'34'
Não se envergonhava em dizer que passou o dia todo dormindo. Seu trabalho na lanchonete estava sugando sua força vital, como ainda era de um cargo baixo, fazia de tudo, desde atender pedidos até limpar as mesas. Longe de christopher querer reclamar — mesmo que fizesse isso muito —, mas se via no direito de passar todo aquele tempo dormindo.
O último mês tinha sido uma bagunça, estava dividido entre trabalhar e pagar as dívidas da casa, até mesmo se privando de encontrar com os dois mais novos por estar muito ocupado. E por ter passado quase um mês todo sem encontrar com ambos garotos, decidiu que iria aproveitar aquele fim de semana livre para viajar com eles.
Já estava tudo esquematizado em sua cabeça, usaria a casa de praia que era da sua tia em Donghae-si para aquele encontro, não era uma residência tão grandiosa mas a mulher tinha deixado aquele lugar para ele antes de voltar a morar na Austrália junto com outros parentes do moreno quando este ficou maior de idade, então ele faria bom uso. Já havia comunicado sobre sua ideia para os garotos e eles tinham concordo, changbin iria fechar o estúdio mais cedo e jisung tinha folga no mesmo dia.
Sobre o garoto de fios loiros, ele finalmente estava tomando rumo em sua vida de forma independente, tinha arrumado um emprego num posto de gasolina e atualmente morava sozinho numa casinha simples no subúrbio bem próximo de onde o seo morava. Christopher pode notar a diferença no olhar do garoto depois que ele se livrou de todo aquele peso que seu pai colocava sobre seus ombros, ele parecia cada vez mais radiante e feliz, apesar do trabalho puxar muito dele por conta da sua falta de experiência, ele estava se saindo bem e nunca reclamava de nada em relação a seus colegas de trabalho. Apesar de ser bem recluso e tímido na presença de desconhecidos, estava tentando superar aquela barreira do seu próprio jeito.
Christopher não se cansava de dizer do quão orgulhoso estava da evolução do Han, sabia do quanto ele estava se esforçando para melhorar a cada dia.
Via seu empenho e tentava melhorar também, trabalhava incansavelmente para um dia ser o homem que eles poderiam se orgulhar, tinha seus defeitos e ainda não sabia o que deveria ser no futuro, mas pensava que com aqueles dois pirralhos poderia ser quem quisesse.
Quando acordou já era noite, seu quarto estava totalmente banhado na escuridão, se sentou na cama ainda mole de sono e tentou situar seus pensamentos. Tinha uma longa noite pela frente.
Pegou uma roupa mais confortável e leve para viagem e se dirigiu ao banheiro, tomando uma ducha demorada a fim de espantar qualquer resquício de preguiça que rodeasse seu corpo. Lavou os cabelos e passou um tempinho de olhos fechados enquanto deixava a água levar suas preocupações. Daria tudo certo naquela noite. Saiu do banheiro já vestido e com os cabelos meio úmidos, tinha deixado os fios pretos crescerem um pouco no último mês para deixá-los naturais, então aos poucos estava voltando a ser cacheado e volumoso. Pegou sua mochila pela cama e guardou seus últimos pertences, checando se estava tudo em seu devido lugar, seria uma viagem de dois dias e duas noites, não queria esquecer nada já que a loja mais perto da casa de praia era alguns quilômetros e não queria fazer changbin dirigir pra lá e pra cá por descuido seu.
Saiu novamente do quarto animado, não escondendo seu entusiasmo para aquele fim de semana. Era a primeira vez que eles estavam indo viajar juntos, pretendia fazer daquela viagem algo inesquecível.
Nem mesmo deu atenção para cara emburrado do Lee na sala, jogou sua mochila em cima do sofá ao lado do outro australiano e foi até a cozinha, vasculhou a geladeira atrás do seu suco de caixinha e voltou para sala saltitante de tanta felicidade. Felix parecia que tinha comido algo estragado, sua carranca apenas piorou por ver o seu primo tão alegre.
— tá amargurado assim por que? O Minho te deu um pé na bunda? — se sentou ao lado do loiro, colocando sua mochila no chão. Felix se afastou do mais velho com um bico enorme, ficando no canto do sofá mal humorado.
— não.
— então o que é?
— você vai pra praia e não quer me levar.
— de novo isso, yongbok. — o moreno revirou os olhos, ficando sem postura no estofado. — a gente já conversou sobre isso.
— mas não é justo! — ele se sobressaltou, ficando nitidamente indignado. Chris tampou um dos ouvidos, dando atenção para o jogo que passava na televisão. — eu te ajudei a limpar a casa ontem, o que custa você me levar? Eu quero ir!
— vou te explicar do jeito mais sutil possível. — se virou para o primo, terminando o suco de caixinha e deixando-o entre as coxas. — vou levar o changbin e o jisung para lá pra fazer coisas indecentes, você entende o que eu quero dizer, certo? Caso você queira ir, ok, eu te levo, mas espero que você esteja disposto a aguentar todo tipo de coisa depravada possível.
Estava claramente mentindo, aquilo não estava em seus planos, na verdade, pretendia apenas passar o dia com eles tranquilamente, curtindo um lugar silencioso enquanto via as ondas formarem desenhos pela areia, mas se caso acontecesse, estava longe de querer protestar de algo.
— não quero ir mais. — ele virou o rosto, enojado das coisas que acabou de ouvir.
— foi o que eu pensei. — deu um sorrisinho satisfeito, tirando o celular do bolso para checar as horas.
Quando deu nove horas em ponto, christopher se despediu do loiro e saiu de casa, tinha combinado com o seo que eles iriam buscar o mais novo no trabalho e depois dali partiriam em direção a Donghae-si. Assim que saiu do prédio, avistou o carro do moreno estacionado em frente a construção, caminhou animado até o automóvel, tomando o lugar do passageiro ao lado do tatuador. Conhecia changbin a meses mas não se cansava de se surpreender em como ele ficava bonito usando roupas simples, mesmo vestido com um shorts vermelho e uma camiseta preta ele ainda parecia lindo aos olhos do bang, o cabelo do rapaz estava bagunçado e assim era quase impossível ver o undercut recém feito ali, o sorriso que recebeu assim que entrou no carro foi de amolecer todos os seus ossos.
— animado pra hoje? — o australiano indagou, jogando sua mochila no banco de trás, aproveitando que seu corpo estava perto do moreno para lhe roubar um selinho. Ficou encarando aqueles olhos pretos e profundos, se perdendo nos traços do rosto do menor, apenas voltando a realidade quando o moreno apertou de leve sua bochecha, o obrigando a voltar para seu lugar.
— tô meio nervoso. — admitiu parecendo tenso, ele tirou o carro da vaga e colocou na estrada, partindo em direção ao posto de gasolina no qual o mais novo do trio trabalhava. — a gente ficou um tempão sem se ver e agora estamos saindo pra viajar, tô meio ansioso, não sei. — ele batucou os dedos no volante, seu rosto firme em direção a rua. — desculpa, eu não faço a menor ideia do que tô sentindo. Óbvio que eu tô animado pra viajar com você e o hannie, mas meu estômago tá embrulhado e eu acho que minha pressão abaixou três vezes enquanto eu me arrumava.
— tenta relaxar um pouco. — seus dedos longos e desajeitados passearam pela cartilagem macia da orelha do menor, este que pareceu derreter com apenas aquele toque leve. — eu também tô nervoso com essa viagem, mas vai dar tudo certo. Eu vou cuidar de tudo, então só confie em mim.
— você sabe que eu confio. — chris sorriu acanhado pela declaração do menor, continuando a massagear sua orelha durante o percurso.
O clima do carro mudou totalmente com a chegada do han. Changbin estacionou o automóvel em um local onde não atrapalhasse a passagem de outros carros até o posto de gasolina, viram o garoto de fios loiros ainda trajando a roupa do trabalho, ele correu em direção ao carro dando curtos pulinhos, parecendo cintilar em contraste com o local. Assim que estava próximo ao carro ele andou com mais calma, se abaixando perante a porta do bang e encostando seu braço ali para se abaixar um pouco.
— olá garotos, vão querer um servicinho especial hoje? — jisung pisou para ambos rapazes, sorrindo galanteador, ou tentando.
— entra logo nesse carro, jisung. — changbin revirou os olhos tentando evitar rir das suas palhaças.
O loiro sentou-se no banco traseiro, colocando sua mochila no assento livre ao seu lado perto da bolsa do bang.
Changbin deu novamente partida, desta vez seguindo rumo até a província de Donghae, seria em média duas horas de viagem, e ambos mais velhos tinham combinado em cada um dirigir um pouco para viagem não ficar tão cansativa.
— não olhem, eu tô trocando de roupa. — jisung avisou, tirando a camisa do trabalho e procurando outra dentro da mochila que tinha levado.
— como se a gente nunca tivesse te visto pelado. — christopher estalou a língua no céu da boca, olhando em direção a janela, às vezes seus olhos indo em direção ao retrovisor para espiar o loiro trocando suas vestimentas.
— eu tô vendo você me espiando, bang. — o australiano virou o rosto, ignorando o mais novo.
Tinha parado algumas vezes para trocar de lugar, e até mesmo estacionado em um mercado pequeno na entrada da cidade para levar algumas bebidas. Chris já tinha comprado outros alimentos essenciais e deixado guardado nos armários da casa e no pequeno frigobar no dia anterior, minho tinha levado os dois australianos até Donghae-si para limpar a residência e organizar as coisas. O Lee tinha sido a peça chave nos últimos dias para os planos de viagem do bang, agradecia a Felix por ter seduzido o policial se não estaria em apuros.
Era madrugada quando chegaram a Donghae e dali o caminho seria mais rápido, christopher dirigiu até a província enquanto changbin e jisung cochilavam abraçados no banco de trás, até mesmo cantarolava uma música qualquer que tinha escutado no rádio do automóvel para ajudar os menores a dormir. Samcheok Beach se aproximava cada vez mais, a casa da sua tia ficava numa parte mais isolada da praia, e nunca foi tão grato aquela mulher por ter feito uma escolha tão boa. Quando ainda era um pirralho encrenqueiro, sua tia sempre o levava para Donghae-si nas férias, e christopher simplesmente amava aquele lugar.
Pretendia fazer boas memórias com os menores já que era um lugar especial para ele.
Parou no calçadão e estacionou o carro no encosto da estrada, puxou o freio de mão e tirou a chave da ignição, se espreguiçando pelo tempo parado em uma só posição, ao se virar, ficou com dó de acordar changbin e jisung, mas já tinham chegado e deixaria eles dormirem assim que estivessem na residência e longe do frio da madrugada.
— ei, seus preguiçosos, acordem. — deu algumas tapinhas nas coxas dos garotos, mas eles ainda se mantinham agarrados e dormindo. — a gente já chegou. — disse baixinho assim que jisung deu a entender que iria acordar, este piscou algumas vezes tentando lembrar onde estava e se afastou do seo para se espreguiçar.
— foi rápido, pensei que ia demorar mais. — ele disse saindo do carro, e logo depois changbin despertou e fez o mesmo.
Cada um carregava uma sacola com bebida além da própria mochila, caminhando por uma trilha de madeira que levava até a casa, o terraço da residência era pequeno e aconchegante, ficava de frente para o mar e tinha espaço o suficiente para colocar uma rede. Christopher foi na frente para abrir a porta e ligar as luzes, deixando que os menores entrassem primeiro, a sala e a cozinha eram juntas, um sofá-cama marrom era responsável por fazer aquele divisão de ambientes, além do sofá-cama, a sala possuía uma mesa de centro pequena e modesta, a cozinha era resumida em um armário minúsculo, um fogão de quatro bocas e um frigobar. Poderia dizer que a casa era somente aquele cômodo se não fosse pela porta que levava ao banheiro. As paredes eram todas pintadas de azul caribe, dando um toque refrescante à residência.
Deixaram as bagagens por cima do sofá, levando as sacolas até o armário, changbin tirou as bebidas e jisung as guardou no frigobar, tinham comprado uma quantidade pequena já que o refrigerador não aguentaria tanta coisa. Enquanto isso, christopher abriu as janelas deixando que o cheiro do mar e a brisa suave entrassem na casa, arejando o local que passou algumas horas fechado. Ficou um tempo parado em frente a janela que dava uma visão privilegiada do mar em completo silêncio, a lembrança de quando era mais novo e corria por aquele lugar sozinho no meio da noite enquanto sua tia estava dormindo o pegou com força, ficando um pouco comovido por perceber o quanto tinha mudado. Se visse o christopher de dezessete anos na sua frente agora, sem dúvidas lhe daria um soco e mandaria ele se orientar na vida.
Não era alguém de viver com arrependimentos, mas tinha coisas que ele fez no passado que se pudesse voltar no tempo não faria de novo.
Sentiu algo gelado tocar seu pescoço, olhando para jisung assustado antes de pegar a garrafa de cerveja que o garoto havia trazido para ele.
— vamos dar uma volta. — changbin anunciou como uma ordem, e logo o trio saiu da residência.
O vento forte deixava seu cabelo cada vez mais bagunçado, bebia vez ou outra a cerveja que o han tinha lhe dado, mas boa parte do líquido estava sendo tomado por changbin, ambos dividiam aquela garrafa enquanto caminhavam descalços e sem rumo pela areia. Em algum momento, jisung apenas se sentou numa distância segura do mar, olhando na direção da água pensativo. Christopher suspeitava que ele já pudesse estar bêbado, mas na verdade o garoto apenas estava cansado, tinha trabalhado muito nos últimos dias e só queria descansar um pouco. O bang se sentou ao seu lado, puxando o seo para seu colo, este que optou por ficar entre suas coxas, usando seu dorso como encosto.
— estamos aqui. — o loiro proferiu, mais para si mesmo do que para os dois rapazes que dirigiam sua atenção até ele. De repente um sorriso contente tomou seus lábios, como se sua mente tivesse sido iluminada por um lampião, jisung olhou na direção de ambos rapazes sentados ao seu lado ainda sorrindo.
— perdeu o juízo de vez? — changbin indagou erguendo uma sobrancelha desconfiado.
— me deixa de ser feliz. — deu mais um gole direto do gargalo da garrafa, olhando em direção ao mar, a lua parecia estar a centímetros da água e aquilo era incrível aos olhos do han que tinha ido poucas vezes à praia.
— o tempo passou rápido, né. — christopher olhou na mesma direção que o mais novo. — já faz um ano que a gente tá junto.
— espera, o quê? — aturdido jisung encarou o bang.
— hoje faz um ano que a gente se conheceu. — changbin disse. — vai dizer que esqueceu.
— vocês não me lembraram! — ele parecia indignado. — poxa, eu esqueci totalmente. Nem comprei nada pra vocês. — ele fez um biquinho insatisfeito, parecendo chateado consigo mesmo.
— caso isso te conforte, eu também não comprei nada. — o tatuador ingeriu o restante da cerveja que tinha na garrafa do bang, a deixando ao seu lado para lembrar de levar quando voltasse para casa. — e você? — ergueu o queixo a fim de olhar para o australiano, este que sorriu discreto enquanto sua mão pescava algo dentro do bolso do shorts.
De lá ele tirou três pulseiras iguais, com a única diferença dos pingentes. Tinha o desenho de bonecas russas nos pingentes, da maior boneca até a menor. Changbin tomou postura entre as coxas do mais velho para olhar melhor as pulseiras e jisung fez o mesmo, chris estendeu os objetos até o meio deles com um sorriso tímido.
— mandei fazer elas no mês passado. — ele distribuiu duas das três pulseira em seu dedo mindinho, pegando a pulseira com a menor boneca e colocou no pulso de changbin e a mediana colocou em jisung, agradecendo que deu direitinho em ambos braços. — sei que não é grande coisa, mas eu queria ter algo para oficializar o nosso namoro. — ele parecia envergonhado enquanto tentava colocar sua pulseira sozinho, mas o loiro que estava ao seu lado o ajudou, a prendendo no pulso do maior.
— obrigado, de verdade mesmo. — foi surpreendido por um abraço do han, enlaçando seu corpo com um braço enquanto afundava o rosto no pescoço cheiroso do garoto.
— você tá chorando? — chris olhou para changbin confuso.
— cala a boca. — o tatuador coçava os olhos e fungava baixinho, encolhendo o corpo já miúdo no meio das coxas do australiano.
— você não gostou, neném? — delicadamente o han tirou as mãos do baixinho da frente dos olhos, vendo seu nariz um pouco rosado e ao redor dos seus olhos vermelhos. Ele realmente estava chorando, e aquilo deixou christopher extremamente aflito.
— eu gostei. — ele esfregou o rosto com força, se livrando das lágrimas. — desculpa, as vezes isso acontece. — ele fungou mais uma vez, engolindo totalmente o choro. — por que a minha boneca é a menor? — encarou o bang com os olhos semiabertos.
— você quer a verdade ou o que vai te deixar melhor? — acabou por receber um soco na barriga. — ai, era brincadeira, porra!
— imbecil. — se virou com os braços cruzados, parecendo uma criancinha birrenta. Jisung o abraçou, beijando sua bochecha várias vezes até a carranca costumeira sumir do seu semblante e ser substituído por um sorriso tímido.
Já passava das três da madrugada quando levantaram do chão, espantando a areia de suas roupas a fim de voltar para casa. Apesar de não estar bêbado, o loiro parecia um lunático feliz da vida, andando na frente deles e molhando os pés vez ou outra nas ondinhas que o mar fazia ao encostar na areia. Apenas de ver o garoto feliz os deixava contente.
— vamos nadar pelados amanhã de manhã. — ele cantarolou fazendo uma dancinha vergonhosa, vez ou outra tropeçando em seus próprios pés.
— já disse que não vamos. — changbin retrucou, acabando com sua dancinha e com seu sorriso. Desde o dia que o bang tinha sugerido aquela viagem o garoto de fios dourados cismou que queria nadar pelado, até mesmo cogitou a ideia de tirar a roupa e nadar naquele momento, mas estava muito frio e ele acabou desistindo sozinho.
— você é um chato!
— isso é crime, jisung, e existem lugares propícios pra isso e com certeza aqui não é esse lugar.
— mas o chris disse que a gente podia! — changbin encarou o australiano ao seu lado exasperado, descrente que ele realmente tinha concordado com aquilo.
— espera, eu não disse isso. — rapidamente ele se defendeu. — eu disse que esse lugar da praia é meio deserto, somente isso. — jisung parecia cada vez mais chateado.
— eu quero nadar pelado.
— mas não vai.
— vou sim.
— se você não calar a boca eu vou te bater.
— vem então, tampinha.
Aquilo tinha sido o estopim para changbin, este largou a garrafa que estava carregando mas mãos de christopher e correu em direção ao han, vez ou outro um dos dois tropeçavam na areia ou escorregava, mas não paravam de gritar e correr.
Chris apenas ia atrás rindo dos seus tombos.
(...)
Diferente do dia anterior, o bang acordará bem cedo para preparar o café da manhã de ambos garotos. Tudo bem que não era nenhum expert quando se tratava de cozinhar, mas fazer ovos mexidos com bacon e torrada não deveria ser tão difícil.
Os deixou dormindo encolhidos no sofá-cama enquanto preparava tudo, puxou a mesinha de centro que tinha sido empurrada para o canto na noite anterior, levando ela até a lateral do estofado, colocando três pratos, a frigideira com o bacon e os ovos, as torradas, três copos, e o suco de garrafa que tinha comprado no supermercado. Juntou as roupas dos garotos que estavam jogadas pelo chão e abriu as janelas, sendo jisung o primeiro a acordar pelo barulho do australiano andando pra lá e pra cá.
Pegou o shorts que estava usando na noite anterior por cima do sofá, vestindo ele antes de ficar de pé e andou tropeçando até estar abraçado as costas do bang, esfregando seu rosto na pele quente com traços de tatuagem por toda coluna vertebral, ficando um pouco surpreso pelas marcas de unha que se espalhava pela pele alva do rapaz.
— vai lavar o rosto pra gente comer. — jisung assentiu indo até o banheiro.
Quando chris terminou de lavar a louça usada para cozinhar, enxugou as mãos no pano de prato que carregava no ombro e foi acordar changbin. Se sentou no espaço onde jisung estava dormindo, observando o rosto inchado e os lábios espremidos do tatuador, metade do seu rosto escondido no travesseiro sendo um dos poucos pontos de pele que era visível para fora do cobertor que escondia do seu quadril para baixo. Changbin tinha as costas largas, seus músculos eram perfeitamente trabalhados, tinha algumas pintinhas aqui e ali, onde christopher fez questão de beijar na noite anterior. Ele parecia tão sereno que o australiano repensou se deveria acordá-lo ou não.
— ei, esquentadinho, acorda. — cutucou sua bochecha, mas este apenas virou o rosto na outra direção. Chris apoiou as mãos pela bagunça de lençóis, inclinando seu rosto na direção do menor, espalhou beijos pelas bochechas gordinhas e mordeu de levinho a pontinha da sua orelha, escutando changbin resmungar algo.
— não, chris. — o moreno se virou ainda com os olhos semiabertos, tentou afastar o bang e se livrar dos beijos que ele distribuiu por seu pescoço judiado por jisung, mas aquilo estava sendo em vão. — eu quero dormir, amor. — embaraçou seus dedos entre os fios encaracolados do australiano, puxando de leve para trás, mas ele continuava lhe beijando e mordendo o ossinho da sua clavícula.
— não quer comer? — ergueu o rosto um pouco e viu o garoto negar, então decidiu deixá-lo em paz por enquanto, voltando a cobri-lo com o lençol antes de se sentar ao lado de jisung que acabará de sair do banheiro a fim de degustar do café da manhã que tinha preparado.
— tô morto de fome. — chris serviu o menor, entregando o prato com as torradas, o bacon e os ovos, colocando suco para ele logo em seguida. — o bin não vai comer? — esticou o pescoço sobre o ombro do australiano, vendo o moreno deitado de costas provavelmente já dormindo de novo.
— deixa ele descansar um pouco.
Ambos comeram em silêncio para não atrapalhar o sono do tatuador, e quando terminaram, jisung se dispôs a lavar a louça, deixando que o australiano voltasse a persuadir o moreninho a levantar.
Mais tarde quando os três já estavam meio dispostos, saíram um pouco para nadar, jisung sendo quem sugeriu a ideia e era impossível para os dois mais velhos negarem algo quando o loirinho parecia uma criança arteira com aquele sorrisinho que poderia desmontar um exército inteiro.
Changbin estava ao lado do australiano já no terraço da residência, esperavam pelo mais novo que estava terminando de se vestir. Chris observou o moreno de lado, ele parecia inerte e mais calmo que o de costume, seu rosto se mantinha fixo em direção ao mar, e visto daquela direção poderia perceber um sorrisinho despreocupado nascendo nos cantinhos dos lábios maltratados do menor.
— um tapa na gostosa! — jisung passou correndo por trás de changbin, dando um baita tapa em sua bunda no processo.
— seu filho da puta desgraçado eu vou te matar!
Chris suspirou como se aquela cena fosse tão cotidiana que apenas aprendeu admirá-la de longe, viu jisung se deixando ser pego por changbin somente para puxá-lo para dentro da água, este que gritou quando foi derrubado e quase afogado pelo loiro. O australiano riu ainda parado perto da residência, segurando o boné que o tatuador usava antes de sair correndo.
— hyung, vem pra cá! — jisung o chamou, mas assim que changbin apareceu por trás de suas costas o afagou, empurrando sua cabeça para dentro da água o deixando lá por meros segundos, apenas para ensiná-lo uma lição.
Sentia que podia viver daquele jeito para sempre, porque tudo parecia bem mais fácil quando eles estavam por perto. Tinham passado por tantas coisas juntos, temia vez ou outra que poderia perdê-los no processo, mas olhando para trás agora se sentia um idiota por ser tão inseguro as vezes, eles não iriam embora tão facilmente.
Quando era apenas um garoto achava que estar apaixonado era uma coisa horrível, mas só tinha medo de não encontrar a pessoa certa e acabar entregando seus sentimentos para alguém que não valia a pena, mas soube que jisung e changbin eram a pessoa certa no mesmo instante que bateu seus olhos neles.
Não negava que tinha medo do que poderia acontecer no futuro, mas por enquanto estar apaixonado por jisung e changbin não era uma coisa ruim, e amava a sensação de confusão que eles causavam em seu corpo com apenas um sorriso ou um beijo.
Christopher colocou o boné do seo fincado na areia para não ter perigo dele sair voando com o vento forte, dando uma corridinha até chegar perto das ondinhas que se quebravam quando chegavam na areia, em poucos passos jisung e changbin brincavam — ou brigavam —, jogando água um no outro como duas crianças. O australiano mergulhou por trás, indo por debaixo das ondas até o han, assustando-o assim que lhe pegou no colo e levantou seu corpo. Changbin riu alto quando o bang jogou jisung para o lado de uma vez.
— entrou água no meu cérebro! Tira, tira, tira! — ele começou a balançar a cabeça para os lados, os respingos de seu cabelo batendo em changbin e christopher que estavam próximos.
— calma, eu vou te ajudar. — changbin segurou em ambos lados do rosto de jisung, sorrindo ardiloso antes de afundar a cabeça do han dentro da água novamente, rindo maldoso ao vê-lo se debater.
No final, eles nunca mudariam.
🔂
Acho que assim marcamos o final de rivals.
Nossa gente a fic ja tem um ano já tava na hora de acabarkklj
Quero agradecer a todo mundo que comentou, votou ou apenas leu, vocês me encorajaram para chegar até aqui e eu sou muito grato a vocês <3
Sem o apoio de vocês com certeza rivals nunca teria sido terminada pq eu desanimo das coisas muito fácil e acho que algumas pessoas sabem que essa história já teve a publicação retirada uma vezes 🙈
Espero vê-los em projetos futuros, prometo não parar de fazer fanfic do 3racha até alguém de bom coração começar a fazer por mim djskhdhsj
Se cuidem direitinho nessa pandemia e bebam água <//3
Até a próxima !
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro