Pov Ana

Depois de Malu ter entregue a moldura para Christian, este abraça-me. Foi algo que não estava à espera, queria que os gémeos fossem um pouco mais velhos antes de termos mais algum bebé, mas aconteceu e será tão amado como os nossos quatro tesouros, porque nunca me vou esquecer do nosso anjo Gabriel.

Sei que Christian vai ficar paranoico comigo, que vai ficar perseguindo-me para ficar em casa. MAs enquanto puder ter uma vida normal, vou ter. Não vou abdicar da minha vida, da inha rotina por causa da gravidez. Estou neste momento de 10 semanas e Grenne já me garantiu que tudo corre bem, o bebé está a desenvolver-se bem e o mioma não cresceu mais. De repente sentimos alguém a separar-nos...

- Mamã...- assinto para a minha Princesa que desce da cadeira e direciona-se para perto do quadro que pedi a Greene e a Ross que colocassem perto de nós assim que Christian recebesse o presente...- Sei que todos quelem sabel o que eu e a mamã demos ao papá de plesente pol isso...1,2,3...

Foi uma gritaria quando a nossa família leu o que estava escrito no pequeno quadro de ardosia, recebemos os parabéns de todos...e quando finalmente todos nos tinham cumprimentado a nossa Princesa no alto do seu trono grita...

- Pronto e agora acabou...hoje o dia é dos meus manos...- diz ela com um ar bem parecido a Christian quando os manda fazer alguma coisa que eles não querem, faz uma festa na minha barriga...- ...mamã podemos cantal os Palabens?

- Podemos Princesa...- Christian pega em Ray de novo e cantamos os Parabéns aos nossos principes, assim que todos comeram o bolo, deixámos os meninos irem brincar para o jardim. Os adultos também seguiram para lá, apenas eu e Christian ficámos para trás.

- Quando é que ficaste a saber? Porque não me disseste mais cedo? Estás de quanto tempo? J+a foste à Greene...

- Christian...por favor respira. Estás a fazer tantas perguntas que eu nem sei a qual responder primeiro.

- Desculpa Rainha, mas estou tão feliz. Mas, também estou assustado...o mioma...

- Amor, olha para mim.- e Christian olha para os meus olhos, vejo nos seus o brilho de quem está a ponto de derramar as primeiras lágrimas...- Vai tudo correr bem, o mioma está controlado e não tem crescido. E é claro que a Greene já me viu, tu sabes que tenho consulta com ela de três em três meses...

- Então foi numa delas que tu descobriste? Porque não me contaste?- Christian já nem segura as lágrimas, e acaricia o meu ventre...

- Amor eu só descobri há duas semanas...e queria fazer-te uma surpresa. Como tinhamos a festa dos meninos, achei engraçado fazer a surpresa a todos hoje.

- Então ninguém sabia? Bem para além da Greene...

- Bom, ela a Ross e a tua mãe.- ele olha para mim...- Eu tive que falar com alguém e como a Dona Carla já não está aqui...eu...

- Tudo bem eu percebo. E a Malu, quando é que lhe contaste? Porque aquela para guardar um segredo...o que é que lhe deste em troca?

- Christian, até parece que a nossa filha é...- olho para ele e rimo-nos...- tudo bem, eu prometi que ela escolheria o nome do bebé se fosse menina.

- Estamos feitos. Vai arranjar um nome bem estranho porque com o exemplo que temos com as bonecas...- ele olha para mim e beija-me...- E estás de quanto tempo?

- 10 semanas. Na próxima ecografia se o bebé deixar podemos saber o sexo...e desta vez não vamos esconder...toda a gente vai ficar a saber.

- Ana...é só um certo?- pergunta Christian...a medo...

- Sim...é só um bebé...mais um pedacinho meu e teu.- Christian agarrou a minha cintura e beijámo-nos, esquecemo-nos de tudo, era como se estivéssemos na nossa própria bolha, no nosso mundo e nada mais existisse.

- Mamã...mamã...minha...minha...- ouvimos uma vozinha melosa a chamar-me e a puxar o meu vestido...

- Teddy...este não pode ver te agarrado a alguém. Ciumento...- diz Christian a Teddy que apenas se agarra mais ao meu pescoço.

- Mamã minha...- diz Teddy arrancando-nos uma gargalhada, Teddy era muito parecido comigo mas tinha o feitio ciumento do pai.

A festa continou até de madrugada, e depois das crianças adormecerem ficámos todos reunidos junto da piscina a conversar e acabamos todos por ficar em casa de Grace a dormir. O dia foi cheio de emoções e quando nos deitámos eu e o meu Rei apenas aproveitámos aquele momento e acabamos por adormecer agarradinhos, com ele a acariciar a minha barriga e a falar com o bebé.

Seis meses se passaram, e estava no final do meu oitavo mês de gravidez. Tudo corria bem e o nosso pequeno esta grande e forte. Sim descobrimos que era mais um menino o nosso pequeno Tommy. Quem não gostou muito foi a Malu, ela queria uma mana, porém aos pouco foi aceitando ao perceber que ao ser a única menina lá em casa era a única Princesa.

Kate entretanto já tinha tido o príncipe Evan, que nasceu prematuro de sete meses e meio. Foi um susto enorme nesse dia. Kate foi buscar Ella e Eva à escola como fazia todos os dias, e um condutor embriagado não respeitando a sinalização embateu no carro de Kate. Graças a Deus tudo correu bem, Evan nasceu com alguns problemas respiratórios mas venceu...é o nosso pequeno guerreiro. Hoje está com quase quatro meses e é igual ao Elliot, quer fisicamente quer de feitio está sempre a rir, é simplesmente daqueles bebés simpáticos que riem sem nem saber porque se estão a rir.

- Ana...amor acorda. temos que levar os meninos para a escola e depois ir para o hospital.

- Christian, deixa-me dormir mais um pouco. Leva os meninos e depois vens-me buscar...

- Ana, se eu fizer isso tu vais adormecer e nós vamos chegar atrasados à consulta com a Greene.

- Christian tu és os chefe daquele hospital...logo tenho que aproveitar os privilégios que isso me traz...vai levar os meninos. Eu e o nosso Tommy vamos ficar a dormir...

- Nem penses...levanta-te....- Christian chega perto de mim, e pega em mim ao colo, leva-me até à casa de banho e coloca-me no chão...- Banho, agora.

- Tudo bem seu mandão...- olho para eles e penduro-me de novo no seu pescoço...- Queres juntar-te a mim...o banho seria muito mais interessante...

- Ana. Se eu me juntar esse banho não vai ser um banho...e nós estamos atrasados. Agora banho...eu vou ver dos meninos.

E assim tomo o meu banho sozinha, até que começo a sentir uma dor na parte de trás das costas, mas não dou muita importância, deve ser normal as famosas contracções de Braxton-Hicks. Continuo com o meu banho até que sinto algo escorrer e quando olho para baixo...

- CHRISTIAN...CHRISTIAN...- isto não pode estar a acontecer...não pode...- Tommy...por favor não deixes a mamã...por favor....CHRISTIAN....- e uma nova pontada surge, mas esta é muito mais forte...-AI...CHRISTIAN.

- Ana, o que foi...- ele olha para mim me contorcendo...- Mas, não está na hora...Ana...

- Christian...está a doer...muito. E saiu sangue, Christian eu não quero perder o bebé...eu não quero perder o nosso Tommy.

- Calma.- e pegando em mim, senta-me na cama...- NORA...NORA...- grita Christian e esta surge com três pimpolhos atrás dela...- Vou levar a Ana ao hospital, ficas com os meninos.

- Sim é claro...Ana vai correr tudo bem...tem calma...- diz-me Nora, e apesar de saber que tenho que estar calma por mim pelo meu filho e pelas três crianças que olham para mim assustadas eu não consigo e choro...e grito, porque as dores estão insuportáveis.

- Mamã...mamã...- Teddy começa a chorar, Ray está quieto mas percebo as lágrimas nos seus olhos...

- Calma manos...é só o Tommy que quer nos vir conhecer um bocadinho mais cedo...não é Nora.- e assim Malu consegue na sua inocência de criança acalmar os irmãos...- Mamã vai passar...e daqui a pouco vamos ter o nosso Tommy connosco.

- Sim Princesa...- e dou um sorriso...mas as dores estão fortes...- Christian...- olho para ele e de imediato me leva para o carro. Liga de imediato para Greene e logo ela diz que vai preparar tudo e que estará à minha espera. Pergunta-me de quanto em quanto tempo estou a ter as contracções e depois de responder, ela apenas me pede calma. Mas as dores estão muito fortes, e a unica coisa que sei fazer é chorar: de medo, ansiedade, de dor...

Assim que chegamos Greene já está com uma maca à minha espera, Chrsitian retira-me do carro e deita-me nela. Correm para o que percebo a sala de partos, Greene fará lá a ecografia para ver o que se passa. Christian assim que chegamos à porta dá.me um beijo e diz-me que se vai preparar para entrar...eu não quero que ele vá...o medo é grande e eu preciso dele. Depois de me mudarem para a mesa, Greene faz o toque e eu grito de dor. Faz a eco e logo manda preparar tudo para a cesariana...

- Greene...o que é que se passa...por favor...Greene...eu não vou perder o meu bebé...

- Ana calma, o Tommy está bem, apenas quer vir ao mundo antes do tempo. Não podemos arriscar que entres em trabalho de parto por causa do mioma, então vamos já partir para a cesariana.

- Greene...- Christian entra e olha para mim e para todo o aparato...- Vai nascer...?

- Sim, não podemos arriscar o parto normal...e parece que ele quer vir um pouco mais cedo.

- Mas é seguro? Quer dizer Ana ainda não está nas 40 semanas...

- Não te preocupes...a Ana está de 33 semanas...há riscos mas nada de muito preocupante. Vou começar tudo bem. Ana mantem-te calma o Tommy está bem, o seu ritmo cardíaco está optimo...ele apenas quer conhecer os papás e os manos um pouco mais cedo.

E assim que acaba de falar connosco Greene começa a operação de colocar mais um principe no nosso mundo. Christian vai me dizendo que me ama, que sou a sua vida, que tudo ia ficar bem e o nosso príncipe mais pequeno iria ficar bem. De repente ouvimos o som mais lindo de sempre. O choro do nosso Tommy, era forte e tão diferente do som que os irmãos fizeram. Quando a enfermeira o colocou no meu peito para nós o vermos não consegui deixar de chorar, ele era lindo...mas logo foi levado e eu acabei por adormecer.

- Oi Rainha. Como te sentes?-pergunta-me Christian sentando-se devagar junto de mim.

- Dorida, mas feliz. Como está o Tommy? Já o foste ver?

- Calma. Ele está bem apesar de ter nascido bem antes do que devia está bem. Pesa 2,500kg e aparentemente está a respirar bem. O pediatra apenas o mantém na Neo por precaução, mas se tudo correr bem amanhã já o teremos aqui.

- Eu queria ir ver o nosso menino...Christian por favor...- imploro para que ele me leve, mas nada do que lhe digo o demove. Acabo por apenas receber visitas da família e dos meus pimpolhos...e no final da noite adormeço cansada. Assim que acordo ouço Christian a falar, e quando abro os olhos tenho a imagem mais linda de sempre: o meu Rei com o meu mais novo príncipe ao colo a conversarem.

- Sabes que és muito lindo, acho que sais à mamã. Com esse olhos azuis, és o bebé mais lindo que já vi. Ei...mas não deixes os teus irmãos saberem...- Tommy começa a choramingar com mais força, o que me parece que seja fome...

- Amor. Deixa lá de mimar esse pequeno...- Christian que estava de costas para mim, vira-se e dá-me aquele sorriso lindo que eu amo...- Ele deve estar com fome...

- Acordaste há muito tempo...- Christain encaminha-se para perto de mim, dá-me um beijo na testa e passa-me o nosso bebé para lhe dar de mamar, Tommy agarra o meu seio com uma força que me encolho toda...- Ei campeão devagar, não estraga que eu ainda quero usar muito esse peito da sua mãe...

- Christian...- olho para e o meu Rei que está com um ar de safado na cara...- Vê o que dizes perto do teu filho por favor...- nisto entra no quarto Greene e Grace.

- Então como está tudo? Já vi que esse aí vai ser mais irrequieto que os irmãos...e tu Ana, como te sentes?

- Com algumas dores...mas acima de tudo feliz.- olho para o meu boneco que olha para mim com os seus olhinhos azuis...- Greene, está tudo bem comigo certo?

- Sim. Correu tudo bem, nada de anormal. Daqui a umas semanas quero ver-te para vermos o teu amigo mioma. E agora vou deixar a família entrar que está toda a gente ansiosa para conhecer essa coisa fofa.

- Ana...estás mesmo bem?- pergunta-me Grace...e eu apenas assinto com a cabeça olhando para o meu bebé que continua a mamar como se nada nem ninguém estivesse ali.

- Acho que ele acabou...vou coloca-lo para arrotar antes que entre aí o furacão de gente.

Foi o tempo de Tommy arrotar, e o quarto foi invadido por três furacões pequenos. Malu segurava na mão dos irmãos, e assim que viu o irmão abriu os seus olhinhos e logo estava ao meu lado a olhar para ele apaixonada. Já os meus dois príncipes cada um teve uma reacção diferente: Ray lançou-seque nem um foguete para o colo de Christian, acho que nem olhou para o bebé ao meu colo, ele só queria o colo do pai. Já o meu Teddy parou e ficou a olhar para mim e para Tommy, logo as suas lágrimas começaram a cair...

- Teddy...anda cá à mamã. Anda ver o mano...- mas ele continuava no mesmo lugar a olhar ora para mim ora para o Tommy, é acho que temos o primeiro ataque de ciúmes...- Grace pode pegar em Tommy por favor...- a minha sogra pega no meu bebé e eu chamo de novo Teddy, este assim que vê que estou sem o bebé corre para mim e com algum custo o coloquei ao colo.

- Mamã ...minha...mamã minha...- dizia ele no meio de muitas lágrimas...

- Acho que alguém está como ciúmes...- diz Christian ainda com Ray ao colo que agora estava junto de Grace a olhar para o irmão...

- Mamã...bebé baliga...- acho que Ray percebeu que o bebé que estava na minha barriga e alguma forma estranha para ele agora estava ali à frente dele...

- Sim principe...é o mano...é o Tommy...-digo a Ray que olha para o irmão do colo de Christian...- Não queres ir ver o mano Teddy?- pergunto...

- Mamã minha...- e agarra-se de novo a mim...e sei que vou ter problemas com este meu principe ciumento...

- Mamã, posso pegar no Tommy...pol favol...- pede Malu que está sentada no pés da minha cama. Olho para Christian e Grace , e esta aproxima-se de Malu.

- Tens que ter muito cuidado. A avó vai-te ensinar, pegas assim, tens que ter cuidado com a cabecinha dele, tem que estr bem apoiada...e Malu só podes pegar no mano quando estiver alguém perto de ti.

- Eu sei vó...mas eu vou ajudar a mamã a mudar a flalda dele, estive a tleinal com as minhas bonecas.

E assim passámos o dia com uma Malu encantada com o irmão, um Ray que a única coisa que lhe interessava era correr pelo quarto, e um Teddy agarrado a mim. Dar peito ao Tommy de novo, foi uma aventura, porque o meu pequeno ciumento não me largava. Veio a Paula, a Mia e a Lu visitar o bebé com Gail e Nora, depois foi a vez de Carrick e Tay e finalmente vieram Elliot, Kate, Ella, Eva e o pequeno Evan.

Ao fim de dois dias finalmente fui para casa. E foi um novo recomeço, agora com quatro filhos. Todos os dias eram novos dias, onde descobríamos coisas novas sobre eles. A minha vida não foi fácil, passei por muito. Passei por coisas que ninguém devia passar, mas fui forte, caí e me levantei as vezes que foram precisas. Fui persistente no que queria, no que sempre sonhei. Tive perdas enormes na minha vida: o meu pai, o meu Anjo Gabriel, a minha mãe...

Mas no meio de tanta escuridão que havia na miha vida veio a luz...Chrsitian. E com ele vieram os meus tesouros: os mesus filhos. Se valeu a pena tudo o que passei no passado? Será que o nosso passado nos pode assombrar o presente nos baralhando? Será que não pensamos demais muitas vezes no passado e no futuro e nos esquecemos de viver o presente? Talvez, mas aprendi que existe algo que nos salva, cura de tudo o que é negro na nossa vida...O AMOR.