Capítulo Vinte e Oito
Hola meus queridos e queridas, passando pra avisar que a história está perto de entrar em sua reta final 😊
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— Eu adorei o jantar Anna, estava maravilhoso. Muito obrigada
— Eu que agradeço a presença de vocês minha linda, vamos fazer de novo qualquer dia. — a mulher de Lewandowski disse simpática e Babi concordou de imediato.
— É claro.
As duas se abraçaram e nos despedimos do casal, e fomos até a garagem para pegar o carro.
— Gostou de hoje? — perguntei abraçando seus ombros e ela sorriu passando o braço pela minha cintura.
— Gostei demais amor, eles são maravilhosos. E as meninas então nem se fala.
Sorri contente por vê-la tão alegre assim.
— Eu sabia que você ia gostar, já tinha vindo aqui algumas vezes e todas foram bem divertidas.
— Vamos marcar de novo qualquer dia e também vamos retribuir o convite quando nossa casa estiver pronta.
— Como você quiser amor. — falei beijando seus lábios de uma forma carinhosa.
Paramos ao lado do meu Aston Martin e abri a porta para que ela entrasse. Dei a volta entrando também.
Tô pensando em comprar outro carro, talvez um Jaguar ou uma Ferrari. E quero dar um de presente para Babi também, ela vai precisar muito quando o nosso filho nascer. Acho que vou perguntar pra Taia qual seria o modelo que ela sonha em ter, assim o presente vai ser perfeito.
— Quer ir para algum lugar? — perguntei enquanto manobrava para sair da garagem do prédio onde Lewa morava.
— Pra casa, não sei. — ela disse rindo de leve e mexendo nos cabelos da minha nuca, fazendo um cafuné gostoso. — Quer ir para algum lugar?
Olhei pra ela quando o sinal ficou vermelho. Meus olhos percorrendo toda aquela tentação ao meu lado. A cada dia que passava ela ficava mais bonita, mais radiante. E eu nunca me cansaria de admirá-la.
— Pensei de a gente ir naquele lugar que combinamos e nunca fomos. — sugeri arqueando uma sobrancelha e Babi sorriu maliciosa.
— Não tá cansado de ontem? — ela claramente estava me provocando.
Levei minha mão até a sua coxa coberta pelo tecido fino da saia longa que ela usava e apertei com vontade.
— Pra você eu nunca vou estar cansado linda.
Babi sorriu pegando o celular e coloquei o carro em movimento quando o sinal ficou verde.
— Vou procurar um motel que seja bem discreto.
— Não precisa amor.
Ela me olhou franzindo a testa em confusão e dei risada.
— Faz um tempinho que pedi ao Ferran o endereço do motel que ele já foi com a Sira, a gente já tá indo pra lá.
— Não sei por que, mas não me surpreende. — Babi disse rindo me fazendo dar risada de novo. — É longe?
— Nada, só alguns minutinhos.
Babi conectou seu celular e colocou sua playlist com músicas da Taylor Swift.
Eu adorava ouvi-la cantar, ela tinha uma voz maravilhosa. Aliás, tudo nela é perfeito. Babi traz luz e alegria pra minha vida. Quando preciso viajar para ir jogar fora de Barcelona, fico contando os minutos para poder voltar e estar com ela de novo, curtindo sua presença e o nosso filho.
O campeonato está terminando e teremos nossas merecidas férias. É uma pena que não vamos poder viajar porque ela já vai estar com a gravidez bem adiantada, mas vou tentar convencê-la a ir para algum lugar não muito longe, só nós dois em uma viagem bem íntima e romântica.
Eu me sentia ansioso pelo fato de estarmos indo para um motel, seria a minha primeira vez nesse ambiente.
— Você tá nervoso? — Babi questionou divertida e olhei pra ela.
— Se eu disser que tô um pouco, você vai dar risada? — perguntei de volta e ela realmente deu risada.
— Relaxa lindo, você vai gostar.
Babi sorriu maliciosa e seu olhar tinha um jeito misterioso que me deixou bastante curioso em relação ao que ela pretendia.
Chegamos ao motel indicado pelo nosso amigo e paramos na portaria. Gostei bastante do atendimento deles, rápido e sigiloso. Paguei por um pernoite com direito a lanche e café da manhã e fomos liberados. Pedi que o lanche só fosse levado quando eu avisasse, a gente tinha acabado de jantar, não estávamos com fome.
— Que número liberaram pra gente? — Babi perguntou quando entramos no prédio.
— Catorze.
Identifiquei os números acima de cada quarto e uma luz verde se acendeu no número catorze.
Entrei na garagem e o portão automático começou a abaixar. Saímos do carro e olhei ao redor procurando por possíveis câmeras. Eles se comprometem a manter a privacidade dos clientes, mas eu sou meio desconfiado.
— O que você tá olhando? — Babi questionou me encarando e fui até ela abraçando sua cintura.
— Só observando o lugar. — respondi dando de ombros e ela rolou os olhos enquanto balançava a cabeça em negação.
— Vem, eu tô com frio. — pediu manhosa e fomos para a pequena escada de madeira.
A porta do quarto estava aberta e entrei depois de Babi.
A primeira coisa que vi foi a cama de casal no centro do quarto, estava perfeitamente arrumada com os lençóis brancos. Duas toalhas de banho e dois roupões também brancos estavam dobrados sobre o colchão.
O quarto era amplo, iluminado por uma luz baixa que eu imagino já ser apropriada para o ambiente. A um canto tinha um poste de metal para pole dance, do outro lado da cama ficava uma mesinha com pacotinhos de coisas para comer, pacotes de camisinha, lubrificante e mais coisas do tipo. Ao lado da mesinha tinha um frigobar com bebidas alcoólicas, refrigerantes e também garrafinhas de água.
A porta que dava acesso ao banheiro estava aberta e pude ver de relance uma banheira redonda.
Babi deixou a bolsa em cima de uma poltrona que tinha no quarto e tirou as sandálias de salto médio. Peguei uma garrafinha de água sem gás no frigobar e tomei metade do líquido em um só gole, minha garganta estava seca. Talvez por estar um pouco nervoso.
— Que acha de um banho relaxante de banheira? — ela comentou alegre indo até o banheiro.
Fiquei parecendo um bobo observando o movimento hipnotizante que a saia fazia se enroscando em suas pernas perfeitas quando ela caminhava.
Babi ligou a torneira para encher a banheira e voltou para o quarto vindo até mim.
— Você tá muito tenso, sabia? — disse baixinho passando as mãos pelo meu peito coberto pela camisa social que eu usava.
— Você me deixa assim. — sussurrei de volta beijando seus lábios enquanto ela desabotoava minha camisa.
O cheiro que vinha dela me inebriava, me deixava louco de desejo.
Babi deslizou a camisa do meu corpo e me tocou com a ponta dos dedos me deixando arrepiado.
— Eu amo você demais... — sussurrei enquanto beijava e mordia seu pescoço.
— Também amo você demais meu marrentinho!
Sorri de encontro a sua boca e ela me beijou de novo antes de se afastar e sentar na cama devagar, inclinando o corpo para trás e se apoiando nos cotovelos.
A saia que ela usava tinha uma abertura lateral me dando a visão perfeita da sua coxa direita. Não pensei duas vezes antes de me aproximar e abaixar a cabeça para beijar a pele morena exposta.
Fui subindo os beijos, me deliciando na maciez e suavidade da sua pele. Babi gemia baixinho conforme minha boca ia subindo, passeando pelo seu corpo. Satisfazê-la de todas as formas possíveis estava se tornando o meu vício. Me sinto seguro em querer experimentar tudo com ela.
Com extrema delicadeza fui retirando suas roupas como se desembrulhasse um presente, porque era exatamente isso que ela significava na minha vida, o mais maravilhoso dos presentes.
Babi usava uma lingerie rendada na cor lilás. O contraste da pele morena dela com aquela cor era hipnotizante. Não conseguia parar de olhá-la e me perguntar como tive tanta sorte em tê-la somente para mim.
— O que foi? — Babi perguntou me olhando e beijei seus lábios.
— Você é linda demais! — murmurei encarando seus lindos olhos castanhos e fazendo um carinho em seu rosto.
Babi sorriu toda boba me beijando de novo.
Beijei seu ventre onde o nosso filho se desenvolvia, estava louco para sentir ele se mexer. A médica disse que a qualquer momento isso poderia acontecer. E eu queria muito ser o primeiro a sentir quando acontecesse, depois da Babi é claro.
Com movimentos ágeis, seus dedos desabotoaram a calça jeans que eu usava e me afastei rapidamente apenas para tirá-la junto com os tênis.
Eu amava demais esses nossos momentos, em que éramos somente nós dois esquecendo por completo do mundo lá fora. Pra ela, eu me entreguei sem reservas, sem medo, dei tudo de mim e mais um pouco. Babi era dona do meu coração, dona das minhas vontades, dona de mim.
Em um movimento ágil, ela nos virou ficando por cima. Eu me rendia completamente quando ela assumia o controle.
Babi sorriu de um jeito devasso me deixando surpreso e sem reação. Ela beijou meu pescoço e foi descendo pelo meu peito até parar na linha do meu umbigo.
Seu olhar era intenso e felino ao me encarar e engoli em seco quando ela abaixou a cabeça descendo os beijos até chegar à cintura da cueca boxer que eu usava. Meu corpo reagiu de imediato enquanto eu imaginava se ela realmente faria o que eu estava pensando.
Sempre tive muito desejo de realizar essa fantasia, mas nunca tive coragem de tocar no assunto ou insinuar algo. Caso ela não quisesse ou não se sentisse à vontade para fazer, eu nunca insistiria e estava tudo bem.
Meu coração estava tão acelerado que eu temia que ela o escutasse. Meu corpo estremeceu quando suas mãos quentes e macias me estimularam.
Quando sua boca me tocou não consegui controlar o gemido alto que escapou por entre os meus lábios. Agarrei os lençóis com força quando sua língua passou vagarosamente por toda a extensão do meu pau.
Babi deu um sorrisinho safado e eu soube que não aguentaria muito tempo com ela me chupando daquele jeito.
Ela aumentou os movimentos e eu já estava quase enlouquecendo.
— Linda... — gemi tentando me afastar, não sabia se ela gostaria que eu gozasse em sua boca, mas ela me segurou me mantendo no lugar.
— Goza pra mim amor. — Babi sussurrou em uma voz sexy pra caralho, assim ficava difícil resistir.
Ela continuava me provocando com as mãos e a boca me fazendo perder completamente o controle de mim mesmo.
— Porra Babi!
Me deixei levar por aquela sensação intensa que me roubava o fôlego enquanto ela beijava meu corpo trêmulo.
— Tudo bem lindo? — Babi perguntou sorrindo e olhei pra ela ainda puxando o ar com força como se tivesse acabado de jogar os noventa minutos de uma partida.
— Você me surpreende a cada dia cariño. — sussurrei fazendo um carinho em seu rosto e beijando seus lábios.
Minhas mãos tocaram em sua cintura e desceram pelos seus quadris.
— Ai caralho, eu esqueci da banheira! — Babi gritou se afastando e levantando de cima de mim.
Meu olhar a seguiu enquanto ela andava rapidamente na direção do banheiro. Levantei também e fui até lá.
— Ainda derramou um pouco, pessoal da limpeza vai xingar a gente. — ela disse rindo enquanto abria alguns frascos e despejava o conteúdo dentro da banheira.
Babi mexeu um pouco na água espalhando os produtos e o aroma de lavanda tomou conta do ambiente. Ela ergueu o corpo e levou as mãos às costas para abrir o fecho do sutiã.
— Deixa que eu faço. — pedi baixinho me aproximando e beijando seu ombro.
Meus dedos ágeis abriram a peça com rapidez e não perdi tempo em abraçá-la, minhas mãos apertando com gentileza os seios macios, os bicos inchados pelo meu toque.
Enquanto uma de minhas mãos continuava acariciando seus seios, a outra desceu pela lateral do seu corpo, passando pelo seu ventre arredondado e entrando na calcinha rendada.
Babi abriu mais as pernas cedendo a minha investida.
— A água vai esfriar... — ela murmurou baixinho quase gemendo.
— Bem lembrado. — sussurrei de volta dando uma mordida em sua orelha. — Quero muito entrar nessa banheira com você.
A água estava uma delícia e aconcheguei Babi em meus braços quando ela sentou de costas para mim e encostando em meu peito. Esse com certeza era um momento maravilhoso, somente nós dois aqui, dentro dessa banheira.
Babi ergueu a mão direita onde estava a sua aliança e ergui a minha também, a ponta do meu dedo correndo pela palma suave da mão dela.
Tudo com ela era maravilhoso, era perfeito. Cada momento valia a pena.
Passei pela portaria e cumprimentei o porteiro ainda com um sorriso bobo em meus lábios. Gavi veio me deixar em casa e foi para o treino, amanhã o time já teria uma partida, aqui mesmo no Camp Nou contra o Osasuna. Eles vinham de um excelente desempenho contra o Real Bétis, quatro a zero jogando em casa. A moral da equipe estava lá em cima.
Se eles ganharem os dois próximos jogos serão os campeões da La Liga. Torço demais para que isso aconteça, o Barcelona merece muito esse título e o meu marrentinho merece mais ainda essa conquista e eu estarei lá, torcendo por ele.
Entrei em casa e Thor veio ao meu encontro.
— Bom dia lindão. — fiz um carinho em suas orelhas e ele latiu contente.
Meu irmão vinha da cozinha com um copo de suco na mão.
— Bom dia meu irmão lindo.
Raphael arqueou uma sobrancelha sem dúvidas estranhando o meu bom humor matinal, ainda mais tão cedo assim.
— Não dorme mais em casa, nem avisa. — ele reclamou e eu dei risada.
— Mas você já tá pegando no pé dela a essa hora. — Taia apareceu também vindo da cozinha. — Deixa de ser ranzinza, Babi tem mais é que aproveitar. Bom dia amiga.
— Bom dia Taia. — respondi divertida enquanto Rapha continuava me encarando. — Oh my God! — exclamei ao ver o filhote de Golden Retriever dourado surgindo atrás de Taia e corri para pegá-lo. — Vocês adotaram outro cachorro?
— Sim, Rapha chegou com ela ontem à tarde. Essa é a Chanel.
A cachorrinha me cheirava e lambia meus dedos enquanto eu a segurava em meus braços.
— Não me diga que vocês compraram gente. — comentei olhando de um para o outro.
— Não. — Rapha respondeu. — A cadela de um amigo meu deu cria e ele está doando os filhotes porque já tem muitos cachorros, então ele me perguntou se eu não queria um. Assim que ela crescer mais, vamos castrá-la.
Fiz joinha pra ele.
— Babi eu vou pra academia, você vai? — Taia perguntou e olhei pra ela.
— Hoje não vou não amiga, tô sem ânimo.
— Ok, cuida da Chanel e qualquer coisa me liga.
— Pode deixar. — assenti sorrindo ainda acariciando a filhote.
Taia e Rapha saíram minutos depois e eu fui tomar banho antes de tomar café da manhã. Iria comer algo e me jogar na cama.
Thor ainda estava meio arisco por conta da cachorrinha e eu achei melhor deixá-la em meu quarto enquanto tomava banho. A porta estava fechada para que ele não entrasse.
A água morna caía em minha pele e enquanto eu me ensaboava, relembrava os momentos tórridos com o meu marrentinho na noite passada. A cada vez que fazemos, o sexo com ele fica melhor, mais intenso. Gavi é um homem maravilhoso que leva uma mulher ao total delírio.
Terminei meu banho e fui procurar um pijama quentinho e confortável para vestir. Chanel estava deitada no tapete fofinho ao lado da minha cama e brinquei com ela ao passar.
Meu celular estava carregando e notei a tela acendendo, peguei para verificar e era uma mensagem de Gavi. Sempre me deixando como uma boba apaixonada. Digitei uma resposta para ele.
Vesti meu pijama cor de rosa e calcei minhas pantufas brancas de coelho. Peguei Chanel no colo e também meu celular, e saí do quarto.
...
O Barcelona recebia o troféu de campeão da La Liga e levava um Camp Nou completamente lotado à loucura. Até o fato de ter perdido esse jogo contra a Real Sociedad foi esquecido. Gavi, Araújo e Pedri não jogaram, mas estavam presentes para receber o seu tão sonhado prêmio. Meu marrentinho estourou o limite de cartões amarelos dados nos jogos.
Eles ganharam o título no jogo de domingo passado contra o Espanyol, mas nem conseguiram comemorar direito já que a torcida adversária furiosa invadiu o campo por ter perdido para o seu principal rival aqui na Catalunha que foi campeão do campeonato e com essa derrota foram rebaixados da série A.
Eu preferi assistir de casa junto com Taia, e nós ficamos super preocupadas ao ver aquela cena inacreditável. Só conseguimos relaxar quando os meninos deram notícias avisando que estava tudo bem.
Na terça-feira teve um desfile para os merecidos campeões. Os times masculino e feminino do Barcelona ganharam seus respectivos campeonatos e desfilaram em dois ônibus pelas principais avenidas da cidade para a loucura dos torcedores.
Nós familiares e amigos próximos dos jogadores e da equipe técnica estávamos bem perto do gramado esperando eles tirarem as fotos com o troféu para poder ir comemorar junto.
Eu queria muito poder abraçar Gavi e compartilhar desse momento único junto com ele, seu primeiro troféu de campeão da La Liga. Mas tinha muita gente da imprensa aqui, todo mundo filmando, melhor não dar nenhum vacilo. Sem contar que seu pai também está aqui junto com Aurora.
Gavi disse que ele não tem nada contra nosso relacionamento. Nós não nos falamos depois que fomos apresentados no aniversário de Aurora.
— Tô tão feliz por eles! — Taia murmurou ao meu lado e olhei pra ela.
Estávamos de braços dados apreciando toda aquela festa.
— Eu também cunha.
Estava tudo perfeito, pelo menos quase tudo.
Sira e Ferran tiveram uma discussão feia e ameaçaram terminar o relacionamento. Nós conversamos e ela disse que ainda não se decidiu, no entanto não vê mais sentido em continuar com o jogador. Fico de coração partido porque achava que eles formavam um casal muito bonito, porém se não existe mais sentimento, o melhor é terminar mesmo. Espero que fique tudo bem com os dois.
Os jogadores se dispersaram do pódio e vieram procurar seus familiares.
Rapha veio abraçar a mim e a Taia.
— Parabéns mano. — sussurrei em seu ouvido quando seus braços me enlaçaram. — Tô muito feliz por você.
— Obrigada irmãzinha.
Fui cumprimentando os jogadores que encontrava, Araújo, Ansu. Abby também estava aqui prestigiando o namorado.
Sorri enternecida ao observar a cena, Gavi, Pedri, Ferran e Eric Garcia juntos rindo e conversando. Eu achava aquela amizade deles tão bonita.
Aurora veio falar comigo e trocamos um abraço caloroso.
— Oi cunhadinha. — ela murmurou em meu ouvido.
— Oi meu bem.
— Precisamos marcar uma tarde só nossa, colocar o papo em dia.
— Precisamos sim. — concordei com ela e olhei de relance para Gavi, notando que ele também me olhava.
Trocamos um sorriso carinhoso.
— Meu pai queria trocar algumas palavras com você, pode ser?
Vi o homem próximo aos pais de Pedri e ele me encarou parecendo um pouco ansioso.
— Ele sabe que vocês preferem não revelar nada agora por conta do bebê e entende isso. Seria algo bem rápido mesmo.
— Tudo bem Aurora. — concordei e ela assentiu sorrindo enlaçando o braço ao meu.
Caminhamos juntas até onde todos eles estavam, abracei os meninos dando parabéns a cada um.
— Parabéns amor. — sussurrei para Gavi quando nos abraçamos.
— Obrigado minha linda. Eu amo você demais e parte dessa conquista é mérito seu.
Tive que me controlar pra aparentar normalidade ouvindo aquelas palavras.
— Minha comemoração é com você mais tarde cariño.
Me afastei e Gavi sorriu piscando um olho pra mim.
Fui falar com os pais de Pedri e também o pai dele que estava próximo. Fiquei perto de Aurora, assim, quem visse pensaria que eu estava ali conversando com ela.
— Olá Babi, como vai? — ele perguntou simpático estendendo a mão.
— Oi, seu... — falei aceitando seu cumprimento.
— Me chame de Pablo, ou de você como preferir.
— Tudo bem. — assenti um pouco nervosa. — Eu estou bem e o senh... — me lembrei do que ele havia pedido e nós dois demos risada. — E você como está?
— Eu estou bem. — ele olhou de relance para a minha barriga. — E o seu bebê, tudo bem com ele? Eu soube que é um menino.
Não contive o sorriso ao ouvi-lo perguntar sobre meu bebê e já ia levando minhas mãos a minha barriga como sempre fazia, mas me lembrei a tempo. Se esse gesto fosse fotografado, as pessoas poderiam reparar na minha barriga que já era bem aparente. Felizmente, as camisas do Barcelona que eu usava para vir aos jogos eram largas e disfarçavam bem.
— É um menino sim e ele está muito bem, obrigada por perguntar.
— Babi eu não sei se o Pablo já te disse, mas eu não tenho nada contra você.
— Ele me disse sim.
O homem sorriu e se aproximou mais um pouco. E eu olhando pra ver se alguém reparava em nós dois conversando.
— Você faz bem ao meu filho e é isso que importa pra mim. Se ele quer assumir o seu bebê, eu fico muito feliz em ganhar um neto.
Sorri emocionada e não pensei duas vezes antes de lhe dar um abraço ao qual ele retribuiu afetuosamente.
— Obrigada. — murmurei baixinho e ele me deu um beijo carinhoso na testa quando se afastou.
— Gostaria muito de me aproximar de você Babi, conhecê-la melhor. Se você não se importar, é claro.
— Não me importo, também gostaria de conhecê-lo mais. Vamos marcar um almoço. — sugeri e ele concordou de imediato.
— Vamos sim.
Gavi olhava pra nós com um sorriso enorme no rosto.
Muitas fotos foram tiradas, vídeos foram gravados. O clima era de festa e comemoração, as crianças corriam animadas pelo campo. Aproveitei e tirei fotos com as filhas de Anna e Lewa que me chamavam agora de tia Babi, eu estava adorando, não nego.
Tirei fotos também com Aurora e Abby. Uma pena Sira não estar aqui. Ela havia dito que tinha competição em Madri, mas eu tenho quase cem por cento de certeza de que a sua ausência tem a ver com a sua situação atual com Ferran.
Depois da comemoração aqui no campo teria uma festa privada para os jogadores, equipe técnica e familiares em um clube. As meninas iriam com seus namorados, mas eu prefiro ir pra casa. Se Gavi quiser ir, por mim tudo bem.
Pessoal foi saindo do campo e eu caminhava devagar enquanto postava algumas fotos no instagram. Abby pulou nas costas de Araújo quase derrubando ele e fazendo a gente dar risada.
— Queria tanto poder te abraçar assim pra todo mundo ver. — Gavi disse vindo caminhar ao meu lado e sorri olhando pra ele.
— Aguenta só mais um pouquinho. — fiz o gesto de diminutivo para ele e demos risada.
— Eu sei linda, por você e pelo nosso filho eu espero o tempo que for.
Sorri encantada olhando pra ele e descemos a escada que levava ao túnel por onde os jogadores passavam. Gavi foi na minha frente e eu atrás dele segurando em seu ombro.
O Camp Nou é um estádio impressionante por dentro e por fora. E tenho certeza de que com a reforma que virá, ele vai ficar ainda mais espetacular.
Os meninos foram tomar banho e se arrumar, e nós familiares fomos para uma sala de visitas desfrutar de um maravilhoso lanche enquanto esperávamos por eles. Claro que tiramos mais fotos.
— Gente vocês acham que o Ferran e a Sira vão mesmo terminar? — Abby perguntou e olhamos umas para as outras.
Estávamos juntas em um canto da sala. Eu sentada em uma poltrona, Aurora encostada do lado direito e Abby sentada no chão de frente para nós.
— Difícil dizer. — respondi depois de mastigar e engolir mais um pedaço de pizza.
— Falei com ela hoje e até toquei no assunto da comemoração depois do jogo, que a gente vinha para o estádio e ela nem deu saída. — Abby comentou.
— Eu ainda não entendi o motivo de eles terem brigado.
— Eu também não Aurora. — Abby concordou com ela.
— Pelo que ela me contou quando a gente conversou, não teve um motivo específico, foram vários motivos. — expliquei para as meninas. — O relacionamento tava desgastado, qualquer coisinha virava motivo de discussão entre os dois.
— Olha... — Aurora disse chamando nossa atenção. — Eu namoro com o Javi há quase quatro anos e garanto a vocês que não foram somente flores durante esse tempo. A gente já brigou algumas vezes, discutimos, ficamos alguns dias sem nos ver até a cabeça esfriar, mas sempre voltávamos um para o outro. E eu sinceramente não consigo imaginar minha vida sem ele.
— Isso é amor amiga. — Abby comentou de um jeito sonhador. — Eu espero ter isso com o Ronald também, conseguir resolver os problemas e estar sempre junto. Ninguém tinha me conquistado desse jeito.
Olhamos pra ela dando risada.
O pai de Gavi e Aurora se aproximou sorrindo simpático.
— Abby deixa eu te apresentar. Esse é o meu pai, Pablo. Pai, essa é a Abby, namorada do Araújo.
— Olá Abby.
Ela levantou e deu um abraço e um beijo nele.
— Eu só vim avisar que estou indo e me despedir da Babi.
Fiquei tocada com aquelas palavras.
— Eu vou ficar mais um pouco pai, depois Gavi me leva.
— Tudo bem querida, até mais então. — ele a abraçou e beijou sua testa.
Eu levantei e fui abraçá-lo também.
— Foi bom rever você Babi, vamos marcar aquele almoço.
— Também gostei de revê-lo Pablo, vamos marcar sim.
Ele também deu um beijo em minha testa e tocou de leve em minha barriga, o sorriso em seu rosto era genuíno.
— Conquistou o sogrão hein amiga. — Abby comentou divertida depois que ele foi embora fazendo a gente rir.
— Ah conquistou sim, posso garantir isso. — Aurora entrou na brincadeira.
Eu estava gostando de me aproximar do pai dele, Pablo Páez parecia um cara muito legal. Ele com certeza só queria a felicidade dos filhos, não importa como, bem diferente da esposa.
Os jogadores começaram a aparecer e não demorou para que Gavi, Pedri e Araújo viessem até nós.
— Sai. — Gavi empurrou a irmã que estava perto de mim e veio me abraçar por trás.
Ele deu risada enquanto Aurora reclamava indignada.
— Por que você faz isso com ela lindo? — perguntei me virando para olhá-lo e Gavi beijou minha testa carinhosamente.
— Eu adoro irritar minha irmã. — ele sussurrou baixinho me fazendo balançar a cabeça em negação.
As vezes eles pareciam duas crianças se provocando.
— Então, vamos? — Gavi me chamou e olhei pra ele.
— Amor eu prefiro ir pra casa, tô me sentindo um pouco cansada hoje.
— Eu sei linda, você me disse. — ele falou de um jeito meigo fazendo um carinho em meu rosto. — Vamos pra casa, dá pra gente passar por uma saída lateral pouco usada. Assim os fãs que ficam em frente a saída principal não vão nos ver.
— Gavi se você quiser ir pra essa festa com a galera, por mim tudo bem. Eu vou pra casa descansar.
— Se você não vai, eu também não vou. Eles vão beber, dançar e eu não tô muito afim, quero ficar com você cariño.
Não nego que era muito bom ouvir isso dele e sorri de leve beijando seus lábios.
— Então vamos.
Levantei da poltrona e Gavi abraçou meus ombros.
— Hoje eu quero dançar! — Abby gritou animada fazendo todo mundo rir. — Vocês não vão né?
— Não amiga, eu prefiro ir pra casa.
— Tá bom amiga, descansa tá.
Trocamos um abraço apertado.
— Pode deixar.
— Hei morena. — Pedri também veio me abraçar. — Cuida bem do meu afilhado tá.
— Tudo bem.
Ele me deu um beijo na bochecha e se afastou.
— Hei casal dá pra me deixar em casa? — Aurora perguntou e Gavi olhou pra ela arqueando uma sobrancelha. — Papai já foi.
— E por que você não foi com ele? — Gavi questionou fazendo Pedri, Abby e Araújo darem risada.
— Gavi. — repreendi ele batendo de leve em seu braço.
— Deixa Babi, meu irmão é um sem noção quando quer. Eu pego um Uber.
— Não mesmo, você vai com a gente. Ele vai te deixar em casa sim. — afirmei o olhando e Gavi deu risada. Ele nunca negava o que eu pedia.
Nos despedimos dos outros e seguimos para o estacionamento andando devagar. Eu e Gavi de mãos dadas e Aurora ao meu lado.
— Dá aqui sua bolsa. — Gavi pediu já pegando o acessório do meu ombro e colocando em si mesmo enquanto Aurora soltava uma gargalhada.
— Quem te viu e quem te vê hein irmãozinho. — ela comentou debochada. — Vivia tirando sarro do meu namorado por carregar a minha bolsa, já te ouvi falar até do Ferran quando fazia isso com as bolsas da Sira.
Olhei para Gavi que encarava a irmã.
— Aurora fica quietinha fica, ou eu te deixo no meio da rua.
O celular dela tocou e minha cunhadinha foi andando na frente para atender, era Javi.
— Então, quer dizer que você fazia chacota dos meninos por eles carregarem as bolsas das namoradas? — perguntei risonha e ele riu também.
— Eu vou tapar a boca da Aurora com uma fita adesiva. Eu realmente debochava, era idiotice minha.
— Você sabe o que dizem sobre os homens que carregam as bolsas das mulheres né? Que ele é dominado por ela.
Gavi parou de andar me fazendo parar também, ele me olhou intensamente enquanto sua mão que estava livre segurava meu pescoço gentilmente.
— Não me importo com nada disso linda. — ele sussurrou beijando meus lábios. — Você me domina e sabe disso, e eu gosto disso, gosto de ser seu.
Sorri como uma boba apaixonada e o beijei com vontade, pouco me importando com quem poderia passar e nos ver. Que o mundo saiba que pertencemos um ao outro e dane-se o resto.
Estávamos entretidos em nossa bolha até que ouvimos alguém pigarrear bem próximo. Interrompemos o beijo e encaramos Aurora parada a alguns passos de distância.
— Detesto interromper vocês, mas é melhor a gente ir. Daqui a pouco o pessoal deve tá vindo para o estacionamento também.
Gavi fez um joinha para a irmã e me olhou de novo beijando o dorso da minha mão que estava entrelaçada à dele.
— Te amo linda. — ele murmurou quando voltamos a andar.
Saímos do estacionamento do Camp Nou instantes depois pela saída lateral pouco usada. Nenhum torcedor gritando loucamente o nome do ídolo, nenhum celular apontado para nós. Tudo calmo e tranquilo.
Gavi manobrou em direção à avenida principal dirigindo tranquilamente.
Aurora conversava animada no banco de trás e Gavi fez uma careta de quem estava sofrendo por ouvir a voz dela, eu só conseguia dar risada daqueles dois.
— Vocês planejam viajar nas férias? — ela perguntou e eu olhei para Gavi.
Eu não pretendia me afastar muito de Barcelona e da doutora Cecília.
— Ainda não sei. — Gavi respondeu. — Vamos resolver isso depois.
A conversa continuou e eu me perguntava onde Aurora Gavira arrumava tanto assunto. Vinte minutos depois nós a deixamos no apartamento que estava morando com o Javi.
— Até que enfim, eu já não aguentava mais ela tagarelando no meu ouvido.
Dei risada do modo como ele falou.
— Amor para, é o jeito dela, espontânea, gosta de conversar.
— Até demais. Quer ir pra casa ou para o apartamento?
— Se importa de irmos lá pra casa? Queria dar uma olhada na Chanel e no Thor.
— De maneira nenhuma linda. Amanhã eu não tenho treino, então podemos passar o dia juntos, ir a algum lugar discreto.
— Vai ser ótimo amor.
Me aproximei e deixei um beijo rápido em seus lábios quando ele parou no farol vermelho.
Virei o rosto logo depois e vi um drive-thru do Burger King. No mesmo instante senti vontade de comer algum sanduíche com uma deliciosa carne grelhada, bacon e muito cheddar. Além de batata frita com molho barbecue e maionese.
— Amor. — chamei Gavi sorrindo como uma criança que queria ganhar um doce.
Ele me encarou rindo também e arqueando uma sobrancelha colocando o carro em movimento de novo.
— Você só faz isso quando quer pedir algo. Fala.
Eu ergui as duas sobrancelhas ainda rindo.
— Vamo pedir lanche no drive-thru do Burger King?
— Linda você sabe que não pode ficar comendo essas coisas, precisa se alimentar bem.
— Eu sei e eu me alimento super bem, mas tô com vontade de comer essas porcarias. Só hoje, por favor. — pedi piscando meus olhinhos e Gavi balançou a cabeça em negação fazendo o retorno na primeira entrada.
— Você sempre consegue o que quer comigo, impressionante.
Comemorei empolgada dentro do carro e já abri meu celular no site do Burger King pra escolher o que eu queria.
— Você quer alguma coisa? — perguntei conferindo o cardápio.
— Quero sim, o mesmo que você escolher, pede pra mim também. Se o nutricionista chefe do Barcelona me ver aqui, capaz de ele ter um treco.
Dei risada quando ele parou na entrada do drive-thru, tinham dois carros na nossa frente.
— Segredo nosso amor. — falei piscando para ele que sorriu assentindo.
— Eu ia comentar com você sobre viajar nas férias, mas minha irmã que fala demais foi mais rápida.
Tirei minha atenção do cardápio na tela do celular e olhei para ele.
— Você quer viajar nas férias?
— Eu queria viajar sim com você linda por alguns dias, nem precisamos sair do país. Podemos ir até Los Palácios pra você conhecer minha família.
Eu sabia o quanto aquilo era importante pra ele.
— Podemos sim amor, mas eu não quero me afastar muito da cidade, posso precisar da doutora Rosell.
— Eu entendo linda, totalmente. Depois que terminar essa temporada do campeonato, vamos ter um amistoso em Tóquio, no Japão. Quando eu voltar, vamos passar uns dias em Los Palácios, depois voltamos para Barcelona e aí podemos viajar para algum lugar aqui perto, se quiser voltar a Lloret de Mar, por mim tudo bem.
Era nítida a empolgação dele e eu sorri também para não desapontá-lo, mas eu não conseguia deixar de pensar no fato de que talvez sua mãe já tenha dito para toda a família que eu era uma interesseira e aproveitadora.
Chegou a nossa vez de pedir e me livrei daqueles pensamentos inquietantes.
...
Gavi dormia tranquilo ao meu lado enquanto eu assistia um filme com o volume da TV bem baixinho. Ele não se incomodava com o barulho ou a claridade da tela, mas eu queria que ele descansasse o quanto conseguisse.
Gavi sempre levantava muito cedo para treinar e se esforçava ao máximo, ele precisava relaxar.
Meu celular vibrou em cima da mesinha de cabeceira e peguei para ver. Era Dani me mandando mensagem.
Abri o link que ela tinha me mandado e era um vídeo do TikTok. Aparentemente um perfil que era fã de Gavi e Pedri.
Fiquei surpresa ao me ver naquelas imagens e a legenda me deixou ainda mais chocada. Pegaram imagens em que eu abraçava Gavi, Pedri, conversava com Aurora e até quando eu estava próxima de Pablo, o pai do meu marrentinho. Esse perfil me apontava como affair de Gavi, por eu estar tão próxima assim dele e de sua família.
Fiquei curiosa e fui ler os comentários. A maioria apontava que era verdade sim, que nós estávamos juntos, já que eu era amiga de Aurora. E eu era citada como "a irmã do Raphinha".
Alguns mais observadores deram zoom nas fotos e repararam que eu usava aliança na mão direita e Gavi não, que isso poderia significar que não tínhamos nada e o povo inventava demais. Se soubessem da verdade...
Isso sem falar na turma que insistia em que Gavi namorava Ana Pelayoz e eu era apenas amiga de todos e tinha um namorado, que não era nenhum deles.
Eu tive que rir com tudo aquilo. Tô chocada com a capacidade que esse povo tem pra ser investigador, deveriam trabalhar para o FBI, a CIA ou a Interpol. Descobrem as coisas juntando fotos, ligando pontos.
...
O Camp Nou estava lotado.
Hoje a torcida culé se despedia do estádio antes da longa reforma pela qual ele passará e também de dois ídolos do time, Sergio Busquets e Jordi Alba. O jogo de hoje prometia fortes emoções.
Pedri e Araújo não jogariam por conta das lesões, mas estavam presentes apoiando seus companheiros.
Nós estávamos bem pertinho deles, apenas algumas cadeiras de distância. Eu, Taia, Aurora, Abby e Fer. Sira não veio, a situação entre ela e Ferran azedou de vez e parece que realmente não tem mais volta. Isso sem contar o fato de os rumores sobre uma possível saída dele do time, já que muitos fãs apontam que ele só veio para Barcelona por conta dela, agora que não estão mais juntos, considera jogar em outra Liga. Isso só o tempo dirá.
Observei meu marrentinho treinando em campo e um sorriso bobo me veio aos lábios.
Gavi riu demais quando lhe mostrei "as investigações" feitas pelas suas fãs mundo afora. Mais vídeos daquele tipo apareceram no TikTok e no Instagram e também fui citada no Twitter, não dei importância nenhuma. Elas estavam certas, mas ninguém tinha provas de nada, eram apenas suposições. No momento certo, todo mundo vai saber, mas ainda não chegou esse momento.
O Barcelona foi campeão antecipado, mas vinha de uma derrota amarga contra o quase rebaixado Real Valladolid fora de casa. Eles precisavam ganhar hoje, se despedir de seu estádio e seus dois capitães em grande estilo.
Os jogadores voltaram para seus vestiários a fim de se preparar para o início da partida. Quando eles retornaram ao campo minutos depois, a torcida gritava enlouquecida. A equipe do Mallorca fez um gesto tradicional chamado de pasillo, onde o outro time cumprimenta o campeão após ele ser consagrado o grande vitorioso.
Os jogadores de ambos os times se abraçaram enquanto seguravam uma faixa com a mensagem em espanhol RACISTAS, FORA DO FUTEBOL em apoio a Vini Júnior por ter sofrido ataques racistas. O que fizeram com ele é imperdoável, ninguém merece passar por isso.
Meu irmão havia ligado para ele após o jogo contra o Valência e Vini estava muito mal porque havia se tornado um fato recorrente e ninguém fazia nada. Eu conseguia imaginar sua angústia e descontentamento.
O árbitro deu início e mal tivemos tempo de começar a ter uma leitura clara do que acontecia quando Ansu balançou a rede adversária no primeiro minuto da partida, com assistência do meu marrentinho.
Nós fomos a loucura, gritando e abraçando uns aos outros.
O jogo seguiu quente com o Barça marcando em cima e aproveitando cada jogada. Eles jogavam com vontade e oprimiam o adversário o quanto podiam.
Meu coração quase parou quando Gavi deu um chute certeiro de pé esquerdo na entrada da área, mas o goleiro do Mallorca conseguiu segurar firme deixando meu namorado frustrado.
— Calma amor, vai dar certo. — sussurrei comigo mesma e desejando que ele pudesse ouvir minhas palavras.
O jogo seguiu com o Barcelona sempre mantendo a posse de bola até que um lance agressivo derrubou Balde e ele caiu gritando de dor.
— Mas olha esse arrombado do caralho! — Abby gritou irada assim como toda a torcida culé.
O jogo foi parado e os médicos entraram em campo para atender nosso amigo, a situação parecia ser séria. Os jogadores do Barça se aproximaram do juiz na certa pedindo para ele fazer algo com o jogador responsável que a princípio levou somente cartão amarelo.
— Isso é lance para expulsão! — Fernando gritou. — Olha a entrada do cara!
Balde saiu carregado do campo e o árbitro saiu também sendo vaiado para ir à cabine do VAR checar o lance.
— O que tanto esse homem ver gente? — Abby questionou impaciente fazendo a gente dar risada. — É tão claro como cristal.
— Ele tá voltando. — Aurora disse e mantivemos nossos olhares focados no homem que vestia uma camisa azul turquesa.
O árbitro retirou o cartão amarelo e apontou o vermelho para o camisa vinte e três que havia praticamente atropelado Balde. Ele foi expulso e saiu vaiado de campo.
— Bem-feito, vai esfriar essa cabeça no vestiário. — Abby e seus comentários que arrancavam risadas.
Sergi Roberto entrou no lugar de Balde e o jogo continuou quente. Ansu estava com fome de gol e tentou mais uma vez, mas na primeira tentativa sua finalização foi bloqueada, na sequência ele chutou de novo, mas a bola saiu e foi dado tiro de meta.
Havia rumores de que ele também iria sair do time, assim como meu irmão. Mas assim como Ferran, nada foi confirmado ainda.
Quase dois minutos depois Ansu Fati fez o seu segundo e bati palmas muito orgulhosa de seu desempenho hoje.
Muitas tentativas vieram a seguir e o grito de gol ficava preso em nossas gargantas. O Barcelona hoje jogava como um verdadeiro campeão, controlou o tempo todo. O fato de o Mallorca estar com um jogador a menos também ajudou muito.
Dois minutos foram dados antes de acabar o primeiro tempo, mas nada aconteceu, apenas mais posse de bola do dono da casa e jogadas que foram bloqueadas ou em que a bola saiu.
Aproveitei o intervalo para ir ao banheiro e pegar algo para comer.
O jogo recomeçou e já de cara teve um lance perigoso a favor do Barcelona. Koundé cabeceou após um cruzamento perfeito de Jordi Alba e por pouco não fez o terceiro.
Estava distraída conversando com Taia até que um lance quase me fazer descer daquela arquibancada e entrar em campo. Gavi e outro jogador rival se chocaram feio dentro de campo e caíram na grama. O telão mostrou a repetição e quase surtei de preocupação ao perceber que eles bateram as cabeças, isso podia ser extremamente perigoso.
Fiquei com o coração na mão enquanto via ele sendo atendido, mas continuava deitado. Eu teria que me acostumar com isso, afinal era a sua profissão e o que ele mais gostava de fazer.
— Fica calma Babi, vai ficar tudo bem. — Taia pediu abraçando meus ombros e eu não me atrevi a mover meu olhar, continuei focando no meu namorado.
Gavi levantou ainda meio tonto e respirei aliviada ao ver que ele parecia bem. Se caso ele precisasse sair e fosse imediatamente para o vestiário, eu não pensaria duas vezes antes de levantar e ir até lá também.
O jogo continuou, mas eu não conseguia relaxar totalmente, estava de olho nele, vendo sua movimentação em campo ainda preocupada.
As tentativas do Barcelona de aumentar o placar continuaram até que aos vinte e quatro minutos, Gavi recebeu a bola de Dembélé e chutou perfeitamente com o pé esquerdo não dando chance para o goleiro.
As meninas comemoraram empolgadas e eu só conseguia sorrir e imaginar o quanto ele estava feliz por conseguir marcar depois de tanto tempo.
Gavi correu pelo campo sendo seguido por seus companheiros. Ele beijou o escudo do time na camisa e parou em frente ao setor onde nós estávamos olhando diretamente para mim. Naquele olhar eu entendia perfeitamente o que ele queria dizer, aquele gol era pra mim.
Passei o restante da partida sorrindo à toa e mais relaxada vendo que Gavi estava bem.
Aos trinta e quatro minutos Jordi Alba foi substituído e foi abraçado por cada um dos seus companheiros. Nós ficamos de pé assim como todos os torcedores para bater palmas e assoviar em sua homenagem. Ele saiu de campo visivelmente emocionado e acenava agradecendo o apoio de todos os culés.
Quatro minutos depois Sergio Busquets também saiu ovacionado pela torcida e fez o mesmo que Alba, cumprimentou cada um e acenou em agradecimento.
São duas lendas vivas que estão deixando o time e com certeza ficarão eternizados na mente de todo fã de futebol ao redor do mundo.
O jogo foi encerrado sem mais gols e Ansu foi anunciado como melhor em campo, nada mais merecido para o autor de dois dos três gols que deram vitória ao nosso time.
Fomos esperar os meninos no estacionamento e eu não via a hora de abraçar meu marrentinho e lhe dar os parabéns. Andava de braços dados com Taia, assim como Aurora e Abby também estavam, Fer caminhava ao nosso lado.
— Ainda tem mais um jogo né? — Aurora questionou quando paramos perto dos carros.
— Tem sim. — Fer respondeu. — Em Vigo, contra o Celta.
— Gente, desculpa minha ignorância, mas onde fica essa cidade? — perguntei e todo mundo riu, inclusive eu mesma.
— Vigo fica na comunidade autônoma da Galiza, ou Galícia no noroeste da Espanha. — Fer explicou. — Fica mais fácil se eu te falar que Santiago de Compostela é a capital da Galiza.
— Sério? — indaguei e ele assentiu rindo.
Eu já tinha ouvido falar muito de Santiago de Compostela e pretendia ir até lá, era um local de peregrinação e também muito bonito.
Tiramos algumas fotos e gravamos vídeos divertidos, até que os meninos apareceram. Gavi tinha um sorriso maravilhoso ao me abraçar.
— Oi linda. — sussurrou em meu ouvido e beijando meu pescoço.
Eu o abracei de volta amando estar entre os seus braços.
— Como você tá amor? Eu fiquei tão preocupada de ver você cair daquele jeito.
— Eu tô bem, relaxa. Só fiquei um pouquinho tonto na hora, mas tá tudo bem.
— Você falou com o médico agora no vestiário?
— Falei sim amor. — ele se afastou um pouco me olhando. — Relaxa, tá tudo bem.
Gavi beijou meus lábios e me abraçou de novo.
— Aquele gol foi pra você, sabia? — ele murmurou novamente em meu ouvido e dando uma mordida em meu pescoço me deixando arrepiada.
— Sério? — falei baixinho também.
— Muito sério linda. E eu quero muito comemorar ele fazendo amor com você.
Soltei um gemido baixinho e ele sorriu beijando minha pele e apertando meu corpo de encontro ao seu.
— Gente vamo pra algum lugar. — Abby chamou animada e saímos da nossa bolha olhando para aqueles malucos.
— Hoje eu quero encher a cara pra comemorar nossa vitória. — Araújo disse fazendo a gente rir.
— Eu e a Babi não vamos. — Gavi anunciou abraçando meus ombros e todo mundo olhou pra gente.
— Vocês dois nem saem mais com a gente. — Abby reclamou dando risada. — Sempre dão um jeito de escapar.
— Eles tão é aproveitando. — Araújo soltou. — Depois que o bebê nascer é um bom tempo sem poder fazer nada, tá ligado né Gavi?
Todo mundo deu risada, inclusive eu mesma e Gavi, mas fiquei morrendo de vergonha. Aquele povo era impossível.
— Araújo você não presta! — Aurora disse ainda rindo.
— Vamo indo antes que esse uruguaio faça mais algum comentário sem noção.
— Aí Gavira, cê sabe que eu amo vocês né? — nosso amigo indagou fazendo um coração com as mãos e demos risada de novo.
— Imagina se não amasse. — Gavi murmurou balançando a cabeça em negação.
— Poxa Pablito, tô super ansioso pro João nascer. Como um bom tio eu vou ensinar muita coisa pra ele.
— Araújo eu não quero você sozinho com o meu filho meio minuto sequer.
O zagueiro abriu os braços mostrando indignação e a gente já tava gargalhando mesmo.
— Isso que dá querer ajudar os amigos. — ele ainda resmungou inconformado.
Olhei para o meu marrentinho que sorria olhando para aqueles malucos.
Eu amava quando ele afirmava que o João era seu filho ou nosso filho. Esse gesto enchia tanto meu coração de amor que chegava a transbordar.
O futuro se mostrava tão perfeito pra nós, tudo estava dando tão certo que as vezes parecia um sonho, um sonho muito bom.
Nossa história não é convencional, nos esbarramos e nos odiamos à primeira vista, mas logo percebemos o que um começava a significar para o outro. E hoje posso afirmar convicta de que Pablo Gavi é tudo pra mim, assim como tenho certeza de que ocupo o mesmo patamar em sua vida.
...
Me espreguicei rolando na cama e ficando de costas. Abracei o travesseiro de Gavi sentindo seu cheiro maravilhoso. Ele já havia saído para treinar e eu quis ficar dormindo, ultimamente me sinto muito preguiçosa, tenho certeza de que é efeito da gravidez.
Levantei e fui procurar algo pra comer do jeito que eu estava mesmo, usando somente uma camisa de Gavi. Ferran também já foi para o treino e Pedri tinha viajado para o aniversário de uma prima dele em Tenerife.
Peguei meu celular e saí do quarto.
Enquanto comia meu cereal com leite, tive a ideia de fazer um pudim para os meninos, eles adoravam apesar de não poder comer sempre por conta da rígida dieta.
Abri os armários e a geladeira vendo que faltavam alguns ingredientes para fazer a sobremesa, mas felizmente tinha um supermercado aqui pertinho, no final da rua. Vou trocar de roupa e dar um pulo lá.
Vesti um vestido estampado com flores e bem soltinho, e sandálias rasteiras. O sol estava brilhando gostoso lá fora. Prendi meus cabelos em um rabo de cavalo e peguei um par de óculos escuros de Gavi, não tinha nenhum meu aqui.
Fui checando as mensagens em meu celular enquanto o elevador descia. Passei pela portaria e cumprimentei o porteiro.
Desci devagar os degraus e fui caminhando pela calçada. A rua onde ficava o prédio era bem arborizada e cheia de câmeras de segurança, o que fazia a gente se sentir bem seguro.
Enquanto andava, meu celular que estava no bolso frontal do meu vestido vibrou e peguei para ver. Era uma mensagem no whatsapp de um número desconhecido.
Achei estranho e desbloqueei a tela do celular entrando no aplicativo. Ao ver a foto de quem havia me mandado a mensagem, que era um áudio, meu coração gelou dentro do meu peito.
Como ele havia conseguido meu contato?! Essa era a única pergunta que passava pela minha cabeça.
Eu troquei de número quando vim pra cá, bloqueei ele de todas as minhas redes sociais! Como aquele desgraçado conseguiu descobrir?!
Nervosa e com dedos trêmulos eu cliquei no contato e dei play no áudio. Aquela voz que passei a odiar me causando arrepios.
— Babi é verdade que você tá grávida de um filho meu? Por que não me procurou pra gente conversar sobre isso?
O chão sumiu sob os meus pés e ficou tudo embaçado ao meu redor, como se o mundo estivesse rodando.
Caminhei sem rumo tropeçando em meus próprios pés tentando puxar o ar para dentro dos meus pulmões que se recusavam a recebê-lo.
— Gavi... — balbuciei já chorando, eu precisava dele desesperadamente.
Aquele desgraçado vai tirar o meu bebê de mim! Eu não posso deixar isso acontecer!
Ainda sem rumo, sem direção certa continuei caminhando e não me dei conta de onde estava indo. Ouvi as buzinas ensurdecedoras e senti o impacto nas minhas costas, meu corpo sendo arremessado no ar.
Me senti flutuar e de repente tudo ficou escuro. Aquela confusão que se passava dentro da minha cabeça silenciou e pude finalmente me sentir em paz.
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