Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

𝒐𝒐. » PROLOGUE

𝟬𝟬𝟬 ⠀ ⠀ ⠀ ⠀ ⠀ ⠀ ⠀ ⠀ ⠀ ⠀PRÓLOGO

" A vida, como ela é realmente, é uma
batalha não entre o Bem e o Mal, mas
entre o Mal e o Pior. " JOSEPH BRODSKY

⠀ ⠀

⠀ ⠀

JOCELYNN KENNEDY morreu em uma quarta-feira chuvosa, e foi tudo por culpa de Victor Sawyer. Foi escolha dela, sim. Mas era tudo culpa dele. Culpa de Victor e seu ego. Victor e seu desejo insaciável por se tornar algo mais, de querer ser mais, seu desejo de ser um heroi. Culpa dele e de seu egoísmo e cinismo exacerbado que sempre ditou o caminho deles. E, dessa vez, não foi diferente.

As escolhas de Victor ditavam a direção de suas vidas novamente, porém apenas Jocelyn foi tragada pelo abismo do vazio que já crescia dentro dela a dias, talvez semanas.

Nunca esperou encontrar as ruas feitas de ouro prometidas pelos justos, nem os terrores de fogo e enxofre reservados aos condenados. Para ela, não havia paraíso, tampouco inferno. Apenas o silêncio implacável de um além sem promessas e a descoberta do que havia após a morte nunca foi seu objetivo. Ela poderia julgar Victor o quanto quisesse, mas desejava tanto quanto ele alcançar algo a mais. Desejava tanto quanto ele algo que aquela teoria maluca fosse mais do que aparentava. Joss queria que desse certo, não por Victor, mas por si mesma.

Entretanto, os momentos que definem a vida de alguém nem sempre são óbvios. Não há sinais luminosos indicando "PRECIPÍCIO!", nem sempre existe uma linha a ser cruzada ou um pacto de sangue em papel elegante. Às vezes, esses momentos são fugazes, quase insignificantes, como o bater de asas de uma borboleta que desencadeia uma tempestade. A morte, em sua verdadeira essência, é como saltar em um abismo escuro, deixando-se envolver por ele até ser completamente consumido pela escuridão. A morte, como realmente é, é solitária.

Naquela quarta-feira, a chuva caía em cortinas espessas sobre a cidade, transformando as ruas em rios sinuosos e enchendo o ar com o som constante das gotas batendo no chão e nas janelas. O céu estava coberto por nuvens cinzentas, e o vento frio uivava entre os prédios, carregando consigo uma sensação de presságio sombrio. Joss, como era carinhosamente chamada, observava a paisagem com olhos cansados, refletindo sobre a inevitabilidade de sua decisão.

Ela mergulhou os dedos na água gelada e recuou, sentindo o frio cortar sua pele como lâminas afiadas. Havia despejado o conteúdo do último saco de gelo na banheira. Os primeiros sacos estalaram e se quebraram ao contato com a água, criando uma superfície congelada que impedia o derretimento dos cubos restantes. Jocelynn foi até a pia e se inclinou por cima dela, as três canetas de epinefrina autoinjetável roçando em sua mão. Repassou os procedimentos em sua mente inúmeras vezes, mas suas mãos ainda tremiam ligeiramente frente a impulsividade de seus atos.

Ela segurou a beirada da bancada para fazer com que parassem e respirou fundo várias vezes, enquanto observava o próprio reflexo no espelho, encarando cada detalhe em sua pele palida. Seu cabelo loiro estava desordenado, e as olheiras profundas emolduravam seus olhos exaustos. Mesmo se tudo desse errado e ela realmente morresse, pensava que, ao menos, receberia um descanso mais do que bem-vindo.

Expirou uma última vez e se afastou da pia. Jocelynn tirou a calça de dormir, ficando apenas com a camiseta grande da universidade, sentindo o frio da noite beijando suas pernas nuas. Ela se dirigiu à banheira, os joelhos descansando no acabamento de porcelana enquanto olhava para a superfície cintilante da água gelada, sentindo um misto estranho de interesse e preocupação. Havia ensaiado exatamente o que faria quando entrasse na banheira, forçando-se a permanecer submersa mesmo quando a dor se tornasse insuportável.

Foram semanas pensando nisso, dias amadurecendo a ideia, encontrando a coragem que lhe faltava para dar o último passo. A culminação de sua decisão tomou forma naquela quarta-feira, onde tudo atingiu o limite. Jocelynn inspirou profundamente, lembrando-se do motivo que a levara até ali, e seguiu em frente, sentindo um ímpeto de coragem que tomou conta de todo o seu corpo e movimentou cada osso para que pudesse continuar agindo.

Joss pegou o celular que havia deixado sobre a tampa do vaso e desbloqueou a tela. Ignorou todas as outras notificações que recebeu durante o dia, as que estava evitando há dias, e foi direto para o chat da única pessoa que não lhe enviou nenhuma mensagem e nem estava online. Ela sabia que, no momento em que enviasse aquelas três palavras, Victor as veria. Tinha certeza disso.

Matar algo era fácil, mas trazê-lo de volta requeria mais do que planejamento e medicina, Joss sabia que tudo era muito arriscado. Estava executando um plano que tinha muitas possibilidades de dar errado e apenas uma de dar certo.

Quando a mensagem foi enviada, Joss colocou o celular de volta ao seu lugar de antes, com a tela desbloqueada na conversa dos dois e virada para cima, onde poderia observá-la ao entrar na banheira e se encostar no mármore frio. Ela não gritou ao entrar, mas seu corpo inteiro se arrepiou e suas pernas ficaram rígidas. Soltou um assobio entre os dentes cerrados, fechando o punho ao lado do corpo e abaixando-se, movimentando o gelo e a água mortalmente fria ao se sentar.

A água chegou até seu peito, encharcando parte da camiseta azul escura e as pontas de seu cabelo, sentindo o frio em sua pele como se fosse pequenas pontas de facas cortando sua pele. A dor estava estampada em cada um dos quarenta e três músculos que se entrelaçam em seu rosto, mas Joss não expressou nenhuma reação, apenas apertou as bordas da banheira até os nós dos seus dedos tornarem-se esbranquiçados e tentou respirar profundamente para acalmar seu peito que insistia em subir e descer descompassadamente a cada minuto que passava sentada naquela banheira.

Jocelynn engoliu o seco, sentindo seus dentes começarem a bater. Em seguida, fechou os olhos apenas por um minuto.

Os olhos azulados fixaram-se na tela do celular ainda iluminada, esperando com antecipação, aguardando pacientemente enquanto seu corpo congelava aos poucos. Joss esperou até que os dois vistos tornassem-se azul, esperou até ter certeza de que Victor havia lido as três pequenas palavras que escreveu para ele e que mudariam todo o curso daquela noite: "Vem me salvar."

Depois disso, Jocelynn segurou as tiras fortemente e afundou completamente na água.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro