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˖࣪ ❛ REPETIR, REPETIR, REPETIR
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ADDISON SABIA QUE Max estava tendo... Problemas para dormir, Max nunca disse nada, mas ela conhecia sua namorada por dentro e por fora. Ela sabia que algo estava errado, especialmente quando ela se distanciou tão rapidamente de Lucas, Dustin e Mike. Nunca dela mesma, porém, Max não conseguia entender a ideia de perder Addison.
Para Max, Addison era a única coisa que ela tinha certeza em sua vida fodida. Ela se sentia como um raio de sol atravessando os dias mais tempestuosos. Max se perguntou se isso era saudável para ela, ter uma coisa boa. Provavelmente não - risque isso - definitivamente não.
Egoisticamente, Max não se importava... Consigo mesma, pelo menos. Neste ponto, Max só se importava com o que aconteceu com Addison. Nada mais importava. Nem suas notas, sua saúde, nem onde ela ficou. Nada importava mais para ela, ou qualquer coisa remotamente próxima a Addison.
Honestamente, isso fez Max se sentir maluca.
Insana... Culpada também. Addison merecia mais. Max sabia disso... Ela sempre soube. Max queria ser o melhor que Addison merecia, mas foda-se. Ela não era forte o suficiente.
Ela também não era forte o suficiente para deixar Addison, ela amava Addison. Ela precisava dela. Addison era sua rocha. A única coisa que a fazia continuar, que a tirava da cama pela manhã, era Addison.
Esta manhã, foi como todas as outras manhãs. Todas. As. Outras. Manhãs. Todos os dias era a mesma porra.
Levantar da cama.
Tomar café da manhã.
Escovar os dentes.
Se vestir.
Escovar o cabelo.
Colocar os sapatos.
Pegar o walkman.
Aguardar o ônibus.
Ir para escola.
Passar o dia.
Ir para casa.
Jantar.
Tentar (e desistir) da lição de casa.
Ir dormir.
Repetir.
A única luz em seu dia era ver Addison no almoço. Segurando a mão dela debaixo da mesa, dando um beijo de despedida nos banheiros perto da sala de aula do quinto período de Addison.
Addison assistiu com um sorriso no rosto quando Max desceu do ônibus. Ela viu quando foi parada pelo conselheiro da escola, imaginando o que ela poderia estar dizendo.
— Oi, bebê. — Addison sorriu para Max, a brisa quente soprando os cabelos ruivos dos olhos de Max. — Você está linda esta manhã.
Max zombou, revirando os olhos, mas ela foi incapaz de manter o sorriso em seu rosto. — Vamos, Addie. Você diz isso todos os dias.
— Bem... Sim! Sim, duh. E eu falo sério todas as manhãs. — Addison riu, girando nos calcanhares para caminhar até a academia com Max. — Você está animada para o pep rally? Você sabe, Lucas está jogando hoje à noite! Bem - quero dizer - ele estará lá hoje à noite... Talvez não jogando porque... Você sabe... Ele esteve no banco. Mas, ei, ele é um bom esquentador de bancada. Merda, isso soou malcriado? Espero que ninguém tenha ouvido isso.
— Relaxe, ninguém ouviu. Eu não estou tão animada para o pep rally.
— Sério? — Addison segurou a porta aberta para Max. — Eu acho legal! Isso 'há tanto espírito para alguma coisa'. Você tem que ser solidária, para Lucas, pelo menos!
Max estremeceu ao ouvir seu nome. Ela não tem sido uma boa amiga recentemente... Inferno, ela nem respondeu às cartas de El. Embora ela soubesse que Addison estava atualizando El (e Will, Joyce e Jonathan, para os quais ela escrevia cartas semanais).
— Olha, eu não estou dizendo que minha namorada é melhor que a sua, mas... É só que Suzie é um gênio com certificado! — Dustin gritou por cima do barulho da multidão.
— Você percebe que El salvou o mundo duas vezes, certo? — Mike ergueu a sobrancelha, mal prestando atenção em Dustin enquanto seu foco estava nas líderes de torcida fazendo sua rotina.
— E ainda assim, você ainda tem um C em espanhol.
Addison e Max trocaram um olhar, risadinhas escapando da boca de Addison. — Eu tenho um A.
— Além disso! Além disso... Nós não somos namoradas de longa distância, então... — Max acrescentou, jogando um braço ao redor de sua namorada. — Nós ganhamos.
Ambos os meninos reviraram os olhos, resmungando para si mesmos quando a música da banda chegou ao fim e o time de basquete correu para a quadra.
— OOO!! — Addison aplaudiu. — Lucas! Lucas! Lucas!
Lucas sorriu, atirando-lhe um aceno quase imperceptível enquanto o capitão da equipe pegava o microfone.
— Bom dia, Hawkins High! Em primeiro lugar. Em primeiro lugar, ei, eu gostaria de agradecer a cada um de vocês. Sem o seu apoio, não estaríamos aqui. Dê a si mesmo uma grande mão.
Aplausos explodiram, Max estremeceu com o quão alto Addison aplaudiu. Ela esqueceu o quão alto Addison poderia ficar.
— E claro... Claro, eu tenho que dar um alô para os melhores - os melhores - fãs mais bonitos de todos os tempos. O Tiger Cheer Squad!
Addison sorriu: — Eu estarei lá no próximo ano. Espere. Pena que eu tive catapora no dia dos testes este ano.
— Chrissy... — Jason deu um tapinha em seu peito. — Chrissy, eu te amo, querida.
— Ah! — Addison curvou os lábios. — Isso é tão fofo!
— Você sabe. — Jason deu um passo para trás, seu sorriso vacilante quando ele olhou para o chão. — Acho que posso falar por todos nós quando digo que foi um ano difícil para Hawkins. Tanta perda.
Addison deu uma olhada em Max, notando o olhar distante em seus olhos. Ela se abaixou, entrelaçando seus dedos. Max olhou para Addison, um fantasma de sorriso beijando seus lábios, mas não alcançou seus olhos.
Addison sabia que isso nunca acontecia, ou pelo menos raramente acontecia. Max estava deprimida. Addison sabia disso. Ela não queria acreditar, mas era tão descaradamente óbvio para ela. Os sinais estavam todos lá.
— Às vezes me pergunto, quanta perda uma comunidade pode suportar? Em dias sombrios como este, precisamos de algo em que acreditar. Eu digo, pense em Jack. Pense em Melissa. Pense em Heather. Pense em Billy.
Max ficou tensa com o nome dele, revirando os lábios, ela olhou para seu converse sujo e surrado. Eles quase não pareciam exatamente ao lado das vans novas e limpas de Addison.
— Pense no nosso heróico chefe de polícia, Jim Hopper. Pense em cada um de nossos amigos que morreram naquele incêndio. — Jason continuou, sua voz ficando mais e mais intensa a cada palavra. — Por que eles morreram? Para nós perdermos contra alguma escola ruim? Não!
Addison zombou, revirando os olhos. Heather não morreu para ser usada assim. Nem Hopper. Nem Billy. Nenhum deles fez! Foi uma merda.
— Para nós voltarmos para casa, nossas cabeças baixaram na derrota? Não. Não! Vamos ganhar este jogo, para eles! E foi exatamente o que fizemos!
Mais uma vez, a multidão explodiu em aplausos, menos os aplausos altos de Addison, mas isso não fez diferença. Nenhuma diferença para ninguém além de Lucas, é claro.
— E hoje à noite... Hoje à noite, vamos trazer para casa o troféu do campeonato! Vamos!
— Esta noite? — a voz de Dustin chamou a atenção de Addison da excitação da multidão para ele e Mike. — Como isso possível?
— Eles chamam de torneio, você ganha um jogo e vai para o próximo até sobrar um time. — Max explicou vagamente para eles. Mike parecia irritado, emoções se agitando em seus olhos.
— Ei. — Addison disse suavemente, dando-lhe um tapinha no braço. — Tenho certeza que você ainda vai ganhar a campanha sem ele.
★
— Boa sorte no aconselhamento hoje. — Addison disse, enrolando uma mecha do cabelo de Max em seus dedos. Ela olhou ao redor do corredor mal iluminado. Assegurando-se de que ninguém as veria, ela ficou na ponta dos pés e deu um beijo nos lábios de Max. — Conte-me sobre isso se você precisar, okay?
— Obrigada, Addie. — Max sorriu levemente, afastando as mãos dela e entrando na sala dos conselheiros.
Addison suspirou, mordendo o lábio. Ela estava prestes a ir embora, mas algo chamou sua atenção antes que ela pudesse.
— Addie. Addie, espere!
Addison sorriu, girando nos calcanhares e jogando os braços ao redor do garoto. — Lucas!
Ele riu, abraçando-a de volta com força. Grato que pelo menos alguém do grupo parecia querê-lo por perto.
— O campeonato, isso é enorme! — ela o parabenizou enquanto se afastava.
— Sim! Sim, eu acho. — Lucas esfregou a nuca. — Oh, uh. Eu tenho isso para você, se você quiser ir.
Addison olhou para sua mão, pegando o ingresso dele com um sorriso. — Oh, você pode apostar que eu estarei lá!
— Você não precisa. — Lucas deu de ombros. — Eu sei que a campanha é hoje à noite...
— Lucas, você é meu melhor amigo. Já fui a todos os jogos, não vou perder o maior! — Addison riu, seus olhos se estreitando em confusão. — Eu não perderia isso por nada no mundo. Juro.
Lucas quase teve vontade de chorar. Mesmo depois de tudo nos últimos três anos, Addison ainda era um maldito anjo com a alma mais gentil.
— Lucas? Você está bem? — ela perguntou, acenando com a mão na frente do rosto dele.
— Huh? Oh, oh! Sim, sim, eu estou bem. Obrigado, Addie. Por ir.
Addison sorriu, apertando seu braço. — Claro. Você sabe que eu faria qualquer coisa por você.
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