'30'
O dia tinha começado mais agitado que o normal na casa do bang.
Tinha se passado algumas semanas, o suficiente para ele entregar quantos currículos pudesse, até finalmente achar um trabalho numa lanchonete no shopping local. O salário não era um dos melhores e ele nem mesmo tinha uma posição alta no emprego, porém precisava ser positivo. Não teria nenhum minjun para te aborrecer, era aquilo que Felix sempre repetia para o mais velho quando ele resmungava de algo em relação ao novo trabalho. E ele estava certo. Atualmente o moreno preferia vestir aquela roupinha ridícula em tons de verde, vermelho, marrom, e bege do que voltar a trabalhar numa boate.
Talvez tenha ficado traumatizado.
Com sua vida financeira tendo um partido estável, seu plano de mudança havia entrado em ação. Sabia muito bem que o dinheiro usado para alugar o apartamento onde ele e yongbok iriam morar não era limpo, e para não ter nenhum tipo de problema no futuro, conversou em particular com minho para resolver aquilo tudo. De início, ainda não estava seguro em gastar o dinheiro, o deixando guardado por um tempo mesmo que o Lee tenha dito que era "okay" ele usar. A última coisa que ele queria era trazer confusão para changbin e jisung e envolvê-los em mais problemas.
Vendo que continuar morando naquele bairro já não era mais seguro para ele e o outro australiano, optaram depois de muita procura por um apartamento mobiliado perto do shopping no centro da cidade. Era longe da casa do seo e de tudo que ele construiu, como suas amizades antigas e o barracão onde conheceu hyunjin e estabilizou uma vida. Mas christopher não iria embora, então não pensou que aquilo era um adeus, podia ir visitá-los quando bem entendesse, principalmente changbin. Não queria quebrar a tradição de sempre aparecer na casa do moreninho a fim de passar a noite ao lado dele e de jisung.
— o changbin chegou! — a voz alta e aguda de Felix ecoou pela sala, jisung saiu aos tropeços do quarto, passando entre as caixas com pertences dos dois australiano até conseguir alcançar a porta da sala, abrindo-o para esperar o tatuador aparecer.
Antes mesmo das nove horas, o han apareceu na residência. Christopher ainda estava sonolento e perdido quando avistou a cabeleira loira e as vestes despojadas do menor vindo em direção ao quitinete onde mora, ele parecia radiante e estupidamente feliz apesar de ser tão cedo. Enquanto o australiano tomava café, o loirinho falava sobre seu fim de semana, não poupando detalhes das coisas que fez em casa. Disse alegremente que se livrou de toda droga que possuía em casa, dando um jeito de jogar tudo no lixo sem parecer suspeito.
A última caixa com os livros e algumas apostilas de Felix foi fechada com fita, Chris tratou de pegar a caixa de papelão e caminhar com cuidado até a sala. O pequeno corredor antes preenchido com alguns quadros estava vazio, a tinta por baixo das armações dos quadros estava descansando, olhando melhor agora, aquela casa estava caindo aos pedaços. Deixou a caixa mediana em cima do sofá e sorriu ao ver jisung trazer changbin até onde eles estavam, empurrando o moreno até a sala com um sorriso cintilante.
Changbin parecia acanhado na presença do outro australiano, se bem lembrava, poucas vezes o menor venho a sua residência quando o Lee estava, então sabia que provavelmente eles não tinham trocado mais do que vinte palavras. O bang encurtou o caminho que os separava, acariciando os cabelos negros e brilhantes do tatuador, este que abaixou a cabeça envergonhado.
— podem ir parando de viadagem aí, viu. — Felix disse, jogando o pano que carregava para limpar os objetivos de vidro que tinha pela sala no ombro.
— ignorem ele. — christopher inclinou um pouco o rosto na direção do seo, sorrindo pequeno em sua direção. — não precisa ficar tímido perto do Felix. Ele é idiota, mas não morde.
— eu tô escutando!
— é pra escutar mesmo.
— deixa esses dois aí brigando, vem comigo binnie. — jisung segurou com cuidado no quadril do baixinho, empurrando ele em direção ao quarto. — vamos levar as caixas que estão no quarto pro carro! — disse em voz alta, avisando a dupla que ficou na sala.
Com todas as caixas perfeitamente fechadas, o quarteto começou a esvaziar o quitinete. Christopher tratou de deixar jisung e changbin levando apenas as caixas mais leves, com objetos da cozinha e outros pertences simples e pequenos, deixando o trabalho mais pesado para ele e Felix.
— você é muito seletivo! — yongbok bradou, colocando a mochila pesada com as suas roupas dentro do porta-malas do seo.
— eles são os meus namorados. — disse como se fosse o óbvio.
— e eu sou seu primo! — exprimiu, batendo o pé no chão como uma criancinha mimada. — família vem antes do relacionamento, christopher! A gente sempre deixou isso claro!
— é só umas caixas de nada, yongbok, para de show. — passou por ele, ignorando seus gritos inconformados. Encostados no carro, jisung e changbin dividiam um sorvete que acharam perdido dentro da geladeira do bang, rindo vez ou outra do drama do loiro.
Mais duas voltas de ida e vinda da dupla de australianos, e o quarteto enfim pode fechar as portas do quitinete e entregar as chaves ao proprietário. Com o mais velho no volante, changbin foi atrás com jisung, deixando que Felix fosse no banco da frente, este alegava que estava para derreter de tanto calor, todos os membros do seu corpo pediam arrego e que era tudo culpa do Bang. Em torno de xingamentos por parte do australiano de sardas e fios descoloridos e cochilos de jisung abraçado de forma tortuosa no corpo cálido de changbin, eles enfim chegaram no apartamento.
Os primeiros a descer foram christopher e jisung, desta vez o han se colaborou para levar as caixas mais pesadas, deixando que yongbok e o moreno levassem as outras que estavam dentro do carro no banco de trás. No elevador para o terceiro andar, changbin e Felix tinham ido na frente, uma vez que o Bang pediu para serem eles a irem primeiro até o apartamento para abrir as coisas e esperá-los. O moreno não se considerava uma pessoa tímida, apenas não conseguia ficar tão solto perto do Lee, nem mesmo conseguia lembrar da última vez que falou com ele. Talvez nem mesmo tenha passado de uma apresentação.
— changbin, certo? — o loiro se virou em sua direção. O seo balançou a cabeça, assentindo. — a gente nunca conversou direito. Claro, tudo culpa do chris que é todo superprotetor com vocês dois. — ele revirou os olhos. — como você namora alguém tão chato como o christopher? Você e o ji parecem ser tão legais. — changbin balançou os ombros.
As portas do elevador se abriram, felix saiu primeiro mas andava devagar para changbin acompanhá-lo. Com a porta do apartamento escancarada, o moreno vagou os olhos pela sala de estar. Com certeza era mil vezes maior que a outra, tinha um sofá de quatro lugares cinza escuro, uma televisão ampla plugada na parede, o chão era de cerâmica branca e todo o espaço era espaçoso e arejado. Tinha janelas ao lado do sofá, com uma pequena varanda de frente para os outros arranha céus da cidade. Ali realmente era o centro de tudo. Changbin caminhou acanhado até a varanda, abrindo as portas de vidro cautelosamente, esticou seu corpo até o parapeito, a vista era deslumbrante, mas não teria coragem de passar muito tempo sozinho ali, se sentia enjoado por conta da altura, então tratou de encostar as portas e ficar esperando por jisung e chris na sala.
— posso te fazer algumas perguntas? — Felix apareceu do pequeno corredor, ele abria as portas a fim de deixar o vento entrar.
— claro.
— é só uma curiosidade minha. — ele parou ao lado do menor. — eu tentei perguntar ao chris, mas ele é todo chato e não quis me responder. — fez um bico engraçado. Changbin riu nasalmente e esperou que ele continuasse. — quando o chris hyung e o jisung estão sozinhos, você sente ciúmes?
— não.
— nem um pouquinho? — changbin negou mais uma vez. Na verdade, o moreno nunca tinha parado para pensar sobre aquilo. Tentou se imaginar sentindo ciúmes de jisung com christopher, mas era esquisito. Simplesmente estava acostumado com o que tinham, e não conseguia se sentir incomodado quando eles preferiam ficar conversando entre eles ou tendo seus momentos em particular.
— é estranho. — Felix o encarou em expectativa. — digo, ter ciúmes deles dois. Normalmente eles são bem mais próximos, e eu até não ligo muito. Mas isso não quer dizer que eles me deixem de lado. É difícil de explicar. — coçou a nuca, tentando achar palavras para se explicar, mas viu que não conseguia por em palavras. Simplesmente se sentia bem do jeito que estava atualmente e gostava da relação que tinham.
Quando Felix iria continuar com suas indagações curiosas, a voz de jisung ecoou pelos ouvidos dos dois rapazes no apartamento. Ele entrará fumegando, seu rosto contorcido em ódio, seus passos eram firmes e barulhentos pelo piso de cerâmica. Ele estava enfurecido. Logo atrás, carregando duas caixas empilhadas sobre as mãos largas, christopher ria.
— o que aconteceu? — preocupado e curioso, o seo perguntou. O loiro deixou as caixas pelo chão e fitou christopher espumando de ódio.
— esse babaca! — apontou o dedo na direção do bang, que ainda ria. — deu em cima de uma mulher na minha frente! Changbin, eu vi! — virou-se na direção do seo.
— você fez o quê? — o moreno parecia embasbacado enquanto mirava seus olhos na direção do australiano mais velho, este que parou de rir de imediato ao ver que changbin iria se irritar e aquilo viraria um massacre. Era fácil lidar com um jisung irritado, mas o tatuador era imprevisível.
— espera, não foi assim. — se defendeu, mas foi prontamente interrompido por jisung. Felix se sentara no sofá, aproveitando aquele espetáculo exclusivo.
— ah não? Vai dizer que eu tô ficando louco? Que eu tô vendo coisa? — o Han cuspiu as palavras com desdém. — binnie, a gente tava esperando o elevador e chegou uma dondoca e começou a se engraçar pra cima dele, e o que ele fez? Deu corda pra mulher!
— eu não fiz isso! — gritou por cima. — ela perguntou se eu era um novo morador e eu só fui simpático ao responder.
— então sua simpatia causou efeitos contrários, por que ela ficou se esfregando em você quando a gente entrou no elevador!
— ela não fez isso, hannie. — tentou não rir ao encarar o loiro bufando de raiva, os braços cruzados na altura do abdômen e o pé batendo no chão freneticamente. Changbin se manteve calado, esperando o final daquela história.
— ela ficou tocando em você! — exprimiu. — "nossa, você é todo tatuado", ah, vai tomar no cu! — após afinar sua voz e fingir um tom doce feminino, o garoto gritou enfurecido.
— bom, aí você tem um ponto. — o bang realmente ficou desconfortável com a atitude da mulher em tocar as notáveis tatuagens que preenchia seu braço esquerdo. — mas eu juro que não era a minha intenção fazer parecer que eu estava dando liberdade pra ela. Eu só fui simpático. — olhou para changbin, que parecia processar a situação.
— ela tocou em você sem permissão? — changbin indagou. O maior assentiu.
— aí o jisung ficou irritado e mandou ela se afastar de mim. — o citado virou o rosto.
— e ela ainda me chamou de rude, dá pra acreditar? — estupefato, o garoto virou para o segundo mais velho presente. — ela tava assediando o chris na cara de pau! E essa mulher ainda mora no apartamento aqui do lado. Escuta aqui. — aproximou-se do bang, puxando a gola da camisa dele para baixo, olhou diretamente para os olhos do australiano. — se eu ficar sabendo que você nos traiu com aquela mulherzinha, eu acabo com a sua vida. — o tom de jisung foi sério e agudo, como nunca usado antes. Christopher ficou atônito por alguns milésimos, mas balançou a cabeça em concordância, se assustando quando o han o afastou brutalmente, empurrando seu corpo para trás.
jisung passou por changbin e o puxou pela mão até a varanda, afastando as portas e ficando lá com o moreno. O australiano ainda estava tentando processar o que jisung tinha acabado de dizer. Traí-los? Christopher nem mesmo conseguia se imaginar dormindo com outra pessoa que não fosse eles. Não conseguia imaginar seu futuro com outra pessoa se não fosse aqueles dois.
— acho melhor você ir lá conversar com eles. — Felix disse, ficando de pé. — seu histórico é péssimo, meu amigo. E eles sabem do seu passado. Vai lá e se explica antes que tudo piore. — o garoto de fios loiros e sardas espalhadas pela face concluiu, procurando entre as caixas sua mochila de roupa e levando até o quarto que seria o seu a partir de hoje.
Christopher balançou a cabeça e colocou os pensamentos em ordem. Felix estava certo, precisava esclarecer de uma vez por todas que não era mais o antigo Bang. Não podia perder aqueles dois por ter sido um estúpidos e não conseguir segurar sua próprio língua.
Passou entre as caixas de papelão e alcançou a varanda, parou as mãos entre as portas e observou os dois rapazes de costas. Changbin conversava com o han num tom baixo, repreensivo e cuidadoso. Olhando para o garoto de fios dourados com zelo, escolhendo precisamente cada palavra para acalmar o pavio curto do mais novo.
— eu estou tão irritado, bin! — jisung exclamou, sem perceber a presença do bang logo atrás. O rapaz escorou no parapeito, deixando a brisa bagunçar seus cabelos e abraçar seu rosto.
— eu sei, hannie. — tentou soar calmo e compreensivo. — mas você sabe que o christopher é desse jeito. Às vezes ele fala e faz as coisas sem pensar. — changbin enroscou os dedos no cabelo do mais novo, sorrindo simplista para ele. — está tudo bem.
Quando sua presença fora notada por jisung, seu rosto se contorceu como antes, impaciente.
— não precisa se explicar. — o loiro interrompeu o estrangeiro antes mesmo dele colocar todos os pensamentos que tivera em pauta. — também passei dos limites, então só esquece o que aconteceu.
— não quero que vocês fiquem com raiva de mim. — falou sincero.
— não estou com raiva de você. — changbin disse sincero, correndo os olhos pelo rosto do australiano. — mas entendo o lado do jisung. Mas você não nos deve uma explicação, e nem pode mudar a forma como age.
— eu não vou trair vocês, eu juro.
— a gente sabe. — jisung desta vez respondeu, virando o rosto em sua direção. — por isso eu disse que passei dos limites.
Christopher tentou conter um sorrisinho pequeno contente, indo até eles, pousou as mãos no quadril de ambos e os puxou de levinho para perto. O han ainda parecia insatisfeito e não media esforços para expressar aquilo, mas ao virar o rosto e ver changbin tão resplandecente perante a luz natural do sol, cedeu um pouco, encostando a cabeça no ombro do australiano.
— vocês realmente não estão com raiva de mim? — questionou mais uma vez.
— um pouco. — jisung ficou na frente do bang, o começo das suas costas encostando no parapeito da varanda, ele passou os olhos entre os dois mais velhos e sorriu tímido.
Sutilmente, christopher soltou changbin e abaixou o rosto na direção do loiro na intenção de beijá-lo, mas o som de algo caindo assustou os três rapazes na varanda, que de supetão se viraram na direção da porta do local, vendo Felix andando pra lá e pra cá derrubando as caixas que estava esvaziando.
— foi mal, aí casal, não queria atrapalhar. — sorriu cínico para os três, empurrando mais uma caixa para a cozinha. O Bang olhou para ele tão irritado que se tivesse algum objetivo pontudo em mãos, jogaria nele.
— vamos lá ajudar ele. — changbin dissera, puxando os dois pela mão.
(....)
À noite, pelo menos 40% das coisas já estavam em seu devido lugar. Os dois australianos perderam muito tempo brigando entre si ao invés de organizar as coisas. O quarto que seria do Bang havia sido arrumado pelo seo, iriam dormir ali naquela noite e o moreninho bradou que não dormiria no meio de uma bagunça. Então, pelo menos aquela parte da casa estava organizada.
Felix, jisung e changbin tiravam as caixas da sala e empilhavam na cozinha, no canto perto da geladeira duplex. Christopher saiu há poucos instantes antes, a fim de comprar bebidas para eles comemoraram. Então quando retornou ao apartamento, os três garotos já estavam sentados no chão conversando animadamente — pelo menos jisung e Felix estavam.
— trouxe vinho pra gente. — falou se sentando próximo ao tatuador que estava ocupando o espaço entre as coxas do han. — e refrigerante pra você. — estendeu as quatro latinhas de coca cola e fanta uva na direção do moreno, que deixou o celular de lado para pegar.
— valeu. — sorriu pequeno para o australiano, deixando as latinhas ao seu lado. Ainda estava tomando alguns medicamentos e fora proibido de beber pela médica.
Christopher colocou os dois litros de vinho no meio deles, também comprou alguns amendoins para acompanhar e outros petiscos que achou pela loja de conveniência a duas quadras do prédio. Como ainda não tinham aberto nenhuma caixa que estava na cozinha, os copos ainda estavam guardados, então jisung e chris dividiam uma garrafa enquanto o Lee ficou com outra totalmente para ele, alegando que queria encher a cara depois do longo esforço que fez no dia.
Assuntos iam e vinham no meio da sala espaçosa, entrava uma brisa gostosa pelas janelas abertas, acalmando um pouco os ânimos de jisung que bebia animadamente, seu tom de voz aumentou com o cair da madrugada. Houve um momento que somente ele falava e respondia suas próprias perguntas, os dois mais velhos da residência deixaram que ele parecesse um lunático enquanto tagarelava consigo mesmo. Felix já estava deitado no chão, a garrafa vazia em cima do peito desnudo, ele encarava o teto e murmurava o quão injusta era sua vida amorosa atualmente.
— vou dormir antes que eu acabe beijando um de vocês dois e o chris me mate. — ficou de pé meio tonto e sem largar a garrafa de vinho vazia, caminhando vacilante até o quarto. Antes, changbin perguntará se ele queria ajuda para chegar até o quarto, mas o Lee negou, afirmando que estava bem o suficiente para não cair até lá.
Jisung continuou sentado no chão, encostado no sofá espaçoso, tinha um bico enorme em lábios, parecia informado com algo enquanto olhava sem piscar para a parede. Os dois mais velhos trocaram um olhar confuso, se aproximando do garoto.
— hannie? O que houve? — chris passou a mão pelos fios bagunçados que caiam sobre a testa grudando de suor do loiro, mas ele apenas encarou o bang sem dizer uma palavra.
— ji, você tá bem? — preocupado, changbin tirou a garrafa de vinho do mais novo e passou as costas da mão sobre a bochecha macia do garoto.
— tô deprimido. — após longo período em silêncio, jisung exprimiu em um bico tristonho. Changbin e christopher riram, sentado cada um de um lado do loiro, abraçando ele meio desajeitado. — será que o bin e o chris me amam? — encarou os dois rapazes colados ao seu corpo, sem conseguir reconhecê-los direito.
— eles te amam sim, hannie. Por que você tá duvidando disso? — christopher tentou segurar a risada, observando changbin conversando com jisung. Era a primeira vez que o loiro não os reconhecia depois de beber, o bang iria usar aquilo contra ele no futuro.
— não sei. — seu beicinho ficou maior, como se estivesse prestes a chorar.
— acho que a gente devia ir deitar. — o australiano interrompeu antes que o han realmente chorasse, ficando de pé e dando a mão para ajudá-los a se erguer também.
Com auxílio de changbin, jisung foi levado até o quarto do Bang, agora localizado na primeira porta à esquerda. Adentraram ao lugar que era preenchido por uma cama de casal, um guarda roupa que ocupava a parede em frente a cama por completa, duas cômodas pequenas com um abajur jeitoso em cima, o chão também era de cerâmica clara, havia uma janela com persiana grande na parede em frente a porta de entrada e tudo ao redor era pintado de um cinza claro.
— acho melhor a gente dar um banho nele. — falou um pouco mais alto para o bang que entrava no cômodo. Jisung estava sentado na cama sem postura, parecia cada vez mais perdido.
— como naquela vez? — indagou com um sorrisinho nostálgico. Changbin riu ao lembrar da forma como se conheceram. — eu dou banho nele, você procura uma roupa. — o moreno assentiu.
Christopher arregaçou as mangas da camisa que vestia até os cotovelos, pegando o han pelas coxas e andando até o banheiro no corredor. Ele parecia molenga sobre seus braços, então tratou de segurá-lo firme, depositou cuidadosamente o loiro sob a privada a fim de despi-lo. Tirou sua camisa, a corrente de prata que usava, a calça, e por fim sua roupa íntima. Deu banho nele mesmo com seus gritos escandalosos para deixá-lo sair, empurrando o corpo do garoto para debaixo da água gelada, a fim de tirar pelo menos um pouco da ressaca horrenda que teria no outro dia. Chris lavou seus cabelos loiros e tomou o maior cuidado possível para não tocá-lo indevidamente, fechando o registro da água quando enfim ele parecia um pouco mais normal.
Com ele enrolado na toalha, voltou para o quarto, teria que trocar de roupa também já que por conta do escândalo que o menor fizera, acabou ficando tão ensopado quanto ele.
Changbin tomou a frente, vestindo o garoto ainda meio tonto por conta do vinho, secou seus cabelos com uma toalha limpa e indagou quantas vezes necessário se ele queria vomitar. Ele parecia um pouco pálido e desorientado, mas constatou que provavelmente era o efeito da bebida.
— pra onde você vai? — jisung indagou quando foi coberto pelo edredom da cama, vestia uma camisa larga e uma calça de pijama que achou entre as coisas do australiano. Changbin firmou os lábios numa linha reta, sentando na beirada da cama ao lado do seu corpo.
— só vou passar uma água no rosto. — christopher logo ocupou o espaço ao lado do loiro, ele já tinha trocado de roupa e optou por vestes mais confortáveis e frescas. Mesmo com o australiano ao seu lado, o han não soltou a mão do tatuador, impedindo que ele se levantasse.
— não vai... — murmurou com os olhos semiabertos, sonolento e cansado.
— carência? — indagou christopher olhando o moreno.
— o segundo estágio da embriaguez. — ambos compartilharam de uma risada baixa.
— pode ir, eu cuido dele. — abraçou o corpo um tanto malhado do loiro, aninhando ele em seus braços, beijou repetidamente sua testa e o apertou no processo.
Changbin ficou de pé quando percebeu que ele dormirá no mesmo instante que o Bang o puxou para seus braços, suspirando em alívio.
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