Capítulo Trinta e Cinco
Oie gente, desculpe pela demora, esses dias eu não estava bem, não conseguia terminar este capítulo.
Hoje estou conseguindo postar, mas não posso prometer que voltarei a ter a mesma rotina de antes pq ainda não me sinto totalmente bem, alguns dias estou mais ou menos, outros nem tanto. Então estou fazendo as coisas no meu tempo e quando me sinto bem pra isso. Espero que vcs consigam me entender ❤️🩹
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... semanas depois...
Eu estava amando voltar a estudar, e ainda mais aqui em Barcelona. A turma era ótima, os professores maravilhosos e me ajudaram a pegar o ritmo muito rápido.
Fazia pouco mais de um mês que eu e Gavi estávamos morando juntos e eu fazendo terapia uma vez por semana com uma psicóloga maravilhosa. Tudo estava perfeito e eu amando essa nossa rotina.
A mãe de Gavi seguia o tratamento em uma clínica de repouso em Sevilha e pelo que Aurora nos contava, ela estava bem melhor e profundamente arrependida de tudo que fez. Eu desejo de coração que isso seja verdade.
Gavi faz de conta que não liga, mas eu sei que ele fica triste com isso e tento apoiá-lo o máximo possível.
Já estamos planejando nosso casamento também, vai ser algo bem simples, apenas para familiares e amigos mais próximos.
Falando na minha cunhada e no meu irmão, eles estão "grávidos" de um menino e eu estou superfeliz por isso. Nosso príncipe Gael vai ser muito amado.
Tirei o notebook do colo e levantei do sofá onde eu estava sentada, e me espreguicei, Gavi deveria estar quase chegando do treino. A temporada da La Liga está para começar.
Fui até a cozinha beber água e ouvi risadas se aproximando. Parei na porta que ligava os dois cômodos a tempo de ver Gavi e seu amigo Fermín entrando. Eles riam de alguma coisa, até que me notaram.
— Oi meninos.
— E aí Babi.
Fermín López era um dos melhores amigos de Gavi e jogou com ele no time b do Barcelona. Nessa temporada ele havia sido selecionado por Xavi para a equipe principal e já estava voando. Era um garoto bacana, só um pouco tímido.
— Oi amor. — Gavi veio me dar um beijo. — O Fermín vai ficar aqui hoje, amanhã vamos juntos para o CT.
— Tá bom. — assenti sorrindo.
— Vem cara, eu vou te mostrar o quarto de hóspedes.
Os dois subiram para o segundo andar onde ficavam os quartos e eu voltei para a cozinha. Fiquei a tarde toda concentrada nos meus estudos e esqueci de preparar algo para o jantar, acho que vou pedir yakissoba, um dos meus pratos favoritos. Gavi também gosta e espero que Fermín também goste.
Voltei a sala para pegar meu celular e fazer o pedido no aplicativo de entrega de comida. Fermín vinha descendo a escada.
— O Gavi disse que ia tomar banho. — ele disse apontando pra trás com o polegar.
— Tá. Você gosta de yakissoba?
Ele me encarou sem entender e eu dei risada.
— Eu fiquei a tarde toda terminando um trabalho da faculdade e esqueci de preparar o jantar. Vou pedir yakissoba, mas se você quiser outra coisa eu acrescento no pedido.
— Não, yakissoba pra mim tá ótimo também.
Fiz um joinha pra ele que sorriu e concluí o pedido.
Comecei a arrumar minhas coisas que ainda estavam em cima do sofá, notebook, meu iPad, um livro de consultoria e também um caderno porque eu gostava de fazer anotações físicas usando post-its.
— Gavi tem muito orgulho de você. — Fermín disse sentando no sofá.
Olhei pra ele sorrindo com aquele comentário.
— É recíproco.
— Eu sei. Se um dia eu tiver um relacionamento, eu quero que seja assim como o de vocês.
Deixei minhas coisas em cima da mesinha de centro e sentei olhando pra ele.
— Se um dia eu tiver? Por que toda essa descrença? — indaguei rindo e ele deu de ombros.
— Sei lá, acho difícil encontrar alguém que valha a pena.
— Não pense assim, vai aparecer uma pessoa especial que chame a sua atenção.
— Pode ser. Você não tem uma amiga solteira pra me apresentar? Uma prima?
Tive que gargalhar com aquilo. Ele era tímido, mas percebi que quando se soltava, virava um cara muito divertido.
— Pior que não, minhas primas são todas mais velhas que eu e casadas. Minhas amigas são a Dani, que mora no Brasil, a Taia, Aurora, Abby e Sira, a única solteira mais próxima.
— Não, tô fora. Ex de amigo não rola.
— Garoto esperto. — apontei pra ele que sorriu. — Não tenha pressa em relação a isso, no momento certo tudo acontece.
— Você é muito legal Babi, todo mundo fala bem de você, principalmente o Pedri.
— Eu e ele nos tornamos muito amigos.
— Eu sei, será que eu posso ser seu amigo também?
— Claro que pode Fermín.
— Eu acho que você tá ficando muito abusado. — Gavi disse descendo a escada e eu acabei rindo.
— Não ligue pra ele. — falei para Fermín enquanto apontava para o meu marrentinho.
— Sem problema. — ele disse piscando um olho pra mim.
Gavi olhava de um para o outro claramente não gostando da situação.
— Relaxa amor. — falei com voz doce passando por ele e lhe dando um beijo. — Seus amigos gostam mais de mim do que de você, aceite isso.
Ele reclamou indignado e eu gargalhei indo pra cozinha.
...
Gavi e Fermín saíram cedo para ir treinar e eu tive que levantar também e me arrumar para a universidade. Hoje eu ficaria o dia todo por lá, tinha uma palestra extracurricular com um arquiteto espanhol bem-conceituado.
Depois de pronta tomei meu café com calma e dei uma revisada no trabalho que deveria ser entregue hoje. Para a minha sorte não era um seminário, bastava apenas entregar ao professor. Eu simplesmente odeio seminários, desde a época da escola, não sei falar em frente as outras pessoas.
Eu me preparo, estudo, mas quando chega na hora de apresentar as minhas ideias, minha mente entra em pane e não funciona.
Terminei meu café e após escovar os dentes, fui pegar minhas coisas.
Entrei em meu carro e joguei tudo no banco do carona. Liguei meu Audi RS7 e o ronco do motor potente me fez sorrir. Eu estava apaixonada pelo meu carro.
Foi um presente de Gavi e no começo eu não quis aceitar, mas ele acabou me convencendo.
Saí da garagem e apertei o controle para fechar o portão automático. Coloquei meus óculos escuros e dirigi em direção ao centro onde ficava o prédio da universidade.
Eu e Gavi optamos por morar em Pedralbes, um dos bairros de elite de Barcelona. Muitos outros jogadores moravam aqui também. Além de ser um lugar belíssimo, tranquilo, com ótima infraestrutura, ficava pertinho do CT. Assim eles não perderiam tempo pegando trânsito.
Liguei o som conectando minha playlist no Spotify com músicas da Taylor Swift.
A música foi interrompida instantes depois quando Taia ligou pra mim.
— Bom dia minha amiga, cunhada e comadre mais linda! — atendi alegre e ouvi sua risada divertida do outro lado da linha.
— Bom dia comadre. Tudo bem?
— Tudo ótimo, e você e meu afilhado como estão?
— Estamos ótimos. Vai fazer algo hoje? Queria te chamar pra almoçar e depois ir dar uma volta no shopping, olhar coisinhas de bebê.
Soltei um suspiro triste.
— Eu adoraria Taia, mas hoje vou passar o dia na universidade. Tenho uma palestra muito importante.
— Sem problema, podemos ir amanhã se você estiver livre.
— Pode ser sim, amanhã não tenho nada para fazer a tarde.
— Ótimo, depois combinamos o horário.
— Tá bom, me manda mensagem.
— Mando sim, beijos cunha e boa aula.
— Beijos meu bem.
Anti-hero voltou a tocar quando a chamada foi encerrada.
...
Eu e Taia estávamos encantadas com tudo que a gente via. Estávamos batendo perna no shopping e comprando coisinhas para o bebê.
— Então como você está Babi? — Taia perguntou e olhei pra ela.
— Me sinto bem, de verdade. Eu tô amando morar em Barcelona, parece tudo tão certo, tão perfeito. Sinto que é algo predestinado sabe, que tinha que acontecer.
— Eu fico tão feliz ouvindo isso, saber que você tá bem amiga.
Sorri pra ela e continuamos andando pelos corredores.
— Vamos tomar um milk shake? Tô com vontade. — Taia sugeriu e adorei a ideia.
— Vamos sim.
Enquanto andávamos até a praça de alimentação do shopping, meu celular que estava em minha mão vibrou. Desbloqueei e vi que era Gavi me mandando mensagem. Eles estavam de folga hoje e resolveram se reunir para jogar Xbox. Mas meu noivo marrentinho me dizia que estava com saudades e perguntava que horas eu iria embora.
Sorri comigo mesma enquanto lhe respondia.
Cheguei perto de Taia que estava fazendo o pedido do milk shake.
— Amiga eu acho que vou embora.
— Por quê? — ela perguntou me encarando.
— Gavi me mandou mensagem dizendo que está indo pra casa e me pediu pra ir também.
— Aconteceu alguma coisa? — Taia indagou preocupada.
— Eu acho que não, é manha dele.
Natália deu risada com gosto.
— Acho que já vou também, vou só pegar o meu milk shake.
— Beleza, tchau amiga.
— Tchau cunha.
Trocamos um abraço apertado e em seguida eu fui para o estacionamento subterrâneo pegar meu carro.
— Você realmente sabe como deixar uma tarde perfeita. — Babi disse baixinho e sorri de encontro a sua pele.
Ela estava deitada de bruços na cama, de costas para mim. O lençol envolvia apenas seus quadris e seus cabelos castanhos estavam espalhados no travesseiro.
— Você me deixa inspirado linda. — murmurei me inclinando sobre ela e deixando beijos em suas costas nuas.
Quanto mais nós fazíamos amor, mais eu ficava apaixonado, rendido completamente por ela.
Babi soltou um gemido baixinho e virou de frente pra mim. Seus braços enlaçaram meu pescoço me puxando para ela.
— Você é perfeito, é maravilhoso... — a cada palavra ela beijava meus lábios.
— Te amo linda. — sussurrei antes de beijar sua boca com vontade.
Eu poderia passar o resto dos meus dias nesse quarto com ela que eu não me importaria nenhum pouco.
— Amor... — Babi tentou falar enquanto eu a beijava e me afastei um pouco. — Eu tô com fome.
— Eu também amor, tô com muita fome. — murmurei beijando e mordendo seu pescoço.
Babi me encarou incrédula e bateu no meu braço.
— Gavi seu pervertido!
Dei risada a abraçando e ela me empurrou de leve.
— Eu realmente tô com fome e vou fazer um lanche.
Deixei minha noiva marrentinha sair da cama e recostei nos travesseiros enquanto a observava vestindo minha camisa. Eu gostava demais quando ela usava minhas roupas.
— Você não vem? — perguntou sorrindo já saindo do quarto e levantei rapidamente da cama vestindo minha bermuda.
Eu estava amando essa rotina que nós dois criamos e não via a hora de oficializar tudo. Morar junto com ela é tudo que eu sempre sonhei encontrar em alguém.
Acordar todos os dias e vê-la dormindo ao meu lado era o mais maravilhoso dos presentes, chegar em casa cansado dos treinos e jogos e encontrá-la ali esperando por mim não tinha preço.
Eu gostava de observá-la quando estava estudando em casa, tão concentrada que as vezes nem notava que eu estava ali. Eu tinha o maior orgulho dela e não escondia isso.
— Você me fez viciar nisso. — comentei enquanto derretia o queijo na frigideira e ela piscou pra mim.
— Não tenho culpa se o queijo derretido dessa forma é mais gostoso lindo.
Ela acrescentou fatias de presunto e eu continuei mexendo.
— Fermín e Pedri queriam vir pra cá, eu que não deixei. — comentei e ela me olhou divertida.
— Por quê?
— Como por quê? Eu queria aproveitar a tarde com você e não ter meu amigos segurandos vela ou atrapalhando a gente.
— Gavi! — ela me bateu com o pano de prato e dei risada. — Você é terrível.
— Eu não, sou curto e grosso. Gosto dos meus amigos, mas eles são folgados. Se der brecha, não saem daqui. Pedri já vive enfiado aqui.
— Não sei o que faço com você, é sério. Já tá bom, desliga o fogo.
Fiz o que ela pediu e Babi pegou a frigideira, ela colocou o queijo e o presunto em cima das fatias de pão. Colocou também fatias de tomate e cebola, e um pouco de orégano.
Peguei o suco de laranja que estava na geladeira e levei para a mesa.
— Amor tá muito bom. — falei depois de dar uma mordida. — Eu amo seus lanches.
— Lindo você come de tudo, não recusa nada.
— Fazer o que se eu tenho um apetite bom.
Já tinha terminado a primeira fatia de pão com queijo e presunto, e peguei mais uma quando meu celular vibrou.
Vi que era uma mensagem da minha irmã. Aurora insistia no mesmo assunto que havia me falado mais cedo.
— Tudo bem lindo? — Babi perguntou notando a minha mudança.
Desbloqueei meu celular e mostrei a ela minha conversa recente com minha irmã.
Babi leu tudo e olhou pra mim quando terminou.
— Por que não me contou hoje de manhã?
— Eu ainda tô decidindo o que fazer.
Ela levantou e veio sentar no meu colo, me abraçou e me deu um beijo na bochecha.
— É a sua mãe Gavi e ela tá pedindo pra te ver, acho que não tem muito o que pensar.
— E se for mentira o que ela disse a minha irmã sobre estar arrependida? — perguntei angustiado.
Babi pegou meu rosto entre as mãos dela gentilmente e me fez encará-la.
— Amor eu sei que o que ela fez, o que ela me disse, magoou muito nós dois e foi difícil superar tudo aquilo. Mas ela é a sua mãe e isso nunca vai mudar. Se você acha que vale a pena fazer uma tentativa e escutá-la, então vá.
— Você não vai ficar chateada se eu fizer isso? — perguntei preocupado e ela sorriu beijando meus lábios com carinho.
— Claro que não lindo, jamais ficaria chateada com você por tentar se reconciliar com a sua mãe. Eu procurei meus pais e fiz as pazes com eles, e foi a melhor coisa que eu poderia ter feito naquele momento.
— Eu tenho medo de ela estar fingindo e todo aquele estresse acontecer de novo, e a gente tá tão bem linda.
Abracei sua cintura e escondi o rosto em seu pescoço.
— Gavi nada do que a sua mãe disser ou fizer vai abalar a gente, ela não tem esse poder.
Encarei minha marrentinha e percebi que ela tinha toda a razão.
— É uma decisão sua e o que você decidir, eu apoio amor.
Fiz um carinho em seu rosto e sorri como um bobo a olhando. Eu sou um cara muito sortudo por ter uma mulher como ela ao meu lado, bela, gentil, carinhosa, com o coração maravilhoso. Espero que um dia minha mãe consiga vê-la dessa forma também.
Acho que vou atender ao seu desejo e da minha irmã e lhe fazer uma visita, ouvir o que ela tem a dizer. Mas se ela falar mal da Babi de novo, eu simplesmente viro as costas e vou embora.
...
Aproveitei os dois dias de folga que Xavi havia dado ao time e viajei com Aurora para Los Palácios. Iríamos visitar nossa mãe.
Queria que Babi tivesse vindo comigo, mas ela tinha um trabalho importante para entregar e aulas extracurriculares na universidade, então eu nem falei nada. Disse que estava tudo bem viajar com a minha irmã.
— Tudo bem? — Aurora perguntou me olhando de relance enquanto dirigia.
— Tá de boa. — respondi mirando a paisagem.
A clínica de repouso ficava em uma área mais afastada do centro de Sevilha. Aurora disse que tinham muitas árvores ao redor, passarinhos cantando. Era um lugar calmo e tranquilo, exatamente do jeito que os pacientes precisavam.
Eu me sentia um pouco nervoso, ansioso, em como seria o nosso reencontro.
Aurora não parava de tagarelar sobre o meu casamento com Babi que aconteceria em poucos dias. Minha marrentinha queria tudo perfeito e eu faria tudo que ela pedisse.
— O vestido dela vai ser perfeito, e o meu também é claro.
Olhei para a minha irmã tentando não dar risada. Ela estava ainda mais empolgada porque será uma das nossas madrinhas junto com Javi.
— Ela ter escolhido rosa pêssego para ser a nossa cor foi perfeito, é uma das minhas cores favoritas.
— Quero ver quando vai ser o seu casamento. — comentei em tom de provocação. — Acho que tá na hora de eu e papai termos uma conversinha com o seu namorado.
Aurora me encarou por um instante sem acreditar, voltando a focar na estrada em seguida.
— Irmãozinho o Javi é um dos seus melhores amigos.
— E? Você é minha irmã. Quero ver até quando você vai deixar ele te enrolando.
— Ele não tá me enrolando, a gente tá curtindo o momento.
— Sei.
Aurora estava visivelmente nervosa e dei risada.
— Tô brincando mana, você é livre pra fazer suas escolhas. Sempre foi.
— Idiota. — Aurora murmurou levemente irritada e eu dei risada de novo.
— Também amo você Rori.
A clínica ficava no alto de uma colina, o prédio branco destacando-se por entre a natureza verdejante ao redor.
Aurora parou em frente aos enormes portões duplos de ferro e se identificou. Nossa entrada foi liberada e os portões foram abertos.
De longe já dava para ver os pacientes andando pela propriedade, na certa aproveitando o solzinho que apareceu hoje e os funcionários vestidos de branco sempre de olho em tudo.
— Eu sei o que você tá pensando. — Aurora comentou focada na direção e olhei para ela.
— No quê? — perguntei retirando meus óculos escuros e pendurando-os na gola da minha camisa.
— No quanto tudo isso aqui se parece com aqueles lugares pra onde levam as pessoas com sérios problemas mentais.
Nós dois nos conhecíamos bem demais, a ponto de saber exatamente o que o outro estava pensando. Coisa de irmãos bastante próximos. Quando éramos mais novos, as pessoas perguntavam se éramos gêmeos, dado o fato de que tínhamos quase o mesmo tamanho e gostávamos de usar roupas com cores parecidas.
Ela tinha acertado de novo, eu realmente estava pensando isso. Mas tentei não deixar transparecer.
— Eu também pensei isso irmãozinho, mas acredite, aqui não é assim. Você vai ver.
Eu acreditava piamente nela e aquilo me deixou mais calmo. Minha mãe pode ter feito e falado muita coisa que me magoou, mas eu jamais iria querer vê-la em um lugar ruim como aqueles que a gente vê nos filmes.
Aurora estacionou em uma área própria para os carros, onde tinham mais alguns veículos que deveriam ser dos funcionários, além de duas ambulâncias. Descemos e eu a segui até a entrada da clínica onde ficava a recepção.
— Bom dia. — a recepcionista cumprimentou sorridente e me encarou um pouco surpresa, ela deve ter me reconhecido.
— Bom dia. — Aurora respondeu simpática e eu me limitei a acenar com a cabeça, ainda estava um pouco nervoso com tudo aquilo. — Nós viemos visitar nossa mãe, Aurora Belén Gavira Páez.
Minha irmã entregou nossos documentos a moça que digitou algo no computador.
— Se possível, meu irmão gostaria de falar com o médico responsável. — Aurora acrescentou e a moça me encarou por um momento antes de voltar a focar na tela do computador.
Eu não havia sugerido aquilo, mas achei uma ideia excelente. Como eu disse, ela me conhece muito bem.
— Vocês deram sorte, o doutor Jimenez está com os pacientes tomando sol lá no jardim, a senhora Belén é um desses pacientes. Podem passar por essa porta e seguir direto.
— Obrigada. — Aurora agradeceu pegando nossos documentos de volta e recebendo os crachás de visitante que nós deveríamos usar.
O acesso a porta foi liberado e fomos caminhando pelo longo corredor.
— Obrigado por ter pedido para conversar com o médico.
Ela sorriu pra mim enganchando o braço ao meu.
— Eu sabia que isso ia te tranquilizar.
Sorri para ela e a abracei, mantendo-a colada em mim enquanto caminhávamos pelo corredor que dava acesso a área externa. Minhas mãos estavam suadas e eu puxei o ar tentando respirar devagar. A verdade é que eu estava nervoso, desconfiado. Não sabia como seria esse nosso reencontro depois de tanto tempo, ainda mais da forma como tudo ficou entre nós dois.
Aurora perguntou a um enfermeiro onde ela estava e o rapaz apontou para uma pequena praça perto de algumas árvores. Olhei na direção e a reconheci, mesmo de longe e sentada de costas para nós.
— Vai ficar tudo bem. — minha irmã murmurou sorrindo de leve e assenti beijando seus cabelos enquanto caminhávamos abraçados.
Meus pés pareciam feitos de chumbo e quase se recusavam a me obedecer para seguir em frente. Se eu tivesse vindo sozinho, com certeza já teria dado meia volta e ido embora.
Estava pensando na forma que iria cumprimentá-la quando nossa mãe levantou e virou de frente pra nós. O sorriso que tinha em seus lábios se desfez ao nos ver.
Os passos restantes para chegar até ela foram feitos completamente em modo automático, Aurora que me conduzia.
— Oi mamãe. — minha irmã disse carinhosa e nossa mãe a olhou por um momento antes de voltar a me encarar.
Seus olhos ficaram marejados e eu não aguentei, as lágrimas desciam pelo meu rosto sem que eu tivesse controle.
— Me perdoa... Pablo...
Minha mãe fez menção de ajoelhar, mas eu não deixei e a abracei. Nós dois desabamos ali, juntos, agarrados um ao outro.
Doeu ter que ouvir tudo que ela me disse, doeu saber tudo que ela fez comigo e com a Babi. Porém, o que mais doeu foi ter que ficar longe dela, não poder ligar e conversar, contar as novidades que aconteciam em minha vida como eu sempre tinha feito.
Doeu ter que me afastar e eu só consigo entender agora a proporção de tudo isso.
— Filho... eu fiz tanto mal a você... — ela se afastou um pouco para me olhar e secou meu rosto com os polegares, fazendo exatamente igual como quando eu era criança. Eu fiz o mesmo com ela.
— Já passou mãe... — murmurei ainda emocionado e ela negou com a cabeça.
— Não meu filho... o que eu fiz... tudo que eu disse a você e a... a Babi... — ela fungou secando o rosto com a manga do moletom que usava. — Eu não podia ter feito aquilo, ainda mais naquele momento tão difícil pra vocês dois... foi cruel... desumano...
— Mãe, eu já disse que tá tudo bem...
— Não. — um homem grisalho de aparência gentil e usando um jaleco se aproximou e olhamos pra ele. — Deixe-a falar, ela precisa disso. Fale Belén.
— Obrigada doutor. — minha mãe sorriu agradecida para o homem e presumi que aquele era o doutor Jimenez.
Ela me encarou e respirou fundo.
— Eu realmente sinto muito Pablo, por tudo que eu fiz, tudo que eu disse a você e a Babi. Se em algum momento ela aceitar conversar comigo, eu gostaria de lhe pedir perdão pessoalmente.
Aquilo era um terreno perigoso e eu jamais forçaria minha noiva a isso se for contra a vontade dela.
— Isso eu não sei mamãe...
— Eu sei querido. — ela sorriu de leve e fez um carinho em meu rosto. — Eu vou entender e respeitar a decisão dela.
— Isso mesmo Belén, aceitar a decisão do outro e entender que nem sempre isso pode ser mudado por você, é um passo muito importante na sua recuperação.
Minha mãe sorriu contente e eu me senti muito bem com aquilo.
— Doutor este é o meu filho Pablo. Querido, este é o doutor Nacho Jimenez, o médico que está me ajudando muito.
Eu e o médico trocamos um aperto de mãos.
— Muito bom conhecer o famoso Pablo, não somente por ser quem é, mas pelo fato de a Belén falar muito sobre você.
— Eu espero que bem. — brinquei e todo mundo sorriu.
— Bem demais, posso garantir. Eu vou deixar vocês conversarem, depois se quiserem falar comigo estarei em meu consultório. Com licença.
O médico se afastou e sentamos no banco, mamãe ficou entre nós dois.
— Eu estou muito feliz que você tenha vindo me ver filho, não esperava que viesse.
— A Babi me ajudou a decidir.
Minha mãe me olhou e pegou minha mão, entrelaçando nossos dedos.
— Eu a julguei muito mal, não lhe dei uma chance para tentar conhecê-la melhor. Eu a enxergava como uma inimiga que queria roubar você de mim.
— Mamãe isso não é verdade...
— Hoje eu sei disso meu filho, consigo enxergar as coisas por uma ótica diferente.
— Isso me deixa muito feliz mãe, de verdade.
— Aurora me contou que vocês estão noivos e vão se casar e vão se casar dentro de poucos dias.
Olhei para minha irmã que sorriu sem graça e balancei a cabeça em negação para ela. Esse é um dos seus piores defeitos, minha irmãzinha querida fala demais. Nossa mãe percebeu e olhou de um para o outro.
— Não Pablo, não fique chateado com ela. Eu imagino que você mesmo queria ter me contado, mas como nós estávamos afastados e não sabíamos quando íamos nos ver de novo, eu fiquei muito feliz que ela tenha feito isso.
Eu estava surpreso em vê-la assim, tão bem e aceitando que não tem controle sobre as nossas vidas. Mas devido a tudo que aconteceu ainda tenho um pé atrás, eu não quero passar por tudo aquilo de novo.
Por isso vou levar essa situação com toda a calma do mundo, sem me precipitar em nada.
Conversamos mais um pouco sobre como ela se sentia, sobre o seu tratamento e depois eu me afastei dizendo que iria procurar o banheiro e a deixei com Aurora. A verdade é que eu queria conversar com o médico e fiz um sinal discreto para minha irmã que assentiu de leve entendendo.
Perguntei a um enfermeiro que ia passando onde ficava o consultório do doutor Jimenez e ele me mostrou a direção certa.
Bati na porta que estava fechada e ouvi sua voz lá de dentro responder que podia entrar. Abri e ele sorriu simpático ao me ver.
— Entre Pablo, imaginei que iria querer falar comigo após ver a sua mãe.
Fechei a porta e me aproximei da sua mesa, sentei em uma das poltronas de couro negro.
— Doutor eu quero que o senhor seja sincero e não me esconda nada. — pedi um pouco nervoso enquanto torcia minhas mãos em meu colo.
— É claro Pablo, quais são as suas dúvidas?
— Pode me chamar de Gavi, é assim que todo mundo me chama.
— Certo Gavi, pode perguntar o que quiser, eu vou esclarecer.
— O senhor deve saber que o meu relacionamento com a minha mãe é complicado, assim como também era com o meu pai e a minha irmã. Imagino que eles contaram tudo.
— Na verdade, não, não me contaram quase nada.
— Não? — perguntei surpreso e ele sorriu recostando-se em sua poltrona.
— Eu prefiro que meus pacientes se abram comigo e me contem suas histórias quando se sentirem à vontade para fazer isso. Eu pedi a seu pai e sua irmã que me dissessem algumas poucas informações apenas para que eu pudesse começar a entender o caso de sua mãe, mas foi ela quem me explicou todos os detalhes.
Eu realmente estava bastante surpreso com aquilo.
— Isso ajuda no desenvolvimento do paciente, na relação comigo, em aprender a confiar em mim e me ver como um amigo, entender que eu posso ajudá-lo. Conforme sua mãe foi se abrindo, me contando as coisas que aconteceram, eu ia fazendo com que ela entendesse que não estava agindo certo. Ela mesma foi percebendo por si só as atitudes precipitadas que tomou.
— Confesso que isso me surpreende muito.
— Por que Gavi? — o médico perguntou me encarando intensamente e me senti um pouco desconcertado com aquele olhar. — Não me entenda mal, eu só quero entender o seu ponto de vista.
— Como o senhor deve saber, meu relacionamento com a minha mãe...
— Esqueça o que eu já sei... — ele me interrompeu. — E me conte como as coisas foram pra você.
Soltei um suspiro e me recostei contra a cadeira.
— Minha mãe quase me fez perder a mulher que eu amo.
Ele continuou me encarando sem cessar e assentiu me incentivando a continuar.
— Disse coisas horríveis a ela quando perdeu o nosso filho. A Babi estava fragilizada demais e acabou fugindo por conta disso.
— Ela está bem hoje? A Babi?
— Ela está bem sim, a terapia a ajudou muito. E nós estamos noivos, vamos nos casar.
— Meus parabéns e fico feliz que ela esteja bem.
— Obrigado.
— Consigo entender a sua preocupação Gavi. Sua mãe mesma me disse que teve várias recaídas, prometia mudar e acabava fazendo tudo de novo, então o seu receio é justificável.
— Eu não quero que tudo aquilo se repita. Gostaria de me aproximar novamente da minha mãe, mas não vou deixar que ela desrespeite minha mulher de novo.
— Eu sei Gavi e entendo perfeitamente a sua desconfiança. O que sua mãe tem é o que nós chamamos de Transtorno de Personalidade Narcisista ou Narcisismo Patológico. A TPN é um distúrbio psicológico que pode afetar indivíduos sem escolher classe social ou raça.
Eu conhecia aquele termo e já ouvi muitas histórias sobre mães narcisistas. De alguma forma eu sempre soube que minha mãe era assim, só não queria aceitar.
— Geralmente as pessoas que são portadoras da TPN demonstram características em que se autodenominam superiores e saem do controle quando são contrariadas. Elas têm sentimentos exagerados de auto importância e exigem tratamento especial, fixação por fantasias de poder, necessidade constante de ser o centro das atenções, falta de empatia com os sentimentos alheios...
Enquanto o doutor Jimenez ia enumerando essas características, em minha mente ia passando um flash da minha mãe com todas essas atitudes.
— Felizmente, sua mãe conseguiu entender o quanto ela estava prejudicando você e sua irmã e nós estamos conseguindo reverter esse quadro dela. Porque nem sempre isso acontece.
Ouvir aquilo me deixou um pouco mais confiante.
— O senhor acha que ela pode ficar bem? Voltar a ser o que era.
— Desde que ela queira, pode sim. O primeiro passo para qualquer pessoa que precisa de ajuda para se curar é ela mesma querer isso. E sua mãe quer isso.
O médico me encarou e apoiou os cotovelos sobre a mesa.
— Eu sei que é difícil Gavi, mas dê um voto de confiança a sua mãe, ela está se esforçando para mudar.
Eu saí da clínica com o coração mais leve depois de conversar com o doutor Jimenez. Aquilo me deu esperanças de que minha mãe pode sim voltar a ser quem era, uma pessoa melhor e mais flexível.
— Mais calmo? — Aurora perguntou quando estávamos voltando para Los Palácios onde nossa família morava.
— Com certeza, ter conversado com o médico fez muito bem.
— A mamãe está bem Gavi, ela mudou.
Assenti encarando minha irmã. Ela realmente está muito bem aqui na clínica, seguindo o tratamento e tomando os remédios, conversando com o médico. A prova de fogo vai ser quando ela e Babi se reencontrarem, isso se a minha marrentinha quiser, porque eu jamais a faria passar por isso contra a sua vontade.
...
Amanhã cedo eu voltaria para Barcelona, já não aguentava mais de saudades da minha marrentinha. Ela estava no apartamento de Araújo, iria jantar lá junto com Abby, Pedri e Ansu, e disse que me ligaria quando chegasse em casa.
Eu aproveitei o fim de tarde gostoso que fazia e fui ver uns amigos de infância que eu tinha aqui na cidade, mas voltei cedo, queria jantar com a minha irmã e minha avó.
Entrei em casa e fiz carinho no gato que minha avó criava. O bicho tava obeso de tanto comer e não podia ver ninguém comendo nada que vinha pedir.
— Pablito é você? — minha avó perguntou vindo da cozinha e fui ao seu encontro.
— Sim vozinha, cheguei.
Dei um beijo em sua testa e a abracei. Eu sentia muita falta dela morando em Barcelona.
— Cadê a minha irmã?
— Está lá em cima no telefone. Não sei como ela consegue passar tanto tempo com aquele celular pendurado no ouvido.
Dei risada enquanto sentávamos no sofá. Minha avó sempre resmungava do tempo que Aurora passava grudada no aparelho.
— Vamos aproveitar que ela está ocupada e conversar um pouco querido. Ainda não conseguimos fazer isso somente nós dois.
— Tudo bem vovó, sobre o que quer conversar?
— Sobre você, sobre como as coisas estão em sua vida.
— Está tudo ótimo, melhor impossível vó.
— Fico feliz meu bem. — ela fez um carinho em meu rosto e sorri contente. — Também estou feliz por saber que seu casamento com a Babiestá perto. Dá última vez que fui visitar a Belén ela disse que estava bem com isso e feliz por você.
— Ela me disse a mesma coisa hoje.
— Você não acredita nela, não é?
Eu nunca consegui mentir pra minha avó, desde criança.
— Não é isso vó, eu acredito sim que ela quer mudar, só não sei se realmente consegue. Eu tive uma conversa com o doutor Jimenez e ele me explicou algumas coisas sobre o caso dela, minha mãe tem Transtorno de Personalidade Narcisista e por mais que ele tenha me dado esperanças, eu sei que nem sempre as pessoas que são diagnosticadas com esse transtorno conseguem realmente mudar, por mais que queiram.
— Eu entendo você querido. Pra mim também não é fácil ver minha filha agindo desse jeito e perturbando tanto a vida de vocês. Mas eu acredito que ela vai sim conseguir superar tudo isso.
— Tomara vovó, tomara.
Fui tomar um banho antes do jantar e quando saí do banheiro enrolado de toalha, meu celular estava tocando. Era Babi.
— Oi amor. — atendi sentando na cama. — Tô com saudades.
— Oi lindo, também tô com saudades.
Ao fundo dava para ouvir nossos amigos conversando.
— Contando os minutos para te ver amanhã.
Ela sorriu e aquele som foi como música para os meus ouvidos.
— Vou te esperar no aeroporto.
— A gente vai causar tumulto. — comentei divertido e ela gargalhou com vontade.
— Nenhuma novidade. Não conversamos direito naquela hora porque eu tava ocupada na universidade, como foi as coisas lá com a sua mãe?
— Ela tá bem, tá seguindo o tratamento direitinho. Podemos deixar os detalhes para amanhã pessoalmente?
— Claro amor, sem problema. Mas tá tudo bem mesmo?
— Tá sim linda, tudo bem.
Conversamos um pouco até aqueles malucos tirarem o telefone da minha noiva e ficarem me provocando.
Levantei um pouco mais cedo do que o meu horário habitual. Antes de ir pra universidade, iria buscar meu marrentinho no aeroporto.
Tomei um banho morno delicioso e me arrumei sabendo que Gavi iria gostar do meu visual. Estava com muitas saudades dele e queria agradá-lo.
Antes de sair de casa tomei meu café e organizei minhas coisas, depois de deixá-lo no CT iria para a universidade. Minha rotina estava muito corrida, ainda estava organizando algumas coisas na nossa casa, tinham as minhas aulas e agora a organização do casamento.
Enquanto dirigia pelas avenidas movimentadas de Barcelona, meu celular tocou. Era Abby.
— Bom dia meu cristalzinho espanhol. — atendi e coloquei no viva-voz.
— Bom dia minha brasileira favorita! — ela saudou de volta na maior empolgação. — Você tá no carro? Tô ouvindo barulho de buzinas. Já saiu de casa?
— Tô indo buscar Gavi no aeroporto.
— Ah é, você comentou ontem, mas eu esqueci.
Dei risada comigo mesma. Melhor não comentar que talvez isso se dê pelas várias caipirinhas que ela tomou.
— Seu intervalo vai ser livre hoje ou tem alguma aula extra?
— Acho que vai ser livre, não lembro se tem algo programado pra hoje. Por quê?
— Porque eu quero te mostrar o trabalho de uma decoradora que usa elementos naturais e eu achei a vibe dela bem parecida com a sua. Acredito que você vai gostar, eu tô com o portfolio dela pra te mostrar.
— Ai que ótimo amiga, eu quero ver sim. Ainda não fechei com nenhum decorador.
— Beleza, a gente se vê na universidade. Besitos.
— Beijo.
Conferi a hora no celular e imagino que o voo de Gavi já está quase chegando, eu acabei pegando um pouco de trânsito.
Deixei o carro no estacionamento e coloquei meus óculos escuros antes de sair.
O aeroporto estava bastante movimentado e procurei pelo telão onde mostravam os voos que saíam e chegavam, o voo que vinha de Sevilha acabava de pousar. Fui para o portão de desembarque. Estava passando despercebida, as pessoas estavam ocupadas andando pra lá e pra cá.
Meu olhar estava fixo, a procura do meu marrentinho. Até que minutos depois eu o vi. Apesar do boné e óculos escuros para tentar disfarçar, eu o reconheceria em qualquer lugar.
Dei alguns passos e fui encontrá-lo. Gavi me deu um beijo carinhoso nos lábios e me abraçou com força.
— Oi linda. — ele sussurrou em meu ouvido e eu senti com o prazer o cheiro do seu perfume.
— Oi amor.
— Eu senti demais a sua falta.
— Não mais do que eu. — falei me afastando para encará-lo e beijei seus lábios de novo.
Gavi sorriu apertando minha cintura.
Olhei ao redor percebendo que já estávamos chamando atenção demais.
— Lindo, melhor nós irmos embora antes que reconheçam a gente e vire uma confusão.
— Tem razão, vamos.
Nos apressamos em ir para o estacionamento e poder ficar à vontade.
Entramos no carro rindo como dois idiotas e Gavi não perdeu tempo em me puxar para um beijo pra lá de quente.
— Eu gostaria muito de poder ir pra casa com você agora e acabar com essa saudade louca... — ele sussurrou me olhando intensamente enquanto seu polegar roçava em meus lábios.
Gavi sabia como mexer comigo, me despertar em todos os sentidos.
— Eu também gostaria muito lindo, mas você tem treino e eu tenho aula.
— Vida adulta é um saco.
— É. — concordei rindo.
— Ainda temos alguns minutinhos, podemos tomar café.
— Ótima ideia, no lugar de sempre? — perguntei enquanto colocava o cinto e ele fez o mesmo.
— Com certeza linda.
Beijei seus lábios mais uma vez antes de colocar o carro em movimento e sair do estacionamento do aeroporto.
· · • • • ✤ • • • · ·
Este é o penúltimo capítulo, o próximo é o último.
Espero que tenham gostado 😘
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