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Capítulo Trinta e Um

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O crepúsculo se aproximava tingindo o céu de Tenerife com um lindo tom alaranjado. As ondas quebravam na praia em um vai e vem calmo. Essa visão trazia de volta as lembranças da minha infância.
— Sabia que você ia tá aqui.

Ouvi a voz e me virei vendo minha prima Martina que se aproximava trazendo uma xícara. Ela me cobrou tanto uma visita que resolvi ficar hoje em sua casa antes de voltar pra Barcelona amanhã.
— Gosto de ficar aqui observando o mar.
— Eu sei primo.

Ela me entregou a xícara antes de sentar na poltrona de vime ao meu lado. Dei um gole no café que estava do jeito que eu gosto, forte e com pouco açúcar.
— Eu e o Marc vamos sair pra jantar, quer ir com a gente?
— Valeu prima, mas eu prefiro descansar. Amanhã cedo volto pra Barcelona.
— Você ainda tá preocupado com ela né?

Não respondi à pergunta feita por Martina, mas meus pensamentos voltaram para Babi. Eu estava sim preocupado com ela.

Eu não falava nada com Gavi para não deixar ele ainda mais angustiado, mas eu sentia que minha amiga não estava bem. Eu queria ter trazido ela comigo, sair um pouco de Barcelona, se distrair, principalmente por Gavi ter ido para Tóquio, mas aquela teimosa não aceitou.

Martina entrou em casa dizendo que ia se preparar para ir jantar com o marido e continuei tomando meu café e observando o mar calmo.

Meu celular tocou em cima da mesinha de vime que fazia conjunto com as duas poltronas e peguei para ver. Era Natália.

Achei estranho ela estar me ligando.
— Oi Taia.
Pedri a Babi tá aí com você ou te avisou se estava indo te encontrar?!

Estranhei a pergunta.
— Não, ela não tá comigo e também não me disse nada. Na verdade já faz tempo que ela respondeu minhas mensagens. Por quê?

Natália começou a chorar e eu não entendi nada.
— Natália fica calma, o que aconteceu? — perguntei preocupado.

Ela desatou a falar e não entendi nada.
— Taia fala devagar, eu não entendi nada.

Senti o chão sumir sob os meus pés ao conseguir compreender as palavras atropeladas.
— Ela o quê? — perguntei torcendo para ter entendido errado.
Eu... eu deixei ela em casa... — Natália tava desesperada e atropelava tudo. — Quando voltei... depois do almoço... vi que ela não tava... achei que tivesse... ido buscar o carro... do Gavi... ai meu Deus o Gavi... ele ainda tá no voo indo pra Tóquio...

Eu continuava ouvindo a voz dela do outro lado da linha, mas minha mente estava dando voltas e mais voltas. Como assim Babi tinha sumido?!
— A que horas você a viu pela última vez?! — perguntei tentando manter a calma e pensar racionalmente.
De manhã, tipo umas dez horas! Nós... nós fomos ao supermercado e... e eu deixei ela em casa... e fui pra um trabalho... voltei depois do almoço... e ela já não... não tava... achei que tivesse ido buscar o carro... mas a hora foi passando e ela... não aparecia... então achei que talvez pudesse ter ido atrás de você...

Natália voltou a chorar interrompendo seu relato e entrei em casa indo direto para o quarto que eu estava ocupando.
— Fica calma e continua me contando! — pedi e ela soluçava tentando parar de chorar.
Eu já liguei milhares de vezes, mas... o telefone... só da fora da área... e ela... ela não tem caixa postal... eu não sei o que fazer Pedri... eu não sei se ligo pro Rapha... pro Gavi... eles vão jogar amanhã...

Deixei o telefone no viva-voz e peguei minha mala que estava a um canto e fui jogando tudo dentro, felizmente eu trouxe pouca coisa. Foi uma viagem rápida apenas para trazer minha mãe pra casa.
— Aconteceu alguma coisa antes de ela sumir? Pensa bem e...
Aconteceu sim... — Taia me interrompeu e parei o que estava fazendo para dar atenção ao que ela ia falar.
— O que aconteceu?
Eu fui perguntar ao porteiro se... se ele tinha visto... a hora que ela saiu... ele disse que Babi saiu... — Taia fez mais uma pausa para respirar fundo. — Ela tava nervosa...carregando uma mala pequena e uma mochila... o senhor Iván perguntou se... se ela ia viajar, mas... ela não disse nada... ele me disse também que... que antes de ela sair assim... ela recebeu uma visita...
— Que visita?! — perguntei ansioso.
A mãe do Gavi...

Parecia que uma bomba tinha caído no quarto enquanto eu tentava digerir tudo aquilo.
Eu não sei o que fazer... — Taia murmurou ainda chorando.

Dei alguns passos enquanto enfiava as mãos por entre meus cabelos querendo arrancá-los. Chutei uma poltrona com raiva e o móvel fez um baque surdo ao quicar no chão de madeira.
Pedri, o que a gente vai fazer? — Natália me chamou e inspirei fundo algumas vezes antes de respondê-la.
— Taia liga pro Raphael e conta tudo.
Mas... ele vai jogar...
— Natália esquece esse jogo e avisa ele. Eu mesmo falo com o Gavi. — a interrompi voltando a arrumar minha mala. — Eles vão surtar se a gente não avisar agora, faz o que eu tô falando e avisa ao seu marido. Eu vou falar com o meu piloto, eu tô voltando pra Barcelona agora mesmo.
Tá bem, eu vou fazer isso.
— Certo.
Pedri? — ela o chamou apreensiva.
— O quê?
Eu aviso a polícia também?
— Por enquanto não. Envolvendo a polícia, a gente teria que envolver a mãe do Gavi também e é melhor ele não saber dessa forma que ela esteve com a Babi. Melhor contar quando ele chegar em Barcelona.
Certo, acho que é melhor assim. A que horas você chega? Se eu continuar aqui sozinha, eu vou surtar...

Tive muita pena da Taia, sozinha em casa em um momento desse.
— Eu vou falar com o piloto agora mesmo. Vou avisar meu irmão e pedir pra ele ir ficar com você, assim você não fica sozinha.
Obrigada Pedri.
— De nada, e continua ligando pro celular da Babi, talvez ela atenda.
Tá bom, até daqui a pouco...
— Até.

Martina entrou no quarto com uma expressão preocupada.
— Eu ouvi barulho de algo caindo, tá tudo bem?
— A Babi sumiu de Barcelona!
— Como assim sumiu? Ela foi pra onde?
— Eu não sei! Ninguém sabe! — respondi já saindo do quarto e ela veio atrás de mim. — Eu tô voltando agora mesmo, não posso ficar aqui esperando que algo aconteça.
— Tudo bem primo, precisa de algo?

Encarei ela sentindo o peso do mundo nas minhas costas. Senti uma vontade incontrolável de chorar, esmurrar alguma coisa, mas agora eu não tinha tempo pra isso.
— Pode avisar meus pais?
— Claro que sim, eu aviso meus tios. Eu te levo até o hangar.

Assenti já pegando meu telefone para fazer uma ligação.

Falei com o piloto avisando que precisava voltar para o continente imediatamente. O homem disse que levaria uns quarenta e cinco minutos no mínimo pra organizar tudo, não tinha outra opção a não ser esperar. Liguei também ligou para o meu irmão contando tudo e pedindo para que fosse ficar com a Taia. Ele não veio comigo trazer nossa mãe porque estava em semana de provas na universidade.

Antes de sairmos de casa fiz mais uma ligação importante, trocando apenas as palavras necessárias.

Martina dirigia o mais rápido que era permitido enquanto eu tentava ligar para Babi, mas continuava dando fora da área de cobertura ou desligado. Deixei um monte de mensagens em seu whatsapp implorando que desse notícias, mas elas nem foram entregues.
— Eu sei que pedir calma nesse momento é impossível.
— Ela tá mal. — falei baixinho olhando para o céu que já estava escuro. — Eu nunca deveria tê-la deixado sozinha.
— Você não sabia que isso acontecer Pedri, não pode se culpar.

Mas eu me culpava sim. Fiz uma promessa a ela de que estaria sempre ao seu lado e no momento que ela mais precisa, eu não estava presente.

Nesse meio tempo Natália ligou novamente perguntando se eu já estava dentro do avião e dizendo que havia conseguido falar com o marido, ele pegaria um jatinho particular se fosse preciso para chegar o mais rápido possível na Espanha. Já era de madrugada em Tóquio e eu imagino que vai demorar um pouco até conseguirem algo.

Ainda não consegui falar com Gavi, provavelmente seu celular se encontrava desligado ou o avião em que ele estava não tinha wi-fi.

Martina me deixou no hangar e voltou para casa. Comigo lá, as coisas foram "adiantadas". Fiquei em uma salinha reservada esperando a rota de voo ser liberada pela torre de controle aéreo e o jato ser abastecido.

A todo momento eu checava meu celular esperando por notícias de Babi, de Gavi, de Taia ou de Nacho, um conhecido meu. Foi pra ele que eu liguei antes de sair da casa de Martina.

Nacho faz alguns trabalhos ilegais e eu contratei seus serviços quando precisei. Nada do tipo muito perigoso, mas ele encontra pessoas digamos que mais fácil do que a polícia e pagando bem, até mais rápido. Pedi a ele que encontrasse Babi.

Araújo foi quem nos apresentou quando precisei de um serviço desse tipo.

Assim que eu cheguei ao Barcelona e comecei a aproveitar as vantagens de jogar em um clube famoso e ganhar um bom salário, eu fui feito de idiota por uma garota. Eu a conheci em uma festa e combinamos de ir pra algum lugar e eu trouxa, caí na lábia dela e a levei para o apartamento onde eu tava morando. No outro dia quando acordei, percebi que ela tinha me roubado.

Ela tinha roubado dinheiro e mais uma correntinha que foi presente da minha avó que eu considero meu amuleto da sorte, uma medalhinha de São Jorge. O dinheiro eu nem me importei, mas fiquei chateado por conta da medalhinha.

Araújo percebeu e veio falar comigo, eu contei pra ele o que tinha acontecido. No outro dia ele me passou o telefone desse cara e disse que ele resolveria o problema, bastava apenas eu passar as informações sobre a tal garota e depositar o pagamento em uma conta bancária após receber minha correntinha de volta.

Recebi a medalha dentro de um envelope no CT do Barcelona dias depois, junto tinha um bilhete dizendo que quando eu precisasse novamente dos serviços era só entrar em contato. Fiz o pagamento e não precisei mais dos tais serviços, mas Araújo, Ferran e outros caras sempre recorrem a ele quando precisam.

Se tem alguém que pode achar a Babi, é ele.

Eu já tava quase perdendo a paciência esperando aqui dentro, mas felizmente não demorou para que o piloto fosse me chamar avisando que já poderia decolar. Eu só queria chegar logo em Barcelona e achar minha amiga.

O vento frio se fez presente enquanto eu caminhava pelo hangar até o jatinho na entrada da pista principal. Apesar do trajeto curto, essa seria uma longa viagem, pois eu não conseguiria relaxar de jeito nenhum.

...

Cheguei em Barcelona já passava das dez da noite. Tentei me manter calmo, mas estava difícil. Não tive nenhuma notícia de Babi ainda.

Nacho também ainda não me atualizou de nada. Assim que chegar na casa de Taia eu vou tentar ligar pra ele. Felizmente, eu consegui falar com Gavi.

A pior coisa do mundo foi falar para o meu melhor amigo, meu irmão, que a mulher dele tinha sumido sem deixar vestígios.

O avião em que ele estava deu um problema com a conexão wi-fi e não era possível usar. Só consegui falar com ele quando estava no jatinho quase chegando na cidade e seu voo fez uma escala em Viena, na Áustria.

Como esperado, ele surtou e eu quase surtei junto tentando acalmá-lo pelo telefone. Ainda falando comigo e tentando manter o controle, Gavi conseguiu uma passagem de volta pra Barcelona, de Viena mesmo. Em menos de três horas ele estaria aqui.

O motorista do Uber seguiu minhas instruções e acelerou o máximo que pôde. E como a noite não tinha trânsito, em menos de quarenta minutos estava no condomínio onde Rapha morava.

Peguei minha mala e passei pela portaria cumprimentando o porteiro do turno da noite e fui caminhando até a casa.

Quando ia subindo os degraus da varanda, meu celular tocou e peguei ele rapidamente do meu bolso para atender. Poderiam ser notícias da Babi.

E eu estava certo, pensei lendo o nome na tela. Era Nacho.
— Fala aí.
E aí González.

Sua voz era grave e profunda.
— Descobriu alguma coisa? — perguntei ansioso, mas tentando não demonstrar.
Descobri sim. — ele fez uma pausa e ouvi barulho de alguma coisa sendo revirado. — Sua amiga embarcou em um voo para Porto Alegre, no Brasil, às quatro e dez da tarde.

Eu suspeitei de que ela realmente tivesse ido pra lá.

A porta foi aberta e meu irmão me encarou surpreso, fiz sinal para ele ficar quieto. Fernando assentiu pegando minha mala e levando pra dentro.
Ela pagou em dinheiro pela passagem, por isso eu demorei mais pra rastrear. Garota esperta.
— Eu sei. Mais alguma informação?
Infelizmente não. E também não tenho mais como te ajudar, ela foi pra outro continente, se ficasse aqui pela Europa mesmo eu poderia fazer mais, tenho muitos conhecidos. Mas Brasil ultrapassa meu limite.
— Eu sei Nacho e você já fez muito, eu assumo daqui. Assim que os bancos abrirem, eu mando seu pagamento. Ainda é a mesma caixa postal?
É sim. Eu queria poder fazer mais.
— De boa, valeu pelo trabalho.
Fechou, precisando é só entrar em contato.

Encerrei a ligação e inspirei fundo antes de entrar na casa.

Taia estava sentada no sofá e assim que entrei ela correu até mim, trocamos um forte abraço.
— Descobriu algo?! — ela perguntou ansiosa.
— Descobri sim. A Babi foi pra Porto Alegre.

Natália me encarou surpresa.
— Tem certeza? — Fernando questionou se aproximando e olhei pra ele.
— Tenho sim. Ela embarcou às quatro e dez da tarde, o que significa que ainda não chegou ao Brasil.
— O que a gente faz agora? — Taia indagou nervosa. — Embarcamos atrás dela? Esperamos o Rapha ou o Gavi?

Me lembrei do meu amigo e eu tinha certeza de que ele estaria transtornado quando chegasse.

Conferi a hora no relógio em meu pulso e soltei um suspiro.
— Gavi deve tá chegando em Barcelona, vamos esperar por ele. Já sabemos onde ela está...
— Mas não sabemos pra onde ela tá indo. — Taia me interrompeu e olhamos pra ela. — Não consigo imaginar nenhum motivo pra Babi querer ir para o Brasil. Ela não tá falando com os pais... — ela pensou um pouco e esperei que terminasse seu raciocínio. — Talvez ela esteja indo atrás da Dani ou da minha sogra, a mãe do Rapha é madrinha dela, uma segunda mãe.

Minha mente trabalhava rápido, assimilando aquelas informações.
— Taia liga pra sua sogra e pra Daniella, avisa que a Babi tá indo pra Porto Alegre, mas pede pra elas não fazerem alarde.

Natália assentiu balançando a cabeça várias vezes me encarando sem desviar.
— Diz apenas que ela resolveu viajar de repente e caso apareça por lá, peça pra que nos avisem.
— Certo. — Taia se afastou enquanto digitava em seu celular.
— Tá pensando em que? — Fernando perguntou se aproximando e olhei pra ele.
— Taia e Rapha são as pessoas mais próximas dela nesse momento e estão aqui. Se ela não estiver indo atrás da madrinha, da amiga ou dos pais, eu só consigo imaginar mais uma pessoa.

Meu irmão entendeu a minha linha de pensamento, eu havia contado a história a ele.
— O ex-namorado. Acha que ela faria isso? — Fernando perguntou e trocamos olhares.
— Nesse momento, eu não faço ideia do que tá se passando na cabeça dela. — respondi com voz cansada.

Sentei no sofá e enfiei meus dedos por entre meus cabelos. Em menos de vinte quatro horas tudo tinha virado de pernas para o ar, de novo.
— Pronto, falei com a minha sogra e também com a Dani, elas vão nos avisar se a Babi aparecer por lá. — Taia avisou se aproximando.
— A gente tem mais um problema. — Fernando comentou atraindo os olhares meu e de Taia. — Precisamos saber o que a mãe do Gavi disse a Babi para deixá-la tão transtornada a ponto de fugir de Barcelona.
— Acho que a gente consegue imaginar o teor dessa "conversa" mano. — comentei fazendo aspas com os meus dedos.
— Não consigo entender por que toda essa raiva da Babi. — Natália comentou sentando no outro sofá e Fernando sentou ao seu lado.
— A raiva não é da Babi em si. — tentei explicar um pouco como as coisas funcionavam para a mãe do meu amigo. — Acredito que seja de toda mulher que tenta se aproximar do Gavi.

Taia piscou os olhos várias vezes demonstrando surpresa.
— Ela não quer que o filho se envolva com nenhuma garota?!
— É mais ou menos por aí. — falei suspirando me sentindo cansado e recostei no encosto do sofá. — O fato de que a Babi estava grávida de outro cara e o Gavi queria assumir só complicou tudo.
— Mas que mulher louca, ela precisa de tratamento psicológico urgente.

Eu concordava plenamente com isso.

Taia foi preparar um cafezinho fresco enquanto esperávamos Gavi chegar em Barcelona para tomar alguma decisão. De qualquer forma Babi ainda estava no avião para Porto Alegre e demoraria pra chegar, consegui rastrear o voo em que ela estava e tinha uma escala no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo.
— Acha que o Gavi vai convencê-la a voltar pra cá? — Fernando questionou e olhei pra ele.

Estávamos apenas nós dois na sala e os cachorros, Chanel estava deitada no meu colo. Ao contrário de Thor que era rebelde e bagunceiro, ela era extremamente dócil e adorava receber carinho.
— Eu não sei. — respondi sendo sincero. — Ele tava com medo disso, de ela querer ir embora e talvez se reaproximar do ex-namorado, e eu lhe disse para não pensar essas coisas e ficar ao lado dela.
— Não é sua culpa Pedri.
— Eu sei, eu sei, é só que eu realmente não achei que isso fosse acontecer. O que caralhos a mãe do Gavi tinha que vir aqui infernizar a Babi?!

A cachorrinha acordou assustada com minha voz alterada e a abracei querendo acalmá-la.
— Ela tá sensível, sofrendo por ter perdido o bebê e aquela sem noção vem tirar o pouquinho de paz que ainda restava. Eu não deveria ter ido pra Tenerife e deixado ela aqui, ainda mais que Gavi iria para o Japão. Eu devia tê-la arrastado junto comigo.
— Agora não adianta lamentar irmão, ninguém ia adivinhar que isso aconteceria. Você já avisou ao piloto? Gavi provavelmente vai querer ir para o Brasil atrás dela.
— Já sim, não dei uma certeza de que iríamos, mas ele já está de sobreaviso. Eu vou com ele, não sei se a Taia vai querer ir com a gente ou esperar pelo Rapha.

Fernando assentiu e paramos de falar quando Taia veio para a sala trazendo uma bandeja contendo o bule de porcelana branca com o café e mais três xicaras do mesmo material.

Fernando pegou a bandeja para ajudá-la e colocou sobre a mesinha de centro, me entregando uma das xicaras logo depois.

Agora só nos restava esperar, e essa era a pior parte. 




Eu sabia que tinha algo errado, eu senti que alguma coisa ia acontecer e mesmo assim eu vim nessa porcaria de viagem!

Olhei pela janela enquanto o avião pousava no aeroporto de Barcelona. Não via a hora de poder sair logo daqui e ir correndo para a casa de Raphinha. Pedri me mandou uma mensagem dizendo que eles estavam lá esperando por mim para decidir o que fazer.

Eu sentia, tinha certeza de que havia muitas coisas que ele não me falou pelo telefone e isso me corroía por dentro.

Desbloqueei o celular e ignorei todas as outras mensagens e áudios que me foram enviados, o contato dela permanecia aberto. Todas as mensagens que eu enviei nem foram entregues.

Eu não percebi nada porque o voo em que eu estava indo para Tóquio a conexão wi-fi não estava funcionando, mas assim que desci em Viena para fazer a escala e liguei minha internet, eu notei que havia algo errado. Babi não me mandou nenhuma mensagem desde cedo e isso nunca foi normal entre nós dois, muito pelo contrário. Adorávamos nos falar o tempo todo, mesmo que fosse alguma bobagem.

Meu coração tava apertado em meu peito e eu me sentia sufocado o tempo todo. Essa com certeza foi a viagem mais difícil que já fiz em toda a minha vida, porque eu tinha que disfarçar que estava tudo bem, quando na verdade tudo ao meu redor parecia estar ruindo.

Felizmente eu não viajei com bagagem que precisasse ser despachada, somente a minha mochila. E assim que passei pelo portão de desembarque, saí quase correndo, esbarrando em algumas pessoas. Coloquei um boné, óculos escuros e o capuz do meu moletom evitando ser reconhecido.

Estava de madrugada, mas eu não tava nem aí. Só não queria ser parado pelos torcedores que queriam me cumprimentar ou pedir fotos e autógrafos.

Peguei um dos taxis que estavam em frente a saída do aeroporto, não estava com paciência para pedir Uber. Informei ao motorista o endereço da casa de Raphinha e pedi a ele que andasse o mais rápido que pudesse.

Enquanto o senhor de aparentemente uns cinquenta anos pisava o pé no acelerador, eu decidi mandar uma mensagem para Pedri.
— Cara eu acabei de chegar em Barcelona. — mandei um áudio, não tinha paciência para digitar naquele momento. — Teve alguma notícia dela?

Eu não conseguia entender. Me despedi dela antes de viajar e parecia tudo bem. Seu olhar estava um pouco triste, ela me parecia ainda abatida, mas eu não conseguia compreender o porquê Babi havia feito isso. Sumir sem avisar nada pra ninguém.

Decidi avisar minha irmã também, ela era minha melhor amiga e eu queria sua presença nesse momento.
— Desculpa te acordar a essa hora maninha. — sussurrei comigo mesmo enquanto clicava em seu nome na tela do meu celular.

A ligação chamou umas cinco vezes antes de ser completada.
Gavi? O que aconteceu? — sua voz estava sonolenta, mas tinha um tom de preocupação. — Você não deveria estar em um voo se aproximando de Tóquio?

Funguei e respirei fundo segurando a vontade de chorar.
— Não tá tudo bem mana...
Gavi o que aconteceu?! — Aurora quase gritou no meu ouvido.
— A Babi...
O que tem a Babi?! O que aconteceu com ela?!
— Ela sumiu... — respondi baixinho sentindo meu coração sangrando em meu peito.
COMO SUMIU?! COMO ASSIM SUMIU?! NINGUEM SOME DO NADA...

As lágrimas silenciosas rolaram pelo meu rosto enquanto ouvia minha irmã falando.
— Eu... eu não sei o que aconteceu... Pedri só conseguiu me avisar quando eu fiz uma escala em Viena, na Áustria.
Onde você tá irmãozinho?! — enquanto ela falava, eu ouvia a voz de Javi ao fundo e barulho de coisas caindo. — Me diz onde você tá!
— Eu... eu voltei pra Barcelona...
Que bom que conseguiu voltar, onde você tá agora?
— Tô indo pra casa do Raphinha. Pedri e Taia tão me esperando lá. — respondi secando meu rosto com a manga do meu moletom.
Eu tô indo pra lá também, me espera lá!
— Tá bem.
Gavi?
— Oi.
A gente vai achar ela e vai ficar tudo bem.

Eu não consegui responder, porque eu não conseguia acreditar que as coisas acabariam bem. Era disso que eu tinha medo, de que ela resolvesse simplesmente ir embora e me deixasse aqui, sozinho.

Eu revelei meu medo a ela, abri meu coração e Babi me disse que não iria embora, que ficaria comigo. Não quero acreditar que ela tenha mentido pra mim, que só estava esperando eu virar as costas para se mandar, mas não consigo imaginar outro motivo para isso. Principalmente porque ela insistiu para que eu fosse nessa droga de viagem!

Pedri me mandou um áudio e levei o aparelho bem próximo do ouvido para ouvir, evitando que o motorista escutasse algo.
Beleza irmão, a gente tá te esperando aqui.

Ele não respondeu minha pergunta se teve notícias dela e aquilo só me deixou ainda mais angustiado. Eu estava certo, tinham mais coisas aí que eu não sabia e tive medo do que seria.

Minutos depois cheguei à casa de Raphinha e passei quase correndo pela portaria. As ruas do condomínio estavam desertas, sem nenhum movimento.

Subi os degraus da varanda aos pulos e já fui logo abrindo a porta que não estava trancada. Pedri, Taia e Fernando estavam sentados nos sofás e levantaram quando eu entrei, os cachorros vieram até mim, mas eu não tinha cabeça para eles nesse momento.
— Descobriram alguma coisa?! Ela deu notícias?! — perguntei tremendo de nervoso e eles trocaram olhares. — FALEM ALGUMA COISA DROGA!
— Gavi, fica calmo... — Pedri pediu vindo até mim e eu explodi, extravasando toda aquela angústia e apreensão.
— NÃO ME PEDE PRA FICAR CALMO CARALHO! NÃO AGORA!

Joguei a mochila no chão e dei alguns passos pela sala.
— Eu passei horas dentro da porra de um avião me controlando pra não surtar! Não me pede calma agora!

Um silêncio pesado reinou na sala.
— A minha mulher sumiu sabe-se lá pra onde e eu entro em pânico só de imaginar pra onde ela foi! E porque sumiu desse jeito!

Natália levantou chorando indo pra cozinha me deixandoainda mais angustiado.
— Não me esconde nada... — pedi encarando meu melhor amigo não me importando com as lágrimas que rolavam pelo meu rosto.
— Não vou. — Pedri assentiu já com os olhos marejados. — A gente sabe onde a Babi tá, ou pelo menos pra onde ela tá indo.
— Onde?! — perguntei sentindo um rebuliço dentro de mim com aquela informação. — Pra onde ela foi?!
— Pra Porto Alegre, no Brasil.

Então ela tinha voltado pra sua cidade, voltado pra casa. Tentei não me deixar influenciar no que aquilo poderia significar, de quem ela poderia estar indo atrás.

Eu só acreditaria quando ela própria me dissesse isso. Não deixaria minha mente caótica me dominar com suposições.
— Acho que ela não chegou lá ainda... — comentei tentando processar em minha mente a distância entre Porto Alegre e Barcelona.
— Não. — Pedri negou balançando a cabeça. — É uma viagem longa e com escala em São Paulo.

Assenti processando as informações.
— Avisa ao seu piloto, a gente vai pra Porto Alegre. — falei já pegando meu celular em meu bolso para avisar Aurora. — Vamos chegar depois dela, mas nem tanto já que... — parei de falar ao perceber que Pedri não se moveu.

Encarei ele que trocou um olhar com o irmão e olhei de um para o outro também.
— Você não contou tudo. — comentei quase comigo mesmo e suspirei tentando me preparar para o que viria. — Fala logo.
— Eu... a gente acha que... nós sabemos...
— Pedri para de enrolar e fala logo.
— Babi teve uma visita inesperada antes de decidir viajar assim, do nada.
— Que visita?!

Se aquele cara apareceu aqui e fez algo com ela... Eu não respondo por mim! Eu não vou dar a surra que ele merece, vou acabar com a raça daquele infeliz de uma vez!

Novamente os dois irmãos trocaram um olhar e eu rolei meus olhos já sem paciência.
— A sua mãe.

Achei não ter entendido direito e encarei meu amigo.
— Como é?
— Sua mãe veio ver a Babi, o porteiro confirmou.

Tá aí, o motivo que fez Babi sumir do nada! A peça que faltava no quebra-cabeça!

Conhecendo minha mãe como eu conheço, ela veio infernizar a Babi que frágil como já está, não suportou toda a pressão.

Sentei no sofá enfiando os dedos por entre os meus cabelos e puxando-os com força.
— Eu a mandei ficar longe... — sussurrei encarando um ponto qualquer à minha frente. — Eu disse que não a perdoaria se houvesse uma próxima vez...
— Gavi... — Pedri tentou tocar em meu ombro, mas eu me esquivei levantando.
— Eu não conseguia entender por que ela tinha sumido... — falei por entre as lágrimas. — Eu deveria ter imaginado que minha mãe só esperou eu dar as costas para vir atormentá-la. Sabe o que... ela disse quando... meu pai contou... que Babi tinha... perdido nosso filho?

Fiz uma pausa pra retomar o fôlego.
— Que... que era melhor assim...

Pedri e Fernando ficaram estarrecidos.
— A MINHA PRÓPRIA MÃE! — bati no meu peito com raiva, me odiando por ter deixado ela aqui à mercê daquela cobra.

Sentei no sofá novamente e curvei meu corpo, apoiando minha cabeça em minhas mãos e meus cotovelos em meus joelhos. O choro convulsivo saía sem que eu tivesse controle e por mais que eu quisesse parar e tentar reagir, eu sabia que precisava colocar tudo aquilo pra fora antes de fazer algo.

Eu nunca perdoaria minha mãe! Nunca!

Babi tá por aí sofrendo, remoendo o que aquela sem noção lhe disse e eu tô aqui, de mãos atadas.
— Gavi tenta ficar calmo, eu sei que é difícil... — Pedri pediu sentando ao meu lado.
— O porteiro interfonou avisando que a Aurora chegou. — ouvi a voz chorosa de Taia, mas não me movi.

Em poucos minutos, minha irmã entrou e exigiu quase aos gritos saber o que tinha acontecido. Eu não tive forças para fazer aquilo e fiquei quieto ouvindo enquanto Pedri lhe explicava.

Agora estamos os dois abraçados e chorando, um tentando consolar o outro.

Raphinha ligou a bordo do jatinho particular que ele havia alugado para voltar a Espanha. Caso decidisse vir em voo comercial, todos eles tinham de duas a três escalas, demoraria muito para chegar.

Conversamos e ficou decidido que eu, Pedri e Taia iríamos para Porto Alegre no jatinho do meu amigo. Raphinha iria pra lá também quando pousasse em Barcelona.

Pedri avisou o piloto que já estava com tudo praticamente pronto. Eu disse que precisaria passar em casa para pegar algumas coisas, mas era mentira, tudo que eu precisava para viajar estava na minha mochila.

Javi e Aurora me levariam até o hangar privado e Fernando iria levar Pedri e Taia.
— Você não vai até o seu apartamento. — Aurora comentou me olhando pelo retrovisor quando já estávamos no trânsito e olhei para ela também. — Eu sei que precisa fazer isso.

Javi olhou para a namorada claramente confuso e eu desviei minha atenção para a janela do carro, mirando a cidade, o sol que começava a surgir no horizonte. Estávamos em horário de verão e o dia começava mais cedo.
— Amor vai pra casa dos meus pais. — Aurora pediu e o silêncio reinou dentro do carro.

Eu precisava ir falar com a minha mãe antes de ir atrás da Babi, eu precisava saber o que ela havia dito a minha namorada que a deixou tão transtornada a ponto de fugir de Barcelona.

Seria uma conversa difícil e talvez a última que nós dois teríamos por um longo tempo. Se ela tiver dito a Babi o que disse ao meu pai quando ele lhe contou sobre a perda do bebê, eu esqueço que ela um dia foi a minha mãe.

...

Ao contrário de mim que não fiz mais questão, Aurora ainda tinha as chaves da casa dos nossos pais. Entramos em silêncio e meu pai apareceu vindo da cozinha. Eles costumavam levantar bem cedo para ir trabalhar. Apesar de eu os ajudar sempre, meus pais gostam de se manter ativos e ganhar seu próprio dinheiro, principalmente o meu pai.
— Mas que surpresa boa! Meus filhos e meu genro vindo tomar café da manhã comigo. — ele disse alegre, mas seu sorriso se desfez ao se aproximar de nós. — Agora que me lembrei, Gavi você não deveria estar em Tóquio filho?

Aurora secou o rosto com um lencinho e meu pai olhou pra ela visivelmente preocupado.
— O que aconteceu? — indagou intercalando o olhar entre nós três.

Antes que um de nós respondesse, ou meu pai perguntasse mais alguma coisa, minha mãe apareceu no topo da escada. O sangue ferveu em minhas veias e me controlei pra não fazer uma besteira.
— Mas olha só, meus filhos queridos aqui em casa tão cedo. — comentou alegre enquanto descia.

Ao contrário do meu pai, sua expressão não se desfez e tive nojo daquele sorriso cínico.
— O que você disse a ela? — perguntei tentando conter minha raiva.

Aurora tocou em meu braço me pedindo calma e meu pai percebeu, seu olhar indo até minha mãe.
— Eu não entendi filho.
— Não seja cínica e não teste a minha paciência. — falei com nojo e percebi ela vacilar.
— Pablo eu sou sua mãe, tenha mais respeito comigo.

Não aguentei aquele fingimento todo e explodi.
— VOCÊ VAI TER O MEU RESPEITO QUANDO MERECER!

Tentei avançar, mas Javi e meu pai não deixaram.
— Filho tenha calma! O que aconteceu?!
— Pergunte a sua mulher o que aconteceu! — apontei pra ela.
— O que você disse a Babi mamãe? Diz logo! — Aurora se aproximou dela que já estava nervosa.
— Pablo já chega! — meu pai pediu e eu fiquei quieto tentando me acalmar. — Será que alguém pode me explicar o que está acontecendo aqui?!
— Gavi não está em condições pai, eu explico. — Aurora disse e eu me afastei andando pra lá e pra cá tentando manter minha raiva sob controle. — Mamãe aproveitou que ele viajou ontem pra Tóquio e foi conversar com a Babi.

Meu pai encarou minha mãe que engoliu em seco.
— Depois dessa conversa, a Babi arrumou uma mala e sumiu de Barcelona sem deixar vestígios.
— Eu não fiz nada! Não estive com aquela garota...
— Deixa de ser mentirosa! — gritei a interrompendo. — O porteiro te viu, teve que ligar pra liberar a sua entrada, Babi cometeu esse erro!

A gritaria começou de novo com ela tentando se defender e dizendo que não fez nada. Não me importava que os vizinhos estivessem escutando, melhor que soubessem logo quem ela é. Já que sempre manteve a fachada de boa mãe e esposa, quando a verdade era bem diferente disso, principalmente pra mim e pra minha irmã.
— Belén o que você fez? — meu pai questionou e ela se viu encurralada.
— Eu não fiz nada!
— Nossos filhos não estariam aqui transtornados a essa hora da manhã se não tivesse acontecido nada! — meu pai disse com voz dura. — Não seja mentirosa, o porteiro viu você. Diga a verdade! — ele exigiu perdendo a paciência.

Minha mãe olhava pra todos nós.
— Diga logo o que você fez Belén!
— Já chega! — ela gritou visivelmente perturbada. — Eu fiz o que tinha que fazer e não me arrependo!

Fechei minhas mãos em punho para não voar no pescoço dela e apertar com toda a minha força!
— Eu nunca aceitaria aquela mulherzinha interesseira na sua vida! Eu fiz um favor a você, a nossa família! Será que não consegue enxergar isso filho?!

Dei um passo à frente secando meu rosto com a manga do moletom, meu pai estava atento caso eu avançasse demais, mas eu não faria isso, não valia a pena. Eu só precisava lhe dizer algumas verdades.
— Eu vou atrás dela, da minha mulher...
— Ela não é sua mulher Pablo!
— Cala a boca e escuta! — gritei apontando o dedo em sua direção. — Eu vou atrás da Babi e torce pra ela aceitar as desculpas que eu vou pedir depois das merdas que você disse e querer voltar comigo pra Barcelona. Porque se ela me disser não e eu perder a mulher que eu amo por sua causa, eu nunca mais olho na sua cara e esqueço que você é minha mãe.

Virei as costas e saí daquela casa sem olhar pra trás enquanto ouvia sua voz me chamando aos gritos.
— JÁ CHEGA BELÉN! — ouvi meu pai gritar enquanto abria a porta. — Dessa vez não tem mais, não tem um porém, não tem nada! Você vai voltar comigo pra Los Palácios e começar um tratamento sério!
— Pablo eu...
— Não me interessa Belén, você vai deixar nossos filhos em paz e se tratar, querendo ou não! Eu peguei leve com você, deixei em banho maria e deu nisso, já chega!

Eu já disse tudo que tinha pra dizer, agora precisava me acalmar e ir atrás da minha mulher. Babi não tá bem, eu tenho certeza disso e tudo que minha mãe lhe disse só piorou a situação.

Me sinto culpado agora por ter imaginado que ela teria ido atrás do ex-namorado, Babi me ama, disso eu não tenho dúvidas e só um motivo muito forte a faria ir embora assim me dizer nada.

Entrei no carro de Javi que estava estacionado em frente à casa e esperei pelos dois que não demoraram a aparecer. Aurora usava óculos escuros, mas eu percebia que estava chorando.

Meu celular tocou quando Javi entrou na avenida principal, era Pedri.
— Fala.
A gente já tá aqui no hangar, cadê você? A decolagem já foi liberada.
— Eu já tô chegando, só mais alguns minutos.
Beleza.

Pedri encerrou a ligação e eu guardei o celular de volta em meu bolso. Recostei no banco do carro e fechei os olhos por alguns segundos.

Eu me sentia cansado, exausto, não somente por não ter dormido nada nas últimas horas, mas pelo psicológico também. Talvez eu tentasse dormir um pouco enquanto íamos para o Brasil, afinal era uma longa viagem, se bem que eu tinha dúvidas disso. Eu só conseguiria relaxar quando estivesse com ela em meus braços, onde era o seu lugar e estaria segura. 

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