-- Capítulo 36: Confronto entre Malignos --
Na zona da montanha partida, em um canal subterrâneo qualquer de muitos, clarões são gerados constantemente, variando de tons laranjas para outros brancos, acompanhados do som estridente dos choques das lâminas. Liche esbanja um sorriso malicioso durante seu recuo rápido de costas, dando uma pausa na luta com a distância criada. Ele fica com uma postura provocativa que mantém os ombros bem relaxados, confirmando certo resultado com a bufada irritada que o adversário solta. O homem estranho persegue Liche para todos os lados da sala, buscando alguma outra disputa direta, segurando nas mãos duas espadas roubadas enquanto o oponente utiliza apenas uma.
— Hehehe, esse cara até que sabe usar uma espada! — pensa Liche. Ele se cobre com sua aura de luz para se fortalecer durante sua resposta sobre o ataque do adversário, esse que também está usando o poder de suas chamas para melhorar a eficiência de seus movimentos.
Depois de uma troca intensa de golpes, o homem estranho pressiona Liche com a quantidade de seus ataques, chegando a lançar alguns de poses estúpidas, como faz agora ao flectir bastante seu tronco para o lado, liberando um golpe que quase raspa pelo chão até colidir com a guarda do oponente, em seguida, atacando com um vindo de cima após estender muito o corpo para repentinamente quebrar o alcance pela metade ao dobrar o braço, quase conseguindo uma abertura pela ação inesperada. Uma mistura de ofensivas bem dirigidas para uma alternância súbita de um estilo todo desleixado, isso resume a forma incompressível que o homem estranho está lutando, e parece funcionar bem, apesar de não ter conseguido nenhum acerto ainda.
Liche esquiva da lâmina vinda de baixo ao levantar seu queixo e em sequência para a que vem pelo lado esquerdo no intuito de dificultar sua defesa, o que se prova ter sido em vão. Liche demonstra completa despreocupação com a situação mesmo que esteja sendo pressionado, defendendo e evitando com destreza tudo o que é lançado contra ele. Um golpe transversal estoura na sua lâmina, essa que desliza para anular outra ofensiva que vinha por cima e, com a abertura entre os dois ataques, Liche dispara um golpe rápido que atinge o adversário. Mais especificamente, atinge parte de seu manto por ele ter evitado um dano pior saltando para trás. O homem estranho esboça certa tensão em sua expressão, e isso continua a ser estampado em seu rosto pelas situações semelhantes que acontecem nos próximos instantes. Cortes superficiais são marcados principalmente pelos seus braços depois de tantas trocas absurdas de golpes, pintando boa parte de sua pele exposta de vermelho. Essa impressão no ar da soberania de Liche no confronto prossegue, parecendo praticamente algo inevitável.
No começo do duelo, o homem estranho demonstrava ânimo em alguns momentos, chegando a esboçar um sorriso às vezes, mas atualmente ele não consegue fazer nada além de uma expressão tensa ao defender com dificuldade cada balanço bem encaixado da espada de Liche por entre seus golpes. Faíscas explodem freneticamente pelas várias colisões em alta velocidade das armas de ambos, sendo nesse ponto difícil até de acompanhá-las a olho nú. A caverna que antes estava tomada pelo medonho breu agora está sendo atormentada pelos inconstantes clarões, ofuscando quase por completo as imagens dos dois lutadores sedentos por sangue como monstros.
— Hehehe! Você não está acostumado a usar esse tipo de espada, CERTO?!! — considera Liche ao abrir toda a guarda do oponente com a força e eficiência de seu último balanço, soando como algo fácil para ele. — Existem movimentos desnecessários demais em suas projeções! É como se estivesse implorando para eu destruir tudo o que está fazendo a cada instante! Tch! Isso que dar usar armas que não conhece bem! E mais importante… — As espadas dos dois se encontram mais uma vez. Com um recuo desesperado de suas espadas, o homem estranho consegue se defender do que seria um golpe fatal. Os dois empurram as lâminas para a frente, tornando isso em um combate de força pura, acontecendo da que pertence a Liche brilhar mais forte e as do adversário terem um aumento nas forças das chamas pela intensidade de suas auras. — ...eu sou MAIS forte!! — O homem estranho perde a disputa de força, tendo como preço seu equilíbrio abalado e sua defesa destruída pelo poder do último empurrão de Liche.
O soberano no duelo avança para colher os frutos do embate recente, seu sorriso se expande mais, suas íris somem. Com a excitação tomando sua alma, ele lança um ataque lateral com sua espada que é impulsionado pelo giro poderoso de seu corpo. A lâmina passa pelo ar em uma velocidade assombrosa como um feixe de luz curvado, atravessando o corpo do adversário até o partir em dois, ou pelo menos, o seu desenho. Ao perceber de imediato no contato a falha, o semblante de Liche é tomado de surpresa, vendo só no fim de seu balanço o quanto o homem estranho havia se inclinado para trás com suas costas para evitar o último ataque, tendo o feito com uma flexibilidade e rapidez surreais.
Antes que seu corpo tombasse, o homem estranho desliza uma de suas pernas para trás com o propósito de equilibrar seu peso, erguendo lateralmente no processo sua postura enquanto impulsiona uma estocada com seu braço direito. Acompanhada de cores vermelhas, dessa vez são as características de sua expressão que se tornam marcante. Com um olhar bem aberto, repleto de seriedade, e os dentes cerrados ele avança com seu ataque em busca de atravessar o peitoral do oponente, seja diretamente pela armadura ou uma pequena abertura, nada poderia barrar toda a aura nesse ataque, que forma até uma esfera de vento com linhas laranjas à volta do homem por estar rasgando o ar. Com um giro na direção contrária da que fez antes, Liche faz seu corpo virar para fora da direção da estocada, deixando que ela apenas crie um vácuo circular pelo dispersar de suas forças ao parar. Pela primeira vez na luta, ele teve o sorriso desfeito de seu rosto, mesmo que esse momento distinto não tenha durado muito.
Com a pressão de um possível dano fatal tendo passado, Liche recupera sua fervorosidade no rosto, lançando um ataque para não permitir que outra oportunidade seja agarrada pelo o adversário. Um ataque que se demonstra diferente de todos os anteriores, o que espanta o homem estranho. O braço e a espada de Liche se torcem como um chicote, indo até o alvo com uma trajetória subitamente inusitada. Percebendo que não consegue prever direito a movimentação do ataque, o adversário tenta se defender com uma postura fechada enquanto segura suas espadas em um "X", refletindo faíscas com a colisão poderosa no metal de suas armas. Sangue jorra por um instante dos braços do homem estranho, o bloqueio não foi perfeito.
— O que foi? Surpreso? — Liche demonstra satisfação em sua expressão por saber da confusão que perturba seu inimigo.
Liche recua sua arma, acertando dessa base como um raio o golpe que o homem estranho estava prestes a soltar desde sua pose com a guarda prensada, jogando o braço dele para o lado pela força imposta. O pé de Liche roda pelo chão, ele lança outra ofensiva bizarramente curvada, causando um corte notável pelo braço do adversário, o que mancha o ar com sangue.
O solo é atingido com gotas de sangue e em seguida de uma forte pisada. O homem estranho inala fundo, desferindo ataques velozes para conter qualquer saída dos imprevisíveis golpes de Liche. As lâminas colidem várias vezes, de cima, baixo ou pelos lados, porém, dessa vez o homem estranho não produz ataques de posturas estranhas, ele não sacrificaria tempo em balanços largos depois de ver e sentir as "demonstrações" de seu oponente. Sangue escorre por seu braço ferido, só que apesar da dor dos ferimentos, isso não parece afetar seu desempenho. Ao forçar a abertura de brechas, Liche lança mais duas de suas ofensivas de chicote, cortando a coxa e o tronco do adversário estupefato. Uma rajada de vento se espalha por trás do homem estranho junto do sangue que saiu de suas novas feridas.
— Você deve estar pensando agora algo como: "Ain mas eu defendi, qual é a desse cortes?!" Humpf! Minha técnica não pode ser parada por algo tão patético! Hehehe! A minha análise sobre você já acabou, agora só resta eu te fazer virar carne moída!
Liche lança muitas das "chicotadas", espalhando uma chuva de sangue por volta do corpo do adversário pelos muitos machucados que estão sendo feitos em seu corpo. A pressão é massiva, o máximo que o homem estranho consegue fazer é evitar que seja ferido mortalmente. Ao menos, era o seu "máximo" até agora. Ele encara seu oponente pela brecha em sua guarda, observando em silêncio a lâmina espalhando o caos por seu corpo. Liche estala a língua em surpresa, desviando em seguida da lâmina do adversário que passa perto de seu rosto. O homem estranho recua sua pose para a de defesa ao notar a falha, tendo atacado imediatamente na primeira brecha que percebeu sem a mínima hesitação. Isso acontece mais algumas vezes, irritando Liche pelos sustos, mas nenhum contato realmente acontece.
— Esses últimos que ele soltou foram melhores que aqueles de antes… Pelo jeito finalmente conseguiu se acostumar com esse modelo de espada de Tondra. Só que é inútil! "Força, habilidade e aura!" Nesses três fatores eu sou absolutamente superior! Apenas desfrute logo de sua morte, maldita praga que apareceu de repente!!
A luta continua, como podia ser previsto, Liche é quem a domina. O homem estranho está desgastado e repleto de cortes, os em seus braços e pernas são os que se destacam mais, causando preocupação pela quantidade de sangue que foi perdida. Ele range os dentes pela dor, se focando em aguentar como uma muralha indestrutível. Liche o olha com arrogância, nem os ataques oportunos de seu adversário o abalam mais.
— Isso é um problema… — pensa o homem estranho. — Se continuar assim… não vou conseguir "salvá-lo"... Não…! Não posso… falhar nisso!!
Os golpes curvados formam uma espiral de manchas brancas no ar, se aproximando em uma velocidade absurda do adversário. Liche quer acabar com tudo nessa sequência, forçando uma mudança de posição da sua mão, o que muda o trajeto desse último golpe para um que vai desde baixo em busca do plexo solar do adversário, como uma foice. O homem estranho é despedaçado, ao menos a sua imagem é. Ele desapareceu. Sim, desapareceu.
— Ele ainda tinha forças para fugir?! — Liche se vira na direção de um dos buracos no teto, tendo uma vista rápida da listra azul no manto desgastado do que desaparece em carreira. No último instante antes de sumir do ângulo de vista do oponente, o homem estranho o encara da forma mais intensa possível, como se anunciasse algo devastador com isso. Com a saída dele, um clima solitário toma o lugar. — Hã…? Uma fuga?! Assim do nada?! Argh… Você não tem honra, seu desgraçado?! — Ele ri um pouco. — Não que eu tenha alguma também. Entendo… então ele é um listra azul… Mas isso não importa, ele não é lá grande coisa. Preciso achar logo esse "lobo" que atacou meus "cordeiros"!
Liche ao caminhar passa por cima de um dos corpos do que era seu subordinado. Os corpos próximos de onde aconteceu o confronto estão marcados pelas pisadas dele, mostrando o quão desrespeitoso é até mesmo com os que já tombaram. Liche sobe pela rampa que leva a saída, tendo sua imagem engolida pela luz ofuscante do exterior.
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