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Capítulo Vinte e Cinco

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Fiquei babando a paisagem por onde a rodovia passava, era simplesmente de tirar o fôlego. Quanto mais eu conhecia a Espanha, mais eu me encantava. Principalmente a região da Catalunha, onde fica Barcelona e tantas outras cidades maravilhosas.

Tocava uma canção da Rosalía no rádio e Sira cantarolava junto com Ferran. Era nítido o clima de romance entre eles e eu ficava muito feliz por isso.

Gavi apertou minha mão que estava entre as suas e virei o rosto olhando pra ele vendo seu sorriso maravilhoso.

O time empatou o jogo de ontem contra o Girona em mais uma partida péssima no Camp Nou e Xavi decidiu dar três dias de folga ao elenco. O clima estava tenso no vestiário com jogadores importantes impossibilitados de jogar, Pedri era um deles. Provavelmente ele só voltaria contra o Atlético de Madrid. Eles fizeram um treino de recuperação pela manhã e foram liberados antes do almoço.

Assim que souberam que ganhariam essas folgas, os meninos tiveram a ideia de a gente viajar para algum lugar sossegado, pegar uma praia. Relaxar um pouco longe do centro caótico da cidade.

Nossa escolha foi a belíssima e paradisíaca Lloret de Mar, bem pertinho de Barcelona mesmo, cerca de oitenta quilômetros de distância. Um amigo do pai de Sira tinha uma casa na praia de Fenals Beach, uma das mais bonitas da região.
— Tá enjoada? — Gavi perguntou baixinho chegando perto de mim e sorri negando com a cabeça.

Ultimamente quando ando de carro por muito tempo, me sinto um pouco enjoada. Eu tomei o remédio antes de sair de casa dessa vez.
— É uma pena que os outros não puderam vir. — Sira comentou sentada no banco do passageiro na frente ao lado de Ferran e nós concordamos.

Abby e Araújo não vieram por conta das aulas dela e um seminário importante sobre Pré-História. Aurora e Javi estavam trabalhando, Pedri, Ansu e Balde não queriam ficar de vela. No fim viemos só nós quatro mesmo.
— Eu agradeço minha irmã não ter vindo, ela é espaçosa demais. — Gavi disse fazendo a gente dar risada.
— E eu agradeço Araújo não ter vindo, a gente não teria paz. — Ferran acrescentou arrancando mais algumas risadas.
— Vocês são muito chatos, isso sim. — falei rindo e Sira concordou comigo.
— Isso aí amiga.

Ela virou para trás e fizemos um high five.
— Vocês querem parar pra comer alguma coisa? — Ferran perguntou e negamos. Queríamos chegar logo na casa de praia em Lloret de Mar.

Gavi recostou no meu ombro e dei um beijo em seus cabelos. Tudo que eu estava vivendo com ele parecia um sonho, um sonho bom demais.

Não conseguíamos mais ficar longe um do outro, eu sempre durmo lá no apartamento ou ele vem dormir comigo na casa do meu irmão que já acostumou a vê-lo por lá de manhã bem cedo. Tínhamos nossa rotina e a gente amava isso.

Conheço um lado de Pablo Gavi que poucas pessoas conhecem, ele é um cara maravilhoso, carinhoso, sincero, doce, preocupado com quem ele gosta. Fico revoltada quando vejo comentários ruins a seu respeito na mídia, mas tento deixar pra lá, eles não conhecem o meu marrentinho como eu conheço.

Após quase quarenta minutos, finalmente chegamos na cidade costeira. As fotos que vimos não faziam jus a beleza real do lugar.

Ferran dirigia devagar pelas ruas pavimentadas da cidade, o que nos permitia observar atentamente cada detalhe.
— Entra aqui amor. — Sira ajudava ele com o GPS para localizar a casa.
— Gente eu quero muito chegar lá, colocar um biquíni e cair nesse marzão maravilhoso. — falei empolgada e Gavi me encarou.
— Eu também amiga! — Sira gritou dando risada. — Saudades de uma praia.

Gavi continuava me olhando e encarei ele de volta.
— Que foi?
— Nada. — ele respondeu rindo e virando o rosto para o outro lado.

Virei também para a minha janela no momento que Ferran pegou a avenida à beira-mar que cortava boa parte da cidade. A cor daquela água chegava a ser hipnotizante.

Um verde-esmeralda bem característico do Mar Mediterrâneo que lembrava muito também as águas turquesas do Caribe.

Meu amigo dirigiu por mais uns dez minutos até pararmos em frente à casa de dois andares bem ao estilo da arquitetura da região da Catalunha.
— Avisa pra ela que a gente já chegou. — Ferran pediu e Sira mandou um áudio para a moça que cuidava da casa.

Menos de um minuto depois o portão automático foi aberto e entramos na garagem bastante espaçosa, cabiam pelo menos uns quatro carros ali. Apertando e dependendo do tamanho dos veículos, ainda conseguia colocar mais um.

Descemos e Ferran abriu o porta-malas para pegarmos nossas bagagens.
— Olá, bem-vindos a Lloret de Mar. — uma mulher saudou animada e olhamos para a entrada do corredor que levava até o jardim da casa. — Eu sou a Leda, a governanta da casa.

Fizemos as apresentações e entramos na casa enquanto Leda nos passava informações bastante úteis sobre o lugar.

Na área dos fundos ficava a churrasqueira e também a piscina no centro de um jardim ornamental, fazendo-a parecer uma lagoa no meio de uma selva tropical. Mais à frente tinha um caminho de cascalho que levava a um portão com acesso direto a praia. Aquela parte da areia era praticamente particular, pois somente os donos das residências daquela área do bairro frequentavam.

Leda nos mostrou cada cômodo da casa que era mais uma mansão praiana e por último nos levou aos quartos que ocuparíamos. Agradecemos pelo pequeno tour e ela voltou para o andar de baixo prometendo preparar um lanche delicioso. Eu agradeci, pois estava faminta.

A suíte que eu e Gavi ocuparíamos tinha vista para a praia e víamos o mar azul até onde a vista alcançava. A decoração em sua maioria na cor branca, com alguns destaques em azul marinho era simples e elegante ao mesmo tempo.
— Cansada? — Gavi sussurrou me abraçando por trás e sorri colocando minhas mãos sobre as suas. Eu tinha acabado de tomar um banho rápido.
— Nenhum pouco. — respondi virando de frente e beijando seus lábios. Ele sorriu abraçando minha cintura. — Vou colocar meu biquíni, comer o lanche que a Leda está preparando e depois ir caminhar na praia.
— Devo me preocupar com esse biquíni? — Gavi indagou e arqueei uma sobrancelha o encarando.
— Eu acho que você já sabe como nós brasileiras usamos nossos biquínis, não é?
— Sei bem.
— Pois é amor. — falei sorrindo doce e ele fez uma expressão de sofrimento.
— Já vou até tomar um banho pra me manter calmo.

Observei enquanto ele ia para o banheiro tirando o tênis e a roupa. Dei risada comigo mesma e fui revirar minha mala a procura de um biquíni e meu protetor solar.

Passei o creme protetor em meu corpo todo, pois o sol estava brilhando lá fora em todo o seu esplendor.

Quando Gavi saiu do banheiro, uma toalha branca em volta dos quadris e os cabelos úmidos, eu terminava de amarrar a parte de cima do meu biquíni cor de rosa tomara que caia.

Dei uma voltinha em frente ao espelho que mostrava meu corpo todo para ver como estavam as duas peças e notei o olhar de Gavi enquanto ele caminhava devagar ao meu encontro. Ele parou atrás de mim, seus olhos castanhos com um brilho intenso me mirando de cima a baixo.
— A cada dia que passa você fica mais linda cariño, mais gostosa. — ele sussurrou com uma voz rouca extremamente sexy me encarando e beijando meu ombro, me deixando arrepiada.

Gavi segurou minha cintura colando nossos corpos e senti seu pau roçando na minha bunda. Virei de frente para ele beijando seus lábios e o empurrei para que caísse deitado na cama, pegando-o completamente de surpresa quando puxei a toalha deixando seu corpo nu.

Meu olhar percorreu toda aquela perfeição, desde o abdômen tanquinho até as coxas definidas. Gavi já era uma delícia agora, quando ficasse mais velho então...

O marrentinho me encarava em expectativa de qual seria o meu próximo passo. Andei devagar até a porta e ele com certeza imaginava que seria para trancá-la, mas eu peguei minha bolsa de praia que estava pendurada na maçaneta e minhas havaianas brancas decoradas com a bandeira do Brasil, e abri a porta.

Gavi me encarava confuso e dei risada já saindo.
— Desculpa lindo, prometo que mais tarde eu compenso. — falei maliciosa e fechei a porta rapidamente ao ver ele levantar da cama.
— Porra Babi!

Dei risada ao ouvir sua reclamação e andei rapidamente até a escada pegando a saída de praia branca que estava dentro da bolsa e vestindo por cima do biquíni. Lá dentro também já estavam meu celular, meus óculos escuros, um boné e um prendedor elástico para o meu cabelo.

Aquela reclamação dele era pura encenação, Gavi adorava esses joguinhos provocativos. Ele me mandava nudes quando viajava com o time, inclusive até se masturbando dentro do banheiro. Imagino o que seus colegas de quarto, que geralmente eram Ferran, Pedri ou Ansu, iriam pensar se vissem a cena. Eu ia zoar ele para o resto da vida caso isso acontecesse.

Ouvi vozes na cozinha e fui até lá, Ferean e Sira conversavam com Leda.
— Cadê o Gavi? — ele perguntou ao me ver e sorri puxando uma cadeira e me sentando também à mesa, colocando a bolsa em meu colo.
— Terminando de tomar banho. — respondi normalmente e senti meu celular vibrar. Era meu irmão respondendo a mensagem que eu enviei pra ele avisando que a gente tinha chegado.

O lanche que Leda preparou estava delicioso, tudo leve e saboroso.

Quase dez minutos depois Gavi apareceu usando uma bermuda branca, camisa azul clara e chinelos da Adidas.
— Eita banho demorado. — Ferran comentou provocando e ele veio sentar ao meu lado.
— Eu esperei a Babi sair pra poder entrar.
— Ela já tá aqui a um tempão. — ele continuou provocando meu marrentinho que apenas o encarou balançando a cabeça em negação.
— Não enche.

Gavi colocou a mão na minha coxa e apertou me encarando, eu entendi o recado. Mais tarde eu iria pagar por aquela travessura.

Terminamos o lanche enquanto conversávamos com Leda que se revelou uma torcedora fervorosa do Barcelona, ela pediu até para tirar foto com os meninos que foram bastantes gentis.

A brisa marítima estava fresca e suave enquanto caminhávamos pela areia que já estava morna, quase esfriando. O sol começava a se pôr por detrás das montanhas nos brindando com um belíssimo espetáculo.

Ferran e Sira estavam mais a frente, brincando de correr um atrás do outro. Eu e Gavi caminhávamos devagar, ele abraçava meus ombros e meu braço estava em sua cintura.
— Esse lugar é lindo demais! — falei extasiada olhando para o mar.

A essa hora a água já estava fria, mas amanhã sem falta eu vou dar uns mergulhos. Sempre gostei de tomar banho de mar, acho revigorante.
— Com você qualquer lugar é perfeito. — Gavi sussurrou em meu ouvido e olhei pra ele sorrindo como uma boba, deixei um beijo romântico em seus lábios.

Decidimos ficar um pouco na areia para admirar a noite de céu estrelado que ia chegando. Gavi sentou e eu sentei entre as pernas dele, minhas costas coladas em seu peito forte e suas mãos em minha cintura, tocando de leve em minha barriga.
— Acha que ele consegue sentir o que acontece aqui fora? — ele perguntou baixinho e sorri de leve com a sua pergunta.
— Sente sim. A doutora Cecília disse que já nos primeiros meses após a concepção o bebê começa a desenvolver células de memória. Ele consegue sentir as minhas emoções e também as interações que fazemos com ele ainda na minha barriga.

Gavi ficou quieto e olhei para ele me tocando do que eu havia falado.
— Ai amor desculpa, eu nem me toquei. Não queria estragar o momento.
— Tudo bem linda, você não estragou nada. Eu não tô chateado. O João pode não ter o meu sangue, mas ele sempre vai ser meu filho.

Era impossível não o amar, Gavi era perfeito demais. Assenti concordando com tudo que ele disse e encostei minha testa à sua, beijando seus lábios de leve.
— Você pode até achar que é egoísmo da minha parte e eu te peço desculpas por isso amor. — Gavi sussurrou ainda com a testa colada à minha. — Mas eu fico feliz de o João não ter tido nenhuma interação com aquele cara, eu sou o pai dele.

Sorri comigo mesma balançando minha cabeça em negação, não me surpreendia em nada ele pensar assim. Gavi achava que eu não percebia a cara que ele fazia quando eu citava algo relacionado ao meu ex-namorado, principalmente em dizer que no futuro eu o procuraria para conversar sobre o filho que tivemos.

Não me chateia ele pensar assim, na verdade eu o entendo. Nunca mais pensei nisso, de querer ir atrás do André para contar a ele sobre o João e sinceramente nem quero mais. Meu filho vai ter um pai maravilhoso, e ele se chama Pablo Gavira.
— Não se desculpe, eu não tô chateada. — sussurrei de volta e ele sorriu me beijando de novo.

Sira e Ferran caíram no mar e fiquei observando aqueles dois malucos. A água deve tá gelada pra caramba.
— Aurora me mandou fotos de um monte de coisas que ela comprou pro João.

Me virei surpresa encarando Gavi.
— Eles são muito exagerados, tão comprando coisa demais.

Ele deu risada e eu acabei rindo também.
— Eu sinceramente não sei quem é pior, a Aurora, o Pedri ou a Taia.
— Minha irmã só tá empolgada porque vai ganhar um sobrinho. — ele disse como se aquilo fosse justificativa o suficiente e eu tive que rir de novo.
— Lindo eu sei disso, mas meu quarto não cabe mais nada Gavi, você viu.

Ele me encarou de um jeito intenso, sua mão tocando gentilmente em meu rosto.
— O que acha de a gente procurar um lugar com mais espaço? — ele perguntou com cautela. — Um lugar só nosso.

Continuei o encarando ainda assimilando o que ele havia dito.
— Eu acho que eu não entendi...
— Tô te chamando pra morar comigo Babi. — Gavi me interrompeu e eu senti meu coração dar um solavanco em meu peito.

Eu não conseguia emitir nenhuma reação, fiquei olhando pra ele por alguns segundos até que soltei o ar aos poucos, sorrindo nervosa.
— Você adora fazer isso comigo, me pegar de surpresa assim.
— Eu gosto de surpreender você. — ele disse sorrindo meigo e dando de ombros.
— Jura? — fui irônica e ele gargalhou me fazendo rir também. — Amor, eu posso ser sincera?
— Sempre linda.
— Gosto dessa ideia de a gente ir morar junto em um lugar só nosso, mas agora eu tô focada no João, quero curtir a chegada dele com calma e não pensando em uma mudança.

Achei que ele ficaria um pouquinho chateado, mas Gavi sorriu me deixando surpresa de novo, e aliviada.
— Eu sei linda, e nem eu quero você passando por isso. E também eu não iria ficar tranquilo sabendo que você estaria sozinha em casa enquanto eu estivesse treinando ou precisasse viajar a trabalho, prefiro você na casa do Raphinha, com a Taia por perto o tempo todo.

Eu amava aquela preocupação e aquele cuidado que ele tinha comigo, era uma das coisas que eu mais gostava no meu marrentinho.
— A gente pode começar procurando uma casa com calma, ou um apartamento se você preferir. Reformar o que vai precisar, montando o quarto do João, decorar tudo. Depois que ele nascer e as coisas se acalmarem, a gente se muda.
— Eu amo essa ideia. — sussurrei beijando seus lábios e ele sorriu.
— Sério? — Gavi também murmurou me beijando e assenti balançando a cabeça.

Continuamos conversando sobre aquele assunto, as ideias para procurar o lugar ideal para nós dois. Já concordamos logo de cara em preferir uma casa a um apartamento, teríamos mais privacidade e espaço, principalmente para uma criança e cachorros. Também concordávamos nisso, em adotar doguinhos.

Fiquei observando enquanto ele falava animado que já estava pensando em comprar seu cantinho antes mesmo de a gente se conhecer, que comigo essa vontade só aumentou.
— Eu amo você. — falei acariciando seus cabelos e Gavi sorriu como um bobo, me olhando daquele jeito que me faz derreter.
— Também amo você demais linda.



Empatamos contra o Getafe, jogando na casa deles. E nem preciso dizer que Xavi não estava feliz, já que o Real Madrid ganhou ontem contra o Cádiz, se aproximando demais da nossa posição na tabela.

Ele cobrou as folgas que tivemos para descansar e disse que precisávamos mudar urgentemente o que estávamos fazendo. Ao que tudo indica, Pedri e de Jong que também está lesionado, já voltam a jogar no próximo jogo, contra o Atlético de Madrid e isso é ótimo.

Tomei um banho rápido e vesti o uniforme esportivo do clube. Sentei em um dos bancos enquanto esperava aquela cambada de macho terminar, dentro de poucos minutos voltaríamos para Barcelona.

Desbloqueei meu celular vendo o papel de parede que era uma foto de Babi e um sorriso me veio aos lábios. Eu havia tirado em nossa viagem a Lloret de Mar quando estávamos na praia. Babi estava sentada na areia usando um biquíni cor de rosa e segurando a barriguinha que me deixava encantado, seu sorriso era maravilhoso e seus olhos brilhavam. Era dessa forma que eu queria vê-la, alegre, feliz. E faria qualquer coisa para que fosse sempre assim.
— Limpa a baba que tá escorrendo. — o meu xará Pablo Torre disse sentando ao meu lado dando risada.

Olhei pra ele bloqueando a tela do celular e dando risada também.
— Você é um cara de sorte. — ele disse ainda rindo e concordei.
— Eu sei.

Dois novos jogadores que vieram do time b faziam a maior algazarra no vestiário, gritando e zoando outros jogadores.
— Dois idiotas. — Pablo murmurou balançando a cabeça em negação e eu fiquei quieto, mas concordava totalmente com ele.

Se divertir é uma coisa, mas o que aqueles otários faziam já era ridículo.

Joguei minhas coisas dentro da mochila querendo sair logo dali.
— Aí Rapha, o perfil da sua irmã apareceu como sugestão pra mim no insta, que gata hein cara! Me apresenta lá cunhado!

Aquelas palavras e a risada debochada me fizeram parar imediatamente o que eu fazia e levantei a cabeça devagar, olhando para o dono da voz. Um dos jogadores novatos.

Quem sabia de tudo, me encarava, o que já era quase todo mundo. Mas aqueles dois lixos não sabiam, mas eles iam saber. Ninguém ia falar assim dela na minha frente e sair andando.

Fechei a mão em punho ao me mover e caminhar até ele.
— Calma Gavi! — Torre me segurou e tudo foi como um borrão enquanto ouvia mais vozes conhecidas me pedindo pra parar.

Enxerguei tudo vermelho tentando me soltar dos vários pares de mãos que me seguravam pra socar a cara daquele infeliz.
— Gavi para! — Raphinha tomou a minha frente, mas eu só conseguia ver a cara daquele moleque que agora me encarava receoso.
— Lava a boca pra falar da minha mulher! — gritei raivoso apontando pra ele que arregalou os olhos.

A gritaria no vestiário com certeza dava para ser ouvida de longe e não demorou para que o treinador tomasse conhecimento e viesse saber o motivo de tudo aquilo.
— O que está acontecendo aqui?! — Xavi exigiu saber alterando a voz me encarando surpreso, também pudera, eu estava sendo segurado por Torre, Ferran, Ansu, Araújo e Raphinha, e ainda assim não me dava por vencido.

O vestiário ficou no mais absoluto silêncio.
— Então, alguém pra me explicar o porquê de Gavi estar sendo segurado desse jeito e toda essa gritaria? — Xavi insistiu e eu dei um impulso para que me soltassem.

Os caras entenderam o recado e me soltaram. Eu ainda tremia de raiva enquanto ajeitava minhas roupas. Percebi o treinador andando até mim e levantei a cabeça o encarando, eu não ia arregar.
— Tem algo pra me dizer? — ele perguntou sério me olhando, tentando me intimidar.
— Não. — respondi simplesmente sustentando seu olhar. — Pergunta aqueles dois ali. — indiquei os jogadores novatos e Xavi olhou pra eles.

Peguei minha mochila que estava em cima do banco e joguei nas costas saindo do vestiário. Eu ia tomar uma bronca, mas não tava nem aí.
— Cara, você tem que aprender a se controlar. — Ansu disse me acompanhando. — Xavi vai comer o teu rabo depois.
— Tô nem aí. — falei dando de ombros e pegando meu celular no bolso da calça moletom.
— Gavi...

Ansu tocou em meu ombro e olhei pra ele, ainda sentindo meu sangue ferver ao me lembrar das palavras que aqueles cuzões usaram.
— Cara se coloca no meu lugar. — falei apontando pra ele. — E se fosse você ouvindo aqueles dois babacas falando da sua mulher?
— Gavi eles não sabiam que ela é sua namorada...
— E isso dá o direito a eles de ser escroto? — perguntei o interrompendo e Ansu ergueu as mãos em rendição.
— Não cara, não dá. Mas você não pode fazer isso, sair querendo socar as pessoas.

Continuei andando e desbloqueei meu celular. Entrei no whatsapp vendo as mensagens que Babi tinha me mandado, eram fotos.

Ela tava gata pra caralho!

Então eu me lembrei de que hoje era a tal noite das garotas e gemi frustrado.
— Que foi? — Ansu perguntou ao meu lado quando saímos do estádio Coliseum Alfonso Pérez e entramos no ônibus que estava parado perto da saída do estacionamento.
— Nada. — respondi sentando em uma poltrona ao lado da janela.

Babi, Sira, Abby e a minha irmã tiveram a brilhante ideia de ter uma noite das garotas, sair para dançar e se divertir um pouco. Elas prometeram voltar cedo, mas eu não estava totalmente tranquilo com isso.

Os caras começaram a vir para o ônibus e eu sentia os olhares sobre mim, mas coloquei meus fones de ouvido e virei o rosto para a janela.

Ferran veio sentar ao meu lado e tirei os fones.
— Tá mais calmo? — ele perguntou baixinho e percebi que estava se segurando pra não rir e fiz o mesmo.
— Se tivesse socado a cara daquele otário eu estaria bem mais calmo.

Ele deu risada e eu acabei rindo também.
— Cara eu te entendo, já ouvi muitas dessas gracinhas quando comecei a namorar a Sira, e sei o quanto dá vontade de sair socando todo idiota que fala esse tipo de coisa. Mas você não pode fazer isso Gavi.
— Eu sei irmão, eu sei. Mas na hora, eu perco a linha, vejo tudo vermelho na minha frente. Ouvir aquele cuzão falando da Babi... — só de lembrar meu sangue fervia.
— Sossega, Xavi não gostou nada disso.
— Como você lidava com isso?
— Como assim? — ele perguntou de volta me encarando.
— Como você lidava com as gracinhas que os idiotas falavam sobre a Sira?
— Ah, eu sempre fui um cara mais controlado que você, então isso já conta muito. — Ferran disse dando risada e eu acabei rindo também. — Lembre-se que ela é sua mulher, não importa o que os idiotas dizem, eles não a conhecem como você conhece e nunca vão conhecer, foca nisso.

Pensei nisso e vi que ele tinha toda razão, Babi era minha mulher, mãe do meu filho. Nenhuma gracinha dita por esses idiotas mudaria isso.
— Tá preocupado com essa "noite das garotas"? — ele indagou fazendo aspas com os dedos e me olhando divertido.
— Nem me lembre disso. — murmurei frustrado e levando minha mão a testa esfregando de leve.
— Relaxa Gavira, elas saíram só pra dançar um pouco. Eu confio na minha namorada, você deveria fazer o mesmo.
— Eu também confio plenamente na Babi.

Só não confio nos caras que olham pra ela. Acrescentei mentalmente encarando o moleque que eu quis socar a cara instantes atrás. Na verdade, eu ainda quero fazer isso.

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