-- Capítulo 42: Esperança Inesperada --
Em alguma parte da zona da floresta, encostados em algumas árvores, é onde está o recém formado Time dos Restos. Klay está desanimado, olhando para cima sem nenhum motivo, observando os galhos balançando devido ao vento enquanto os holofotes que se formam entre as folhas batem sobre seu rosto.
O rapaz retira as faixas que estão por seu rosto. Mesmo tendo se tratado com alguns medicamentos, Klay ainda tem marcas notáveis do duelo contra Zesteri, estando com uma expressão cansada, algo aceitável considerando tudo o que ele passou para chegar ao menos ali.
— Você até que é bonito — comenta Sina. — Talvez Zesteri tenha mirado na sua cara de propósito! Hahaha!
Klay forma um sorriso simples em seu rosto.
— Minha cara estava bem pior antes. Os remédios que tomei realmente ajudaram a melhorar… — Seu olhar se fecha pela metade. — Apesar disso que passei, não sinto rancor de Zesteri pela minha derrota, pois ele, assim como todos, está dando tudo de si na competição pelos pilares de luz.
Sina coloca suas mãos atrás da cabeça para se acomodar no tronco de uma árvore. Enquanto ela relaxa, o homem na armadura começa a materializar algo pelo seu anel.
— Bem, é desse jeito que se fala — responde Sina. — Para falar a verdade, eu queria estar ajudando ele agora, mas infelizmente a distância em que surgimos era muito diferente… Que injusto! Ah, mas em todo caso, ele fez certo de não me esperar em uma competição como essa. Se agarrar a alguém aqui é uma má estratégia, fora que existem apenas três vagas para tanta gente, parece piada.
— Te entendo. Eu também queria estar com alguém agora.
O na armadura retira discretamente o compartimento baixo do seu elmo, começando a tomar água de uma jarra simples. Klay, sem nada para fazer, o observa por alguns segundos.
— Ei sucata, você pode nos dizer o seu nome?
— Ôrtemes —, o tom da sua voz tem uma mudança que surpreende Klay, — nascido no reino de Rariur. Pela aparência de vocês, consigo imaginar de onde vieram.
— Eu achava que a voz dele era grossa, mas na verdade… é até meio suave. — considera o rapaz. — Isso é legal —, diz, — é a primeira vez que falo com alguém de Rariur. Mmm… Por que você viajava naquele deserto de armadura?
— É o meu "selo". Não consigo o retirar mesmo que quisesse… — Ele olha para sua mão, a virando e mexendo os dedos poucas vezes, como se estivesse testando o equipamento. — Essa armadura não é comum, ela pesa muito e não consigo liberar uma quantidade decente de aura para fora. E ela também não absorve ataques inimigos direito, como se deixasse passar de propósito boa parte dos impactos para me ferir.
— Ha ha ha, que condição ferrada! — comenta Sina. — Ah… Não posso nem rir muito, afinal nossos selos são meio semelhantes. O meu também é pesado, só que de uma forma realmente absurda. Mal consigo mover meu braço, o peso da manopla é muito maior do que essas coisas nas minhas pernas. E o pior, esse peso só "existe" para mim!
— Hein? — Klay faz uma expressão confusa, provavelmente tendo se perdido na explicação há muito tempo.
— Estranho, né? Se eu dou um soco em algo, não tenho a adição de nada desse peso da manopla no impacto! É muito frustrante! Grr! — Ela acalma sua agitação ao respirar fundo. — E como funciona o seu selo, Klay?
— Mmm… Para falar a verdade, eu não o entendo bem. Minha parceira disse uma vez que provavelmente é algo mental.
— Será que… Rio Vermelho temeu tanto a praticidade de sua inteligência que colocou restrições em sua mente?!
— Vai saber… Hahaha… — Uma gota de suor fica presa em sua expressão tensa. — Com certeza não. — pensa. — Pelas minhas lembranças, tenho certeza que sempre fui burro…
O grupo passa mais algum tempo jogando conversa fora.
— Ôrtemes, deve ser um problema fazer as suas "necessidades" quando precisa, não é? — pergunta Klay com um sorriso bobo.
— Não sei como funciona, mas quando preciso, posso retirar a parte baixa da armadura. Falando nisso, o elmo é uma exceção completa, eu posso o desequipar quando quiser.
— Oh, sério?! Posso ver seu rosto?!
— Eu também quero ver! — pede Sina, levantando o braço em empolgação. — Por favor!
— Esse dois são crianças? — considera Ôrtemes. — Tudo bem… — aceita.
Enquanto o elmo é removido, longas mechas de cabelos negros caem para fora. A pele dessa pessoa é morena. O rosto de Ôrtemes é exposto, ao menos, a dupla parece conseguir enxergá-lo apesar das sombras mais densas de um galho estarem atrapalhando. O jovens ficam boquiaberto com a visão. Klay cora um pouco.
— U-uma mulher!! — gritam em uníssono.
— E bem bonita! — pensa o rapaz.
— Caramba… — Sina fica com as mãos à frente de sua boca por ainda estar surpresa. — Usar sempre essa armadura não machuca seus seios?! Ou eles são muito pequenos e não dão problemas?!
— QUE TIPO DE PERGUNTAS SÃO ESSAS?!! — grita Klay em sua mente, estando com uma cara engraçada por ter sido pego desprevenido.
— Vocês estão me perturbando de propósito? Ei… eu sou homem.
— IMPOSSÍVEL!!! — novamente bradam os dois em uníssono.
— Não mesmo! — Sina aponta com descrença para ele, tremendo bastante o braço nesse tempo. — Um homem com esse rosto?!
Klay se revira no chão em arrependimento por todos os comentários indevidos que fez em sua mente até a verdade ser revelada. Ôrtemes fica em silêncio, equipando seu elmo antes que a situação piore.
— Foi mal, foi mal, hahaha. — desculpa-se Klay. — Não queríamos ofender.
— É! Não vamos reagir assim de novo! — Sina balança sua mão. — Só foi uma grande surpresa!
Ôrtemes retira novamente o seu elmo.
— EU AINDA NÃO CONSIGO ACREDITAR!!! — O rapaz se levanta com uma pose estranha espanto.
— PELOS RAIOS DA MADRUGADA!!! Tem certeza que seus peitos não ficam apertados demais aí?!
— De novo!?
— Os jovens dos outros reinos são bem mal educados. — pensa Ôrtemes, ouvindo com o tempo mais comentários de desnecessários saindo descontroladamente dos dois.
O tempo passa. Apesar de certo ar melancólico os rondar, o grupo continua conversando de forma amigável. Eles aceitaram que perderam a competição, mas isso não transparece em seus rostos. Uma bela pintura define a imagem deles três ali sentados na grama, se divertindo mesmo com seus futuros tendo se tornado incertos.
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Duas horas se passaram, o Time dos Restos se move pela floresta, parando por um momento para checar sua localização. Klay desce dos galhos de uma árvore, pousando de frente para seus dois companheiros.
— Os pilares ainda estão brilhando. — informa. — Não notei nada de estranho nas redondezas.
— Entendo… — diz Sina. — Pela minha previsão, a “guerra” de encontro dos competidores de todas as zonas está acontecendo agora.
Os três demonstram seriedade em suas presenças. Mesmo sabendo que a diferença de horas entre eles e os outros participantes seja fatal, e que tenham aceitado a derrota, internamente eles ainda têm esperanças de que algo aconteça se continuarem seguindo em frente.
— Estão preparados para a possibilidade de sermos executados depois do teste acabar? — indaga Ôrtemes.
— Sim — respondem em uníssono.
— Estamos juntos a pouco tempo —, começa Sina, — e não acho que nesse pouco que passamos juntos já tenhamos virados amigos, só que depois de os conhecer melhor, sinto que não terei arrependimento por deixar minhas costas para a proteção de vocês no caso de estarmos indo direto para um “fim”!
— Igualmente — concorda Klay. — Bem, apesar dessa preocupação que sinto —, pensa, — sei que Renve vai conseguir passar nessa competição, então de certa forma isso me faz sentir com menos peso nas costas. Pessoalmente, creio que não consigo mais me achar digno de a acompanhar depois de ter apanhado tão feio, mas… lutarei pelo meu perdão. Ao menos tenho que fazer isso no final.
A testa de Klay franzi mais em determinação. Ele grita para seus companheiros:
— Vamos dar um jeito nessa situação, cambada!
— Oh! — Os dois concordam. O grupo corre para o objetivo, apesar de já ser muito tarde para uma recuperação.
— Meu objetivo ao entrar em Rio Vermelho nunca morreu em meu coração — considera Ôrtemes. — Entretanto, agora está grandemente incerto se terei chance de continuar a seguir nele. Se eu não tiver mais qualquer chance de o atingir, então ao menos queimarei minha vida junto das de meu salvadores como agradecimento por tudo o que fizeram por mim. — Debaixo do elmo, um pequeno sorriso se forma em seus lábios. — Você estava certa, querida. Consegui encontrar boas pessoas.
O grupo prossegue com o avanço, tendo seus pensamentos interrompidos pela percepção de Sina notar algo.
— Ei! — ela chama. — Os pilares de luz não ficavam logo à frente?!
Com essa fala, Klay e Ôrtemes percebem o mesmo que Sina, ficando claramente surpresos.
— Eu estou ficando louco, ou… “eles” não estão meio… pertos demais?
No centro da região da floresta, os verdadeiros pilares de luz irradiam uma nova esperança para todos os próximos. Os poucos indivíduos nessa área da floresta olham embasbacados, sentindo na pele a confusão da mudança súbita de situação. A Corrida da Vida mostra suas verdadeiras cores, confundindo a todos com suas intenções.
— Ha ha ha... Fala sério!! — Começa fraco, mas logo o riso de Sina soa intenso. — Agora isso ficou interessante!! HA HA HA!!! AVANTEEEE!!!
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