinha Taehyung, ele tinha uma família. E podia prosseguir ao lado deles agora. Sua mão entrelaçada a de Taehyung se uniu ainda mais, e Jeongguk sorriu, por saber que a ele foi dada uma oportunidade de começar novamente.
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fim! obrigada a quem acompanhou! 💕
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