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Capítulo Trinta e Quatro

Veio aí a publicação mais esperada de todos os tempos🤭

Desculpem pela demora, eu tive alguns problemas esses dias e não conseguia escrever, tanto que este capítulo ficou menor em relação aos outros.

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Fiquei olhando enquanto Gavi, Pedri e Dani se divertiam no lago raso e de águas cristalinas formado pela cachoeira. Aquela água devia tá muito gelada, eles são malucos.

Os últimos três dias foram bastantes intensos. Eu e Gavi assumimos nosso relacionamento postando uma foto em nossas redes sociais, foi o bastante para os fãs surtarem ao saber que o ídolo do time catalão tinha namorada e estava no Brasil. Resultado: não tivemos mais paz.

Então decidimos vir para o rancho onde tio Antônio, o avô de Dani morava e criava cavalos. A propriedade localizava-se perto de uma área de proteção ambiental nos arredores do município de Alegrete, que ficava a mais ou menos umas sete horas de distância de carro da capital.

O lugar era maravilhoso, ar puro, natureza vibrante, ótimo para recarregar as baterias. Eu e Dani sempre vínhamos pra cá nas férias escolares.

Fiquei observando enquanto Gavi saía da água e vinha caminhando devagar na minha direção. Ele usava uma bermuda preta de tecido maleável caída nos quadris, do jeitinho que eu gostava. A água escorrendo pelo abdômen tanquinho.
— Não vai cair na água? — perguntou divertido sentando ao meu lado e pegando a toalha para se enxugar.
— Não mesmo, essa água deve tá congelando.

Gavi riu com vontade.
— Não tá muito agradável, mas depois de um tempo você acostuma.

Olhei pra ele arqueando uma sobrancelha.
— Não, obrigada.

Meu namorado pegou uma maçã de dentro da cesta que nós trouxemos com frutas e lanches. Ele mordeu um pedaço e olhou na direção onde os cavalos pastavam a relva baixa que crescia a beira do lago.
— Você tá bem? — perguntei tocando em seu ombro.
— Tô bem amor, por quê?
— Eu percebi como você ficou hoje mais cedo quando falou com a Aurora antes de a gente vir pra cá.

O sorriso dele se desfez e seu olhar mirou Dani e Pedri brincando no lago, minha amiga se deu muito bem com meu namorado e meuamigo. Eu tinha percebido na hora, mas deixei para perguntar quando estivéssemos a sós.
— Conta pra mim amor. — pedi baixinho abraçando seus ombros e deixando um beijo na sua bochecha.
— Não quero chatear você.
— Não saber o que te preocupa é o que me chateia.

Gavi soltou um suspiro e me olhou.
— É sobre a minha mãe.
— Lindo nós estamos juntos em todos os momentos, bons e ruins, apoiando um ao outro. O que aconteceu com ela?
— Vai ser bom falar isso pra alguém, eu tô surtando.

Sorri de leve assentindo e ele fez um carinho em meu rosto.
— Aurora disse que ela teve uma crise nervosa e teve que ser sedada e internada. Papai tá pensando em colocá-la em algum lugar onde ela possa se recuperar e seguir um tratamento.

Gavi não estava bem com aquilo e eu também não estou. Belén me disse coisas horríveis, mas eu não guardo mágoas dela, só não quero nenhum tipo de contato. E espero de coração que ela se torne uma pessoa melhor, ou vai perder o amor dos filhos.
— Talvez seja melhor, assim ela vai seguir um tratamento sem interrupções.
— Eu sei linda, mas não consigo deixar de me sentir mal por isso.
— E é super compreensível, é a sua mãe. Não tem como você ficar bem acontecendo isso.

Gavi recostou em mim e eu o abracei querendo confortá-lo.

Dani e Pedri saíram da água e vieram comer alguns mini sanduíches que foram preparados pela tia Heloise, esposa do tio Antônio.
— Olha, se não fosse o fato de eu gostar muito de jogar bola, eu compraria uma fazenda e iria morar lá, longe da civilização. — Pedri disse fazendo a gente dar risada.
— A gente pode comprar uma fazenda ou um sítio em Barcelona mesmo. Toda folga que tiver, nós vamos pra lá. — Gavi sugeriu e Pedri claramente gostou daquela ideia.
— Boa irmão. Podemos contratar um caseiro que pode cuidar de tudo por lá na nossa ausência.
— Isso, podemos criar cavalos lá também...

A empolgação dos dois era visível e olhei para Dani que também dava risada ouvindo a conversa. Se eles realmente comprarem essa fazenda ou sítio eu não vou achar ruim, muito pelo contrário.

Após o lanche e os planos mirabolantes para a tal fazenda/sítio, eu e Gavi decidimos fazer uma caminhada ali mesmo pela área ao redor da cachoeira. Pedri e Dani ficaram sentados, aproveitando o solzinho tímido que apareceu.

Fomos subindo a encosta tomando cuidado para não escorregar na folhagem úmida. Olhei para trás vendo Gavi ainda comendo um pão de queijo, mais uma delícia da nossa culinária que ele estava fascinado. Nunca vi alguém comer tanto.

Os passarinhos cantavam enquanto os macacos pulavam de uma árvore para outra.

Eu e Dani costumávamos andar pelas trilhas aqui da mata, não tinha perigo algum. O lugar era monitorado e sempre apareciam alguns guardas que faziam vista grossa para as nossas visitas.
— Amor é melhor a gente voltar. — ouvi Gavi falar atrás de mim, mas não me virei.
— Por que lindo?
— Acho que os mosquitos querem me devorar.

Olhei para o meu namorado e tive vontade de rir ao ver ele tentando se livrar dos mosquitos.
— Você não passou repelente, não é?

Ele sorriu sem mostrar os dentes e eu balancei a cabeça rindo em negação.
— Vem criança.

...

Ficamos o restante da semana e também o sábado e o domingo em Alegrete, e voltamos para Porto Alegre na segunda-feira após o almoço.

Continuamos ficando no apartamento dos meus pais e Gavi insistia para que a gente conversasse com ele em português para treinar o idioma.

Esses dias passados no interior me fizeram muito bem, aliviaram minha mente, o peso que eu sentia. A primeira coisa que eu vou fazer quando chegar em Barcelona é procurar um terapeuta antes de seguir com os meus planos.
— Linda e cheirosa. — Gavi me abraçou por trás e beijou meu pescoço.
— Oi lindo.

Virei de frente pra ele abraçando seu pescoço e beijando seus lábios.

Gavi havia acabado de sair do banho, usava uma toalha em volta dos quadris e seus cabelos ainda estavam úmidos. O cheiro que vinha dele era maravilhoso.
— Vou ficar te esperando pra gente almoçar em algum lugar bacana. — ele disse olhando pra mim e fazendo um carinho em meu rosto.

Assenti beijando-o de novo.

Eu e Dani iríamos até o prédio onde estava funcionando provisoriamente a diretoria da universidade pedir a minha transferência de curso para a Universidade de Barcelona.
— Combinado. Assim que eu terminar, te mando mensagem.

Ele também não ficaria em casa, iria dar uma volta com Pedri e Rapha. Perguntei no que consistia essa "volta", mas ele fugiu do meu interrogatório.
— Juízo hein. — falei em tom de aviso e ele riu com vontade.
— Amor eu vou sair com o seu irmão.

Encarei Gavi sugestiva.
— E?

Gavi parou de dar risada vendo que eu tava falando sério.
— Amor a gente só vai dar uma volta pela cidade, nada demais.

Ele estava levemente nervoso e eu comecei a dar risada.
— Engraçadinha, você quase me pegou.
— Você tinha que ver a sua cara... — falei ainda rindo.

Gavi balançou a cabeça em negação e se afastou indo procurar o que vestir.

Meu celular vibrou em cima da cama e peguei para ver, era Dani me avisando que já estava me esperando lá embaixo.
— Lindo a Dani já chegou, tô indo. Qualquer coisa me chama.
— Certo, boa sorte pra você lá.
— Obrigada. — fui dar um beijo nele. — Qualquer coisa me liga.
— Tá bom.

Peguei minha bolsa e meus documentos que estavam em uma pasta de plástico. Saí do apartamento e fiquei esperando pelo elevador que estava subindo.

Quando entrei, meu celular vibrou novamente chegando mais uma mensagem e pensei ser Dani, mas era um áudio da minha mãe. Ela e meu pai estavam trabalhando.
Oi filha, tá tudo bem? Já saiu de casa?

Sempre tão preocupada. O elevador parou e eu entrei, aproveitei que estava sozinha e mandei outro áudio de volta.
— Oi mãezinha, estamos bem. Eu tô saindo agora, Gavi vai dar uma volta com Rapha e Pedri. Nós vamos almoçar juntos na rua mesmo. Beijo.

O elevador parou e saí indo em direção a portaria. Cumprimentei o porteiro e passei pelas portas duplas abertas. No mesmo instante Dani parava em frente ao prédio, ela havia pegado o carro do pai emprestado.
— Bom dia Lindinha. — falei abrindo a porta e entrando.
— Bom dia Florzinha. — Dani disse e sorrimos juntas.

Ela manobrou voltando ao trânsito movimentado de Porto Alegre.
— Cê sabe se a Taia tá melhor? — minha amiga perguntou.
— Pior que não, nem mandei mensagem pra ela.
— Vou fazer isso agora. 

Desbloqueei meu celular para mandar mensagem para a minha cunhada. Ela não tem se sentido bem ultimamente.




Eu tava me sentindo nervoso pra caralho! Nunca fiz isso antes e tinha medo de que algo desse errado.
— Amor, tudo bem? — Babi perguntou divertida me olhando e eu respirei fundo tentando me acalmar,
— Tá, tá sim.

Ela deu um gole no vinho tinto ainda com um olhar divertido.

Eu a convidei para jantar, curtir um pouco somente nós dois. Nesses últimos dias sempre tem alguém com a gente, estou com saudade de ter a minha marrentinha só pra mim.
— Minha mãe disse que já está sentindo a nossa falta. — Babi comentou e sorri para ela. — Eu a convidei para ir ficar alguns dias conosco em Barcelona no final do ano quando ela e meu pai estarão de férias. Tudo bem pra você?
— Claro que sim linda, nem precisa perguntar.

Ela sorriu contente e fiquei parecendo um bobo a olhando.

Já estávamos planejando nossa viagem de volta a Espanha. Eu queria levá-la até Los Palácios para conhecer minha família e depois ir curtir em algum lugar somente nós dois antes de começar os treinos para a pré-temporada nos Estados Unidos.

Babi estava linda e eu não me cansava de ficar olhando pra ela, de admirá-la.
— Vai continuar me olhando desse jeito?
— Não posso? — perguntei de volta bebendo um pouco do vinho e ela sorriu. — Não tô fazendo nada demais, só olhando pra minha mulher.

Babi sorriu de novo e eu estendi minha mão por cima da mesa pegando a sua.
— Eu amo você, nada nunca vai mudar isso.
— Também amo você Gavi, amo demais.

Aquele era o momento! E eu tava suando frio! Chamei Babi para jantar somente nós dois porque eu queria pedi-la em casamento.

Hoje à tarde, enquanto ela estava no salão arrumando o cabelo, eu tive uma conversa com o seu pai sobre o pedido que eu pretendia fazer durante o nosso jantar. Ele ficou muito feliz e desejou toda a felicidade do mundo para nós dois.
— Eu realmente não sei como fazer isso! — soltei uma risada nervosa e Babi me encarava sem entender.
— Fazer o que lindo?

Aproveitei que estávamos em uma área mais reservada, longe de olhares curiosos e inspirei fundo antes de levantar, deixando o guardanapo em cima da mesa.

Me aproximei e apoiei um joelho no chão enquanto tirava a caixinha preta do meu bolso. Babi me encarava completamente chocada.
— Eu amo você e nada mais importa. — comecei nervoso e ela assentiu com os olhos marejados. — Nosso primeiro encontro não foi nada amigável, mas quando percebi que você era alguém especial, eu não me importei de implorar pelo seu perdão e tentar me aproximar.

Em seus lindos olhos castanhos eu podia ver refletido o amor que ela sentia por mim, ele estava ali, impresso como uma marca.
— Perder o nosso filho foi a pior dor que eu já senti na minha vida. — revelei também emocionado e ela secou com o guardanapo as lágrimas que desciam pelo seu belo rosto. — Ver você chorar e não poder fazer nada pra te ajudar me quebrou por dentro linda. Mas como a minha irmã me disse uma vez, nosso imprinting, é mais forte do que tudo.

Babi sorriu através das lágrimas.
Te amo cariño, te quiero hoy y siempre. Cásate conmigo?

Abri a caixinha mostrando o par de alianças douradas. A dela tinha um pequeno diamante incrustado.
Sí mi amor. Quiero casarme contigo.

Tirei o anel de compromisso e coloquei a aliança em seu dedo com mãos trêmulas, em seguida ela fez o mesmo comigo. Levantei e a puxei para um abraço.
— Eu amo você lindo, hoje e sempre. — Babi disse antes de me beijar.

Meu coração estava disparado em meu peito, mas era de alegria. De saber que estávamos começando um novo capítulo da nossa história e teríamos a vida inteira pela frente para viver esse amor.
— Você vai querer sobremesa? — Babi perguntou baixinho de encontro aos meus lábios e pude sentir a sugestão por trás de suas palavras.
— Não. — sussurrei de volta sorrindo e ela me beijou mais uma vez antes de sentarmos novamente.

Fiz sinal para o garçom e pedi a conta. Estava louco para terminar essa noite com ela em meus braços, e a julgar pela forma como me olhava, ela queria a mesma coisa.

Quando estivéssemos no carro, eu iria sugerir que a gente fosse para um motel, assim poderíamos ter privacidade.

Saímos abraçados do restaurante e esperamos pelo manobrista. Babi tinha pegado o carro de Marina emprestado.
— Então por isso você estava todo misterioso? — ela perguntou divertida e abracei sua cintura por trás.
— Eu fiz Raphinha e Pedri prometerem que não contariam nada a Taia. — revelei também sorrindo. — Ela poderia comentar algo com você e eu queria fazer surpresa com o pedido.
— Ah lindo, eu acho que ela não falaria nada.

Babi virou de frente pra mim, seus dedos entrando em meus cabelos e acariciando do jeito que eu gostava. Beijei seus lábios de leve e apertei sua cintura.
— Talvez não, mas eu tava um pouquinho paranoico.

Ela deu risada e ia me beijar de novo, mas algo a fez parar. Babi encarou alguma coisa atrás de mim e seu sorriso se desfez. Curioso com aquela reação, eu me virei e entendi o motivo da súbita mudança.

Seu ex-noivo vinha saindo do restaurante de mãos dadas com uma garota morena e baixinha. Eles notaram a gente e ficaram surpresos.
— Não creio nisso! — Babi murmurou ao meu lado e eu me forcei a desviar minha atenção daquele imbecil para encarar minha noiva.
— Oi Babi.

Olhei pra aquele idiota e fechei minha mão em punho com força, minha vontade era socá-lo até meus dedos não aguentarem mais!
— Você sumiu, não respondeu a mensagem que eu te mandei. Fiquei surpreso quando vi as fotos no seu perfil. — ele falava em português, mas eu consegui entender algumas palavras.

Aquele palhaço me olhou e arquei uma sobrancelha encarando ele de volta.

Babi percebeu e segurou meu braço, apertando com força. Eu entendia o recado por trás daquele gesto, não valia a pena ir pra cima dele.
— Eu não tenho nada pra falar com você André. — Babi disse em espanhol e ele deu risada me irritando mais ainda.

Aquele merdinha disse algo sobre eu ser o seu namorado e não entender português, e foi com muito custo que eu consegui me controlar. A garota ao seu lado observava tudo em silêncio.
— Ele é meu noivo, e sim ele entende português.

O manobrista chegou e Babi me puxou na direção do carro.
— Você não respondeu a mensagem que eu te mandei.

O olhar dele foi até a barriga dela e eu fiz menção de avançar, mas ela me segurou de novo.
— Não tem nada pra responder, me deixa em paz!
— Esse filho é meu Babi?

Tocar naquele assunto era reabrir uma ferida e me deixou com mais raiva ainda.
— Não! O filho é meu! — respondi dando um passo e apontando pra ele. — Não sei quem te disse isso, mas inventou uma mentira pra você.

Ele me encarou confuso e dei uma risada debochada.
— Fica longe dela, ou você vai se arrepender.

Aproveitei o restante de controle sobre mim mesmo que eu ainda tinha e caminhei em direção ao carro, trazendo ela comigo. Babi deu a volta já que ela estava dirigindo e eu abri a porta do carona.

Encarei aquele otário mais uma vez e ele discutia com a garota que parecia furiosa.
— Foi com aquela garota que ele te traiu? — perguntei entrando e colocando o cinto de segurança.

Babi inspirou fundo antes de ligar o carro e dar partida.
— É ela sim, nós éramos amigas. Pelo menos eu achava que era.
— Você é muito mais bonita. — falei olhando pra ela e Babi me encarou.

Ela deu risada balançando a cabeça em negação e eu acabei rindo também.
— Só você mesmo Gavi, pra me fazer dar risada numa hora dessa.

Eu realmente falei aquilo pra fazê-la rir, descontrair o clima tenso. Mas também era verdade que Babi era a mulher mais linda do mundo, não existia outra pra mim.

Observei seu perfil enquanto ela dirigia pelas ruas de Porto Alegre, Babi estava chateada. Aquele otário estragou a nossa noite que prometia ser perfeita. Não vou sugerir que a gente vá pra um motel, não tem clima.

....

— E você não deu pelo menos um soco nele? — Pedri perguntou surpreso e eu acabei rindo.
— Pior que não, eu consegui me manter controlado porque percebi que ela tava mal.

Meu olhar foi até a minha marrentinha que nadava junto com Dani. Nós viemos relaxar um pouco na piscina do prédio onde os pais de Daniella moravam.
— Realmente é surpreendente você conseguir se controlar em uma situação como essa.
— Eu que o diga. — comentei bebendo um gole da minha cerveja.
— Que azar esse cara aparecer justo na noite que você pede a Babi em casamento.
— Se eu encontrar ele de novo, não vou ter o mesmo controle que tive ontem.
— Não duvido. — Pedri disse rindo.

As garotas deram risada atraindo nossa atenção.
— Vê-la daquele jeito, tremendo e indefesa por causa daquele otário...
— Eu sei irmão. — Pedri disse me olhando e eu assenti.
— Não pensei duas vezes antes de afirmar que o filho é meu.
— Então ele não deve saber que ela perdeu o bebê?
— Não, ele acha que ela ainda tá grávida.
— Sabe uma coisa que eu ainda não entendi e até hoje me incomoda?

Encarei Pedri esperando que ele falasse.
— Como esse imbecil ficou sabendo que a Babi tava grávida? Como ele conseguiu o número dela?
— Também me faço essa mesma pergunta. Provavelmente quem passou o número foi a mesma pessoa que contou sobre a gravidez.
— Então foi alguém muito próximo. Pior de tudo que só tem um jeito de saber...
— Sim, perguntando pra aquele otário. — completei a sua frase. — Mas isso não vai rolar. Se eu chegar perto daquele imbecil novo, eu vou arrebentar com ele.
— Sabe quem pode ter sido?
— Quem? — indaguei curioso olhando pra ele.
— Alguém da faculdade. A Babi mudou de número quando foi pra Barcelona, mas ainda mantinha contato com os seus colegas de faculdade. Alguém pode ter descoberto algo e contado, além de ter passado o seu número novo.
— É algo bem possível.
— Me parece a única explicação. Além do pessoal da faculdade, quem sabia de tudo e poderia ter contado seriam os pais da Babi, a Dani ou a Lisiane, e com certeza eles não fariam isso.
— Com certeza não. Eu não quero mais falar desse cara, nem lembrar que ele existe. O importante pra mim agora é manter a Babi bem e tranquila.
— Eu sei irmão e concordo com você.

Fizemos um toque que era comum na nossa roda de amigos.

Taia e Rapha chegaram minutos depois porque iríamos almoçar todos juntos. Eles pediram para falar comigo e com Babi. Os dois estavam um pouco sérios e eu confesso que estava curioso em relação ao assunto.
— Prontinho. — Babi disse fechando a porta do quarto de Dani. — Podemos conversar sossegados.

Sentei na cama e minha marrentinha veio sentar ao meu lado. Raphinha sentou na poltrona e Taia preferiu ficar em pé.
— Amiga, eu prefiro ser logo direta. — ela começou e minha noiva assentiu. — Assim que eu descobri, eu quis que você fosse uma das primeiras pessoas a saber, depois dos meus pais e dos pais do Rapha.
— O que houve Taia? — Babi perguntou preocupada.
— Eu tô grávida. Já estava desconfiada, mas preferi esperar o resultado do exame de sangue pra ter certeza.

Era óbvio que eles estavam preocupados com a reação de Babi por ter perdido o bebê recentemente.

Olhei para ela que mantinha a expressão suave, tranquila.
— Acho que isso explica você ter se sentido mal ultimamente.
— Babi eu juro que...
— Taia, por favor, tá tudo bem amiga. Eu tô muito feliz por vocês.
— Sério? — Natália perguntou parecendo aliviada. — Eu tava tão preocupada.
— Eu disse a ela que você ia gostar da notícia. — Rapha comentou fazendo a gente rir.
— E tem toda razão maninho. Eu desejo toda a felicidade do mundo pra vocês e pra esse bebê que tá chegando.
— Obrigada amiga. — Taia agradeceu emocionada e elas se abraçaram.
— Eu vou ser tia. — Babi também estava emocionada.
— Na verdade, eu e o Rapha queríamos que você fosse a madrinha dele, ou dela. E você Gavi o padrinho.
— Sério? — perguntei surpreso e os dois assentiram sorrindo.

Encarei Babi que tinha um sorriso genuíno na boca bem desenhada e seus olhos brilhavam de pura alegria. Vê-la assim me deixava muito feliz.
— A gente aceita né amor? — ela perguntou toda boba e eu assenti também sorrindo.
— Com certeza.

Babi foi abraçar o irmão e Taia veio me abraçar.
— Parabéns, vocês merecem essa felicidade.
— Obrigada Gavi. — ela disse baixinho ainda abraçada a mim. — Você e a Babi também merecem muito, mas acredito que ainda não é o momento, vocês têm muito pra viver. E enquanto esse dia não chega, vocês vão ter o meu bebê pra mimar.

Ela me deu um beijo na bochecha e se afastou piscando um olho pra mim. Eu sorri de volta.
— Mas vocês dois sabem que pra serem padrinhos do nosso filho, precisam casar né? — Raphinha indagou fazendo a gente dar risada.
— Sabemos maninho e não se preocupe. — Babi disse risonha.

Raphinha e Taia saíram para ir contar a novidade para Pedri e Dani.
— Tá tudo bem? — perguntei abraçando minha marrentinha e ela assentiu soltando um longo suspiro.
— Tá sim. Esse não era o momento.
— Não. — concordei com ela me lembrando das palavras de Natália. — O nosso momento vai chegar e até que isso aconteça, nós vamos ter um afilhado pra dar todo esse amor que a gente sente.
— Vamos sim lindo.

Seus lábios tocaram os meus ternamente e apertei sua cintura de leve.
— Eu te amo muito amor. — ela sussurrou de encontro a minha boca.
— Também te amo muito linda. — sussurrei de volta enquanto meus dedos entravam em seus cabelos mantendo-a presa a mim.

...

O jatinho decolou do Aeroporto Internacional Salgado Filho e deixamos Porto Alegre para trás. Vamos fazer uma parada em Lisboa para reabastecer e em seguida seguir até Barcelona.

Essas férias no Brasil foram maravilhosas, mas daqui a uma semana os treinos já voltavam para a pré-temporada nos Estados Unidos, além do que Babi precisava fazer a matrícula na universidade, e frequentar algumas aulas iniciais de adaptação para alunos estrangeiros que estavam começando os estudos na Espanha.

Taia estava sonolenta por conta da gravidez e já estava quase dormindo deitada em uma poltrona, Raphinha estava ao seu lado. Pedri dormia enrolado em um cobertor.

Peguei a xícara de café com leite, que eu aprendi a gostar muito nesses dias que passei no Brasil e voltei para ficar ao lado da minha marrentinha.

Babi estava enrolada em uma manta observando o céu e quando sentei, ela virou pra mim sorrindo. Sentei e ela colocou metade da manta sobre as minhas pernas.
— Hummm, o cheirinho desse café com leite tá muito bom.

Olhei pra ela divertido enquanto bebia.
— Quer um pouco? — ofereci lhe estendendo a xícara e ela sorriu contente.
— Só um pouquinho pra saciar minha vontade.
— Pode beber amor, se acabar eu pego outro.

Enquanto ela bebia o café, tirei meus tênis e enrolei meus pés com a manta.
— Seus pais ficaram tristes por que a gente tá indo embora. — comentei quando ela me devolveu a xícara.

Os pais de Babi foram se despedir no aeroporto e choraram bastante. Eles realmente se arrependeram do modo como trataram a filha quando descobriram sobre a gravidez e não queriam se separar de novo.
— Também fico triste com isso lindo, mas não me vejo mais morando em Porto Alegre, meu futuro agora é em Barcelona.

Fico muito feliz ouvindo isso, não posso negar.
— Pretendo vir visitá-los sempre e também quero que eles vão pra Barcelona ficar com a gente quando puderem. No momento eu tô focada em começar uma terapia pra me ajudar a lidar com tudo que aconteceu, terminar minha faculdade e organizar nossa mudança.

Sorri pra ela. Nós já estávamos procurando o lugar perfeito pra ser o nosso cantinho.
— E não esqueça do nosso casamento. — sussurrei em seu ouvido e ela sorriu beijando minha bochecha. Conversamos e decidimos no casar o mais rápido possível.
— Não vai ser tão difícil, eu não quero uma festa grande, você também não.
— Não mesmo. — neguei balançando a cabeça. — Uma recepção pequena pra poucas pessoas, nada muito chamativo.
— Perfeito.

Deixei a xícara vazia no chão ao lado da poltrona e passei o braço sobre os seus ombros puxando-a pra mim.
— A única coisa que eu não abro mão é ver você vestida de noiva.

Babi me olhou surpresa.
— Sério lindo?
— Muito sério amor. Eu quero estar ali, junto com os outros convidados vendo você entrar vestida como uma princesa, a minha princesa. De braços dados com o seu pai e pronta pra ser minha esposa.

Babi tinha os olhos marejados e beijei seus lábios com carinho.
— A cada dia você me surpreende mais Gavi, me deixa ainda mais apaixonada.
— Você é a luz da minha vida Bárbara. — afirmei olhando em seus olhos cor de mel. — Sem você eu não sou nada, vou viver apenas como uma casca vazia andando por aí.
— Depois de uma declaração dessa, eu preciso encontrar o vestido perfeito.
— Por favor, e não me deixe vê-lo antes da hora.
— Jamais lindo. — ela afirmou baixinho antes de me beijar.

Eu e Babi tentamos assistir um filme, mas ela acabou dormindo antes de chegar na metade. Todo mundo acabou dormindo, exceto eu.

Até tentei cochilar, mas não consegui adormecer de jeito nenhum. Decidi ficar no celular pra passar o tempo. Tinham mensagens da minha irmã.

Bloqueei a tela do celular e olhei para minha marrentinha adormecida ao meu lado.

Falar sobre a minha mãe ainda é algo muito complicado pra mim. Eu não consigo perdoá-la pelo que ela fez, pelo menos ainda não. Vai levar um bom tempo até que isso aconteça.

Uma mãe que ama os filhos não faz o que ela fez com a gente, meu coração tá partido. 

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