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Capítulo 6 - Dor Dividida

Pov Ana

Maldito despertador. Às vezes gostava de voltar ao meu tempo de estudante quando tudo era mais fácil. A Paula quando me ouve dizer isto fica furiosa, mas a verdade é que quando crescemos as responsabilidades também começam a pesar mais. Enquanto estudante tens obrigação de chegar a horas ou de estudar e ter boa notas, e se por acaso chegares tarde, ou tiveres uma nota menos boa o mundo não te cai em cima, bem só um pouco mas é só pedir desculpa, colocar um ar de gato do Shrek e tudo fica bem num instante. Contudo, assim que entras no mundo "maravilhoso" do trabalho, ou como eu prefiro chamar o "Mundo Horrível da Escravidão", bem podes esquecer de pedir desculpas, se te atrasas o mundo pode literalmente virar-se ao contrário e acabar com a tua vida em segundos.

Levanto-me, se bem que algo contrariada. O Dr. Grey ligou-me ontem e pediu-me que chegasse mais cedo hoje. Parece que o Ethan vai ter uma reunião e irá usar a sala do meu chefe, e ele quer tudo arranjado para a mesma. Por isso aqui estou às 07h00 da manhã a preparar-me para um longo dia de trabalho. Assim que desço vejo a minha mãe já acordada.

- O que estás a fazer levantada tão cedo mãe? - pergunto-lhe, abraçando-a.

- Sei como tu és, e se não tivesse o pequeno-almoço pronto eras bem capaz de sair de casa só com um café.

- Mãe...-ela vira-se para mim com aquele olhar de mãe que está pronta para dar uma bronca...- Ok, tens razão. Obrigada, mas não queria que te levantasses tão cedo...

- Eu estou acordada faz um tempo, noite difícil. É verdade hoje convidei um amigo que já não via há muito tempo para vir cá jantar. Não te importas pois não?

- Um amigo D. Carla!? Sei.- ela dá-me uma leve palmada na mão, e eu sorrio...- Claro que não me importo e posso saber como se chama o "Amigo"?

- Jason Taylor, foi meu...colega na escola. Depois perdemos o contacto, eu segui a minha vida... e ele seguiu a sua vida, foi para o exército. Nunca mais o vi depois de se ter alistado, há uma semana atrás encontrámos-nos por acaso.

- Há uma semana? Mãe andas a esconder-me o teu "amigo" há uma semana?

- Não escondi nada, simplesmente não me lembrei de vos contar...- Dona Carla cora um pouco, e percebo que aqui existe muito mais que uma amizade, mas o questionário terá que ficar para mais tarde...

- Até hoje que decidiste trazê-lo cá a casa. Mãe...- olho para ela e aproximo-me abraçando-a...- Eu não estou chateada, e espero que esse tal de Jason te faça feliz, porque é a única coisa que eu quero. Tu mereces depois de tudo o que aconteceu.

- Sabes que tu também mereces ser feliz, não sabes. Filha, sei que sofreste muito e culpo-me todos os dias por não ter feito nada durante anos, mas não feches o teu coração por favor.

Sei que ela diz isto para o meu bem, mas é impossível. O meu coração ainda está partido, magoado e muito dolorido. Não sei, sinceramente, se algum dia alguém conseguirá curá-lo e para falar a verdade não sei se quero alguém a remexer nele outra vez. Prefiro deixá-lo assim quieto, como diz aquela música: "Não quero quebrar seu coração, Quero dar um tempo ao seu coração. Eu sei que você está com medo, que é errado. Como se você fosse cometer um erro." Por isso prefiro deixar-me estar como estou, porque mais vale só que mal acompanhado. Despeço-me e vou para o escritório.

Por ser cedo, chego lá em 20 minutos apenas vejo os seguranças e a rapariga que fica na recepção da entrada do edifício. Cumprimento-os a todos e subo para o andar dos escritórios de advocacia, começo por deixar as minhas coisas na minha secretária e sigo para o escritório do Dr. Grey para preparar a mesa de reuniões, pelo que me disse ontem seriam cinco pessoas. Em cada lugar coloco: papel, caneta, um copo e uma garrafa de água. Quando estou a olhar para ver se falta alguma coisa, sinto alguém atrás de mim.

- Desculpe, não te queria assustar...- sinto o coração na boca, com o susto e penso que se ele não fosse filho do meu chefe respondia-lhe de outra forma. Bolas podia ter enfartado, tudo bem estou a exagerar, mas de qualquer forma não se entra assim na calada sem um som...

- Eu não estava à espera de ninguém tão cedo. O Dr. Grey disse que só chegariam perto das 09h00...

- Sim, é verdade. Mas como eu não consegui dormir mais decidi vir mais cedo. Espero que não haja problema?

- Claro que não o Dr. quer dizer o Senhor...quer dizer...- raios como é que o hei-de chamar, pareço até uma adolescente quando ele está perto de mim, parece que fico com uma branca no cérebro e só sai asneira...

- Podes-me chamar de Christian, Anastácia.- Espera, como é que ele sabe o meu nome? E como é bom ouvi-lo a pronunciar o meu nome, posso sentir as minhas pernas a tremer só de o ouvir falar o meu nome daquela forma.

- Desculpe, mas não sei se devo...- digo desviando o olhar...- Afinal o seu pai é meu chefe e...

- Exacto...- ele aproxima-se um pouco mais de mim, e sinto que a qualquer altura as pernas me vão falhar e que vou cair aqui no meio do chão à frente deste homem...- O teu chefe é o meu pai, o verdadeiro Dr. Grey. Eu para ti sou apenas o Christian.

- Eu preciso de ir, vou aproveitar e adiantar algumas coisas de trabalho. Com licença.- tenho urgentemente de sair daqui, viro costas e caminho para a porta. Quando estou quase a sair...

- Anastácia, por favor não vás. Eu...só quero companhia, podemos falar do que quiseres. Só não me deixes sozinho...por favor Ana.

Não sei porquê, mas aquele pedido foi tão sentido, num tom tão profundamente dolorido fez-me sentir não pena, porque esse é o pior sentimento que se pode sentir por alguém, mas sim compaixão, dor. Sim lembrei-me da dor que eu também sinto. E mesmo sabendo que talvez não fosse a melhor ideia do mundo, voltei para junto dele e sentei-me.

- O Senhor está bem? Quer uma água ou um café?- perguntei-lhe para quebrar o silêncio algo incomodativo que se gerou depois de nos sentarmos.

- Não Ana. Mas obrigado por aceitares ficar aqui comigo, fazer-me companhia. Eu não quero, nem posso, ficar sozinho neste momento.- os nossos olhos miravam-se como se cada um de nós pudesse ver a alma de um do outro, como se eu conseguisse ver a sua dor e ele conseguisse ver a minha. Era inquietante, desconcertante, porém tinha algo de sexual no seu olhar. Decidi cortar essa conexão, eu não queria nem podia deixar que ele quebrasse o que tinha sobrado de mim mesma.

- Então e quer conversar sobre quê?- perguntei olhando para baixo, desviando-me do que me desconcertava, os seus olhos.

- Bem primeiro, queria que deixasses de me tratar por você, depois que não escondesses esses teus olhos lindos de mim...- começo a achar que tudo isto foi uma má ideia e levanto-me.

- Sr. Grey, eu não acho que isto seja uma boa ideia...- digo mais firme do que realmente me sinto.

- Desculpa Ana. Fica por favor, fala-me de ti, da tua família, do que sonhas para a tua vida...sei lá fala-me como é trabalhar para o meu pai, fala de qualquer coisa simplesmente faz-me esquecer que daqui a menos de duas horas eu vou ter uma reunião que pode acabar comigo.

- Eu não sei o que se vai passar nesta reunião que vão ter, mas vou tentar tirar-lhe a mente de lá nem que seja por alguns minutos...tudo bem? - ele assente, e eu nem sei porque concordei de novo em ficar, e espero não me vir a arrepender. Começei a falar-lhe de mim, da minha mãe e da minha irmã. Que adorava trabalhar com o pai e que um dia quem sabe me aventuraria a fazer faculdade.

- Gostavas de seguir o quê, se fosses para a faculdade?

- Honestamente, nunca pensei nisso. Comecei a trabalhar assim que acabei o secundário porque precisava de ajudar em casa por isso não me preocupei no que queria ser.

- Mas quando eras pequena, nunca tiveste o sonho de ser sei lá: médica, professora, bailarina...- eu rio-me com a cara que ele faz. E penso nessa infância que deveria ter tido e não tive...

- Eu não tive uma infância...bem vamos dizer normal. Claro que tive a minha fase de bailarina, de professora, mas isso acabou com...- e uma lágrima cai-me ao lembrar-me de tudo o que aconteceu e que nunca nenhuma criança deveria passar...

- Ei! - Ele aproxima-se um pouco e abraça-me, e sinto-me em casa. Pela primeira vez em muito tempo sinto o toque de alguém que não seja a minha mãe ou a minha irmã, pela primeira vez em muito tempo o panico de ser tocada não me atinge, e não sei nem como explicar mas sito que é aqui que pertenço, neste abraço. E aproveito cada segundo dele, respiro aquele odor maravilhoso que emana de Christian Grey, como se quisesse memorizá-lo para sempre, até que alguém entra no escritório.

- Christian! Ana! O que se passa aqui? - Droga, agora estou tramada...levanto-me a correr, limpando as lágrimas que ainda caiem...

- Dr. Grey. Desculpe, nós só estávamos a conversar um pouco, estava cedo e...já preparei a sala se faltar alguma coisa é só chamar-me. Com licença...- e saio tão depressa como ele entrou. Só espero não perder o emprego por isto.

As horas vão passando, Ethan chegou e foi para o seu escritório com Christian que ao passar por mim sorriu, e como ele tinha um sorriso lindo. Podia ficar a olhar para aquele sorriso o dia todo, para de sonhar Ana, tu não podes nem queres ficar quebrada de novo e depois nunca na vida o Dr. Christian Grey iria olhar para ti dessa forma. De repente ouço Hanna a tentar impedir que alguém entre pelo escritório de Ethan adentro, provavelmente será a quinta pessoa da reunião já que para além do Dr. Grey, do Ethan e do Christian já chegou há uns dez minutos um outro senhor que se apresentou como advogado da Sra. Grey. Caminho para junto do escritório do Ethan e vejo a Hanna a tentar impedir que uma mulher, vestida com o que parece ser um pijama, entre na sala do seu chefe, daquela forma sem autorização para tal.

Tento acalmar a fera, mas depressa percebo que isto é pior que a fera, está mais para cascavél mesmo, morde só porque sim. Assim que lhe digo que a reunião é na sala do Dr. Grey e não na do Ethan ela encaminha-se para lá e mais uma vez, quer porque quer entrar e apesar de lhe dizer que tem que esperar ela entra pelo escritório adentro sem que eu consiga impedir. Hoje o dia não está a ser fácil. Sabem quando sentimos que não nos devíamos ter levantado da cama? Hoje sinto-me assim, primeiro o meu chefe vê-me agarrada ao filho, agora esta cobra entra pelo escritório adentro...se não for despedida hoje, tenho que fazer novena e agradecer.

O Dr. Grey até foi simpático, bem pelo menos para mim, já para a cascavel acho que só lhe faltou saltar para cima dela e cortar-lhe o pescoço, e eu estaria disposta a ajuda-lo. Ó mulher irritante...saio do escritório e encontro Ethan e Christian junto da minha secretária.

- Ela já chegou?- pergunta-me o Dr. Ethan.

- Se está a falar da cobra cascavel, vestida como se fosse para a cama dormir...sim já chegou e já entrou.- digo irritada.

- Cobra Cascavel?! Vestida com o quê?- pergunta-me Christian com um sorriso nos lábios.

- Sim, Cobra Cascavel e daquelas que morde só porque lhe apetece mesmo. Quanto ao resto, entre e veja com os seus olhos se aquilo ali não parece um pijama...com licença, preciso de trabalhar.

A dita reunião demora a manhã toda, consigo ouvir alguns gritos mas não sou burra em ir ver se precisam de alguma coisa, ali eu não entro mesmo. Continuo com o meu trabalho até que chega a hora de almoço, a reunião ainda não acabou, porém, ninguém me chamou até agora então decido que vou sim ter a minha hora de almoço relaxante. Pego nas minhas coisas,decidi que hoje vou almoçar fora mesmo, estou a precisar de espairecer depois de uma manhã caótica. Chego ao elevador e assim que entro vejo alguém a entrar rapidamente e a carregar no botão de fecho de portas. Ouço alguém a chamar um nome e quando ele se vira vejo que é o Christian...ele está...está com lágrimas, está a chorar.

Os nossos olhos conectam-se de novo, e sinto-o a afastar-se de mim. De repente já só sinto o sabor do seu beijo...e que beijo. Tudo o que estava à volta do meu coração para o proteger acabou neste momento de cair como um castelo de cartas. Não consigo resistir, bem acho que nem quero resistir, e entrego-me àquele beijo...de corpo e alma...eu sou dele a partir dali e sei que nada irá mudar isso. Mas será que ele é meu?

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