【 PRÓLOGO 】
˖࣪ ❛ PELA PRIMEIRA VEZ
— PRÓLOGO —
ADDISON SUSPIROU, COLOCANDO a cabeça na mão enquanto olhava para o quadro à sua frente. O ar frio do final de outubro soprou pela janela aberta, causando um arrepio na espinha. Arrepios surgiram em sua pele quando ela rolou os lábios em sua boca.
Ela puxou o suéter sobre as mãos antes de colocar a mão no queixo novamente. Ela bocejou, irritada consigo mesma por ficar acordada até tarde para assistir a reprises de seu programa favorito enquanto seus pais estavam no trabalho.
Então, novamente, não teria se importado se ela tivesse na cama, de qualquer maneira. Ela nunca mais dormiu muito. Só quando ela estava com Will, e isso não era tão frequente quanto eles gostariam.
A mente de Addison não se acalmava, os pensamentos de Eleven corriam desenfreados por sua cabeça, atormentando-a dia e noite em um ciclo aparentemente interminável de dor.
Fazia trezentos e cinquenta e um dia agora. Quase um ano sem ela. Addison se perguntou onde ela estava. Se ela ainda estivesse viva.
Eleven tinha que estar viva. Addison podia sentir em seus ossos que ela ainda estava lá em algum lugar, mais perto do que qualquer um deles sabia.
Um suspiro alto escapou de seus lábios quando sua mão caiu, atingindo a mesa com um som retumbante. Seu rosto corou quando Will, Lucas, Dustin, Mike e o resto da primeira fila se viraram para olhar para ela.
— Então... Desculpe... Apenas, hum, uh, você sabe... Respirando. — Addison gaguejou, afundando na cadeira. — À medida que tu fazes...
Uma coisa que Addison odiava era atenção desnecessária. Ela não gostava de ser o centro disso, e preferia ficar sozinha ou com Will lendo e ouvindo música. Ela levou um ano inteiro para se acostumar completamente com os meninos, e com Mike demorou ainda mais.
Mas com Eleven, levou apenas alguns dias. Esse é o menor tempo para se sentir confortável com alguém para ela. Eleven era diferente, ela não era sua primeira amiga. Mas não foi ela quem a deixou com o coração partido.
Addison tinha ido muito fundo em seu devaneio para perceber a garota desconhecida entrar na sala de aula.
— É Max. Ninguém me chama de Maxine. — uma voz nova e angelical a tirou de sua própria cabeça.
Addison sentiu sua respiração ficar presa na garganta enquanto ela olhava fixamente para Max. O mundo ao seu redor parecia se mover em câmera lenta ao seu redor. Ali, a poucos metros de onde Addison estava sentada, estava a garota mais deslumbrante que Addison já tinha visto.
Addison podia sentir seu batimento cardíaco aumentar quando Max começou a caminhar em direção a ela. Ela deu rápidas, muito breves olhadas para a ruiva enquanto olhava ao redor da sala em busca de um lugar para sentar.
Addison engoliu em seco quando Max passou por ela. Ao ouvir isso, Max lançou-lhe um olhar estranho enquanto ela passava.
O rosto de Addison corou quando ela desviou o olhar dos hipnotizantes olhos azuis da garota. Levou toda a sua força de vontade para não se virar apenas para vislumbrá-la. Max.
Deus, até o nome dela era fascinante. Max.
Não, virar para olhar para ela seria muito óbvio. Muito menos traria atenção indesejada para ela.
Tudo o que Addison queria era passar pelos últimos anos da escola e começar sua vida real. Ir para a faculdade, em algum lugar como Harvard ou Yale, se ela pudesse entrar. Ela conheceria um homem bonito, e eventualmente se casaria com ele e teria alguns filhos. Algo como o plano de sua irmã.
No entanto, ao mesmo tempo... Ela não tinha certeza se realmente queria um marido. Ela gostava de garotos, ela tinha uma queda por Lucas e Mike no passado. Ela podia se ver se casando com uma mulher, se isso fosse permitido no futuro. No final, tudo o que Addison queria era uma vida normal.
Mas, por causa dos estranhos eventos do ano passado, essa era agora uma possibilidade muito improvável. O governo ainda estava investigando ela e seus amigos e seu envolvimento na situação.
Os meninos estavam completamente alheios, obviamente, muito ocupados com DND e eles mesmos.
Mas quando você está em silêncio, quando está em segundo plano, você tem a chance de observar o mundo ao seu redor. Para ver qual é o significado mais profundo das coisas. Você começa a ver coisas que outras pessoas podem não ter visto.
Por exemplo, ela sabia que o namorado de Carrie White a traiu com Lisa Johnson porque ela estava no banheiro quando Carrie estava chorando com sua amiga sobre isso. Para evitar confrontos, Addison não saiu da cabine até que eles saíram do banheiro. Ela estava atrasada para a aula naquele dia.
Outra vez, enquanto Addison estava escondida em uma árvore, ela pegou Jessica Lin e Troy Harrington praticamente fazendo sexo na casa da árvore. Ela ficou com cicatrizes depois daquele dia.
Inferno, se ela quisesse, Addison poderia escrever uma coluna de fofocas no Hawkin's Post sobre isso.
Mas ela não o fez. Ela respeitava a privacidade de outras pessoas. Ela sabia como se sentiria horrível se alguém contasse um de seus segredos.
Especialmente aquele que só Will e Dustin conheciam. Um dos únicos segredos que ela manteve para si mesma por tanto tempo. Francamente, ela estava orgulhosa de si mesma por esconder isso de Lucas e Mike.
Todos os dias isso a comia viva, no entanto. Todos os dias ela queria gritar isso para o mundo. Ao universo. Mas ela não podia. Ninguém poderia saber seu pequeno segredo. Isso desarraigaria tudo em sua vida, e ela poderia até perder amigos por causa disso.
Mike iria surtar. Ele provavelmente a expulsaria da festa, e ela definitivamente não poderia ter isso. Mike, Lucas, Will e Dustin eram seus únicos amigos. Perdê-los seria a pior coisa que poderia acontecer com ela.
— Você está bem? — Will sussurrou asperamente, puxando Addison de volta para sua fria realidade. Seu olhar era suave sobre ela enquanto examinava seu rosto, procurando sinais de desconforto.
— Hum. Estou bem. — Addison respondeu, quase inaudível para o menino. — Paz, na verdade.
Will ergueu as sobrancelhas, franzindo os lábios e balançando a cabeça lentamente. — Ok...
Addison começou a ouvir a lição do Sr. Clark, mas não conseguiu evitar que sua mente voltasse para a garota sentada atrás dela.
Maxine. Max.
Combinava muito bem com ela, pensou Addison. Maxine parecia tão feminina, mas tão poderosa. Ela soava como alguém que era forte, alguém que estava confiante e sabia o que queria.
Algo que Addison desejava que ela fosse.
Max Mayfield. O nome soou... Perfeito para Addison. Saiu da língua com facilidade.
Maxine. Maxine. Maxine. Maxine.
Max. Max. Max. Max. Max.
Addison se forçou a parar, se pensasse muito em seu nome, acabaria dizendo em voz alta. O que efetivamente a aterrorizaria, e ela se tornaria o assunto da escola da noite para o dia.
Addison não podia imaginar! Ela não queria imaginar. Ela seria intimidada, mais do que já era. Injúrias seriam jogadas nela, e ela iria para casa com cortes e hematomas.
Ela respirou fundo, imaginando como seria se ela tivesse confiança para falar com Max.
Talvez em outro mundo ela o fizesse. Mas não neste.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro