Encontro Inesperado
— Miki Kawai? — eu pergunto para balconista, paralisado com um copo de café nas mãos.
Não era possível! Ou eu estava enlouquecendo, ou aquela mulher era idêntica aos traços da Kawai. Olhos verdes, quase castanhos, cabelos loiros bem claros e pele de tonalidade bem branca. Ela só não usava mais trancinhas ao lado do rosto e óculos, como eu estava acostumado a ver na escola.
— Ishida Shoya? — ela pergunta, mas não parece tão surpresa quanto eu estava ao vê-la assim, tão do nada.
— Você me reconheceu? — o susto foi maior ainda, me fez dar um passo pra trás.
— Você está a mesma coisa, apenas cresceu. — Sorriu bem fraco, quase não dando para ver.
— Obrigado... eu acho. — Coço a nuca e deixa o café sob o balcão para me aproximar dela e conversar. — Podemos conversar? — pergunto, soltando um longo suspiro, pois sabia que seria algo difícil e demorado.
— Bom... — Olha para os lados e vê que não havia nenhum cliente. — Podemos... — O olha, se debruçando em sua frente.
Em menos de um minuto, eu me esquecera que tinha de trabalhar, por tantas preocupações em sua cabeça. E Kawai também!
Bom, não importava! Aquilo era bem mais importante que qualquer trabalho estúpido, em que eu apenas fugiria de sua realidade pesada demais, mas, agora, era hora de encará-la e resolver aquilo de uma vez por todas!
— Você tem notícias de Nishimiya... Shoko? — pergunto, sentindo minha voz falhar ao pronunciar seu nome.
— Nishimiya? — a loira olhou no fundo de meus olhos, me fazendo estremecer um pouco. — Ishida, Nishimiya está morta. — disse, como se fosse algo que eu já deveria ter digerido, mas, dentro de mim, acabara de abrir um buraco incurável.
— M-morta...? — minha boca vacilou em repetir aquilo.
— Sim, ela pulou de um prédio durante um evento... — Franze o cenho, não entendendo minha reação. Na verdade, eu também não entendia, mas só de imaginar que aquilo tudo era culpa minha, por ter feito de sua vida um inferno, me quebrava em pedaços pequenos e que jamais se juntariam de novo, enquanto eu não pudesse ver que ela estava bem.
— M-me desculpe, e-eu... — Engoli em seco, ajeitando minha gravata enquanto eu só queria enxugar o suor em minhas mãos trêmulas. — C-com licença. — Me retirei assim que encontrei o banheiro masculino daquela cafeteria e me tranquei lá, sem chances de sair dali e encarar o mundo lá fora sabendo quem eu sou. Um babaca.
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