02.02 - "GAROU, O MONTRO."
HIME OLHOU PARA OS que estavam de intrusos em sua morada, pensando se sua casa havia virado um hotel.
── eu pensei que vocês poderiam saber de alguma coisa, não acredito que alguém gentil como ele possa fazer uma coisa dessas. -disse apertando seu joelho, Hime sentiu as vozes sussurrarem algo em seu ouvido e ela pareceu pensar, fechou os olhos sentindo seu estômago embrulhar, confusa com o misto de sensações ela balançou a cabeça.
── ai, quando terminar de fofocar, volta pro jogo. -pediu King enquanto jogava video game. ── isso deve ter alguma coisa haver com o Garou. -disse Genos fazendo Charanko arregalar os olhos.
── você ainda não soube? Garou foi considerado extremamente perigoso e é procurado pela associação dos heróis, o Bang disse que ia cuidar dele sozinho. -de novo Hime sentiu o embrulho no estômago, e uma dor de cabeça latejante, ela fechou e abriu os olhos com força. ── o mestre Bang?
── aconteceu um incidente na associação, eles estão tentando abafar isso a todo custo, se houver uma luta vai machucar muitos civis inocentes, vai ver que é por isso que ele fez isso com você. -ele concluiu, Charanko de olhos arregalados parecia pensar em algo, as vozes sussurravam os pensamentos em seu ouvido, ela sentiu dó do garoto.
── olha pra ser bem sincero eu não era muito chegado naquele coroa. -Himeko riu ao ouvir seus pensamentos. ── por isso não gosto que me chamem de careca. Fala 'ae cabeleira. -Himeko sentiu seus olhos lacrimejarem por tentar segurar a risada. ── boa sorte, Charanko. -ela disse sem fôlego, com suas bochechas vermelhas. ── 'cê tá bem mulher?
[ . . . ]
Himeko sentiu calafrios ecoarem por seu corpo, enquanto as vozes sussurravam em seu ouvido e ela tentava entender o que elas diziam, eram palavras sem nexo, um nome, uma data, os pensamentos das pessoas, um local, palavras sem sentido, ela respirou fundo confusa.
── o quê querem me dizer ham? -ela murmura cansada, mas volta sua atenção ao homem deitado na cama de hospital.
── obrigada, Saitama e Himeko por me visitarem. -ele sorriu. ── opa, posso deixar uma bananinha da Terra aqui? -ele colocou um cacho de bananas na mesa ao lado da cama, pegando uma pra comer, oferecendo pra Himeko que negou.
── come, faz bem pra câimbra. -ele colocou a banana na barriga do herói. ── então o quê, que aconteceu que você virou manchete na revista dos heróis em. -Himeko pergunta indo direto ao ponto. ── ficamos sabendo que um único monstro derrotou uma cambada de heróis, 'cê deu sorte de ter sobrevivido. -completa Saitama. ── um humano que se auto intitula um monstro, ele era forte, muito forte.
── mas quem você acha que é mais forte, o sapo boi ou ele?
── o rei do mar profundo era forte, mas eu não sei, ele tinha alguma coisa diferente.
── ele era um mestre em artes marciais muito habilidoso sem dúvida, Silver Fang criou um monstro terrível, duro na queda. -uma voz interrompe a conversa, vindo da cama ao lado, Saitama puxou a cortina revelando ser outro herói que foi detonado por Garou.
── quem é esse zé maromba que caiu de paraquedas na nossa conversa?
── tá brincando? ele é o herói classe S rank 16 Teng top master. -Himeko olhou para janela que refletia o céu alaranjado e pegou seu celular checando a hora.
[ . . . ]
── e ai pirralho, isso ai que você tá lendo parece muito interessante. -o homem de cabelos brancos se sentou ao lado do garoto no banco de madeira fazendo perguntas sobre os heróis no catálogo que o menino lia.
── esse aqui é o King, herói da classe S, o mais forte de todos, esse aqui é o relâmpago genji herói da classe A, ele fica patrulhando o meu bairro o tempo todo, consegui um autógrafo dele, viu? - o garoto apontou pra assinatura na foto do herói e o outro riu.
── 'cê não dorme no ponto, eu queria um autógrafo dele também, será que você consegue me apresentar pra ele?
── é claro que sim, então o senhor também gosta de heróis?
── esse seu catálogo ai parece bem bacana, será que 'cê não me emprestaria ele por uma semana?
── não mesmo, vai arrumar um pra você. -responde rude, o outro cruza as pernas. ── você é bem chato em, mimado também. Opa, para aí, tem até uma página de monstros ai, gostei de ver.
── o quê? por quê ficou tão empolgado com os monstros, eles são assustadores.
── e qual é o problema nisso? -de cabelos brancos pegou o livro da mão do garoto folheando as páginas do pequeno livro amarelo.
── você tem um gosto estranho, eu em. -ele levantou uma das sombrancelhas encarando o homem com dúvida, logo sua expressão muda ao ver uma cabeleira loira ao longe. ── tia. -ele gritou pra mulher loira que caminhava do outro lado do parque, ela procurou a voz com o olhar, Garou estava concentrado demais com o livro que nem percebeu a presença da mulher.
── pivete. -ela chamou se aproximando, o garoto sorriu. ── e ai? quem é esse?
── ele também gosta de heróis que nem eu. -ele apontou pro livro nas mãos do homem, que levantou a cabeça só percebendo a presença de Himeko naquele instante, ele arregalou os olhos vendo a garota que lhe parecia familiar com seus cabelos loiros que brilhavam e balançavam de leve com o vento daquela tarde, ele sentiu o pé de seu estômago embrulhar e estranhou a sensação, que ao mesmo tempo lhe trouxe uma familiaridade.
── oi. -ela acenou animada, a animação se cessou ao ouvir as vozes incessantes voltarem a assombra-la, ela sentiu um frio na barriga. ── eu conheço você?
── eu devia perguntar a mesma coisa. -ele respondeu confuso. ── vocês já se conheciam?
── eu não... eu não sei. -ela murmura tentando se lembrar engolindo seco. ── qual que é o 'teu nome?
── Himeko. -assim que ela falou o nome dela, pra ele foi como se tudo passasse em câmera lenta, esse nome, esse cabelo, ele sentiu seu estômago embrulhar por completo. ── cadê aquele moço que tá sempre com você tia?
── ah ele? tá cuidando de outros assuntos. -ela sinalizou com as mãos. ── e falando em assuntos eu também tenho os meus pra cuidar. -ela deu uma risada baixa.
── tchauzinho pivete, até algum dia. -ela ia se afastando enquanto acenava pro garoto. ── tchau moço que eu não sei o nome. -ela acenou frenética sorrindo, mas ela parou e só naquele momento percebeu os rasgos na roupa dele e franziu o cenho. Ela já estava indo pra casa, já estava á umas duas ruas de distância do parque, quando o mesmo cara alto de cabelos brancos apareceu em sua frente.
── você de novo? que, que 'cê quer? -ela cruzou os braços e viu ele se aproximar. ── vem cá, seu nome é Himeko mesmo?
── se não fosse eu não tinha falado. -responde rude e ele dá risada. ── Himeko do que? ou vai me dizer que nem sobrenome você tem.
── nossa que piada, meu nome é Himeko Kagame. -ela viu ele arregalar os olhos e ficou confusa, sua confusão se tornou em dor de cabeça com as vozes se intensificando em sua cabeça. ── eu preciso ir. -ela colocou a mão na cabeça e se foi enquanto ele continuava parado.
[ . . . ]
── eu ganhei, ganhei do monstro malvado, o bem venceu o mal outra vez! . -o garoto valentão riu apontando pro garotinho de cabelos brancos que os encarava sem reação sentado no chão enquanto outros aplaudiam. ── não é justo, por quê os monstros sempre perdem?
── por que são monstros né. -um dos garotos que aplaudia respondeu. ── monstros também são seres vivos, a maioria deles também fala, quem disse que eles não podem ganhar? se nós podemos eles também podem. -dentre os que riam, uma garota loira de olhos azuis cristalinos apareceu, o olhar do garoto no chão se iluminou. Ela estendeu a mão com um sorriso no rosto.
── Himeko Kagame, e você?
── Garou. -ele aceitou a mão dela de bom grado e se levantou envergonhado. ── vem comigo. -ela segurou forte a mão dele e o arrastou pra um lugar, era a beira de um lago, o sol já estava se pondo o que deixava o lugar mais bonito. ── 'cê tá bem?
── tô, valeu. -ele abaixou a cabeça. ── não precisa ter vergonha, eu entendo.
── não é vergonha não, é que, eu sempre acabo ficando frustrado com isso, os monstros sempre perdem, eles nem tem chance. -ele põe a mão na cabeça.
── pra mim, não devia existir quem perde e quem ganha, nem quem morre e quem vive e nem nada disso. -ela diz e balança a cabeça. ── mas você tem razão, ia ser tão legal se isso acontecesse. -ela olhou pro céu, o garoto ao seu lado olhou pra loira com os olhos brilhantes sentindo seu coração bater forte dentro do peito, sentindo as bochechas esquentarem.
── ai, vamos ser amigos, Garou? -ela sorriu estendendo a mão para que ele apertasse, mesmo relutante ele o fez.
[ . . . ]
── você não lembra mesmo de mim, loira? -ele sussurrou encarando ela andar de cima de um prédio, o coração batendo forte e rápido em seu peito e uma sensação estranha no pé da barriga. Observando a mulher até ela chegar em casa, Himeko não se lembrava de quase nada de sua infância, talvez por conta dos traumas que seu pai lhe fez passar naquela época fazendo com que seu único mecanismo de defesa fosse esquecer daquela época.
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