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3. SUPERE

Boa noite, amores! Que tal um capítulo gigante hoje? ❤️

Não esqueçam de votar!! 😊

Será que Iza e Ricardo se encontraram?

O jantar até que não foi tão ruim como eu pensei que seria.

Foi pior, muito pior.

A conversa com a minha mãe foi apenas a ponta do iceberg da noite de desordem emocional a que fui submetida naquele jantar. Eu esperava um pouco de drama, claro, mas o choque de realidade que se abateu sobre mim foi mais intenso do que eu esperava.

Tudo começou, claro, maravilhosamente bem.

Conforme eu imaginava, Erik chegou, sozinho, já que depois faríamos uma outra reunião em que eu iria na casa da família dele. Eu sorri, confiante, quando ele pegou a minha mão e a beijou, delicadamente, como costumava fazer sempre.

Sua presença não me causava uma comoção, não me abalava, eu não sentia despertar desejos ardentes quando estava com ele, mas como havia confessado à mamãe, ele me deixava... confortável, cômoda, tranquila. Era fácil lidar com os sentimentos que eu nutria por Erik, e era ainda mais fácil lidar com as coisas que ele esperava de mim.

Nós nunca dissemos que amávamos um ao outro, tudo estava começando, sem cobranças, de nenhum tipo, inclusive sexual. Confortável, sem maresias, sem me balançar e me tirar do meu eixo, isso era bom, não era?

Erik trouxe rosas amarelas, como ele sabia que eu gostava. O seu nervosismo era visível, mas ele estava bonito, sendo educado, e o seu jeito amável aliado à conversa inteligente, pareceu quebrar o início do gelo esperado com o meu pai. Minha mãe, obviamente, era o elemento de coesão, de harmonia, sendo gentil, graciosa e, junto comigo, engatando conversas para manter o clima ameno.

Papai e Erik trocaram apresentações, ele foi convidado a sentar-se e aceitou uma bebida, e ao seu lado, sentada de pernas cruzadas, eu estava aos poucos saindo em uma bolha de bem-estar e calmaria.

Lá, no recônditos da minha mente, porém, se eu fosse sincera comigo mesma, e eu geralmente gostava de pensar que era, havia um grupo revolto e inconveniente de pensamentos que insistiam em manter-se em um certo homem mais velho, mais rústico e menos polido do que aquele jovem ali, conversando com a minha família.

Era uma merda, eu tentava fugir disso, sorrindo, participando da conversa, mas esses pensamentos traidores teimavam em ficar em torno de Ricardo, e eu relembrava tudo: aquela noite, as minhas confissões, o que ele me disse, o meu choro, as minhas decisões.

Por quê?!

Que droga, eu tinha planos, sim para quando encontrasse Ricardo pela primeira vez, planos lindamente elaborados, mas não queria que essa noite, justo hoje, fosse preenchida com memórias sobre ele, com comparações insensatas e injustas em relação ao Erik. É claro que ele era muito diferente de Ricardo: em tudo, nos mais mínimos e fundamentais detalhes, eu sempre soube disso, quando aceitei namorar com ele, então, por que isso tudo agora que eu estava de volta?

A noite estava, portanto, indo ladeira abaixo, a esta altura, com meu pai olhando firmemente nos olhos de Erik e fazendo perguntas que me faziam querer me encolher, mas eu esperava por isso, então... paciência.

Ele não estava sendo grosso, nem nada, mas dava para ver o pomo de adão de Erik mover-se em uma velocidade assustadora a cada olhar que o meu pai lançava para ele por sobre a borda do seu uísque. Puro. E quando meu pai bebia uísque puro, era porque a coisa estava feia.

Para completar, meu tio Rui chegou com a namorada, e mesmo que eu não morresse de amores por ele, já que ele nunca fora exatamente carinhoso comigo, tinha que admitir que uma pessoa a mais na conversa — já que sua namorada não dizia nada — pelo menos distraía o meu pai do seu foco de vez em quando, sendo que o seu foco era: estripar, destrinchar e desmembrar a vida, as intenções e os anseios de Erik, aparentemente.

Mais tarde, Diego e Marcos chegaram, e como eu imaginava, foi uma nova onda de abraços emocionados, principalmente porque eu ainda não tinha visto o meu adorado irmão mais velho.

Os dois me deram presentes que combinavam bem com eles, e comigo, claro. Ganhei uma linda pulseira de Diego e um cartão para um dia inteiro em um Spa de luxo, de Marcos.

Enquanto os abraçava, e nos provocávamos, eu estava sorrindo e com lágrimas nos cantos dos olhos. Eu nunca poderia imaginar uma família melhor pra mim, mesmo com a enorme diferença de idade entre os meus dois irmãos mais velhos e eu.

Eu cresci e eventualmente me acostumei com esse com o cuidado e a atenção que eles sempre me cercaram. Me sufocava, às vezes? Sim. Eles passavam dos limite, um pouquinho? Também. Mas eu passei a me impor aos poucos e ainda estava nesse processo.

Quando eu os apresentei a Erik, no entanto, foi mais ou menos como eu imaginava: Diego tentou ser mais gentil, ainda que mantivesse a expressão austera por trás dos óculos de aros pretos.

Marcos, no entanto, foi muito pior: manteve um sorriso cínico no rosto e cravou o meu namorado com perguntas e comentários sarcásticos. Talvez ele realmente nunca chegasse a gostar de Erik, por causa do incidente do aeroporto? Era provável, pensei, lutando para não revirar muito os olhos ou enchê-lo de beliscões discretos. Eu o amava, mas ele era insuportável.

O nervosismo de Erik era visível, seus olhos claros movimentando-se entre mim e os dois homens altos que me ladeavam.

Me afastei um pouco deles, suspirando e prometendo Marcos na primeira oportunidade que tivesse. Erik, coitado, não sabia que o meu irmão mais engraçadinho podia ser o mais terrível, quando ele queria.

Um momento foi particularmente embaraçoso. Erik deu a entender que era algo certo a minha volta com ele aos Estados Unidos, no próximo mês. Esperava que o meu olhar cortante lhe desse uma amostra da minha opinião sobre isso.

Mas como eu disse, o pior do jantar ainda estava por vir, claro.

Eu perguntei por Teo justamente para desviar a conversa daquele tema inquietante, e Marcos me informou que ele tinha um compromisso, mas estaria presente ao jantar no sábado.

— Ricardo também não vem, tinha um compromisso, mas disse que vem visitar você o quanto antes, Iza — ele completou, solícito, sem se dar conta de que tinha acabado de fazer o meu coração falhar uma batida, com esse comentário simples.

Eu estava iniciando o meu sorriso de assentimento, mas nesse momento o tio Rui levantou-se em direção ao aparador com as bebidas, e a noção que eu tinha de que o jantar estava sendo ruim despencou alguns graus quando eu ouvi o que ele disse.

— Ah, claro, sei bem o compromisso que ele tinha, olhei ainda a pouco com um belo compromisso de vestido vermelho naquele restaurante ali perto da nova boate dele.

Isso. Esse tipo de coisa, não deveria ter tido o efeito de uma bola de chumbo despencando no meu estômago, apertando a minha garganta e fazendo o meu coração encolher daquele jeito.

Não quando eu voltei disposta a não mais me sentir assim em relação a Ricardo, a controlar mais as minhas emoções em relação a ele, em agir como a adulta que eu não fui quando saí daqui, a fazer com que ele me visse como uma mulher, e não mais como uma menina tola apaixonada.

Mas quando Rui disse isso, não pude evitar a enxurrada de sensações ruins assomando pelo meu corpo, trazendo emoções e lembranças intensas que eu pensei esquecidas, ou pelo menos adormecidas o suficiente para não me causar aquele tipo de dor.

Cruzei as mãos no meu colo e evitei olhar em volta, principalmente para a minha mãe, mas quase podia sentir o peso do olhar dela sobre mim. Eu receava demonstrar o que estava sentindo no momento, mas respirei fundo.

Ricardo já era assim quando eu saí. Por que ele mudaria agora que eu voltei? E o mais importante, eu precisava trabalhar mais nas minhas emoções para não me abalar assim por causa dele.

Ele era quem deveria ser abalado pela nova Iza, lembrei, decida, firme, quando todos nós nos levantamos para a sala de jantar.

O restante da noite passou em um misto de perguntas direcionadas a Erik, mamãe intervindo para deixar as coisas mais leves, e eu disposta a evitar que aquela informação de Rui me afetasse. Eu estava com um namorado bem ali, ao meu lado, e Ricardo poderia ficar com quem ele quisesse, mesmo que, lá no fundo, eu me ressentisse que ele sequer teve a decência de me ligar, de falar comigo, de me dar as boas-vindas. Eu não era a irmãzinha dos seus amigos? Que displicência.

Ainda incomodado com a forma como eu me despedi dele, antes de partir? Talvez.

Senti a mão de Erik sobre a minha, na mesa, e busquei forças para sorrir para ele e lembrar que nada mais daquilo devia importar e nem doer daquela forma.

Seria eu quem daria as cartas, naquela rodada.


Não era raro que eu acordasse muito tarde, já que o meu trabalho era basicamente feito durante a noite e a madrugada quando eu ia às boates, o que eu fazia muito, pois mesmo confiando na minha equipe, ainda gostava de manter a atenção em tudo, pessoalmente.

Algumas pessoas chamavam isso de "ser controlador". Eu chamava de manter o olho atento no que me pertencia. Em tudo que me pertencia.

Assim que acordei na noite seguinte ao jantar de boas-vindas que os pais de Iza fizeram já era por volta do meio dia. Não, eu não fui, mas isso não queria dizer a porra desse jantar não tivesse ficado me causando um tipo de coceira mental, insistindo em sequestrar o meu pensamento no meio da leitura de um relatório, na boate, ou mesmo quando eu fazia a minha ronda social, mais tarde, pelo meio das pessoas dançando e bebendo.

Eu já havia decidido que a minha primeira conversa com Iza, agora que ela estava de volta, não poderia ser no meio da sala dos seus pais, com aquele idiota que ela chamava de namorado como espectador de tudo.

Não sabia como estava o espírito dela em relação a mim, e não queria, de modo algum, causar algum tipo de constrangimento ou clima ruim, para ela, na sua própria casa. Nunca.

Eu não era um maldito covarde, e não ia usar uma ligação para isso. Algumas coisas um homem precisava fazer cara a cara, pessoalmente, e eu era esse tipo de homem.

Iza não era uma estranha, eu a conhecia há anos, tínhamos um relacionamento amigável, tranquilo, antes daquela noite, e independente do que tivesse — ou não tivesse acontecido, no caso — eu precisava vê-la, falar com ela, agora que estava de volta. Se ela iria falar comigo, era outra história, mas eu não iria desistir assim tão fácil e ficar naquele clima de merda.

De telefonemas, basta o que eu dei para Abigail para desculpar-me por não ter comparecido e aceitado o seu convite para jantar. Sem chances de me sentar à mesa e conseguir engolir sem resolver as coisas antes.

Era isso que estava me deixando meio louco, claro.

Isso e a minha mãe.

Como eu vinha adiando há dias, precisava ir finalmente almoçar com ela, ou do contrário eu teria problemas sérios em não atender o pedido de dona Vanda.

Ainda que eu tivesse que analisar uns papeis da compra de um prédio que eu estava pensando em adquirir para outra casa noturna, um empreendimento grandioso, um almoço na casa da mãe era algo muito sério. Assim que saísse do compromisso com meus pais, eu a procuraria.

E seria hoje.

Depois do meio dia, tomei um banho rápido, vesti jeans preto e uma camisa preta de algodão, usei loção após-barba, passei os dedos entre os cabelos, e estava pronto. Assim que pus a jaqueta preta de couro, peguei minhas chaves e o capacete, desci os poucos degraus de madeira que levavam ao piso inferior da minha casa, para o ambiente em que ficavam o espaço de treinamento de boxe, com um ringue, e a garagem, seguida do espaço de jogos.

Eu possuía um Mercedes-Benz G63 AMG preto, grande e robusto, o tipo de SUV esportivo que me agradava, mas eu raramente usava o carro. Como eu era um saudosista no que dizia respeito à automotivos, a belezinha me encarando na entrada da garagem era, realmente, a forma como eu amava me locomover pela cidade: a minha Harley-Davidson CVO Limited, preta e prata, imponente, que os caras, principalmente Teo, chamavam de Monstro, só por que pesava mais de 400 kg, talvez. Era preciso ter fibra para manobrar e usar uma fera daquelas.

Montei nela, pus o capacete, liguei a moto e senti quando o seu motor rugiu para a vida, o barulho conhecido e confortável pra mim.

Não muito tempo depois, entrava no condomínio em que os meus pais moravam e estacionava em frente à casa amarelo-claro. Na época, foi um desafio fazer com que a minha mãe saísse do bairro em que ela morou a vida inteira, mas eventualmente, ela convenceu-se que eu não iria falir se lhe comprasse uma casa em um condomínio, e cedeu. Meu pai faria o que ela decidisse.

Encontrei a minha mãe na cozinha, pra variar, mexendo em uma panela fumegante da onde se desprendia um cheiro divino que fez o meu estômago roncar.

Não era à toa que eu tinha uma ligação toda especial com comida — comia pra cacete, ok, mas também sabia cozinhar, razoavelmente bem — já que aquela mulher alta e magra com cabelo preto curtinho permeado de cinza era o que se chamava de "uma cozinheira de mão cheia".

Dona Vanda era também era o tipo de mãe que havia me puxado pelo braço quando eu tinha por volta de 12 anos, talvez, e dito algo como "vem cá, deixa eu te ensinar a fazer a tua própria comida, assim você vai saber se virar sozinho e não vai esperar ninguém fazer pra você".

Podem não terem sido essas as palavras exatas, mas ela era assim, o sentido foi o mesmo e, pra resumir, eu sabia me virar em uma casa, graças a ela.

— Se estiver bom de gosto como está de cheiro... — provoquei-a, abraçando-a por trás com o que ela chamava de meu "abraço de urso" e a levantando um pouco do chão enquanto beijava. Ela riu, virando o rosto para me dar melhor acesso à sua bochecha. Mesmo sendo uma mulher considerada alta, ela ainda conseguia ficar pequena nos meus braços.

— Vamos já descobrir isso! — ela me desafiou, sorrindo, enquanto eu me recostava no balcão ao seu lado e cruzava os braços, espiando para dentro da sua panela fumegante de carne e verduras.

— Porra, está parecendo bom também, mãe.

— Não xingue na minha cozinha, Ricardo — ela resmungou, enxugando as mãos em uma toalha pendurada nos ombros e abrindo a outra panela com um arroz que cheirava a alho e me deu água na boca.

Eu era um aficionado por boa comida, vivia testando restaurantes e pratos novos pelo Rio ou por qualquer cidade no mundo por onde estivesse, mas com toda certeza, nenhuma comida me dava mais prazer e era mais gostosa do que a de dona Vanda.

— Desculpe, mãe. E o velho, onde está?

— Você não está ouvindo? — ela apontou um dedo pra cima, chamando minha atenção, e nós nos concentramos no barulho de um motor que vinha da garagem, na parte lateral da casa — Hoje ele amanheceu com esse espírito que vocês dois têm de mexer em carro velho, nunca vi igual. Está lá desde cedo.

Eu sorri da reclamação antiga, dei mais um beijo em sua bochecha e fui ao encontro do meu pai.

Ignorando que sua esposa estava chamando seu clássico Chevette 1964, que ele realmente não usava, de carro velho, Rodolfo Hoffman estava limpando as mãos sujas de graxa em um pano que já viu dias melhores, e logo depois, levou um copo de cerveja aos lábios. Eu entrei na garagem, e ele virou-se, o olhar preocupado, mas depois deu um sorriso enorme quando me viu. Boa parte do sorriso era de alívio, eu sabia.

— Pensou que era a mamãe? Ela vai sentir quando chegar perto de você, de qualquer forma — eu disse, rindo, enquanto ele escondia o copo atrás da mesinha com umas peças e vinha ao meu encontro para um abraço forte e prolongado.

— Mas aí eu já terei bebido, certo?

Sorrimos juntos.

Aquele era o melhor homem e com o melhor caráter que eu conhecia e eu sempre passei a vida tentando ser um pouco, ao menos, como ele. Meu pai era alto e forte, quase tão alto como eu, mas ainda possuía abundantes cabelos negros agora quase todos acinzentados, e uma compleição física robusta e vigorosa para um homem com pouco mais de 60 anos.

E teimosia o suficiente, também, a julgar pela maneira como parecia estar contrariando ordens médicas, eu podia apostar. E pior, ordens de dona Vanda.

— Sua mãe está pegando no meu pé hoje por causa de uma cervejinha de nada, você sabe como ela é — ele explicou, quando nos recostamos no capô do carro. Sim, eu sabia, pensei, divertido.

Uma música de Raul Seixas tocava bem baixinho no sistema de som adaptado do carro dele. Aquele era o seu ambiente, o lugar da casa em que ele sentia-se à vontade mexendo nos motores dos seus carros, inclusive o que ele realmente usava. Eu tinha que admitir, havia herdado dele aquela paixão por motores potentes, e mesmo as habilidades de consertar um, se fosse preciso, do meu pai.

— E você está mesmo bem, pra essa cervejinha?

— Claro que sim. Forte como um touro — ele retrucou, com um sorriso e um franzir de sobrancelhas para a minha dúvida.

Tendo se aposentado há pouco tempo, mesmo que há no mínimo seis anos eu pudesse prover o que eles precisassem, meu pai agora estava passando muito tempo em casa. E isso significava, claro, mais barulhos de motores e a minha mãe reclamando. Mas que ninguém se enganasse com aquelas implicâncias diárias entre os dois, eles se amavam e pareciam terem sido feitos um para o outro.

— Achei que você não viesse, ou pelo menos que fosse chegar mais tarde hoje aqui — meu pai me disse, depois de algumas conversas aleatórias sobre os campeonatos de futebol, nacionais e internacionais, me lançando um olhar inquisitivo e malicioso. Olhei para ele sem entender até que a minha ficha caiu.

— Não, não durou tanto tempo quanto eu pensei que duraria — reconheci, lembrando que, quando ele ligou na noite anterior mais cedo para confirmar o nosso almoço, eu comentei que estava de saída para um encontro.

Na noite anterior, aliás, eu resolvi não desmarcar um encontro, um jantar, que havia combinado com Talita, uma mulher bonita que eu conheci na última festa que Marcos havia feito no iate. Nós nos entendemos bem e eu achei que podia levar o sexo bom para uma próxima fase. Ela era uma advogada divorciada, de 30 anos, inteligente e elegante, mas infelizmente para mim e para ela, era a noite errada.

Nem mesmo o seu vestido vermelho sensual e revelador foi o suficiente para me tirar do clima sombrio e me fazer, como eu pensei que faria, esquecer que tinha sido convidado para o jantar de boas-vindas na casa dos Avellar.

Assim que a deixei, mais tarde, na porta da sua casa, com um beijo que pelo menos não fez o jantar parecer de todo perdido, eu voltei para a boate e fiquei quase até as quatro horas da manhã, sozinho, tentando me concentrar no trabalho. Inútil.

Decidi, então, que enquanto não tirasse aquela coisa com Iza do meu sistema, ou seja, falar com ela e saber se estava tudo bem entre nós, eu não ficaria em paz.

A simples possibilidade de pensar que ela ainda me odiava ou que não iria mais falar comigo, me fazia sentir mal, estava assombrando minha mente e fodendo os meus encontros, pelo visto. Isso precisava acabar.

Era falar com ela, talvez pedir que ela me perdoasse por tê-la magoado naquela merda de noite, e então tudo ficaria bem e voltaria aos eixos, como sempre foi. Eu voltaria a minha vida normal e ela poderia viver a sua vida tranquilamente com o namoradinho com cara de anjo que ela trouxe a reboque.

— E você já está assim, nessa idade e durando tão pouco, filho? Olha, eu tenho 65 anos e ainda consigo... — ele começou, debochado, e eu empurrei seu ombro e ele caiu na risada, voltando a tomar um outro longo gole da sua cerveja.

— Aqui está tudo durando muito bem e por muito tempo, se você quer saber. Não estava falando disso — sorri de volta para a sua provocação, balançando a cabeça.

— E o que foi? A moça não estava do seu agrado? Ou outros problemas?

Respirei fundo, já que não estava disposto a falar sobre o que estava me consumindo. Não no momento.

— Um problema. Mas não se preocupe, eu vou resolver hoje e vai ficar tudo bem.

Ele concordou, apenas me lançando um olhar curioso, porque entendia bem a minha dificuldade em simplesmente ficar falando sobre o que não fosse absolutamente necessário. Eu tendia a me fechar quando estava agoniado com alguma coisa, e ele sabia disso. Nós sempre nos entendemos bem justamente por isso. Ficamos em silêncio, e segundo depois, ouvimos o grito de mamãe, de que o almoço estava pronto, mas que ela não queria ninguém sujo de graxa na sua mesa.

— Imagine quando ela sentir o cheiro de cerveja — meu pai murmurou, suspirando.

Nos entreolhamos, sorrimos e subimos com as mãos um no ombro do outro.

Não foi difícil pra mim descobrir onde Iza estava.

Para além do fato de que eu sempre descobria o que queria, eu tinha conseguido a informação com uma... moça, uma antiga amiga que trabalhava no Spa Day Beauty, um conhecido spa de luxo da cidade. Vez ou outra essa amiga conseguia inserir o meu nome e o de Marcos na lista para pagarmos por pacotes caros e exclusivos do local para presentearmos alguém.

Quando ele respondeu à minha pergunta sobre o que havia dado de presente para a irmã, já que eu ainda não havia dado a ela as boas-vindas, não foi difícil conseguir a informação sobre o dia e horário em que o cartão com o pacote dela estivesse sendo registrado.

No fim da tarde, depois que saí da casa dos meus pais, fui direto para o Beauty, entrei e fiquei no estacionamento frontal, sentado sobre a minha moto, ainda de capacete, já que, segundo as informações que eu havia obtido, aquele era o fim do horário dela, e a qualquer momento, ela sairia pelas portas de vidros e viria na minha direção.

Sim, porque eu estava do lado do Audi A3 branco, um sedan luxuoso que ela havia ganhado de presente de Otávio no seu fatídico aniversário de 19 anos, e que ficara na garagem enquanto ela estava fora.

Seria algo rápido, como arrancar um band-aid, da forma que eu gostava de resolver as coisas: falaria com Iza, lhe daria as boas-vindas, rezaria para que ela me dirigisse a palavra de volta, e então esperaria que tudo voltasse pelo menos ao mínimo de normalidade possível entre nós. Eu devia isso a ela, depois da forma como a tratei.

Eu lembrava disso e às vezes... Minha linha de pensamento foi bruscamente interrompida por um curto-circuito mental.

Uma mulher simplesmente deslumbrante, alta, de cabelos muito pretos, cacheados e longos que balançavam em torno dos seus ombros e lhe tocavam a cintura, caminhando rápido e sensualmente em saltos altos, estava saindo pelas portas automáticas de vidro do Spa.

Ela estava falando ao celular, mantendo-o preso entre um ombro e o pescoço enquanto movia uma das mãos dentro de uma bolsa marrom quadriculada e grande.

Embasbacado e quase petrificado, consegui me mover apenas o suficiente para tirar o capacete e poder olhar melhor para ela, tentando me convencer do que os meus olhos estavam vendo.

Puta que pariu.

Fiquei quieto, segurando o capacete debaixo do braço, incapaz de desviar a minha atenção dela, da forma como caminhava, ondulava, falava ao celular. Mesmo que a minha vida dependesse disso, naquele momento, eu não conseguiria parar.

Porque ainda que aquela figura feminina cheia de curvas incendiárias em uma calça jeans azul colada e uma camiseta branca que delineava um par de seios fartos, perfeitos, fosse quem eu estava aguardando, com todo caralho de certeza não era a Iza que eu esperava encontrar.

Ela foi uma tentação que quase tirou a minha sanidade em uma noite, agora, ela parecia simplesmente arrasadora, impressionante, o tipo de visão que eu imaginava ser o equivalente a um cara levar um poderoso nocaute, no ringue de boxe. Eu nunca fui nocauteado, mas aquela devia ser a sensação.

E eu podia ver que não era o único a notar isso, a julgar pelos dois homens que deram aquela virada clássica para conferir a sua bunda, quando passaram por ela em direção a entrada do local. Idiotas.

Quando Iza estava próxima o suficiente, eu pude ouvir a sua voz suave, alegre, e perceber outros detalhes perturbadores: seus cabelos jogados para um dos lados, ainda estavam úmidos, os cachos movendo-se a medida em que ela caminhava sensualmente em seus saltos.

Seus seios também balançavam suavemente em sua camiseta branca, acompanhando o seu movimento corporal, atraindo o meu olhar de maneira quase hipnótica para o contraste entre eles, sua cintura e os quadris mais largos do que da última vez que a vi. Ela era a porra de uma visão, e fez a minha pulsação acelerar.

Iza sorria para quem quer que estivesse falando com ela ao telefone.

As covinhas, aquelas malditas convinhas ficaram em destaque no seu rosto quando ela sorriu mais amplamente, finalmente tirando as chaves do carro de dentro da bolsa e ficando a poucos passos de mim. As palavras linda e deslumbrante ficaram girando na minha cabeça, enquanto eu tentava manter a compostura e me lembrar de quem ela era, e o que eu tinha ido fazer ali.

Mas tudo que eu conseguia era lutar contra os meus instintos e imagens de minhas preferências sexuais ferozes que não deveriam estar associadas a alguém como ela.

E então, quando Iza estava perto o suficiente, levantou a cabeça e me viu parado quase a sua frente. Seu sorriso ficou congelado no lugar, e ela parou, enquanto olhava para mim.

Claro que foram apenas segundos, mas me pareceu uma eternidade, enquanto ficamos olhando um para o outro sem dizer nada. Eu precisava usar a merda da minha habilidade de fala. Era apenas Iza. Maravilhosa, em nada parecendo com a menina tímida que me adorava pelos cantos e que em uma noite, foi ao meu quarto, mas ainda era a mesma Belinha que me seguia, e aos seus irmãos, pela casa.

Pelo menos, eu achava que sim, não tinha mais certeza de nada.

Aguardei, fixando os meus olhos nela, e então, ela sorriu lentamente, recuperada, e se aproximou, parando a poucos passos de onde eu estava, perto do seu carro.

—... eu posso te ligar de volta em alguns minutos? Claro. Tudo bem. Beijo! — ela disse para o seu telefone, o olhar cravado no meu rosto sério, sem perder o sorriso meigo.

Evitei pensar sobre quem seria porque não era da minha conta. O namorado, talvez? Provavelmente. Enganchei o capacete na lateral da Harley e só então passei as mãos pelos meus cabelos, enquanto Iza jogava o celular na bolsa e cruzava os braços sobre os seios.

Ela estava sorrindo quase como se achasse alguma coisa engraçada na situação, em me ver parado ali, e quando chegou mais perto, eu fui inundado por um cheiro que quase fez a minha boca encher de água e me deixou com vontade de rasgar suas roupas e prová-la inteira.

Esse instinto me assustou, por um momento, de tão insanamente forte.

Estava tudo saindo errado ali: minhas reações, em primeiro lugar. Respirei fundo, o que foi um erro porque inalei mais daquele cheiro gostoso da porra e isso turvou meus sentidos.

— Olha só, finalmente, Ricardo Hoffman, que surpresa te encontrar aqui. Achei que você seria a única pessoa que eu não veria novamente, nesta cidade — Iza comentou, em um tom leve, inclinando a cabeça ao olhar para mim.

Seus olhos escuros me sondavam abertamente.

— Iza, não é prudente caminhar sozinha por estacionamentos assim, falando ao celular e procurando as chaves antes de chegar ao carro — apontei com o queixo na direção dos outros carros e pessoas no estacionamento.

Não era o que eu pretendia dizer, mas o homem ligado em segurança, dentro de mim, levou a melhor sobre as amabilidades que eu deveria ter dito, merda. Cruzei os braços e a encarei de volta, sentindo a minha racionalidade e equilíbrio habituais retornarem aos poucos.

Iza ergueu uma sobrancelha delicada e perfeitamente delineada, ainda com aquele sorriso descontraído no rosto. Seus olhos pareciam brilhar, assim como a sua pele.

— É isso que você tem pra me dizer, depois de um ano em que não nos vemos? Dicas de segurança? — ela rebateu, ironicamente, e deu mais um passo na minha direção.

Ela não parecia chateada, pelo contrário, parecia quase... despreocupada? Tranquila demais?

A julgar por sua reação, eu não precisava me preocupar que ela estivesse com raiva ou algo assim. Era o que eu queria, tirar isso do caminho.

— Eu só reagi quando observei você vindo, foi instintivo — justifiquei, tentando soar mais amável. E razoável. Desmontei da moto, ficando de pé a sua frente.

— Bom saber que os seus instintos em relação a minha segurança ainda estão afiados.

Iza sempre fora alta, e agora que estava em saltos muito altos, era impressionante em seus mais de 1,75m, com certeza, mesmo que eu a ultrapasse em uns bons 20 centímetros.

— Seja bem-vinda de volta, eu estou feliz que você está aqui novamente — eu disse, solenemente.

Ficamos de frente um para o outro, nos encarando.

Sentia o furioso instinto de proteção que eu sempre tive por ela, subindo como ondas pelo meu corpo, mas como eu temia, algo mais estava passando por mim, algo mais profundo, sombrio, perigoso e que fazia o meu corpo tensionar e reagir à sua proximidade. Eu sabia reconhecer um intenso e poderoso tesão quando sentia um e, felizmente, também sabia reconhecer um problema gigantesco que provavelmente iria a me lascar.

Observei melhor o seu rosto oval, seus olhos, o nariz pequeno e os lábios grandes, de sorriso largo, pintados em um batom rosado.

— Não feliz o suficiente para nos agraciar com a sua companhia no jantar, no entanto — ela alfinetou.

— Eu tive um compromisso inadiável, desculpe.

— Ah, por favor, está tudo bem, eu entendo, um homem de negócios como você tem suas prioridades... — ela murmurou a palavra, lentamente, e eu franzi a testa. Algo estava me incomodando, eu não sabia bem o que era, mas estava me deixando fodidamente incomodado.

Era porque ela não estar agindo como eu pensei que agiria?

E então, Iza fez algo que fez o meu recente equilíbrio e sensatez vacilarem, e eu esqueci tudo sobre o que estava pensando: ela se aproximou mais e me deu um beijo no rosto, rápido, segurando-se em meu ombro para apoiar-se, seus lábios mornos tocando o meu rosto logo acima da barba, seu calor e cheiro me envolvendo...

Foi instintivo, eu passei o braço por sua cintura, quase a puxando de encontro ao meu corpo, em um momento irracional. Só passava pela minha cabeça que era o mais perto que estivemos desde aquela noite em que a vi quase nua, e as imagens torpedearam a minha mente, em rápida sucessão.

Mas então ela afastou-se, lentamente, e nossos rostos ficaram a centímetros um do outro, seu cheiro inquietante pra caralho me deixando zonzo e seus seios macios, maiores do que eu me lembrava, pressionados na frente da minha jaqueta.

Inferno de tentação. Olhei para os seus lábios e depois de volta para os seus olhos, devagar. Não foi intencional, mas meu cérebro não estava obedecendo aos meus comandos. E nem o meu corpo, ao que parecia pela dureza que começava a pressionar a frente da minha calça.

Notei que ela engoliu em seco, mas sua expressão leve permaneceu.

— Obrigada pelas boas-vindas, de qualquer forma, Ricardo. Muito bom te ver, aliás — foi o que ela disse, os cílios muito negros movimentando-se em destaque no seu rosto e a covinha na bochecha aparecendo de novo quando ela sorriu.

Iza já era um perigo antes, agora, era um coquetel Molotov de sensualidade, prestes a explodir na minha cara.

Meu corpo reagiu em uma velocidade surreal, todos os meus sentidos impactados, sobrecarregados, alertas e ao mesmo tempo inertes diante daquela... ela não era uma menina, mas era uma vida mais nova que eu, e eu não devia estar sentido nada disso por ela. Justo por ela. Meu corpo precisava entender o que a minha mente já sabia.

— Por nada, eu precisava te ver e estava procurando uma melhor oportunidade que não fosse no jantar com a sua família — consegui dizer, minha voz saindo baixa e grave, enquanto ela se afastava, ajustando algumas mechas negras e cacheadas atrás da orelha — Que bom que você está... — procurei a palavra mais sensata a dizer.

— Que eu estou? — ela indagou, como se não importasse, voltando a mexer na bolsa, a procura do celular, talvez, e aquilo me fez contrair a mandíbula, um pouco, e esperar que ela voltasse a me olhar antes de falar. Quando ela não me ouviu continuar, levantou a cabeça e sorriu como se pedisse desculpas — Você dizia que eu "estou"?

— Bem. Que você está muito bem, Iza — eu disse, cruzando as pernas na altura dos tornozelos, apoiado na moto. Minha mente, e meu pau, agora em sintonia, me avisaram que a palavra não era essa: "bem". Ela estava esplendorosa, e outras palavras que me escapavam, agora, mas "bem" era melhor, era seguro, era prudente. Principalmente agora.

Ela deu uma risadinha e ergueu um ombro em um gesto delicado.

— Eu estou mais do que bem, Ricardo, mas ainda assim, obrigada de qualquer forma.

Ela não tirou o celular da bolsa, mas ajustou a alça no ombro, sem desviar o olhar do meu. Então, para minha completa surpresa, seu olhar desceu rapidamente pelo meu corpo, me incendiando, e voltou ao meu rosto como se ela não tivesse feito nada.

Sua expressão era plácida, inocente, mas eu me senti arder em uma luxúria brutal, errada, fodida, mas luxúria de qualquer forma, observando a sombra de um sorriso, apenas, pairando em seus lábios sensuais.

— Você também está... bem — ela demarcou a palavra, sua ênfase deixando claro que, o que quer que fosse, também não era aquela a palavra que ela tinha em mente. Iza tinha agora algo diferente daquela menina corajosa, mas ainda insegura, de um ano atrás.

Confiança sensual irradiava dela, porra. Eu precisava me concentrar.

— Eu fico mais tranquilo agora que te vi, que sei que você está bem. Cheguei a pensar que você poderia não querer me ver, levando-se em conta as circunstâncias — resolvi pôr pra fora, de uma vez, observando sua reação e querendo tirar a minha mente das imagens cruas e sexuais que ela estava criando.

Eu tinha decidido que, já que ela estava agindo tão docilmente e sendo receptiva, não havia a menor necessidade de que eu lembrasse daquela merda, e nem trouxesse o problema à tona, mas algo estava me cutucando, me atormentando, a atitude dela estava me dando um tipo de inquietação. Então foda-se.

Essa porra não era um bom sinal. Talvez eu tenha pensado que fosse lidar com raiva e frieza, e tivesse me preparado melhor pra isso. Mas a quase indiferença dela estava me deixando louco por algum motivo idiota.

Iza me olhou como se não me entendesse, e então... deu uma risada inesperada, e foi como se um frio tivesse se instalado nas minhas entranhas e congelado as minhas bolas. Ela estava linda rindo, mas era uma risada que deixou meus pelos eriçados e disparou um tipo de alarme pelo meu corpo.

— Mas que bobagem, porque eu não iria... Ah, não! — ela balançou a cabeça em negativa, um brilho em seus olhos, bailando, sem que ela os desviasse dos meus. Iza suspirou e fez uma expressão de... pena?! — Ah, Ricardo, por favor, não me diga que você está falando daquela bobagem que eu fiz há um ano, pelo amor de Deus! Isso já passou, eu nem mesmo lembro direito desse episódio, a não ser quando quero sentir um pouco de vergonha de mim mesma, mas isso está cada vez mais raro, hoje em dia, pode acreditar! Esqueça isso.

Ela se aproximou novamente, só esticou a parte superior do corpo, me fazendo ficar em alerta, e fez um gesto com a mão em concha como se estivesse me contado um segredo e disse algo baixinho, sua respiração quase alcançando o meu rosto,

— Supere.

Eu deveria me sentir aliviado, mas estava atônito. Iza sorria pra mim como se todo o tormento que eu tive por um ano por causa daquilo, por causa dela, daquela noite, fosse o caralho de uma bobagem qualquer.

Ela me mandou superar?

— Estamos bem, então. Sem ressentimentos — grunhi, só para deixar claro.

— Sim, estamos bem, claro, sem ressentimentos — ela repetiu, e me deu uma piscadinha que em muito lembrava o modo como Marcos piscava para as pessoas, mas isso não me acalmou, pelo contrário, me alarmou. Me alarmou pra caralho. E me irritou também.

— Agora você vai me dar licença, eu preciso realmente ir, Ricardo, mas foi muito bom voltar a ver você. De verdade, eu estava com saudades — ela disse, e por um momento fugaz eu vi aquela menina com um olhar adorável, inocente, que sorria para mim de um modo totalmente diferente de como estava fazendo agora.

— Foi muito bem ver você também. E dirija com cuidado, por favor.

Ela balançou as chaves do carro, deu um tchauzinho e virou de costas pra mim.

Não me movi, fiquei observando-a se afastar para o carro, embasbacado pelos contornos perfeitos, fascinantes, da sua bunda naquela calça, no balançar lento dos seus quadris, ampliados pelo caminhar sexy sobre os saltos. Deus do céu, pensei, em agonia, esfregando a minha barba.

Do nada, Iza virou-se e eu não sei se fui rápido o suficiente em tirar os olhos da sua bunda. E isso era terrível porque os meus reflexos eram realmente rápidos.

— Nós nos vemos por aí, certo? — ela perguntou, destravando as portas, prestes a entrar no carro — Oportunidades não faltarão, eu espero.

— Sim, nos veremos por aí. E Iza...

— Sim?

— Não faça mais o que você fez hoje, ao sair sozinha de um estacionamento — pedi, voltando a sentar na moto e pegando o capacete, mas ainda esperando que ela saísse, primeiro.

— Eu sei, você está certo, vou me lembrar disso... Obrigada por cuidar de mim assim — ela entrou no carro — Afinal, vai que um homem que você não estava esperando, decida esperar por você no estacionamento, não é mesmo?

E então ela me soprou um beijo, subiu os vidros do carro e saiu habilmente da sua vaga. Passei a mão no rosto, resmungando um palavrão e fechando os olhos.

Nada seria como eu havia imaginado, pelo visto.

Na verdade, eu tinha a impressão de ter sido atropelado por um trem de carga.

Eu estava fodido. Muito, muito fodido. 

Será que ele estava? 🤔😂
Façam suas apostas! 😉😉😉❤️

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