Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo Oito

Hola culés 💙❤
Gavira agora é camisa 6 🤩

· · • • • ✤ • • • · ·

O vento bagunçava meus cabelos me dando a completa sensação de liberdade e paz. Incitei a égua a galopar cada vez mais rápido.

Eu sabia que estava sendo irresponsável por galopar daquele jeito grávida, uma queda poderia ser extremamente perigosa, mas afastei aquela preocupação da mente e foquei na sensação viciante que preenchia todo o meu ser.

O animal majestoso corria por sobre a terra molhada das ondas que vinham lamber a areia da praia.

Diminui a velocidade e esperei Sira me acompanhar.
— Tá doida garota?! — ela gritou me encarando e prendi o riso. — Não pode sair galopando desse jeito grávida Babi, e se você cair?
— Relaxa gata, tá tudo sobre controle.

Ela ainda me olhou de cara feia e dei risada lhe mandando um beijo. A garotinha sentada na sela a sua frente sorriu empolgada. Sira havia trazido a sobrinha e afilhada de Ferran para andar a cavalo e a menina estava adorando.

Aproveitamos o solzinho tímido de hoje e viemos cavalgar um pouco, eu topei na hora quando ela me fez o convite. Achei que estivesse enferrujada depois de tanto tempo sem subir em um cavalo, mas é igual a andar de bicicleta, nunca se esquece. Conversamos com um dos instrutores por eu estar grávida e Sira conseguiu um animal bem manso, mas foi só eu montar e incitá-la que Mariskha disparou em um galope.

Os dias estavam passando voando. Além de ir à academia todo dia com Taia, eu agora também a acompanhava em seu trabalho oficialmente. A moça que gravava vídeos para o seu instagram promovendo e divulgando marcas de roupas, calçados, acessórios e maquiagens, precisou se ausentar por alguns dias e agora eu fazia essa função. Não podia reclamar, até eu ganhava brindes e estava adorando isso.

Raphinha, Pedri e os outros jogadores estavam com treinos intensivos, já que estava se aproximando uma época de jogos importantes. Eles ganharam o jogo de quarta-feira contra o Real Sociedad por um a zero e avançaram para as semifinais da Copa do Rei, precisavam esperar agora o sorteio para definir o próximo adversário.

Hoje foram jogar em Girona, no nordeste da Espanha, pela La Liga. Nós optamos por não ir e assistir de casa mesmo.
— Vamos dar mais uma corrida? — Sira chamou parando ao meu lado. — Mas dessa vez com moderação tá. — ela acrescentou me fazendo rir.
— Vai na frente. — mandei e a espanhola piscou pra mim antes de se afastar junto com Leonor.

Sira também já estava começando suas competições de hipismo. Eu não entendia muito bem desse esporte, mas torcia por ela e tentava assistir e compreender.

Demos mais alguma voltas pela praia e voltamos ao haras. Sira iria almoçar com a família de Ferran, eu e Taia iríamos almoçar com alguns amigos dela e de Raphinha aqui de Barcelona.

Nos despedimos em frente ao haras e ela foi pegar seu Camaro no estacionamento enquanto eu esperava pelo Uber que tinha chamado.

Já dentro do veículo aproveitei para checar meu celular. Havia mensagens de Taia, Dani e Pedri.

Cliquei no contato da minha cunhada que perguntava se eu já estava indo pra casa e eu mandei um joinha confirmando. 

A mensagem de Dani era um áudio e um link.

Procurei meus fones de ouvido dentro da bolsa para poder escutar.
— Amiga dá uma olhada nisso. É uma matéria em espanhol de um site de fofocas falando que o seu amigo Pedri estava ficando com uma moça comprometida.

Abri a boca chocada e cliquei no link.

Realmente a matéria citava que Pedri havia ficado um tempo atrás com uma moça que tinha namorado. Rindo comigo mesma voltei ao contato de Dani e lhe enviei um áudio em resposta.
— Amiga eu nunca tinha ouvido falar disso, tô tão surpresa quanto você. Não vou pôr minha mão no fogo por ninguém, mas acho que seja mentira. Sei lá, pelo que conheço dele, não combina com a personalidade, ele é todo certinho sabe, não acho que seja verdade.

Tomei o cuidado de não citar nomes, pois o motorista estava ouvindo nossa conversa.
— E outra Daniella, como você descobriu isso? Tá investigando a vida dele é?

Mandei um emoticon pensativo com a mão no queixo e ela mandou uma figurinha animada dando risada. Estava gravando um áudio.
 Mas é claro que estou né Babi, ele vai ser padrinho do seu filho junto comigo. Acha que vou deixar qualquer um se aproximar do seu bebê assim, não mesmo.

Tive que rir com aquilo, o motorista com certeza estava me achando uma doida por estar dando risada sozinha. Me acalmei para poder lhe enviar uma resposta.
— Eu vou tirar essa história a limpo com ele, pode ter certeza.

Dani enviou algumas carinhas dando risada e um joinha, e me pediu para contar o resultado depois.

Eu não iria perguntar nada agora, ele não estava na escalação inicial, mas poderia entrar em campo a qualquer momento e eu não queria deixá-lo desestabilizado com um assunto que poderia ser incômodo. Eu estava torcendo para que ele jogasse hoje, completaria sua centésima partida usando a camisa do Barcelona e eu estava muito orgulhosa.

Ele havia me mandado uma mensagem e cliquei para ver, dando risada logo em seguida.

Pedri é uma onda. Eu posso com uma criatura dessas! 

O Uber me deixou em frente ao condomínio e desci correndo até a portaria.

...

Terminei de me arrumar e desci. Taia já estava lá embaixo me esperando.

Thor veio me encontrar ao pé da escada e fiz carinho nele, eu gostaria de pegá-lo, mas o filhote de Boiadeiro Bernês era pesado demais para que eu levantasse.
— Já estou pronta. — falei entrando na cozinha e Taia me encarou tirando o pudim da geladeira.

Os amigos catalães deles eram loucos por pudim de leite, toda vez que iam até lá, Taia fazia e levava para eles.
— Consegue levar? — ela perguntou me entregando a travessa de vidro enquanto eu tentava equilibrá-la em meus braços.
— Consigo sim.

Taia foi prender Thor na casinha dele para que o cachorro não fizesse uma zona ao ficar só em casa e eu já fui indo para a garagem.

Depois do almoço, a gente voltava e assistia ao jogo em casa, enroladas de coberta. Sira me chamou para assistir junto com ela e a família de Ferran, mas não quis atrapalhar aquele momento, ela só os via de vez em quando, tinha que aproveitar.

...

Thor puxava a ponta da minha coberta e brinquei com ele. Taia fazia pipoca na cozinha e o cheirinho de manteiga derretida fez minha boca encher de água.

Na TV, passavam imagens dos jogadores se aquecendo em campo e a câmera focou em Pablo Gavi.

Graças aos céus não o vi mais depois da festa na casa de Sira. Estive no estádio na quarta, mas ele foi embora antes, eu, Pedri, Sira e Ferran fomos a uma pizzaria depois do jogo.

Eu contei a Pedri o que aconteceu na festa e ele deu risada dizendo que não iria se meter na nossa confusão, dizendo que nós tínhamos que nos resolver. Eu simplesmente mostrei o dedo a ele que gargalhou mais ainda. Eu quero mais é que Pablo Gavi se dane.

Amanhã tem o aniversário da Leonor e ele foi convidado, provavelmente deve ir.

Taia me entregou a vasilha cheia de pipoca e se sentou no outro sofá.

O jogo já estava começando e o narrador apresentou as escalações.
— Pedri deveria tá jogando no lugar desse Gavi, isso sim. — murmurei comigo mesma e Natália me encarou.
— Tá falando o que aí doida? — ela perguntou.
— Esse Pablo Gavi não tá com nada, Pedri deveria estar jogando.

Taia arqueou as sobrancelhas e deu risada.
— Você ainda tá com raiva dele?
— Ele é um molequezinho insuportável. Ainda teve a petulância de vir me pedir desculpas e...
— Espera aí Babi, ele te pediu desculpas?! — Taia perguntou surpresa e eu percebi que tinha falado demais.
— Merda.
— Pode ir falando, vai.
— Promete que não vai contar ao Rapha? Não quero ele se estressando por causa disso.
— Prometo, nem eu quero ele se metendo nisso. Agora conta, vai. — ela correu vindo sentar ao meu lado, doida para que eu falasse logo.
— Tá, eu disse a você que tinha derramado suco na minha blusa, mas eu menti. Eu esbarrei com ele, de novo.
— Vocês brigaram de novo? — Taia perguntou surpresa.
— Não, ele ficou super de boa, até fez piada da situação, mas eu o deixei falando sozinho. Mais tarde, a gente foi jogar sinuca em uma sala reservada, foi só a nossa galera. Eu ganhei o jogo e depois fui dançar, ele veio atrás de mim e me pediu desculpas por ter sido grosso no outro dia.
— E você?
— Eu não aceitei, é claro.

Natália arregalou os olhos mais ainda.
— E a gente se ofendeu, de novo. Ele disse que eu me achava demais e eu mandei ele ir se ferrar.

Natália deu risada ainda me encarando.
— Mas gente, pra que isso?
— Ele que começou, eu não vou levar desaforo de graça.
— Sabe o que é engraçado, você realmente não leva desaforo pra casa, tem o sangue quente, mas nunca teve problemas com isso, fazia amizades muito fácil.
— Pra você ver que o problema não sou eu Taia. Sempre fiz amizades com facilidade, como você mesma disse, gosto de conversar com as pessoas, trato todo mundo muito bem, mas esse arrogante do caralho me tira do sério!

Ela me encarou arqueando uma sobrancelha e dando um sorrisinho de canto.
— Será que isso não significa algo cunhadinha?
— Como assim? — perguntei sem entender e Taia fez uma expressão sugestiva.

Eu entendi do que aquela infeliz tava falando e peguei a almofada que estava mais próxima jogando nela.
— Só se eu estiver louca Natália Belloli! Pode me internar se isso acontecer!
— Eu vou me lembrar disso viu. — ela me provocou ainda rindo e lhe mostrei o dedo indignada só por ela estar sugerindo que havia algum tipo de interesse por trás desse atrito entre mim e o marrentinho.

O jogo começou e eu sentia Natália me encarando e sorrindo consigo mesma o tempo todo. Vontade de tacar alguma coisa mais pesada naquela cabeça oxigenada dela.

Hoje o Barcelona estava estreando um uniforme novo. Camisa, calções e meiões amarelos, com alguns detalhes em azul e vermelho. Ainda tô indecisa se acho bonito ou muito cheguei, mas ainda prefiro o uniforme dourado.

Os primeiros trinta minutos de jogo foram apenas de bola pra lá e pra cá, faltas cometidas de ambos os lados. Aos vinte e cinco minutos Dembélé sentiu alguma coisa no campo e foi substituído por Pedri. Fiquei feliz pelo meu amigo, mas triste pelo francês e preocupada também, viriam jogos muito importantes pela frente.

O jogo estava duro, trancado. A equipe do Girona não dava moleza. Ansu e Pedri tomaram cartões amarelos. Os técnicos iam reclamar a todo o momento com os assistentes da arbitragem. Percebi nas últimas partidas que Ansu parecia distante, desconcentrado, talvez ele esteja com algum problema pessoal que está interferindo no seu desempenho.

O primeiro tempo acabou em zero a zero e aproveitei para ir ao banheiro, com Thor correndo atrás de mim tentando puxar minha meia.

Natália fez mais pipoca porque nós éramos duas esfomeadas.
— Você vai com a gente amanhã ou o Pedri vem te buscar? — ela perguntou quando voltei e ficamos no sofá esperando o jogo recomeçar.
— Eu acho que vou com vocês mesmo. Ele vai levar o irmão.
— Tá bom. Cê viu as fotos que a Sira postou?
— Eu não. — respondi enquanto pegava meu celular e ia nos status do whatsapp.

A espanhola tinha postado fotos com a sobrinha, ambas estavam sorrindo.
— Essa menina é muito linda. — Taia comentou derretida, pois amava crianças, não sei como ela e meu irmão ainda não tiveram filhos. — E tem o mesmo nome da princesa herdeira da Espanha.
— Sério? — perguntei surpresa, não sabia daquilo.
— Sim, as princesas da Espanha se chamam Leonor e Sofia.
— Você disse princesa herdeira? Ela é a próxima na linha de sucessão?
— Sim, será a próxima monarca do reino.
— Que legal, uma mulher no comando.

O segundo tempo da partida começou e olhei para a TV.
— Inclusive rolou um papo ano passado, durante a copa que o Gavi e a princesa Leonor estavam apaixonados. — Natália comentou e olhei pra ela imediatamente. — Dizem que ela tem um caderno cheio de fotos dele e pediu ao pai quando ele foi ver a seleção espanhola durante a concentração que levasse uma camisa pra ela autografada pelo Gavi.
— E isso é verdade?
— Eu acho que não, mas vai saber. Não tinha muito contato com os meninos, Rapha também nunca comentou nada.

O assunto morreu, mas aquilo ficou na minha mente. Será que o marrentinho tinha um caso secreto com a herdeira do trono espanhol? Se tivesse eu acho que Pedri teria me contado, ou talvez não, eles também são amigos. Segundo Pedri, Gavi era seu melhor amigo.

Tentei me concentrar na partida, mas o assunto ficou rodando na minha mente.

Aos dezesseis minutos Pedri fez um gol e comemorei muito por ele. Jogando a centésima partida e com direito a gol, meu amigo merecia demais.

O jogo continuou sem mais gols, mas eu assistia no automático, não conseguia deixar de pensar nessa história de Pablo Gavi ser apaixonado pela princesa.

...

Após a partida, os jogadores vieram pra casa. Pedri me mandou mensagem falando que viria pra cá após tomar banho e comer alguma coisa.

Ajudei Taia a preparar o jantar e continuava pensando na fofoca que ela tinha me contado. Queria lhe perguntar sobre isso, se ela sabia de mais alguma coisa, mas se eu fizesse isso, Natália ia dizer que eu estava muito interessada no assunto e já começaria com aquela história de ter algo a mais nas nossas desavenças. Melhor deixar quieto e perguntar ao Pedri quando ele chegar.

Raphinha chegou alguns minutos depois e abraçamos ele parabenizando pela vitória e mais três pontos na La Liga.

Rapha comentou sobre a situação da lesão de Dembélé. Segundo os médicos do clube, não era nada bom e ele poderia passar algumas semanas sem jogar, isso era preocupante.

Provavelmente a posição que Dembélé joga viria para Rapha, mas ele também não está em uma fase excelente no time, além de ser muito cobrado pela torcida e pelo técnico. Essa pode ser a chance dele de mostrar que pode ser sim um jogador a altura do Barcelona, mas para isso, precisa de confiança em si próprio.

Fiquei no meu quarto esperando pelo Pedri, pedi para ele passar em um restaurante japonês e trazer Yakisoba para mim, estava com vontade de comer. Coloquei um episódio de NCIS pra assistir, mas já estava quase dormindo quando bateram na porta e logo depois ela foi aberta.
— Pode ir acordando. — ouvi a voz de Pedri e abri os olhos o encarando. — A gente vai assistir Teen Wolf.

Ele já foi logo se sentando na cama e me entregando a sacola com a comida, o cheiro estava maravilhoso. Bocejei me espreguiçando e sentando também enquanto ele colocava o filme.
— Antes de começar, eu queria te perguntar uma coisa. — falei pegando meu celular e ele me olhou.
— O que?

Coloquei no link que Dani tinha mandado e mostrei a ele. Eu tinha pesquisado um pouco sobre isso mais cedo e tinha encontrado outras matérias semelhantes.

Pedri pegou meu celular, seus olhos fixos na tela.
— Isso é verdade? — perguntei e ele me encarou.
— Não Babi, nunca concordei com esse tipo de coisa e jamais participaria de algo assim.
— Foi isso que pensei.
— Essa história já me perturbou demais, achei que já tinham esquecido. Como isso chegou até você?

Pensei em inventar uma história e não mencionar minha amiga, mas acho que era melhor a verdade.
— Foi a Dani.

Pedri fez uma expressão confusa.
— Ela tava pesquisando sobre você e achou isso.
— E por que ela tá pesquisando sobre mim?
— Porque eu contei a ela que vocês dois serão padrinhos do meu filho e ela quer saber mais sobre você.

Pedri abriu um sorriso e acabei rindo também.
— Então ela tá xeretando a minha vida?

Rolei os olhos enquanto pegava meu Yakisoba de dentro da sacola.
— Isso não exatamente xeretar. — tentei argumentar, mas ele me encarou arqueando uma sobrancelha. — Tá, isso é xeretar, grande coisa.

Pedri gargalhou com vontade e provei a comida que estava uma delícia.
— Avisa pra sua amiga que eu não sou nenhum bandido e nem tenho um passado obscuro pra esconder.

Dessa vez eu olhei pra ele arqueando uma sobrancelha.
— Ou eu mesmo posso falar pra ela. — ele empurrou meu ombro e quase derrubei a colher cheia em cima da minha cama.
— Sai caralho! — gritei e demos risada. — Não precisa ficar com raiva dela, Dani não fez por mal.
— Não falei que ela fez por mal, só tô explicando que não tenho nada a esconder. Mudando de assunto, que dia você vai lá em casa?

Olhei para Pedri enquantocomia mais uma porção.
— Na sua casa? Com o Gavi lá? Acho que não.

Pedri rolou os olhos.
— Você não precisa falar com o Gavi, ele fica a maior parte do tempo no quarto dele, jogando ou assistindo.

Ouvir aquela informação fez eu me lembrar do que Taia havia me dito.
— Tá, vamos marcar um dia. Agora me fala sobre outra coisa, a Taia comentou mais cedo sobre uma fofoca de o Gavi ter um romance com a princesa Leonor, é verdade isso?

Pedri caiu na gargalhada deitando de costas na minha cama.
— Hein caralho, para de rir. É sério isso?
— Claro que não né Babi. — ele disse ainda rindo e eu não conseguia explicar por que me sentia aliviada ouvindo aquilo. — Ela e a irmã gostam de futebol, só isso. São fãs do Gavi, gostam do futebol dele, nada mais que isso. Até porque se fosse pra rolar algo, meu amigo teria que desistir do futebol para seguir uma vida cheia de protocolos na realeza. Você imagina Pablo Gavi fazendo isso? — Pedri questionou me encarando e balancei a cabeça em negação.
— Não mesmo.
— Pois é. Ele não conhece a princesa Leonor e não faz questão nenhuma de conhecer.

Pedri deu play no filme e encarei a TV enquanto os créditos iniciais começavam. Eu continuava sentindo aquela sensação de alívio inexplicável.

...

O domingo amanheceu com um lindo sol brilhando, mas ainda assim fazia frio. Não vejo a hora do verão chegar em Barcelona.

Iríamos almoçar todos no clube e passar a tarde lá.

Tomamos café e ficamos de bobeira conversando a beira da piscina até dar a hora de tomar banho e se arrumar.

Eu ainda estava com um pouco de sono. Pedri foi embora bem tarde, após o filme ainda assistimos ao primeiro episódio de Wolf Pack, nova série derivada de Teen Wolf.

Saí do banheiro de roupão e uma toalha enrolada em meus cabelos. Passei hidratante deixando minha pele macia e cheirosa e fui escolher o que vestir. Queria usar o vestido vermelho, mas ainda tava frio pra isso. Escolhi uma calça jeans marrom de cintura alta, cropped branco de mangas longas e uma jaqueta preta forrada bem quentinha, nos pés botas pretas de cano curto e salto.

Minhas roupas estavam começando a ficar apertadas nos quadris e nos seios, vou ter que começar a fazer umas comprinhas.

Sequei meu cabelo com o secador deixando-o sedoso e brilhante e fiz uma maquiagem bem leve.

Peguei minha bolsa e o presente que tinha comprado para Leonor, e desci.

Taia e Raphinha ainda não tinham descido e aproveitei para tirar algumas fotos e postá-las em meu instagram e no status. Até Thor saiu em algumas fotos.
— Já tá pronta?

Virei ao ouvir a voz de Taia e ela vinha descendo a escada. Estava linda como sempre.
— Já sim, tava brincando com o Thor.
— O Rapha também já está descendo. — ela disse colocando a bolsa e a caixa com o presente em cima do sofá, e indo até a cozinha. O cachorro foi atrás dela.

Meu celular vibrou no meu bolso, era uma mensagem do Pedri. Ele me elogiava como sempre e me perguntou se já tínhamos saído, ele havia ido buscar o irmão. 

Agradeci seus elogios e respondi que já estamos saindo. 

Pedri mandou um joinha e fiz a mesma coisa. Rapha desceu minutos depois e saímos de casa.

O clube onde seria a festa não era longe e o trânsito estava tranquilo, não demorou muito para chegarmos lá.

...

Não tinham muitas crianças na festa, somente os filhos dos jogadores. Leonor fez amizade com as filhas de Robert Lewandowski e mais algumas outras, elas estavam se esbaldando nos brinquedos.
— Vai ficar aí sentada a tarde toda? — Sira perguntou sentando na cadeira de frente pra mim e sorri para ela bloqueando a tela do celular.
— Você não quer que eu vá brincar no pula-pula né? — perguntei debochada e ela sorriu.
— Eu tô me segurando pra não entrar lá.

Demos risada juntas.
— Meu irmão disse que você é muito gata. — Sira comentou e olhei pra ela.

Eu e Pacho Martínez fomos apresentados assim que cheguei e ele foi muito simpático comigo.
— Mas eu disse que você não está interessada em ninguém agora.
— Obrigada por isso.

Meu olhar foi até a entrada onde Pedri, o irmão dele e Pablo Gavi acabavam de chegar.

Para a minha surpresa, Leonor e as filhas de Lewandowski correram até o marrentinho que pegou a aniversariante no colo e lhe deu um abraço e um beijo na bochecha antes de entregar o presente que havia trazido.

Sira deu risada da minha expressão surpresa ainda vendo as meninas interagindo com o garoto.
— Aquilo é sério? — perguntei apontando e a espanhola assentiu balançando a cabeça em confirmação.
— Muito sério. Gavi adora crianças e se dá muito bem com elas. Segundo o próprio, um dos seus maiores sonhos, além de ser tornar o melhor no que faz, é ser pai.

Eu não poderia estar mais chocada, nunca imaginei isso.
— Sempre quando a Leonor e os pais dela vem pra cá, o Ferran fica com ela e nós sempre estamos todos juntos. Ela adora jogar futebol com o Gavi.

Parece que o marrentinho tem um outro lado que eu não fazia ideia de que existia, nem sequer imaginava.



Pedri foi buscar o irmão Fernando para a festinha da Leonor e eu resolvi ir com ele, estava com preguiça de dirigir.
— O sorteio sai amanhã. — ele comentou e desviei minha atenção do celular.

Estávamos falando sobre o sorteio para as semifinais da Copa do Rei que seria amanhã.
— Quem cê acha que a gente vai pegar? — Pedri perguntou e dei de ombros.
— Não sei, mas eu gostaria de enfrentar o Real na final, seria mais emocionante.
— Verdade.

Chegou uma mensagem no meu whatsapp e fui olhar, era Ferran.
— Aí, Ferran tá mandando mensagem perguntando se a gente não vai. Ele tá dizendo que todo mundo já tá lá. — falei rindo e Pedri também deu risada.
— Manda o Ferran ir procurar o que fazer, daqui a pouco a gente chega lá.

Fernando já estava esperando pela gente em frente ao prédio e Pedri estacionou rapidamente para que ele entrasse. O carro de Fernando estava na revisão e só seria entregue amanhã, por isso viemos buscá-lo.

Os dois engataram em um papo animado, onde Fernando contava coisas da faculdade para o irmão e eu fiquei na minha, apenas respondia se me perguntassem algo.

Era certeza que a Babi estaria lá e eu me sentia um pouco nervoso por revê-la depois de uma semana.

As coisas não terminaram muito bem entre a gente na festa da Sira, eu acabei perdendo a cabeça e falei coisas que não devia. Ela não deixou por menos e revidou.

Essa garota tá mexendo comigo mais do que qualquer outra coisa, tá tirando meu sono e eu nem sei por quê. Se fosse outra pessoa e não quisesse aceitar meu pedido de desculpas, que se dane, mas com ela eu não consigo ignorar. Eu quero que ela me perdoe, de verdade, que possamos ficar confortáveis um na presença do outro, mas não sei como fazer isso.

Eu abri o jogo com Pedri e contei que tínhamos nos estranhado de novo, ele apenas deu risada e falou que não ia se meter. Que a gente parecia duas crianças teimosas, isso não estava muito longe de ser verdade. Eu aproveitei e lhe perguntei sobre o que ele tinha falado de eu estar olhando a Babi de um jeito diferente, mas ele disse que não era nada de importante e mudou de assunto. Eu sabia que tinha algo sim, mas não quis insistir.

Pedri perguntou algo e eu apenas respondi que sim, nem tinha ideia do que eles tavam falando.

Chegamos ao clube e desci junto com Pedri e Fernando.

As pessoas estavam espalhadas pelo ambiente e sorri ao ver Leonor, e Klara e Laura, filhas de Lewa, correrem até mim.
— Oi tio Gavi. — Leonor disse quando eu a peguei no colo e me derreti com ela.
— Oi princesa, feliz aniversário.

Dei um beijo na bochecha dela e lhe entreguei o presente que havia comprado.

Eu era louco por crianças e desejava muito ser pai, não agora porque está cedo, mas também se acontecesse, jamais rejeitaria, muito pelo contrário.

Falei também com Klara e Laura e elas se afastaram correndo de novo indo brincar.

Avistei Babi sentada junto com Sira em uma mesa com guarda-sol e fui cumprimentar as pessoas. Pedri levou o irmão até lá e o apresentou à garota que sorriu para ele e o abraçou. Não demorou muito para que Ferran, Ansu, Araújo e Alonso se juntassem a eles em um papo animado.

Minha irmã e o namorado ainda não tinham chegado, Aurora gostava de chegar atrasada. Quero nem ver no dia que ela se casar.

Me aproximei do grupinho e observei enquanto Babi sorria para os meus amigos. Ela ficava linda sorrindo.

Então seus olhos focaram nos meus por um instante. Foram meros segundos, mas foi o suficiente para fazer meu coração disparar no peito de um jeito que eu nunca tinha sentido antes.

...

O pessoal conversava e se divertia, as crianças continuavam brincando com a energia a mil. Sentei em uma mesa junto com Ansu, Araújo, Eric e Balde, mas estava sempre atento aos movimentos da garota que tirava minha paz.

Eu queria muito conversar com ela, lhe pedir desculpas mais uma vez com toda a minha sinceridade. Eu conseguiria isso, custasse o que custasse.

Começaram os preparativos para cantar parabéns e cortar o bolo e percebi Babi se afastar indo em direção a piscina com o celular na mão. Aquela era a minha chance.

Levantei olhando para os outros, principalmente Raphinha que conversava entretido com de Jong e Stegen.

Fui atrás dela e me aproximei com calma. Babi estava de costas e parecia mandar um áudio para alguém. Ela terminou sorrindo e se virou, sua expressão se fechando ao me ver.
— A festa é pra lá. — ela disse apontando para onde a galera tava e dei de ombros colocando as mãos nos bolsos frontais da minha calça.
— Eu sei.
— O que você quer Gavi? Eu não tô a fim de discutir.
— Eu também não, não quero mais discutir e nem brigar com você. — falei sincero e ela soltou um suspiro impaciente.
— Ótimo, que bom que a gente concorda.

Babi tentou passar por mim, mas eu segurei seu braço.
— Vamos conversar de boa, eu realmente quero me desculpar com você.

Babi fez menção de puxar o braço e eu soltei. Ela rolou os olhos impaciente.
— Vem cá, seu ego é tão grande assim? Não consegue ouvir um não?

Eu aqui querendo me desculpar e a garota continua com as armas apontadas pra mim.
— Da pra você parar com essa arrogância e conversar de boa comigo? — pedi calmo e tranquilo, por mais que ela grite ou me ofenda, eu não vou mais levantar a voz pra ela.

Percebi que ela estava nervosa pelo modo como tirou os cabelos do rosto.
— Não Gavi, não dá. Entende e aceita isso.
— Eu sei que eu errei, fui grosso com você, não se deve falar assim com ninguém. Ainda mais com alguém como você.

Ela me encarou e senti meu coração disparar em meu peito.
— Alguém como eu? — ela apontou para si mesma. — O que quer dizer com isso Pablo Gavi?
— Não seja irônica, eu tô sendo sincero.

Babi soltou uma risadinha e deu alguns passos se aproximando e cruzando os braços na altura do peito, enquanto me encarava olho no olho. O cheiro do seu perfume me atingindo em cheio.
— Já sei qual é o seu problema Gavi. — ela disse baixinho atraindo minha atenção até os seus lábios rosados.
— E qual é? — perguntei de volta no mesmo tom de voz me perguntando que gosto teria o seu beijo.

Babi sorriu colocando as mãos em meus ombros e aquele simples contato me deixou arrepiado de uma forma surreal. O que porra essa garota faz comigo?!
— Você não consegue aceitar que exista uma mulher que não esteja correndo atrás de você. - a filha da puta sussurrou palavra por palavra sem deixar de me olhar e me vi perdido em seus lindos olhos cor de mel.

Eu esqueci completamente a linha do raciocínio olhando pra ela e sabia que a beijaria se continuássemos próximos assim. Que se fodam as consequências! Eu me sentia atraído por ela e não adiantaria negar isso.

Finalmente entendi que esse era o motivo de toda a minha inquietação, eu queria me aproximar dela, saber mais sobre ela, mas ela sempre se afastava e não aceitava minhas desculpas. Era carinhosa e gentil com todos, exceto comigo e aquilo me corroía por dentro.

Babi tentou se afastar e segurei seu braço impedindo. Ela me encarou furiosa, mas não me deixei intimidar.
— Ou você me solta agora e me esquece garoto, ou eu faço um escândalo!

Eu sabia que ela cumpriria aquela ameaça e antes que eu falasse alguma coisa, Babi puxou o braço tentando se soltar e tudo que aconteceu a seguir foi muito rápido para que eu tentasse impedir. A única coisa que registrei foi ela se desequilibrando ao tentar se soltar e seu grito assustado ao cairmos os dois na água gelada da piscina.

A água estava praticamente congelada e me movimentei pra cima procurando desesperadamente por ar. A cabeça morena da garota apareceu ao mesmo tempo que eu também cheguei à superfície.

Uma olhada rápida e vi todo mundo correndo pra cá, principalmente Raphinha que parecia furioso e me preparei pra tomar pelo menos um soco.

Nadei até a garota que tremia dentro da água e ela me olhou, seus lábios estavam roxos devido a temperatura extremamente baixa.
— Tudo... bem... — tentei perguntar enquanto tremia de frio e ela balançou a cabeça, mas estávamos ambos com frio e confusos demais pra entender alguma coisa.
— EU VOU TE MATAR GAVI! DESSA VEZ PELO MENOS UMA SURRA EU VOU TE DAR SEU CUZÃO! —Raphinha gritava irado enquanto a esposa pedia para ele ter calma.
— Saiam dessa água agora! — Anna, a esposa de Lewandowski mandou segurando toalhas junto com alguns funcionários do clube.

Babi estava em choque pelo susto e nadei até a borda levando ela comigo.
— Sai de perto dela Gavi! — Raphinha esbravejou fazendo menção de entrar na piscina, mas Natália e de Jong não deixaram.
— Para Raphael, já chega! Olha o estado da Babi.

Aurora também pegou uma toalha e ajudei Babi a subir na borda piscina, Anna e Sira a enrolaram em várias toalhas. Dei impulso subindo também enquanto meu queixo batia de frio e Raphael continuava gritando querendo avançar em mim, mas os caras não deixaram.
— O que aconteceu?! O que você fez Gavi? — Aurora perguntou preocupada e me enrolei nas toalhas encarando Babi que tinha os olhos marejados.
— O que fez você Gavi? — Pedri repetiu a pergunta da minha irmã e me senti julgado por todos eles. Dificilmente alguém acreditaria em mim.

Pensei em abrir a boca, mas antes que eu fizesse algo, Babi murmurou algo e Sira olhou pra ela.
— Gente cala a boca! A Babi tá tentando falar! — ela pediu e todos os olhares se voltaram para a garota molhada e enrolada em várias toalhas, assim como eu.
— Não... não... foi... foi... ele...
— O que foi meu bem? — Anna perguntou gentilmente e Babi me encarou. O medo e o choque que vi dentro daquele olhar me atingiram em cheio e por mais que eu não tivesse de fato a jogado dentro da piscina, eu me senti culpado.
— Não foi o Gavi... — Babi conseguiu falar deixando todos surpresos, inclusive o irmão e Pedri me encarou. — Eu me desequilibrei... e puxei ele comigo...

Raphael ficou sem graça e desviei meu olhar.
— Gente é melhor tirar os dois desse frio. — Anna disse levantando e todo mundo pareceu acordar. — Eles precisam se aquecer e trocar de roupa.

Sira e Natália levaram Babi e meu olhar focou nela até que sumisse dentro do clube.
— Você também precisa de um banho quente e trocar de roupa. — Aurora disse e olhei pra ela. — Vamos, a gente te leva.

Falei com Ferran que me garantiu que estava tudo bem e fui embora junto com Aurora e Javi.

Vim o caminho todo em silêncio, encolhido e enrolado em várias toalhas no banco de trás do carro. Não conseguia deixar de pensar no que tinha acontecido e na expressão assustada da Babi, aquilo mexeu demais comigo.

Fui direto tomar banho quando cheguei e colocar uma roupa quente. Quando saí do banheiro, Aurora estava sentada confortavelmente na minha cama e me chamou com a mão antes de me entregar uma xícara de chocolate quente. Agradeci pegando a xícara e dei um gole, estava muito bom. Minha irmã fazia um chocolate quente como ninguém.
— Eu respeitei seu tempo maninho, foi um susto pra vocês, mas agora eu quero saber. O que aconteceu? — Aurora perguntou quando me sentei ao seu lado.
— Cadê o Javi?
— Foi pra casa, eu vou ficar um pouco aqui com você. Agora me conta.

Dei risada balançando a cabeça e tomei mais um gole no chocolate quente antes de responder.
— Eu fui conversar com ela, me desculpar. Já tinha tentado fazer isso na festa da Sira, mas não deu muito certo.

Minha irmã ficou surpresa.
— Você pediu desculpas a ela na festa?
— Sim, mas ela não aceitou e foi debochada, eu acabei falando uma bobagem também e me arrependi. Então hoje eu fui decidido a tentar de novo e tirar essa má impressão que ela com certeza tem de mim.
— E por que é tão importante mudar a opinião da Babi a seu respeito? — Aurora perguntou sorrindo de canto e eu desviei o olhar tomando minha bebida. — Você tá a fim dela, não é? 
— Não Aurora, eu não tô.
— Tá sim, e nem adianta negar. Eu te conheço Pablito, sou sua irmã mais velha, esqueceu?

Olhei pra ela que tinha um sorriso enorme no rosto, destacando o batom vermelho.
— Ela é amiga do Pedri e você sabe que somos todos amigos, e estamos sempre juntos. Eu só não quero um clima ruim entre a gente. — tentei explicar e disfarçar, mesmo sabendo que não daria certo.
— Humhum, fingi que me engana e eu finjo que acredito maninho. Eu sabia que esse dia ia chegar, meu irmão todo derretido por alguém.

Encarei ela arqueando uma sobrancelha e pensando na possibilidade de chutá-la da minha cama. Porém, antes que eu fizesse isso, bateram na porta e Pedri apareceu no nosso campo de visão.
— Cê sabe como ela tá? — perguntei em um impulso e Aurora sorriu presunçosa. Agora é que ela vai me encher mesmo com esse assunto.
— Tô esperando ela me responder. — Pedri respondeu entrando e se sentando na poltrona preta que ficava ao lado da porta. — O que aconteceu antes de vocês caírem na piscina Gavi?
— O que ela disse? — eu tava pisando em campo minado, então era melhor me preparar primeiro.
— Nada. Depois de ter dito que você não tinha culpa lá no clube, ela ficou quieta. Mandei mensagem enquanto ia levar meu irmão na casa dele, mas ela não respondeu. Então, o que aconteceu?
— Eu fui tentar me desculpar com ela, de novo.
— Eu falei pra você não insistir Gavira, caralho! Falei pra você deixar isso quieto se ela não quisesse conversar contigo.

Eu não entendia aquela preocupação exagerada dele.
— Não aconteceu nada cara, a gente se desequilibrou e caiu. Tudo bem que a água tava gelada pra cacete, mas ninguém se machucou.
— Mas podia né, podia ter dado merda.

Encarei Pedri sem entender, assim como minha irmã que também não entendia nada.
— Eu vou tentar falar com ela de novo e para de insistir nisso, é sério. — ele disse antes de sair do meu quarto e Aurora me encarou.
— Eu tô perdida. O que tá rolando?
— Na real nem eu sei mana. Ele e a Babi são bem próximos, unha e carne mesmo. Galera do time acha que eles têm alguma coisa, mas ele me disse que é só amizade. Porém, ela quer que todos pensem que eles estão sim juntos.
— Que estranho.
— Bota estranho nisso. E eu sei que tem algo a mais aí, Sira e Ferran sabem o que é. Já perguntei, mas ele desconversou.
— Se ele é bem próximo dela como você tá falando, não vai te contar. Já perguntou ao Ferran?
— Ele não vai contar, principalmente se estiver envolvendo a namorada.
— Verdade. — Aurora levou o dedo indicador ao queixo fazendo uma expressão pensativa e terminei de tomar minha bebida. — E como você vai fazer para se aproximar dela e conquistá-la?

Quase cuspi o chocolate que estava na minha boca e levantei da cama.
— Não viaja Aurora. — falei irritado abrindo a porta e ela veio atrás de mim quando saí do quarto.
— Por que não? Eu super shippo vocês dois, combinam.

Parei no meio da escada e olhei pra ela, tentando intimidá-la, mas não deu muito certo. Nada nessa vida intimidava minha irmã.
— Não tá na hora de você ir embora não?
— É assim que você me agradece seu ingrato?

Voltei a descer a escada e ela veio fazendo drama atrás de mim.
— Eu vim ficar com o meu único irmão depois de ele quase ter se afogado.
— Aurora a piscina não era funda e eu sei nadar. O único problema era a água gelada.
— Ingrato. — ela murmurou antes de pegar o telefone no bolso de trás da calça.

Falando em telefone, vou precisar comprar outro porque o meu molhou quando caí na água. Se bem que eu realmente estava precisando de um celular novo, aquele já estava pedindo arrego, todo arrebentado.
— Chamei um Uber.
— Não precisa, eu te levo.
— Pra você jogar na minha cara depois? Não, obrigada.

Dai-me paciência com essa criatura. Pensei comigo mesmo ao vê-la saindo da cozinha.

Cinco minutos depois o Uber de Aurora chegou e levei ela até a porta que brincou mais uma vez dizendo que ia adorar ter a Babi como cunhada e eu bati a porta em sua cara.

Enquanto subia a escada, sorri ao me lembrar do cheiro maravilhoso do seu perfume e da tentação que era ter sua boca perto de mim.

Fui até o quarto de Pedri e bati na porta. Ele gritou que podia entrar e abri vendo-o deitado na cama assistindo algo na TV.
— Aurora já foi? — perguntou me olhando e assenti entrando e me jogando em um puf redondo que ele tinha no quarto.
— Já sim.

Pedri pausou o que estava assistindo e me olhou.
— Cê sabe que todo mundo ficou achando que você tinha empurrado a Babu hoje né?
— Sei, inclusive você. Eu não faria isso, podia ter machucado ela.
— Podia sim e você nem faz ideia do quanto.

Aquela frase me acendeu um alerta, mas não ia adiantar perguntar, ele não ia falar nada.
— Posso ser estressado e nervosinho em campo, mas você é meu melhor amigo e me conhece muito bem. Deveria saber que eu jamais machucaria uma mulher.
— Sei disso, te peço desculpas por ter pensado o contrário. É que foi tudo muito rápido.

O celular dele vibrou em cima da cama e Pedri o pegou rapidamente. Ao ler a mensagem que havia chegado, sua expressão foi de puro alívio.
— É a Babi, ela disse que tá tudo bem.
— Que bom. — murmurei pensativo.

Nós dois caímos na água, a piscina não era funda, mas também não era rasa para que batêssemos no fundo. Também não bebemos água, não tinha por que essa preocupação excessiva, ou tinha?

Tava mais que óbvio que essa garota escondia alguma coisa e meu amigo sabia desse segredo e se preocupava demais com ela.
— Amanhã eu vou falar com o Raphinha. — falei atraindo sua atenção.
— Pra que?
— Vou conversar com ele numa boa e perguntar se posso ir até a sua casa conversar com a Babi, pôr uma pedra em cima desse assunto.

Observei atentamente a reação do meu amigo.
— Gavi eu não sei se...
— Relaxa cara, eu só quero conversar com ela. E por favor, não conta nada, tô te pedindo como seu amigo. Eu sei que você gosta dela, é sua amiga, mas me deixa resolver isso.
— Tudo bem. — Pedri assentiu. — Mas vai devagar.
— Por que toda essa preocupação com ela?

Pedri soltou um suspiro cansado.
— Por que a Babi precisa se manter intocável fingindo ter algo com você?
— Cara, não me faz perguntas que eu não posso te responder.

Assenti em silêncio levantando ainda olhando pra ele.
— Beleza, não vou perguntar mais nada. — falei antes de sair e fechar a porta.

Eu vou direto à fonte. Agora mais do que nunca eu vou me aproximar da Babi e descobrir o que ela tanto esconde.

Me joguei na minha cama e pesquisei novamente o seu perfil no instagram, como eu já tinha feito tantas vezes essa semana. O perfil dela era aberto a todos e eu não me cansava de olhar suas fotos. Dei zoom em uma foto que destacava bastante seus olhos e fiquei admirando. Tinha alguma coisa neles que me fascinava, um quê de mistério.

Se eu tivesse percebido isso na primeira vez que a gente se encontrou ao invés de gritar com ela, as coisas hoje poderiam ser diferentes. Eu tive a oportunidade perfeita e não soube aproveitar. Eu a conheci primeiro que todos eles e fui um idiota.

Joguei o celular pra lá e virei de bruços abraçando meu travesseiro. Aurora tinha toda a razão em dizer que a garota mistério mexe comigo, essa fixação nela não é somente porque ela não quis aceitar minhas desculpas, é mais profundo do que isso.

Nenhuma outra garota chamou minha atenção dessa forma. Talvez a própria Babi tenha razão ao dizer que eu não consigo aceitar o fato de que ela não está nem aí pra mim, vai saber. A única coisa que sei nesse momento é que quero me aproximar dela, não somente para descobrir o que ela esconde, mas porque a senhorita petulante bagunça minha mente me deixando feito um idiota incapaz de pensar quanto estou perto dela.

...

Cheguei no treino bem cedo, fui um dos primeiros. Deixei Pedri e Ferran ainda em casa com a desculpa de que precisava abastecer.

Sentia os olhares de quem já estava lá em mim, por conta do ocorrido ontem, mas não liguei. Guardei minhas coisas e troquei de roupa. Sentei em um dos bancos e fiquei esperando Raphinha chegar.

O brasileiro chegou minutos depois junto com Araújo e levantei criando coragem pra ir falar com ele, sentindo todos me olhando.
— Rapha será que a gente pode conversar? — perguntei um pouco nervoso e ele me olhou com uma expressão não muito boa.
— Sobre?
— Pode não ser aqui? — indiquei os curiosos ao nosso redor e ele assentiu deixando a mochila em cima do banco e saímos para fora do vestiário indo até um canto afastado.
— Saiba que eu só não soquei a sua cara ontem porque minha irmã me garantiu que você não tinha empurrado ela e sim que foi um acidente.
— Eu sei disso.
— Bom, agora fala o que você quer.
— Eu vou ser sincero, mesmo correndo o risco de você querer me socar de novo.

Raphinha arqueou uma sobrancelha e inspirei fundo.
— Eu fui atrás dela ontem porque queria pedir desculpas por ter sido um idiota. A gente se desentendeu e acabamos caindo na piscina, foi isso que aconteceu.
— Ela não disse que você tinha ido pedir desculpas. — Raphinha comentou e tentei não ficar alegre com aquilo. Podia estar errado, mas acho que isso era um ponto a meu favor.
— E essa não é a primeira vez que eu tento conversar com ela.
— Como assim?
— Na festa da Sira eu fui tentar me desculpar e ela me deixou falando sozinho, o que eu não estou reclamando, só tô explicando as coisas pra você.
— Eu entendi. — Raphinha assentiu.
— Eu errei por ter gritado e destratado ela. Não estava legal no dia, tava nervoso, joguei mal, tava com problemas pessoais, mas isso não justifica e eu tô arrependido.

Raphinha passou a mão no pescoço em um gesto desconfortável.
— Vou ser sincero Gavi, eu gosto de você pra caralho, tu é um moleque bacana. Eu fiquei decepcionado quando você fez aquilo com a Babi.

Só faltei suspirar de alívio, estava dando tudo certo.
— Eu tô decepcionado comigo mesmo.
— Eu acredito em você e por mim tá tudo bem, agora quanto a Babi, eu já não sei.
— Então, eu gostaria de te pedir algo.
— O que?
— Queria ir até a sua casa depois do treino conversar com ela, resolver tudo isso.
— Tem certeza?
— Absoluta. — respondi convicto. — Eu quero fazer isso.
— Beleza, se você quiser mesmo, saindo daqui a gente vai pra lá.
— Valeu Rapha.
— De boa cara, dá pra ver que você realmente tá arrependido. Todo mundo tem dias ruins, mas não faça isso de novo, talvez o próximo não seja tão compreensivo.
— Pode deixar, lição aprendida com sucesso.

Demos risada e trocamos um abraço rápido. Os curiosos estavam na porta do vestiário de olho em tudo, até que o treinador chegou e acabou com a diversão deles.

Raphinha foi trocar de roupa e encontrei com Pedri que sorriu e fizemos um toque. Aproveitei os últimos minutos antes do treino e mandei mensagem a Sira para concluir mais uma parte do meu plano. Perguntei se ela sabia quais eram as flores favoritas da Babi, caso não soubesse se conseguia descobrir pra mim.

Mal podia esperar pela sua reação ao me ver chegando na sua casa acompanhado do seu irmão e levando um buquê das suas flores favoritas.

· · • • • ✤ • • • · ·

Espero que tenham gostado 😘


Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro